A Outra Rainha

A Outra Rainha Philippa Gregory




Resenhas - A Outra Rainha


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Adrya_Daewen 25/09/2011

Deixa a desejar...
O livro não é ruim. Mas acho que o tipo de narrativa dele prejudica um pouco a história.Gregory optou por colocar 3 personagens narrando a trama, e prefiro quando ela coloca apenas um ou narração em terceira pessoa mesmo. Até porque as narrações de Maria Stuart no livro tem um conteúdo bem repetitivo, que chega cansar.
Também não gostei do período que ela resolveu retratar. O leitor não tem um acompanhamento os fatos importantes que se desenrolam, só impressões dos personagens que narram o que já aconteceu, e acordo com sua perspectiva.
Maria Stuart ficou 16 anos na Inglaterra de Elizabeth e muitas coisa interessantes aconteceram por isso. Acho que retratar vida de cativa da 'outra rainha' não foi a melhor escolha. O livro ficaria mais dinâmico com uma narração em terceira pessoa, ou seja, com um narrador onisciente que estivesse presente nos principais fatos. Seria mais emocionante e não impediria a autora de dar uma participação primordial na obra a figura de Maria Stuart.

Já li praticamente todos os livros d Gregory que foram traduzidos, e não gostei muito deste e de Terra Virgem. Mesmo assim, recomendo a boa obra da autora sobra a Inglaterra Tudor e aguardo novas traduções.
Dani Fuller 30/05/2021minha estante
O mesmo que senti.




Anica 08/09/2011

A outra rainha (Philippa Gregory)
1568. Maria, a rainha dos escoceses, foge para a Inglaterra buscando apoio da prima Elizabeth, então há dez anos rainha dos ingleses. Maria era acusada de ter tramado a morte do próprio marido, Lord Darnley, junto com o conde de Bothwell – com quem casou tão logo Darnley morrera, por isso atraindo as suspeitas. Os escoceses a obrigaram a abdicar o trono, e é com Elizabeth que ela busca ajuda. O problema é que dez anos antes ela já havia dificultado a coroação de Elizabeth, querendo para si o título de rainha dos ingleses. É então evidente que a prima não facilite as coisas para Maria, mantendo-a prisioneira sob a guarda de George Talbot, o conde de Shrewsbury.

Este é o cenário onde inicia o romance A outra rainha, de Philippa Gregory, autora conhecida por romances situados neste período histórico. Sabendo mesclar muito bem as conhecidas intrigas de corte com ficção, Gregory nos entrega uma história que cativa por mostrar personagens que não são perfeitos, são bastante próximos da realidade. O trio que sustenta a narrativa (Maria, Talbot e a esposa de Talbot, Bess) cada qual tem suas aspirações e apenas querem lutar por isso. Não há maldade no sentido maniqueísta da palavra, há más ações baseadas nesse desejo de conseguir realizar seus sonhos.Começamos obviamente com Maria, personagem bastante forte e em teoria protagonista da história. É interessante o trabalho que Gregory faz com a personagem, porque apesar de o leitor ter todos os motivos para odiá-la, ainda assim mais próximo ao fim deseja que a escritora tenha alterado a história, e que Maria não tenha o destino que já conhecemos em sala de aula. Maria é mimada, arrogante e gananciosa, mas há um motivo para isso: ela é rainha, e foi criada como tal. Ela realmente se vê como uma escolhida de Deus – aqui lembrando também o conflito entre católicos e protestantes que o confronto entre ela e Elizabeth traz.

A sensação que temos a todo momento é que Maria é como uma ave selvagem engaiolada, se debatendo desesperadamente para deixar o cativeiro. É o tipo de coisa que justificaria suas ações, por mais que façam com que ela seja uma protagonista bem longe de ser “a boa moça” que se espera em personagens com essa função dentro da narrativa. Sobre ela fica apenas a sensação de Gregory ter exagerado um pouco ao descrevê-la como belíssima, ao ponto de que até inimigos se apaixonassem por ela. Jovem e de espírito vivo e portanto encantador ela era. Mas os retratos vistos em livros de história não saíam da minha cabeça, e com meus conceitos de padrão de beleza do século XXI era difícil engolir que ela era bela mesmo para os padrões do século XVI.

Temos então Bess, a esposa do conde de Shrewsbury. A personagem é real, assim como é relatado historicamente que seu casamento ruiu por conta do período que seu marido fora responsável pela guarda de Maria. O que é ficção são os motivos, e obviamente, as aspirações da personagem, que no final das contas nada mais quer que garantir conforto para si e para seus filhos. É forte e inteligente, e até bastante fria: é interessante perceber como ela é a primeira a se dar conta que o marido está se apaixonando por Maria, e com que desdém ela chega a tratar a situação (passa a chamá-lo de “meu marido, o tolo”).

Bess não parece amar de fato Shrewsbury, mas apenas as regalias que ser casada com um conde podem trazer. Ela tal como Maria é ambiciosa, e assim como a protagonista em determinado momento da narrativa se vê sem amor e sem um lar, e luta para pelo menos reaver o que dá mais importância: seu dinheiro.

Chegamos então ao conde de Shrewsbury, o ponto mais fraco desse triângulo. Bess tem razão ao chamá-lo de tolo, porque nenhuma palavra o definiria melhor. O que é legal na narrativa da Gregory é que em alguns momentos o leitor vai querer berrar para ele “Acorde, você está sendo enganado, manipulado!”, e convenhamos, poucas histórias e poucos personagens criam essa sensação ao lermos um livro. Lembrando que George Talbot também existiu, e de fato foi o responsável pela guarda de Maria por mais de quinze anos – talvez isso tenha servido de fagulha para a ideia de Gregory para desenvolver esse romance que realmente não dá vontade de largar.

Por isso dá para dizer que A outra rainha é excelente, com a narrativa mudando o ponto de vista entre as três personagens principais vamos vendo gradualmente o jogo de intrigas da corte, passamos a torcer por eles , e que pelo menos encontrem uma saída para buscarem a felicidade. A parte das intrigas da corte são muito boas, porque a autora consegue deixar claras as intenções de cada personagem, e seu papel dentro do que seria um grande tabuleiro de xadrez.

Como disse, ninguém é perfeito no livro, mas talvez seja justamente esta imperfeição que nos conquiste. A outra rainha é um romance delicioso, daqueles que se lê rapidamente sem nem se dar conta que as páginas estão passando. E mesmo focado em figuras históricas, tem tudo para agradar até mesmo quem não as conhece ou não lembra bem de cada uma delas (na realidade, até cria a curiosidade para saber mais sobre algumas pessoas e lugares, como o Castelo de Tutbury).
Sharon 24/06/2014minha estante
Gostei tanto da Bess que fui investigá-la e conhecê-la. Ela se saiu muito bem, no fim das contas, reergueu-se e conseguiu construir uma casa linda para si mesma e para os filhos... =) Adoro Phillipa renascendo essas mulheres que ficaram um pouco apagadas na história...




Gabriela 13/07/2012

A Outra Rainha - Philippa Gregory
Bora falar da capa primeiro? É linda, não é? Foi a primeira coisa que chamou minha atenção quando vi este livro na livraria (sim, confesso, eu também escolho/compro livros pela capa). A segunda coisa que me chamou a atenção foi a autora, eu já tinha lido muitos comentários positivos sobre os livros de Philippa Gregory, em especial sobre a série "Os Tudors".

Esse foi o primeiro livro de Philippa Gregory que li e digo logo que pretendo ler outros livros da autora, pois gostei muito do seu estilo. "A Outra Rainha" faz parte da série "Os Tudors" e é o sexto livro seguindo a ordem cronológica. Mas você pode ler os livros em qualquer ordem, até porque eles foram publicados fora da ordem cronológica dos acontecimentos (a própria autora diz isso no seu site). Aliás, dizem que este é o livro mais fraco da série; se ele é o mais fraco, quero logo ler os outros!

A história se passa no tempo em que Maria, rainha da Escócia, é mantida como prisioneira na Inglaterra de Elizabeth I. Ela é narrada sob três perspectivas: a da própria Maria, a de George Talbot (o conde responsável guardar a rainha Maria) e a de Bess de Hardwick (a esposa de George). Como a narração é feita em primeira pessoa, nós conseguimos penetrar nos pensamentos dos personagens e descobrir suas intenções.

Usar vários pontos de vista e a primeira pessoa para narrar os fatos foram recursos interessantes, além disso, a autora escreve muito bem e faz você realmente acreditar que tudo aquilo se passou. Contudo, o livro perdeu uma estrela pois não consegui me apegar a nenhum personagem. Bess e George não são muito interessantes e Maria vai perdendo o brilho ao longo do livro, devido aos anos de "prisão".

Para mim, o melhor período para se fazer um livro sobre Maria Stuart seria o anterior à sua prisão. Mas a autora parece ter gostado muito de Bess e estava era querendo uma desculpa para fazer um livro sobre ela. Não que a verdadeira Bess de Hardwick não seja uma mulher digna de nota, afinal ela conseguiu fazer sua fortuna com base na sua própria inteligência e faro para negócios (embora os maridos anteriores tenham dado sua contribuição) em pleno séc. XVI, mas ela não dá uma boa protagonista de romance.

http://bibliomaniacas.blogspot.com.br/
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Verona 14/01/2022

Cansativo, foi uma leitura cansativa. Os capítulos divididos entre três personagens aos quais não foram cativantes. Creio que a minha expectativa era grande, embora ame os livros da autora esse foi bem fraco.
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Lu 01/10/2015

Medo e Sangue
Toda vez que leio um livro de ficção histórica, fico pensando que, se eu fosse da nobreza, ficaria bem quietinha em meu casarão no campo, cuidando de minhas terras e meus arrendatários. Minhas idas a Londres seriam apenas para ver amigos e muito, muito raramente, me arriscaria a ir à Corte. Porque, você já sabe, sendo muito próximo ao Rei ou à Rainha, você pode acabar:

1 - Virando Mão do Rei;
2 - Tendo que se refugiar em um pântano fedorento e reunir um exército para Sua Graça;
3 - Prometendo casar sua filha com o príncipe ou mesmo com o Rei;

E por fim, a maior roubada de todas, sem sombra de dúvidas: ver-se concordando em hospedar em sua casa a Rainha dos Escoceses. Cara, coitados dos Shrusbury.

Brincadeiras à parte, o livro da Philippa Gregory aborda (em minha concepção, pelo menos) o espaço na história de Mary Stuart justamente entre Reign e a cena rápida, terrível e trágica em que a monarca aparece no filme "Elizabeth, a Era de Ouro". Peço licença para colocar uma das melhores citações de Agatha Christie. Para mim, ela define com perfeição não apenas Mary Stuart, mas a leitura do livro como um todo.

"Compreendo a dor e a tragédia. Precisei recuar tanto no tempo para compreender que 'no final está o meu começo", ou melhor, "no começo está escrito o meu trágico final."

Mas voltarei à Mary criada por Philippa mais adiante.

Primeiro, preciso dizer que achei a leitura muito interessante. Gregory dá a impressão de que poderia escrever mais uns dez livros sobre os Tudors, tal o conhecimento que demonstra sobre o período. E sua narrativa harmoniosa e detalhada imprime todo o clima de opressão e terror da Era Elizabetana. Não tanto pela rainha em si, e sim por causa de seu secretário, Cecil. Ele mal aparece, mas pode-se sentir sua presença como uma nuvem negra pairando sobre a Inglaterra toda.

A leitura do livro é tensa, desgastante. Mais por causa do constante ir e vir de cartas, boatos, rumores de levantes, do que por inabilidade narrativa da autora. A impressão é de estar junto aos personagens, sofrendo os mesmos problemas, esperando notícias...Não cheguei a querer abandonar o livro, porque queria saber como aquilo terminava. E queria ver Mary pelas costas.

Dos três narradores-personagens, destaco apenas Bess. A condessa parece ser a única que tem a cabeça no lugar, a única que parece perceber que ela e o marido se encontram entre duas rainhas de igual grandeza e ego. E, por mais que eu não aprove algumas de suas atitudes, tenho que admirar sua competência, sua cabeça para os negócios e seus esforços para manter tudo o que conquistou. E torci por ela. Torci para que conseguisse manter suas casas, as coisas por que tanto trabalhou. Ela é o contraponto perfeito a Mary.

Mary. Por onde começar? Uma coisa que prejudicou muito a minha leitura foi ter em mente a personagem doce, impetuosa e gentil do seriado. Aqui e a li, percebe-se traços de seu temperamento apaixonado, forte e magnânimo. A Mary Stuart de Phillippa, no entanto, pode ser encantadora quando quer. Mas é mais voluntariosa, manipuladora e devora homens bobos como o Conde no café da manhã. Muito mais do que na série, aqui, percebe-se a força destruidora de sua personalidade. Sendo contemporânea de Elizabeth e querendo o mesmo trono, não podia prestar.

Enfim, pra resumir. É um livro intenso, escrito com capricho e com personagens marcantes. Ele peca por ser um tanto quanto cansativo, mas acho que vale a pena insistir na leitura. Para quem gosta de História e de intrigas é um prato cheio. Gosto muito do estilo da autora.

Recomendado.
Desi Gusson 05/10/2015minha estante
Acho que esse foi o livro mais difícil de ler da Philippa, exatamente pelo que você disse. Não é uma história leve e, sinceramente, nunca gostei da Mary. Ela me lembra Ana Bolena e teve o mesmo fim, através dos mesmos meios, passando por cima de tudo e todos. A Elizabeth não podia estar mais longe de ser santa, mas a Mary leva a arrogância a outro nível.


Lu 05/10/2015minha estante
É aquele negócio: a pessoa se imagina como uma escolhida por Deus. Ela é criada assim, as pessoas a bajulam, prometem lealdade.... mas nada é tão simples. E em vários aspectos, ela e Elizabeth são muito parecidas.
Ana Bolena apostou alto demais. Apostou que, com sua beleza, ela conseguiria controlar Henrique. Foi um erro estúpido.


Luca 02/08/2019minha estante
Muito boa a sua resenha. Eu ainda não tenho o livro, mas estou ansioso para ler. Ouvi muitos comentários positivos sobre essa autora e sua maestria para escrever romances históricos. Sem falar que eu gosto muito da figura histórica da Mary Stuart. Eu assisti Reign e li muito sobre Mary também. Você tem toda razão em dizer que em nossa mente fica a boa imagem da Mary de Reign. Afinal, um dos pontos positivos da série é essa boa construção dos personagens; tanto na escolha dos atores, como na personalidade e nos figurinos e cenários que juntos deixam uma boa marca imprensa em nossas mentes.
Fica difícil muitos vezes dissociar o real do ideal.
Entretanto, Mary para mim ainda é uma figura positiva em meio aos horrores do século XVI e dos Tudors.


Lu 02/08/2019minha estante
Oi, Luca. Muito obrigada pelo comentário. Fico muito feliz por você ter gostado da resenha.
Sobre Mary Stuart,, quanto mais eu leio História, mais eu tendo a ver os livros da Philippa mais como romances de época, do que realmente romances históricos. Embora ela acerte na ambientação, ela tende, como autora, a modificar eventos e até mesmo a personalidade das pessoas que retrata.
Sobre Mary, acho sua vida extraordinária, e ainda espero ver uma boa representação dela no cinema e na TV. Não é a minha figura histórica favorita - gosto mais da Catarina de Médici, por exemplo. Mas não deixa de ser uma figura histórica interessante.
Mais uma vez, obrigada pelo comentário.




Juliana 26/08/2023

Fraco
Estou em um ano de leitura muito ruim.
Mas achei que a escrita desse livro não ajudou em nada a experiência com ele. A história é contada por três personagens: George, conde Talbot, Bess, sua esposa, e a rainha escocesa, Maria Stuart. Nenhum dos personagens são carismáticos e a própria construção deles é muito simplista. George é um lorde crédulo e bobo. Bess só pensa em dinheiro. E Maria, talvez o único personagem um pouco mais complexo, está sempre chorando pelo Bothwell e dizendo o como é sagrada, blá, blá, blá.
O livro é cansativo porque como é a visão de cada personagem se espera que eles fossem um pouco mais profundos, mais interessantes. Até a sordidez deles acaba sendo rasa.

No final a história deslancha um pouco. Ou talvez eu tenha começado a vislumbrar o fim e me animei.
Mas ainda assim, pesquisei a história de Maria Stuart e achei estranho que uma vida tão cheia de reviravolta tenha sido contada pela Phillipa Gregory de forma tão chocha.

Não recomendo esse livro, afinal a história já foi contada antes de forma muito melhor. Inclusive o livro do Alexandre Dumas, Mary Stuart é muito elogiado.
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Débora Paes 25/02/2012

Tive que abandonar por um tempo, mas pretendo terminar.
Amo Philippa Gregory mas esse livro não foi o que eu esperava.
Uma leitura muito cansativa e no momento tenho outras prioridades da faculdade. Quando tiver um tempo quero retomar a leitura, mas só retomarei para não ter que abandonar de vez, afinal Philippa é Philippa e não vale a pena deixar de ler.
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Jaqueline 08/01/2012


"A Outra Rainha" é o mais recente lançamento da autora Phillipa Gregory a chegar às livrarias brasileiras. Assim como todos os outros títulos da autora, ele foi publicado no país pela editora Record e não deixa nada a dever às melhores obras do gênero histórico.
Para quem já vem acompanhando a narração da saga dos Tudor pelas mãos da prestigiada autora, desta vez contamos com uma novidade: são três os narradores da história. Os capítulos são intercalados entre a Maria, a rainha dos escoceses, a ambiciosa e traiçoeira lady Bess e seu marido, George Talbot, o conde de Shrewsbury.

O que começa como a oportunidade de prestar um favor à rainha Elizabeth e crescer aos olhos da corte britânica logo se torna o maior erro de suas vidas. Elizabeth, rainha protestante da Inglaterra, quer se ver livre da ameaça representada por Maria, sua rival católica. Mesmo com a Reforma tendo sido implantada há muitas décadas, os descontentes com a mudança no paradigma religioso do país são muitos, e o fantasma de uma sublevação é constante.

George e Bess, o casal protagonista, na realidade não é formado por amigos ou apoiadores da candidata católica ao torno, mas verdadeiros carcereiros que, intencionalmente ou não, regulam sua liberdade e interveem nos seus planos de conquistar o poder supremo no país. Mesmo com a paixão platônica de George por sua hóspede, este jogo não muda, uma vez que auxiliar a rival de Elizabeth ou mesmo permitir que ela troque mensagens com seus súditos significa traição máxima ao reino. Maria, então, se apresenta inicialmente como uma mulher desesperada por sua liberdade, mas rotulá-la como vítima é um erro: acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido, ao longo do livro esta beldade revela uma faceta mais manipuladora e determinada do que jamais poderíamos acreditar em um primeiro momento. O contrário acontece com Bess, talvez a personagem mais forte deste romance. Com um passado marcado pelas dificuldades financeiras, a ambiciosa condessa regula suas finanças com mãos de ferro, atividade bastante incomum para uma mulher na época. Capaz de analisar friamente qualquer situação em prol de seu benefício, ela vive as agruras de manter um casamento com um homem que despreza e julga inferior enquanto suporta a admiração de seu marido pela bela rainha dos escoceses e tem sua lealdade incessantemente questionada pelas conspirações de Cecil, um espião da rainha Elizabeth.

Ler "A Outra Rainha" é realizar um delicioso exercício de voltar ao tempo. Naquela época, reis e rainhas eram vistos como escolhidos diretos de Deus para exercer Seu comando na terra. O que para nós pode parecer absurdo em tempos de Estado laico era uma das normas mais imperativas do século XVII.

Esta não é uma leitura fácil, vista a grande quantidade de nomes, títulos e informações dispostas em suas páginas. As reviravoltas são muitas, com aliados e inimigos constantemente mudando de lado de acordo com seus interesses nem sempre escrupulosos. A trama de conspiração e traição, tema recorrente nos livros de Phillipa, pode assustar os leitores mais ingénuos, acostumados com romances açucarados ou tramas rasas de suspense. Nada disso se aplica aqui: os desafios do livro são questões de vida ou morte; estratégias políticas que definem liberdades pessoais e coletivas, movimentam exércitos e ameaçam reis e rainhas, colocando milhares de vidas em jogo.

Contando com um trabalho de pesquisa intenso, muitas vezes torna-se difícil identificar onde termina a apresentação de fatos históricos e começa o romance ficcional criado pela autora. O encadeamento das ações e a coerência dos personagens são brilhantes, garantindo todo um clima de suspense no leitor conforme novas ambições vão se apresentando na história. O final do livro é amargo, tão amargo quanto a própria vida. Para os fãs de História e de bons romances, "A Outra Rainha" é um prato cheio.

>>Análise previamente publicada no site www.up-brasil.com
Aletheia (@almaletrada) 21/11/2016minha estante
Qual é a sequência dos livros dessa série? Estou louca pra ler. Sou apaixonada por romance histórico.


Jaqueline 06/12/2016minha estante
#1 A Irmã de Ana Bolena (2006)
2 O Bobo da Rainha (2009)
#3 O Amante da Virgem (2007)
#4 A Princesa Leal (2010)
#5 A Herança de Ana Bolena (2008)
#6 A Outra Rainha (2011)


Luca 02/08/2019minha estante
Excelente resenha!!


Aletheia (@almaletrada) 03/08/2019minha estante
Obrigada




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Larissa 16/06/2022

Livro de incrível valor para a história feminina
Esse livro mostra como as pessoas podem ser complexas, principalmente de acordo com a visão dos outros. A visão que é contada é a história que fica.

Passei o livro todo confiando e desconfiando da rainha Maria I, para no final entender que ela provavelmente conspirou e não a culpo. Mas nesse e nos últimos livros me senti menos solidária com a rainha Elizabeth, apesar de toda pressão que ela com certeza sentia e a sua triste história de vida antes de possuir a coroa. Na minha visão, ela parece ter prejudicado mais do que ajudado a vida daqueles ao seu redor. Mesmo que tenha continuado o processo de dissuasão da adoração cega à igreja. Fiquei com vontade de continuar a ler até o final do seu reinado, e posteriormente a história do seu sucessor.

Amei em geral o objetivo da autora que foi muito bem realizado, de mostrar a história de mulheres importantes daquela época e não só as rainhas. Como por exemplo a Bess neste último volume, que pensava tão à frente do seu tempo, foi forte, independente e uma inspiração.

Consegui relacionar os altos e baixos da política da época com o discurso da Jaquetta Woodville nos primeiros livros, no qual ela afirma que todos vivemos de acordo com a roda da fortuna. Alguns momentos em cima, alguns momentos embaixo, justamente. E apesar de muita coisa mudar dependendo de mortes, traições, torturas e afins, muito pode ser replicado aos dias de hoje e talvez para sempre.
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babisenberg 10/05/2022

A outra rainha
Nesse livro acompanhamos alguns anos da vida da rainha Maria I da Escócia enquanto ela está encarcerada na Inglaterra. Ela vai pra lá buscando ajuda e acaba sendo feita prisioneira. Mas prisioneira ainda com direito à corte e muitas regalias o que acaba levando o casal que a abriga à falência. Muito interessante pensar como essa história poderia ter realmente acontecido. Mais um livro muito bo da Phillipa Gregory!
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Fer Kaczynski 20/05/2013

Final da série Tudors
A outra rainha é o último livro da série Os Tudors, finalmente consegui terminar, já li outras séries antes, mas esta foi a mais longa, porém deliciosa e a cada livro que terminava de ler ansiava pelo próximo mesmo eles tendo mais de 400 páginas cada um, são realmente apaixonantes.
Neste livro os capítulos são intercalados entre Maria, a rainha dos escoceses, a ambiciosa lady Bess e seu marido, George Talbot, o conde de Shrewsbury.
Maria Stuart, traída pelo próprio irmão e seu povo, foi destituída do trono escocês, e acabou se refugiando na Inglaterra de Elizabeth, sob a proteção dela passou um tempo vivendo com o conde Talbot e sua esposa, Bess.

“Sou rainha três vezes, pois nasci rainha da Escócia, filha do rei Jaime V da Escócia, casei-me com o delfim da França e herdei a Coroa francesa com ele, e sou, por direito, a única herdeira verdadeira e legítima do trono da Inglaterra, sendo a sobrinha-bisneta do rei Henrique VIII da Inglaterra, embora sua filha bastarda, Elizabeth, tenha usurpado meu lugar. ”

Continuação:
http://livrosdeelite.blogspot.com.br/2013/05/resenha-outra-rainha-philippa-gregory.html#comment-form
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Gigi 30/07/2021

Duas rainhas doidas
Maria Stuart, teve a tragédia de sua vida imposta pela própria prima, a rainha da Inglaterra. O direito a ser restituída ao trono da Escócia sempre foi sua bandeira como rainha exilada. Mas sua prima, invejosa e insegura, não foi uma aliada que se esperava. Muitas intrigas e a insurreição do norte marcam a trajetória dessas duas na parte em que suas vidas se entrelaçam.
Livro bom! Leitura rápida!
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