Carol 29/03/2021
No que acredito - Bertrand Russel
Li o livro "No que acredito", de Bertrand Russell e gostei bastante, embora não darei nota máxima, por questão de existirem partes desatualizadas em relação ao nosso tempo, mas tirando isso, há reflexões valiosas.
Para começo de conversa, quem foi Bertrand Russell? Ele foi um dos maiores influentes matemáticos, filósofos e lógicos que viveram no século XX. Em 1950, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Russell se preocupava bastante com os problemas sociais. Era contra o uso de armas nucleares e era a favor da emancipação feminina.
Confira aqui alguns trechos que me chamaram atenção no livro "No que acredito":
"O medo é a base do dogma religioso, assim como de muitas outras coisas na vida humana. O medo dos seres humanos, individual ou coletivamente, domina muito de nossa vida social, mas é o medo da natureza que dá origem à religião."
"A crença em Deus serve para humanizar o mundo da natureza e para fazer com que os homens sintam que as forças físicas são realmente suas aliadas. Da mesma forma, a imortalidade rechaça o pavor da morte."
"Tanto o conhecimento como o amor são indefinidamente extensíveis; logo, por melhor que possa ser uma vida, é sempre possível imaginar uma vida melhor. Nem o amor sem o conhecimento, nem o conhecimento sem o amor podem produzir uma vida virtuosa."
"Na Idade Média, quando a peste surgia numa região, os sacerdotes alertavam a população para que se reunisse nas igrejas e orasse por sua salvação; como consequência, a infecção propagava-se com extraordinária rapidez entre as multidões de suplicantes. Eis, portanto, um exemplo de amor sem conhecimento. A última guerra nos propiciou um exemplo de conhecimento sem amor. Em ambos os casos, o resultado não foi senão a morte em grande escala."
"Eis por que o amor é melhor que o ódio – porque, em vez de conflito, confere harmonia aos desejos dos indivíduos envolvidos. Duas pessoas entre as quais haja amor perseveram ou fracassam juntas, mas, quando dois indivíduos se odeiam, o êxito de um constitui o fracasso do outro."
"Ainda mais danosa que a superstição teológica é a superstição do nacionalismo, do dever para com o próprio Estado e nada mais."
"Se as prisões fossem humanizadas a ponto de um detento receber uma boa educação gratuitamente, é possível que as pessoas viessem a cometer crimes a fim de qualificar-se para elas. Não há dúvida de que a prisão deva ser menos aprazível que a liberdade; porém, a melhor maneira de assegurar esse resultado é fazer com que a liberdade seja mais agradável do que por vezes é."
"O mundo é uma unidade, e o homem que finge viver de maneira independente não passa de um parasita consciente ou inconsciente"
"Para construir uma vida virtuosa, precisamos erigir a inteligência, o autocontrole e a solidariedade"
"Para que uma vez mais possamos progredir, precisamos uma vez mais nos deixar dominar pela esperança."
"Quando as qualidades que hoje conferem liderança se tornarem universais, já não haverá líderes e seguidores, e a democracia por fim terá sido concretizada."
"Uma certa dose de trabalho não é algo de que possamos nos queixar; na verdade, de nove em dez casos ela torna o homem mais feliz do que o ócio total. Mas a quantidade e o tipo de trabalho que a maioria das pessoas tem de exercer atualmente constitui em um grave mal: particularmente nociva é a sujeição à rotina ao longo de toda uma existência. A vida não deveria ser tão rigorosamente controlada nem tão metódica."