spoiler visualizarNalia 27/08/2020
O livro caracterizado pelo parnasianismo brasileiro, é narrado em primeira pessoa seguindo as características de um diário, o que lhe dá peculiaridade.
Helena, uma adolescente de 14 anos, vem de uma família rica por parte de mãe, mas pobre na família do pai, um minerador sem sucesso nos arredores de Diamantina-MG. Os pais apesar de não possuírem muitos recursos, não são miseráveis, e enfatizam a importância do estudo para os filhos, colocando Helena e sua irmã em uma escola conceituada, onde as simples aventuras de uma menina são narradas, conforme as ordens de seu professor, que estimula as alunas a escreverem uma página ao dia.
A parte mais instigante nessa obra, é a forma de como a mulher é a todo momento posicionada pela escritora tão jovem. No começo do livro, ela já evidência a mãe como heroína e uma grande matriarca, pelos esforços e trabalho árduo para criar os filhos e negar os pequenos prazeres da vida. A relação com a avó também enfatiza um carinho feminino e aveludado, de uma mulher exemplar e amável. Vale ressaltar também, a forma de como já não eram despercebidos os assédios silênciosos de médicos e professores que estavam no convívio da protagonista.
É um livro instigante, de fácil leitura, comovente e de precisão assustadora se levarmos em conta a idade da artista.