O homem que odiava Machado de Assis

O homem que odiava Machado de Assis José Almeida Júnior




Resenhas - O Homem que odiava Machado de Assis


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Marcio.Caldas 07/12/2023

Muito prazeroso
Quando comprei, fiquei entusiasmado....depois, fugia da obra por medo de ser muito parado.....mas que medo bobo...um livro muito prazeroso. Não dá vontade de largar a história, além de pensar sobre a cidade do Rio de Janeiro nesta época. Muito legal!! Pena q acabou!
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Ket 14/10/2020

Surpreendente!
O homem que odiava Machado de Assis é uma ficção histórica muitíssimo bem elaborada que vai contar a história de Pedro Junqueira que tem como nêmesis o famoso Machado de Assis! Desde a infância, quando as crianças se encontram em uma chácara no Moro do Livramento, há o desenrolar de uma inimizade (contada pelos olhos do Pedro), que vai se estender por toda a vida do personagem.

Vagando entre Brasil e Portugal, Pedro Junqueira vai se mostrando um personagem filho do seu tempo, elitista, certo de suas origens ricas e dono de uma mente que não aceita que qualquer fracasso em sua vida seja fruto das suas próprias ações... A maneira como mente do protagonista constrói a vilania do Machado de Assis é surpreendente porque nunca temos certeza absoluta se o antagonismo tem bases sólidas ou não passa de uma construção da cabeça dele.

A reconstituição histórica do Brasil do seculo XIX foi uma das coisas que mais gostei no livro! O autor situou a trama dentro do turbulento momento das discussões sobre abolição da escravidão e o redemoinho politico intrincado que se desenvolveu à época, com figuras ilustres de nosso passado, inclusive alguns escritores! Em vários momentos tive dificuldade de separar realidade da ficção e recorri ao amigo google para buscar mais informações (adoro quando aprendo coisas em um livro de ficção!).

Indico muito para quem busca literatura e história atreladas!



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Vitor Hugo 07/11/2022

O "OUTRO" MACHADO DE ASSIS

Seria possível alguém odiar Machado de Assis? Sim. Que o diga Pedro Junqueira, o nosso narrador-protagonista.

Pedro Junqueira, aliás, é fruto do seu tempo e de sua condição social. Um tipo comumente retratado pelo próprio Machado de Assis em suas obras clássicas desenvolvidas no Rio de Janeiro da Corte do Segundo Reinado. Aquela pessoa bem nascida, que vive do dinheiro e do status da família (cafeicultora, no caso). Aquele indivíduo que estuda na Europa, forma-se em Direito, mas não é nem advogado, nem político e nem literato, embora ache ser o melhor de cada um dos ditos ofícios. No fim, é apenas um boêmio perdulário.

Isso claramente estabelecido na obra, já se percebe que o narrador não é confiável, chegando a ser cômico o modo como ele denigre com vontade o grande escritor Machado de Assis, por ele chamado de "mulato".

A grande "sacada" da obra é construir uma história fictícia a partir de um tempo e de lugares reais, com personagens reais (famosos e anônimos), tudo habilmente entrelaçado, inclusive com o uso farto de diálogos, o que torna a leitura muito fluída.

Disso decorre, aliás, as dúvidas que Pedro Junqueira acaba por incutir no leitor, ao sugerir que dois clássicos literários de Machado de Assis deveriam tributo àquele, inclusive com uma divertida acusação de plágio.

Recomendo a obra, sobretudo, claro, para quem admira Machado de Assis e a história brasileira do Século XIX.
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Vinicius 01/02/2023

Bom passatempo
José Almeida Jr faz um bom trabalho pesquisando as biografias de Machado de Assis e dando vida a esta figura da nossa literatura.

Partindo de alguns fatos reais cria sua trama, incluindo personagens com quem o escritor acumulou desafetos e possíveis traições.

Com isso cria uma teoria, de que Dom Casmurro teria uma inspiração autobiográfica. Também interessante é a construção do narrador, uma espécie de Brás Cubas, privilegiado, sustentado pelo dinheiro do pai, de pouco destaque na vida política e amorosa.

O livro tem seu mérito mas é construído sem grandes surpresas ou arrebatamentos. A linguagem é simples, os personagens não são complexos, mas vale como incentivo à literatura nacional.
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Kaka 12/07/2021

Para fãs de Machado de Assis
Esse livro me fisgou pela capa! Traz Machado negro , sim.Machado de Assis era Negro.
Por um bom tempo tentaram embranquecer o autor de Dom Casmurro, sobretudo ao fato de não atribuirem tanta genialidade a um escritor Negro. Isso se chama Racismo, sem mais.
O pano de fundo de O homem que odiava ... se passa no Brasil do século XIX. A escrita é tão fluída que rápido li umas cem páginas sem perceber.Nao necessariamente precisa-se conhecer a biografia e a vida de Machado para entender a história. Porém ,com um pouco de conhecimento acerca das obras e vida do escritor de Memórias Póstumas a leitura se torna muito mais interessante e prazerosa.
A trama se passa entre Brasil e Portugal, até porque , Carolina esposa de Machado de Assis era portuguesa.Além disso alguns personagens são fictícios, enquanto que os outros como Artur Napoleão, Visconde do Rio Branco, José de Alencar , Joaquim Nabuco e a própria Carolina existiram de fato.
O livro é repleto de referências ao legado do criador de Quincas Borba.Adorei.
Assim como Machado de Assis, José Almeida Junior abusa das ironias. O narrador é extremamente irônico, o qual me levou ao riso por diversas vezes.
Ora, o Bruxo do Cosme Velho era o rei da Ironia.Falava mal das camadas mais ricas e poderosas daquela época, e nunca teve um livro censurado, a não ser em pleno século XXI (mas precisamente ano passado) onde a secretaria de educação de Rondônia quis censurar seus escritos por não serem" adequados às crianças e adolescentes." Ridículo?
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Recomendo!!!
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regifreitas 24/01/2021

O HOMEM QUE ODIAVA MACHADO DE ASSIS (2019), de José Almeida Júnior.

Confesso que fiquei um tanto decepcionado com este livro, minha primeira obra do José Almeida Júnior. O autor é um nome que vem despontando na nossa literatura e nas premiações da área nos últimos anos. O mote desse romance era muito promissor, mas o resultado final deixou a desejar.

Não falo da escrita do autor, que é muito desembaraçada. O texto é leve, com muitos diálogos, que dão dinamicidade e fazem a história fluir rapidamente. Almeida Júnior não se detém em circunlóquios, vai direto ao ponto. Mas essa linguagem mais simples e atual, que facilitou a leitura, foi também o que acabou me agradando menos. Acredito que, por ser um livro narrado em primeira pessoa, por um narrador do final do século XIX, Almeida Júnior deveria ter um cuidado maior em emular um estilo ao menos próximo da escrita de alguém daquela época.

Também a forma como o autor trabalha a personagem Carolina - futura esposa de Machado - me incomodou um pouco. Mesmo sendo ela uma mulher à frente do seu tempo, muito do comportamento dela parece não condizer com o das mulheres da época, mesmo as mais avançadas nos costumes. Contudo, como o que temos é a visão que Pedro Junqueira nos apresenta sobre aquela pessoa, e, sendo ele um narrador cujas motivações são, no mínimo, suspeitas, deve-se levar isso em consideração.

Finalmente, todo o desenvolvimento do enredo, o preenchimento das lacunas da relação entre Machado e Carolina, ou mesmo deste com Pedro Junqueira, soam triviais e básicas demais. Uma figura como Machado de Assis merecia uma recriação melhor de sua pessoa, uma trama mais elaborada e com mais camadas do que a que foi entregue.

Embora lançado após o ÚLTIMA HORA, premiado romance de Almeida Júnior, esta foi sua primeira obra escrita. Assim, muito do que levantei acima pode ser colocado na conta de um autor iniciante, que veio a desenvolver melhor seu estilo na obra subsequentes. Mas como não li tal obra, isso é apenas uma suposição, não uma conclusão a partir da comparação entre os dois trabalhos.
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Dri Ornellas 10/06/2021

Confesso que meu interesse pelo livro O homem que odiava Machado de Assis, do escritor @j_almeidajunior foi puramente devido ao bruxo do Cosme Velho. Para minha frustração e felicidade, o livro não é sobre Machado, frustração porque não posso simplesmente ficar tietando o autor agora, mas felicidade por o livro ter um espírito próprio e não basear sua história na aura ainda viva do escritor para existir.

A história gira em torno de Pedro Junqueira que conheceu Machado de Assis ainda criança e, desde então, tem uma rixa com o escritor (rixa imaginária ou não. O ódio é um sentimento muito particular). Essa hostilidade segue Pedro e está presente nos momentos mais decisivos e importantes de sua vida.
Pedro me lembrou muito Brás Cubas, não apenas pelo livro ser também narrado pelo protagonista – vivo, aqui – mas por assim como Brás Cubas, Pedro ser um típico exemplar da classe média do século XIX (um hétero topzeira da época): não tem ambições autênticas, é sustentado ou se garante no dinheiro da família, ama e desama conforme a conveniência (e sua covardia) e é obcecado por uma mulher casada e, as custas de qualquer coisa, quer que quer ficar com ela. E adivinha com quem ela é casada? Isso, com Machado de Assis.

Outro fato muito interessante no livro é o pano de fundo histórico que relata muitos acontecimentos políticos sobre as tentativas de abolição da escravatura e seus personagens mais importantes. Pedro Junqueira acaba se tornando uma peça importante nas discussões sobre a escravatura, mas em nenhum momento temos alguma amostra de que seu desempenho é objetivado por um sentimento humanitário ou de empatia, mas apenas como uma bandeira benéfica para sua trajetória política. Bom, mas não lá muito original e autêntico, assim como tudo sobre ele, mas o avesso do livro que é uma ótima leitura.
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Tiago 02/05/2020

Um Machado de dois gumes
Um dos nomes mais promissores da ficção histórica contemporânea, o potiguar José Almeida Júnior venceu o Prêmio Sesc e foi finalista do Jabuti com o ótimo Última Hora (leia a crítica aqui), seu romance de estreia. Na esteira do sucesso deste e dos 180 anos de Machado de Assis, chegou às livrarias ano passado seu O Homem que Odiava Machado de Assis, uma fantasia ainda mais ambiciosa, retrocedendo não apenas um século (como era o caso da narrativa sobre o periódico getulista), mas dois (o século 19, do fundador da Academia Brasileira de Letras e nosso maior cânone literário: o Bruxo de Cosme Velho).
O salto temporal é maior, mas é feito com o mesmo maquinário construído em seu primeiro livro: uma voz narrativa sóbria e direta, quase monocórdica com seus diálogos curtos e objetivos, desenvolvidos em capítulos breves, que tentam impor um ritmo leve a uma prosa extensa (Última Hora tinha em torno de 350 páginas; este tem cerca de 240).
Aqui, o narrador é Pedro Junqueira, nêmesis de José Maria Machado de Assis desde a infância, que abre o romance fazendo uma reconstituição do velório de Machado de Assis na ABL e introduzindo já alguns dos personagens que flanam por ali e que irão compor a trama ficcional: Carolina, esposa e musa de Machado, o crítico literário Sílvio Romero, um de seus maiores detratores em vida, entre outros. A partir do segundo capítulo, segue a saga que explica o antagonismo entre Junqueira e o escritor, que data dos tempos de meninice.
É saborosa a forma como a rixa é exposta, elaborando uma espécie de imaginário em torno da gênese de “Dom Casmurro” — não de forma denotativa, mas a partir de uma série de piscadelas que Almeida Jr. começa a dar ao leitor mais escolado (que pode enxergar nos episódios contados nos primeiros capítulos uma possível inspiração para o início da obra-prima de Machado). Aos poucos, a personagem Joana vai se desenvolvendo como um dos possíveis modelos para Capitu — Carolina também será um outro modelo, como mais tarde se verá.
Além de Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas é outra obra incidental aqui: mais um motivo de controvérsia entre Junqueira e Machado, numa história que não fica apenas no cenário da então capital do Império, o Rio de Janeiro, mas viaja também além-mar, para Coimbra, então uma das mais importantes cidades da Coroa portuguesa. Não satisfeito em montar um ágil e emocionante enredo (que em alguns aspectos lembra os de outro colega seu de Sesc, o paranaense Marcos Peres), Almeida Jr. ainda oferece um panorama de bastidor do movimento abolicionista no Brasil, munido de uma competente pesquisa histórica.
O final súbito é que parece carecer de um fechamento circular, que o primeiro capítulo insinua com um certo pendor à metalinguagem — sugerindo a biografia de Junqueira, que é efetivamente escrita com este livro, oferecendo uma feição de Machado contrária às versões oficiais (como um vilão — e não como um herói). Por falar em contrariar a narrativa oficial, o livro tem o mérito de exibir já em sua capa a verdadeira face de Machado: negro “embranquecido” por uma história de apagamentos identitários em prol de uma noção de intelectualidade profundamente racista.
A imagem da capa, bem como as internas, são infelizmente das poucas virtudes estéticas do projeto gráfico que, a cargo da Faro Editorial, mais nos afasta que nos aproxima de suas páginas.

site: https://medium.com/@tiagogermano/um-machado-de-dois-gumes-51530498fb75
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LucianoSJK 14/03/2020

Apesar de não ser o tipo de leitura que me agrada, gostei bastante desse livro. Muito bem escrito e que prende o leitor. Recomendo.
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Gabriela 07/08/2020

A leitura fluiu, desde o início, muito bem e fácil. Não se torna cansativa em momento algum, ainda que a antipatia com o protagonista seja inevitável. Para mim ficou claro que ela é proposital e em alguns momentos se torna cômica. Foi gostoso detestá-lo.
A magia desta leitura foi exatamente misturar dois mundos distintos: a realidade das figuras históricas, que por si já chamam a atenção, junto com a ficção. Durante todo o romance fiquei me questionando em vários momentos o que poderia ser real ou não. É um livro que desperta curiosidade, tanto da biografia do Machado de Assis, quanto o desejo de reler as obras do Autor para tentar encontrar ali, respostas para perguntas que não foram feitas anteriormente.
Entendo que ter uma familiaridade com as obras do Machado possibilite aproveitar esta leitura de uma forma diferente, a escrita faz claras referências aos romances do Autor e os personagens são construídos de maneira semelhante. Existe aquela satisfação em captar essas referências, como por exemplo na criação de “Memórias Póstumas” e em alguns momentos, “identificar” a própria Capitu.
Imergi no universo proposto e de uma maneira geral, é uma leitura leve e agradável. Contudo, o final foi um pouco apressado, gostaria de ter acompanhado com mais calma as consequências das atitudes tomadas pelo protagonista e a resolução me pareceu um pouco fácil demais. Por toda ambientação e curiosidade que o livro desperta, vale a pena a leitura.
Ah, e o contexto histórico narrado enriquece muito a experiência.
****4 estrelas
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Suzanie 02/01/2021

Brincando com Machado de Assis
Que delícia de romance, se lê em 2 sentadas, 3 no máximo.

O autor cria um enredo bem construído, ao usar a história ficcionalmente para brincar com um dos principais motes machadianos, o da perspectiva, da duvida sobre o caráter, e inverter isso contra o próprio escritor.

Mas para além disso, outra questão bem explorada na obra é a da escravidão, colocando tudo em perspectiva também, ao dar voz às varias visões sobre o tema, existentes à época e ainda hoje.

Belíssimo trabalho!!!
du sp 04/02/2022minha estante
Eu percebi que é um livro rápido, mas não prende muito minha atenção. Estou achando uma história boa.




Nat 04/02/2021

^^ Pilha de Leitura ^^
O livro foi vencedor do Prêmio Sesc e finalista do Jabuti. O livro conta a história (que eu diria até engraçada) de Pedro, o homem que odiava Machado de Assis. Machado era a pedra no sapato de Pedro, e lhe teria roubado mulheres e até um romance. Além dessa história inusitada, é possível notar que o autor teve um cuidado histórico muito grande, ilustrando os acontecimentos em cenários reais da época machadiana e, também, com muitos personagens e fatos verídicos. Foi uma leitura muito gostosa! O final, porém, eu esperava algo bombástico que não teve. A culpa foi da expectativa? Sim! Ainda assim, excelente livro.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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@juliusverse 25/06/2022

História super divertida, onde realmente o protagonista é o homem que odiava Machado de Assis. O escritor aparece como peça fundamental e vemos partes de sua biografia, mas a história é toda do protagonista Bento Junqueira justificando todas suas mal querenças com o autor. Um personagem que toda uma vibe Bentinho e você sabe que não deve confiar no que ele diz. Enfim, eu adorei.
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Letuza 28/04/2020

Excelente. Uma aula de história e literatura.
Pedro vai estudar em Portugal e lá conhece Carolina Novais. Fica noivo da moça, a engravida, mas não assume o romance e foge. Carolina, desamparada pela família, perde o bebê e foge para o Brasil acompanhada de um amigo comum, o pianista Arthur Napoleão.
No Brasil, Carolina conhece Machado de Assis, já escritor, e casa-se com ele. Pedro acaba voltando ao Brasil, a pedido do pai, um rico barão do café.
No Brasil, Pedro envolve-se com a política e o movimento abolicionista. Também reencontra Joana, antiga amiga de infância e motivo de desavenças entre ele e Machado. Joana tornou-se uma prostituta e mantém um caso com Pedro. Além de Joana, Pedro reencontra Carolina. O romance reacende, e a relação já complicada entre Machado e Pedro vira um caso de ódio.
Acusações de plágio, traição, violência passam a fazer parte da vidas dos personagens. Fatos históricos, como abolição da escravatura, proclamação da república e muitas disputas políticas também permeiam o romance.
Uma leitura excelente. Muito aprendizado de literatura e história. Super recomendada!
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