Betta.Vicente 23/04/2024Uma aliança que vai muito além do casamentoEssa resenha demorou um pouco para sair, acho que estava absorvendo o fim desse livro. Fora que, ainda fiquei com uma baita ressaca literária e literalmente longe dos livros por uma semana! (Vai por mim, isso é muito tempo!)
Ler algo que te deixa querendo um afago no coração significa que ele atingiu o objetivo: cativar e fazer o leitor se apaixonar.
Esse livro, minha irmã, encontrou despretensiosamente numa pilha de livros em promoção na bienal, leu a sinopse e me mostrou, gostei a princípio, mas eu realmente não esperava no que estava na por vir, a capa não mostrou nada (é… nunca julgue um livro pela capa! Haha).
Primeiro de tudo, amo histórias de casais inter-raciais, acho muito importante mostrar que, para o amor, não existe cor, corpos e aparências, o amor vai muito além disso, é um encontro de almas, de energia e sinergia. Enfim! Temos aqui um casal lindo inter-racial: Alexa e Drew.
Alexa é uma mulher preta, braço direito do prefeito, que venceu muitos obstáculos na vida e aprendeu tanto pelo amor quanto pela dor. Já Drew, branco, médico pediatra, E o que posso dizer sem spoilers? Vai aprender de um jeito ou de outro… rsrs
Tudo começa quando o elevador para devido a uma queda de energia e Alexa e Drew ficamos presos, fazendo com que inicie uma interação entre eles, a atração inicial é mútua e as brincadeiras envolvendo queijos e biscoitos, por incrível que pareça sem conotação sexual, se iniciam entre eles. A luz volta, é hora de dar tchau, mas quem quer se despedir? E no ímpeto, Drew resolve convidar Alexa para ser sua acompanhante no casamento de nada mais na menos sua ex-namorada com seu amigo. Treinada e muito bem preparada para esse cargo (afinal ela trabalha com política), além de também querer se manter por perto de Drew, Alexa aceita e a partir daí começa nossa jornada.
A leitura é leve e fácil de ser desenvolvida, mérito da autora que não enrolou para descrever os altos e baixos da história.
Temos dois personagens bem cativantes e humanos com suas falhas, inseguranças e traumas da vida, o que torna a história muito possível de acontecer com qualquer um e não mais um conto perfeito, de personagens perfeitos, que cometem uma falha aleatória para o casal se separar e voltar no final do livro. Pelo contrário, os desencontros na jornada são plausíveis, como disse, pode acontecer com qualquer um de nós: quem nunca teve uma infinidade de inseguranças que te impediram de dar passos importantes na vida mesmo sendo alguém muito bem resolvido?
É uma história sem vilões, pois os verdadeiros vilões de nossas vidas são nossos medos. E por isso tudo é tão real! Medos e inseguranças ditam nossas jornadas o tempo todo e ouso dizer que a falta de comunicação se torna a cereja desse bolo chamado vida.
Opinião da leitora: amei cada página! Em muitas situações me enxerguei na Alexa e compreendi suas atitudes, tive empatia por ela e por suas dores. Sermos nossos próprios vilões e mocinhos é o que nos torna humanos e Alexa é isso, verdadeira, forte e frágil, decidida e insegura, de sorriso fácil e tempestade.
Percebem que eu não falo muito de Drew né, não por ser menos importante, muito pelo contrário, mas se eu disser um pouco a mais, talvez eu entregue algo que você precisa descobrir e tirar suas próprias conclusões, mas adianto que, ele é cativante, medroso (ou inseguro, depende do ponto de vista) e que ele se completa a Alexa. A soma de duas partes que juntas se tornam poderosas e a fortaleza um do outro.
Obs.: Depois que terminei essa resenha, vi outras bem negativas, então quis acrescentar outro ponto aqui:
Entendi o que outros leitores quiseram dizer, porém, nesse livro não caberia uma “simples” conversa para resolver as coisas porque na vida real nós não praticamos isso. Sempre dizemos que o diálogo é a melhor forma de resolver as coisas, mas quantas vezes deixamos passar situações e não dialogamos por medo, por insegurança? Quantas vezes passamos por mal-entendidos? Quantas vezes agimos como adolescentes mesmo tendo o dobro da idade de uma? Isso nos torna humanos! É muito fácil dar conselhos de fora da situação: poderia resolver com um diálogo, uma desculpa já acertaria as coisas, um abraço ou um “eu te amo” era o que faltava. Mas na real, é que nós mesmos não aplicamos isso e que realmente, só estando de fora da situação é que dizemos que faríamos diferente, mas, na verdade, faríamos igual ou até mesmo pior. Se você está na dúvida de ler, não repense, tire suas próprias conclusões e se jogue, porque no final, só quem pode ter uma opinião sobre qualquer assunto é você mesmo.
Até a próxima,
Betta Vicente
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