Minha vida de menina

Minha vida de menina Helena Morley




Resenhas - Minha Vida de Menina


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Janaina Edwiges 14/11/2022

Brasil nos fins do século XIX
Minha vida de menina é muito mais que um simples diário de uma pré-adolescente de 13 anos, é um documento histórico, que retrata a sociedade brasileira de fins do século XIX, especialmente a cidade de Diamantina. Esse local foi bastante explorado pela Coroa Portuguesa durante o período colonial. O famoso Arraial do Tijuco, nome anterior de Diamantina, foi uma fonte de diamantes para Portugal.

Helena Morley é o pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant. Os seus registros remetem aos anos de 1893, 1894 e 1895, tendo sido publicados pela primeira vez no ano de 1942. É bem interessante notar que foi o pai de Helena quem a incentivou a escrever, sugerindo que ela registrasse o dia-a-dia em cadernos, para que no futuro tivesse todas essas recordações.

Nossa protagonista é esperta, inteligente e engraçada. Tem inúmeras passagens que vão te fazer dar muitas risadas e sentir saudades do tempo de infância. Especialmente os leitores que foram criados em épocas anteriores ao celular e internet, que brincavam pela vizinhança com primos e amigos. Ao longo do diário, acompanhamos as travessuras de Helena, suas relações com a família, especialmente com sua querida avó, seu cotidiano na escola, as brincadeiras, descobertas e até suas percepções sobre a morte e luto. Por meio dos registros, conhecemos a cultura e costumes da época, alguns parecidos, outros já tão diferentes da contemporaneidade. Percebemos a força da religiosidade na sociedade e também compreendemos um pouco mais da economia e política daquele momento histórico.

Este livro é uma fonte extremamente rica para o entendimento da vida dos ex-escravizados, já que Helena escreve o diário poucos anos após a abolição. É visível como o estigma da escravidão continuava presente. A cor dessas pessoas sempre é mencionada e claramente percebe-se que carregam o status de seres inferiores aos brancos. Sabemos que após a promulgação da Lei Áurea, não existiram politicas públicas que visassem à integração dos negros no mercado de trabalho e no sistema educacional. Eles permaneceram abandonados à própria sorte e muitos continuaram nos mesmos locais em que viviam antes, com seus antigos senhores, como retratado no diário de Helena.

Minha vida de menina é uma leitura bem tranquila e divertida, mas que ao mesmo tempo traz inúmeras reflexões sobre a história do Brasil. Vale a pena conferir!
Silvana137 14/11/2022minha estante
Que resenha uau..


Janaina Edwiges 14/11/2022minha estante
Obrigada, Silvana. ?


Débora 14/11/2022minha estante
Também adorei!???


Janaina Edwiges 15/11/2022minha estante
O livro é ótimo, Débora! ?


Débora 15/11/2022minha estante
Obrigada, Janaína!?


Cris 15/11/2022minha estante
Deu vontade de ler!


Janaina Edwiges 15/11/2022minha estante
Se der, leia sim Cris! É uma leitura bem leve.




Robélia 02/02/2011

Encantador!
Uma leitura macia, delicada. Demonstra o carater sensivel de uma menina observadora, inquieta, inteligente e crítica.
Trata-se do diário de Helena, que narra de forma bastante espontânea e bem humorada, o seu dia-a-dia, na cidade de Diamantina-MG, durante o período de 1893 a 1895. Helena, pseudonimo da autora Alice Dayrell, tem 13 anos quando começa a escrever o diário. Ela conta os casos familiares, intrigas domésticas, superstições cotidianas, religiosidades e costumes sociais da época.

O livro deu origem ao filme "Vida de Menina".
Erika 02/02/2011minha estante
Robélia, muito legal sua resenha, deu-me vontade de ler o livro. Gosto muito dessa época e tenho bastante curiosidade sobre o cotidiano de antigamente.


Celso 09/03/2014minha estante
O filme também é excelente e retrata a mesma delicadeza do livro. A felicidade está nas coisas simples.


Luciana.Alves 21/01/2019minha estante
Eu li e reli esse livro é um dos meus favoritos!
Não sabia que tem o filme.
Que ótimo!




MatheusPetris 27/03/2021

Construindo Castelos de Areia
Se a intenção desses escritos foi a confissão ou a literatura, se são verossímeis relatos de uma pré-adolescente ou a ficcionalização do final do século XIX feita por uma mulher madura, pouco nos importa a resposta. Independente disso, é nesta estrutura que se constrói sua genialidade, mas também sua limitação.

Helena, a criança inquieta e risonha, que nos relata seu dia-a-dia entre os anos (1893, 1894 e 1895), evidencia não só um processo de amadurecimento, ingenuidade, altos e baixos de uma perspectiva individual-subjetiva, como também um panorama histórico, social e econômico de nosso país e, principalmente, de Diamantina.

Dentre os três anos de vida que são abordados, é perceptível notar uma mudança nos anseios e perturbações de Helena. Seu amadurecimento vai se desenhando e sendo evidenciado através destas sutilezas; suas dúvidas, não apenas comportam sua individualidade, mas se expandem e vão permeando suas relações; sua graça e sua personalidade cada vez mais forte, renitente. Amadurecendo ou não, sua imaginação é sempre fértil; sua puerilidade e prazer na “construção de castelos”— imaginar, ficcionalizar situações mentalmente — parece progredir para uma espécie de fuga, como também de afago consigo, um afeto em busca de calmaria.

Se as contradições estão presentes do início ao fim dos relatos, é por edificarem um material dialético extremamente crível de um espírito fervilhante, efervescente. Exemplifico. O racismo que permeia toda a narrativa, é muitas vezes questionado por Helena, seja em gestos ou em pensamentos, contudo, são também os mesmos gestos e pensamentos que os praticam. Conscientes? Longe de querer entrar na psicologia das personagens (se é que as são), mas podemos captar uma influência da cultura escravagista em muitos detalhes, sejam eles em diálogos, em aspectos econômicos, ou mesmo no próprio ambiente social da cidade.

O mesmo acontece com a religiosidade de Helena e de algumas personagens; pois, como ponto comum e fundamental da sociedade da época (e, em certa medida, também da nossa), ela perpassa toda a vida cotidiana da cidade e, claro, sempre transmitida de geração em geração. O que não significa que não possa ser questionada. É justamente este um dos tantos pontos de ebulição que faz de Helena tão instigante. Ele parece nunca acatar, nunca mastigar algo, sem antes, sentir cada movimento de sua digestão. E se precisar vomitar o alimento, vomitará sem o menor receio.

Independente do cansaço gerado por alguns relatos repetitivos e muitas vezes sem substância, a leitura flui de modo orgânico, como se Helena estivesse ao nosso lado, contando suas historietas. Talvez, nesse engessamento de uma estrutura pouco instigante, é que se encontre uma rachadura, louca para se estilhaçar, se livrar da limitação e trepar na primeira árvore que encontrar.

O humor, presente do início ao fim, é muitas vezes surpreendido com a morte, sempre à espreita, ronronando pela cidade. Nesta lama que nunca escapa, se encontra também as dificuldades econômicas, seus percalços. Perturbações estas, que nunca impedem um sorriso esperançoso.

Por fim, nota-se o quanto a vida simples era o que mais atraía Helena. Sua alegria, sempre consistiu na liberdade, na tranquilidade. Se “vadiava”, como sempre gostavam de adjetivá-la (inclusive, ela própria), era por não se conformar, por não aceitar tantas imposições sociais. Ela queria apenas viver ao lado de quem amava. Somente. Parece pouco? O pouco é o que importa. Tudo isso, que conversa diretamente com o fim da nota à 1º edição escrita pela autora: “A felicidade não consiste em bens materiais, mas na harmonia do lar, na afeição entre a família, na vida simples, sem ambições — coisas que a fortuna não traz, e muitas vezes leva.”
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Gizalyanne 23/07/2020

Muito bom!
Confesso que no início foi bem cansativo, e eu tive que perseverar muito para continuar lendo ,mas ao final eu fiquei sentindo falta já da personagem, da Elena, e com pena de que tinha acabado , e querendo saber mais sobre ela e o que aconteceu com ela. Acho que é a primeira vez que isso acontece comigo e eu terminar um livro e ficar tipo: como que com saudade da personagem ou querendo uma continuação, na verdade não, não é a primeira vez agora me lembro que quando terminei o livro sobre Charlotte Bronte eu também fiquei assim, mas aí no caso ela tinha morrido. Eu queria que ela tivesse vivido mais. No caso da Helena eu queria que continuasse a história mas a história não continua o diário só vai até uma certo ponto da vida dela. Enfim ela me conquistou e acho que merecia um outro livro livro sobre a vida dela sobre o depois. Era uma jovem muito original e sincera em seus pensamentos bem valioso!
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Laura.Curi 09/04/2021

Guardado como diamante!
Em 2009 assisti ao filme "Vida de menina" cuja origem vem daqui. Desde então revi a obra incontáveis vezes até chegar ao livro. Grande coisa!
A identificação que tenho por Helena/ Alice é absurda. Inenarrável. Ela é o que habita de mais puro em mim, sua alegria, sua impetuosidade. Sua teimosia! E a delícia e grande vontade de viver no campo no sec xix.
Brincar nas ruas, comer fruta da árvore. Tomar banho e lavar roupa em riachos.
Procurar diamantes.
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Su.livros 29/09/2023

Vida
"Vida de Menina" é como uma janelinha mágica que nos leva para a vida de Helena Morley, uma garota brasileira cheia de curiosidade em Minas Gerais lá pelos anos 1800. O livro é tipo um diário, onde ela conta suas histórias e pensamentos.

É uma leitura super legal para todo mundo, porque a Helena, que usava o nome de Alice no diário, é muito esperta e conta tudo de um jeito que você se sente amigo dela. Ela fala sobre família, sociedade e suas próprias descobertas de um jeito que dá vontade de ler mais e mais.

O livro também te joga lá no tempo antigo, com costumes diferentes e coisas que a gente nem imagina mais. A Helena escreve de um jeito que parece que você tá lá junto com ela, vivendo tudo.

"Vida de Menina" não é só um livro de história, é como se fosse um retrato mágico do passado, cheio de coisas legais e uma história que fica na cabeça depois que você lê. Eu recomendaria esse livro para quem quer uma leitura gostosa, cheia de histórias e que faz a gente viajar no tempo para descobrir como era ser uma menina no Brasil antigão.
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Luma 22/11/2022

Nhe
Eu achei esse livro um tanto entediante, ele mostra a vida de uma menina no final do século XIX, narra acontecimentos entre 1893 à 1895, ou seja, alguns anos após a abolição da escravidão. Apesar de ser uma leitura com uma linguagem tanto informal quanto formal (meio cansativa), ele retrata assuntos importantes como racismo, mostrando assim a convivência entre brancos e pretos naquela época. Não leria de novo, mas realmente traz assuntos importantíssimos!
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Nirley 22/07/2021

Uma delícia de livro
Publicado pela primeira vez em 1942, antecipa a voga das histórias do cotidiano e dos relatos confessionais de adolescentes ao traçar um retrato bem-humorado da vida em Diamantina entre 1893 e 1885.

Da estagnação econômica ao surgimento de inúmeras modalidades de trabalho entre a escravidão e o regime salarial, Helena Morley compõe um painel multicolorido, desabusado e inconformista de um momento histórico singular no Brasil. De lambuja, o leitor é apresentado às vésperas de um novo século.

Eu amei conhecer um pouco da Diamantina de 1893, e participar das aventuras. Eu amei esse livro e super recomendo!
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Vitoria 27/03/2022

Pelo olhar de Helena, uma adolescente no final do século XIX, conhecemos uma Diamantina pós-ouro. O ciclo de riquezas se exauriu, e a cidade já não exibe a mesma potência de outrora. A escravidão, abolida poucos anos antes, mostra seus resquícios nas falas sobre as "crias da casa" e "alugadas".

Helena, uma menina branca e pobre, dá os primeiros passos na juventude, e registra em um caderno o corriqueiro dos dias, os acontecimentos em casa, na escola, as questões que a afligem. A leitura dos registros é gostosa, me senti transportada para o mundo juvenil de Helena.
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Bel 22/11/2020

Minha vida de menina
O livro é bom e engraçado, mas traz muito mais do que isso. É interessante ver a forma como uma menina, de 13 a 15 anos, retrata o mundo a sua volta. Mostrando a diferença de condições sociais e até mesmo os problemas culturais existentes na época.
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nelisa 22/05/2021

Minha vida de menina
o livro em si é bom mas eu achei muito enrolado e isso o tornou um pouco cansativo,tem muitas coisas desnecessárias mas tem uns pontos bem interessantes e é interessante como era antigamente,muito sofrimento,sem nenhuma tecnologia e ainda viviam felizes,até vale a pena ler mas tem que ter paciência de ouro
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linedslima 27/07/2020

Não é o estilo de livro que eu gosto porém acho maravilhoso para entender a época em que ele se passa
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Afonso 20/07/2022

Não sei bem o que dizer, n me marcou mt e demorei pra terminar de ler, mas a história da época foi boa pro meu aprendizado na aula de história q tô
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Luiz Gustavo 13/08/2020

"Minha vida de menina" é ambientado em Diamantina nos anos de 1893 a 1895 – muito antes da pandemia de covid, do atentado às torres gêmeas, do desastre de Chernobyl, das ditaduras latino-americanas, das três grandes guerras mundiais (incluindo a guerra fria), e antes mesmo da invenção do avião. Pensei que uma história que se passa antes de todos esses eventos seria muito aprazível de se ler, e nesse livro temos acesso aos diários de Helena Morley (pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant) na época em que ela tinha entre 12 e 15 anos. É um livro autobiográfico, portanto. Pois bem, inicialmente a vida e os acontecimentos provincianos são realmente divertidos. Alguns casos beiram o absurdo, e ri muito com as loucuras que aconteciam na cidade mineira no final do século XIX. Também fiquei impactado com a banalidade da morte e as desigualdades sociais. Helena tem alguns pensamentos marcantes, apesar da pouca idade, mas é muito difícil simpatizar com ela. A partir do diário de 1894 fica mais evidente que Helena distorce a realidade que descreve. Muitas vezes ela se faz de vítima e "arruma" os acontecimentos a fim de fazer com que o leitor tenha uma boa impressão dela, mas logo percebemos as constantes tentativas de enganação por parte da narradora. Helena romantiza a pobreza e o sofrimento dos outros e reclama de sua vida, julga todos ao seu redor, é extremamente mimada, egoísta e vaidosa, mas faz pose de boa moça sofredora e eu só queria dizer a ela: "Não gosto de você. Não sinto verdade em você. Acho você, sim, incoerente. Você está onde te convém, em todos os seus jeitos, falas, andados, posicionamentos e etc. Acho você uma falsa, acho você extremamente sem educação, extremamente grossa com as pessoas e extremamente soberba". Apesar dos acessos de raiva causados pela narradora antipática, "Minha vida de menina" foi uma boa leitura.
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Larissa 23/05/2013

"Forte Coisa"
Li Minha Vida de Menina" porque comecei a assistir o filme na escola há algum tempo. Como minha faculdade tem uma biblioteca fantástica, lembrei-me de procurar este livro.
E valeu a pena ler ! O livro é... não achei um adjetivo que faça jus ao seu estilo. Uma pérola da literatura brasileira que, infelizmente, nao é divulgado.
Somos transportados para um Brasil que há pouco libertou os escravos e proclamou a República, por meio de crônicas relatadas no diário de Helena Morley, que nos envolve com seu estilo meigo, um misto de infantilidade, sinceridade, com argúcia não tão comum às crinças.
Leiam e surpreendam-se com um dos melhores retratos da infância já criados!
Simone 03/01/2014minha estante
Concordo plenamente com suas palavras. O livro é uma delícia, desperta um saudosismo, mesmo não tendo vivido os tempos narrados. Ao chegar às últimas páginas senti um aperto no peito, uma coisa difícil de explicar.




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