O Retrato de Dorian Gray

O Retrato de Dorian Gray Oscar Wilde




Resenhas - O Retrato de Dorian Gray


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Dani Ramos 27/04/2019

Excelente.
“O artista é o criador de coisas belas.

Revelar a arte e ocultar o artista é o objetivo da arte.

O crítico é aquele que consegue traduzir de outro modo ou em novo material a sua impressão das coisas belas.” – Prefácio, página 15.

Devo admitir que até agora não sei como sairá esta resenha, pois não acho nenhuma palavra adequada para descrever o que realmente este livro me fez sentir. É uma complexidade tão profunda e surreal, que meras palavras não se encaixam nos padrões aceitáveis.

Essa foi minha primeira experiência de leitura com Oscar Wilde, e assim como outras leituras anteriores, também me surpreendeu muito positivamente! O autor conseguiu explorar os mais profundos conceitos e pensamentos que uma sociedade poderia ter naquela época. E embora, seja fácil de compreender, o livro inteiro é uma forma bruta de demonstração sincera e transparente de uma geração.

“A vida moral do homem é assunto para o artista, mas a moralidade da arte consiste na perfeita utilização de um meio imperfeito. Um artista não quer provar coisa alguma. Até as coisas verdadeiras podem ser provadas.” – Prefácio, página 15.

Wilde nos apresenta a uma história envolvente e marcante. Dorian Gray é um jovem fora dos patrões: sua beleza única e pura, é perfeitamente surreal – o que faz todos à sua volta, ter uma encanto automático por ele. As palavras, modos, estilo de se vestir, sorrisos e olhares, são tudo meramente copiados pelos seus admirados, além de despertas as mais impossíveis paixões, na qual, será nitidamente abordada no livro.

Mesmo com tudo em suas mãos, Dorian Gray é um rapaz que busca até o último minuto, ter ao seu alcance qualquer coisa ou pessoa. No começo, ele demonstra-se ser um jovem decidido em suas opiniões, e sua personalidade, é o que mais encanta em seu amigo Basil Hallward – este que é um pintor simplório que com uma dedicação incansável, consegue fazer um quadro de Dorian, colocando a sua divindade e poder nos seus mais singelos detalhes e traços. Mas nem tudo continua o mesmo, quando Basil apresenta seu amigo Lorde Henry à Dorian Gray. E é aí que a história começa!

Obcecado pelo seu próprio retrato, Dorian começa a ser influenciado por Lord Henry em sua lógicas e pensamentos. Em uma sociedade aristocrática, jogos psicológicos e fome de poder, são características comuns no meio. Porém, uma vaidade gigantesca, junto com um egoísmo profundo, faz Dorian desejar a beleza acima de qualquer coisa, e com isso, trocaria até sua alma para ser belo eternamente.

“— Não existem boas influências, Mr. Gray. Todas as influências são imorais, imorais de um ponto científico.

— Porquê?

— Porque influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo (…).” – Página 31.

Com o tempo, o próprio retrato de Dorian começa a se modificar lentamente. A cada atitude cruel, pensamentos e palavras, até mesmo sentimentos negativos como raiva e rancor, transforma aquele incrível quadro em formas grotescas e repugnantes. Com a descoberta que sua beleza continua fiel, Dorian não se importava que seu retrato a cada dia transformava-se em um montro. Em várias ocasiões seu ego crescia de orgulho em saber que seria jovem independente da sua idade, e foi aí o seu maior erro.

Eu fiquei apaixonadíssima pela escrita do autor! As narrativas são maravilhosas, eu nunca coloquei tantos “post-its” em um livro, como nesse! A base em si é incrível, nos faz ter o prazer de descobrir o final. Devo admitir que ansiava pela morte de Dorian (sou dessas hahaha), entretanto o desfecho foi melhor do que imaginava! E como! Eu adorei como o livro acabou e fiquei chocada com algumas partes. Eu indico sim à todos que gostam de uma bela obra! “O Retrato de Dorian Gray” aborda todos os assuntos e sentimentos que o leitor pode ter. Com certeza, irei ler outros livros publicado pelo autor.

Qual será que foi o fim de Dorian Gray? O que aconteceu aos seus amigos: Lord Henry e Basil Hallward? E o quadro? Qual foi o seu fim? Os personagens segundários são excelentes! E mesmo o Lord Henry sendo um homem egoísta, observador e metódico, eu nunca li um personagem tão único e inteligente! Me odeiam, mas Lord Henry merece ser aplaudido por sua mente engenhosa.
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