Para Toda a Eternidade

Para Toda a Eternidade Caitlin Doughty




Resenhas - Para Toda a Eternidade


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Marlonbsan 05/01/2021

Para Toda a Eternidade
Não se pode fugir da morte e a discussão sobre as possibilidades para a cerimônia de despedida estão sempre por aí, assuntos normais para Caitlin Doughty, agente funerária. Nesse livro, algumas dessas formas de homenagear aqueles que se vão em diversas partes do mundo são analisadas.

Narrado em terceira pessoa em forma documental, o livro possui uma linguagem simples, porém com certa densidade pelo formato de escrita, não sendo muito intuitiva e nem tão fluída.

A proposta do livro é fazer uma viagem cultural por diversos países e analisar como cada um deles lida com a morte, mais especificamente o que fazem com os corpos. Cada civilização possui suas características advindas de suas histórias e buscam alternativas para homenagear os entes queridos que se vão.

É interessante analisar aspectos culturais de cada país, assim como outras questões envolvidas, no caso do Japão, por exemplo, que possui um espaço reduzido de terras e seria inviável realizar enterros como acontece aqui. Já outros, a própria forma de homenagear é bem diferente e esse contraste se torna curioso e pertinente a discussão.

Outro ponto abordado está na importância de se realizar uma despedida para aqueles que se vão, seja realizando seus últimos desejos ou seguindo suas crenças e isso pode acontecer de diversas formas, o que pode soar estranho para a gente, mas que faz sentido para outras culturas.
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Craotchky 21/08/2023

Memento mori
"Em Toraja, durante o período entre a morte e o funeral, o corpo fica em casa. Pode não parecer um choque, até eu contar que esse período pode durar de vários meses a vários anos. Durante esse tempo, a família cuida do corpo e o mumifica, leva comida, troca as roupas e fala com o cadáver."

Com uma proposta super interessante e uma narrativa simpática, Caitlin conduz sua obra com a naturalidade de alguém que já lida há anos com o assunto. Este livro é um passeio pelo planeta, descrevendo os mais diferentes modo de tratar os mortos mundo afora, segundo diferentes concepções culturais. Os judeus e muçulmanos, por exemplo, insistem em enterros naturais (nos quais os corpos não são embalsamados e são enterrados sem caixão e sem jazigos. Basicamente o corpo é enrolado, quando muito, em uma mortalha e enterrado direto na terra).

Caitlin não apenas apresenta e comenta diversos modos que várias culturas empregam para lidar com seus mortos, mas também aborda, ainda que não profundamente, questões culturais que explicam as razões para a adoção deste ou daquele ritual fúnebre. Essa contextualização evita julgamentos superficiais e condenações levianas de certas práticas nada convencionais descritas no livro. Caitlin ainda toca nas questões ambientais acarretadas por algumas das práticas abordadas.

Como Caitlin conhece a indústria em torno da morte, ela também reflete sobre o quanto esse mercado (constituído por funerárias, crematórios, agentes funerários, cemitérios...) define os modelos que entendemos como aceitáveis, sobretudo no ocidente, quanto ao proceder diante do falecimento de alguém. A autora é provocadora ao apresentar iniciativas inovadoras de lidar com a morte, como cremação natural em piras à céu aberto (na cidade de Crestone, no estado do Colorado), e a proposta Urban death Project que propõe a criação de centros de compostagem de corpos em áreas urbanas. Porém, iniciativas como essas esbarram na resistência da indústria da morte, pois essas modalidades de tratar dos mortos são mais baratas e muito menos monetizáveis, o que tornaria a indústria, tal como conhecemos hoje, obsoleta.

Caitlin, a partir de sua experiência na área, várias vezes reforça a ideia de que passar um tempo razoável com o corpo do ente querido, e até ter contato com ele participando de seu preparo, exerce um papel fundamental no processo do luto; permite que o enlutado assimile melhor a perda. Nesse sentido, a autora é bastante crítica com os procedimentos mais usados na cultura ocidental, que tende a acelerar os processos como um todo, minimizando nosso contato com nossos mortos. Pessoalmente, ela se diz confortável com a ideia de ser comida por animais, afinal:

"Eu passei os primeiros trinta anos da minha vida devorando animais. Então por que, quando eu morrer, não pode ser a vez deles comigo? Eu não sou um animal?"

CURIOSIDADES:
"O funeral norte-americano médio custa de 8 mil a 10 mil dólares - sem incluir o jazigo e os custos do cemitério. Um funeral do Crestone End of Life custa 500 dólares..."
"[os japoneses] têm uma taxa de cremação de 99,9% - a mais alta do mundo."
• Em Sevilha, na Espanha, a taxa de cremação é de 80% porque o governo subsidia a cremação, baixando-a a um custo de apenas 60 a 80 euros.
"Até o começo do século XX, 85% dos norte-americanos ainda morriam em casa."
"pela primeira vez, em 2017, mais americanos foram cremados do que enterrados."

(p.s. outras coisas que, se você tiver curiosidade, vale a pena pesquisar por conta própria no Google: Rogyapa / Kotsuage / Bios Urn / Fiesta de las Ñatitas / Os mortos de Tana Toraja / Sögen Kato / Dakhma (ou Torre do silêncio) / ruriden columbarium)

(Todos os dados apresentados neste texto foram coletados do livro, portanto estão defasados em alguns anos.)
Nath 21/08/2023minha estante
No oriente (especialmente no Japão) a morte é tida como o início de um novo ciclo. Por isso a ancestralidade lá é tão forte culturalmente. Se o corpo é enterrado, os familiares tem o costume de levar comidas e sakê (bebida alcoólica) para fazer um tipo de "piquenique" sobre o túmulo do parente como uma referenda. Cansei de assistir cenas desse tipo em filmes japoneses (assisto filmes de lá/animes/mangás desde o final dos anos 90 na minha adolescência.) Já aqui no ocidente, por conta do capitalismo, a morte é um tabu, pq convém a sociedade capitalista extinguir ritos essenciais da humanidade como a ancestralidade para a população viver só para pagar contas, SOBREVIVER e trabalhar até a morte para alimentar a indústria do consumo. Para a sociedade o ocidente falar da morte é tabu já q convém ao capital o povo pensar q é eterno para usufruir do próprio capital q na sua maioria é inatingível


Craotchky 21/08/2023minha estante
Ye, acho que mais ou menos




Guilherme.Maia 19/04/2021

A sensação é de estar assistindo a um documentário macabro!
Me senti dentro de um documentário, um documentário daqueles de Hollywood, com um toque macabro.

O livro é muito bom, a escrita é leve e tem um toque de comédia, o terror do livro tem toque macabro.

O livro abriu minha visão sobre um assunto que a bastante tempo me assombrava, a morte, o tema foi abordada de uma forma muito legal, e abriu minha visão sobre o assunto.

Recomendo demais, é um livro que deve ser lido por todos!

A luz do sol é o melhor desinfetante, dizem. Idenpendentemente do que seja necessário, o trabalho árduo começa para o ocidente ao jogarmos nosso medo, a vergonha e a dor que cercam a morte para a luz desinfetante do sol.
Guilherme.Maia 19/04/2021minha estante
Você que é meu orgulho todinho!
Obrigado por tudo sua linda. ?




Ana Lee 20/12/2021

É como tirar um peso
É o segundo livro que leio da Caitlin, li primeiro "Confissões do Crematório" que ela fala sobre como é trabalhar como cremadora... foi uma experiência incrível!
Nesse livro agora, ela fez uma pesquisa gigante sobre os rituais ligados à morte ao redor do mundo, é muito rico! E a escrita dela é respeitosa e leve, ela consegue até fazer graça muitas vezes.
Eu amei demais esse livro!!! Agora só falta ler mais um dela, enquanto ela não escreve mais.
Lu 20/12/2021minha estante
Sou loca pra ler Confissões de um Crematório mas n costumo gostar mto de livros de n ficção ent tenho um pouco de medo


Ana Lee 21/12/2021minha estante
Sou suspeita pra falar, mas como ela narra em primeira pessoa, fica parecido com um diário, o "Confissões do Crematório"




May 22/03/2021

Lidar com a morte ainda é um grande tabu pra muita gente e esse livro me fez parar pra pensar sobre o assunto e como eu me relaciono com ela. A forma como cada cultura lida com o processo do luto e com os corpos definitivamente é muito diferente e comparar entre elas foi interessantíssimo. O livro é curtinho mas cheio de informações legais, a leitura é fluída e a autora tem um humor peculiar que tornou tudo menos "macabro". Vale a leitura!
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Caroline 05/09/2020

Uma nova visão da morte
Com esse livro observamos uma nova visão da morte atrás de várias diferentes. A minha favorita definitivamente foi a do Japão, foi tão especial todas. Algumas definitivamente me marcaram mais e me fizeram querer conhecer, senti a falta de mais países!
Mas achei tão especial, me ensinou a lidar com o luto de outra forma, com certeza indicarei a todos.
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Dry 06/06/2021

"though you are gone this love that you left with me will live from here to eternity"

Simplesmente um trabalho incrível, retratando rituais fúnebres ao redor do mundo, e o mais importante; respeitando as culturas e seus costumes.
Esse livre me agregou em muito, muito mesmo, me deu outra visão, .. uma visão mais empática sobre crenças, rituais .. etec, me fez ver o quanto estamos sendo egoístas de achar que só é correto aquilo no qual acreditamos.. quando na vdd deveríamos entender que independentemente da fé, .. fé é fé, não se questiona, apenas se respeita. Pois no momento de dor, o único consolo real que cada um de nós temos.. são as nossas próprias crenças.
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Leandro 29/06/2023

Maravilhoso
Me maravilhei ao descobrir tantas formas diferentes de enfrentamento da morte e do luto em diversas culturas. Leitura enriquecedora!
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Sapere Aude 25/04/2020

Para toda a Eternidade
O luto não é sinônimo de dor, é a expressão da dor. Caitlin Doughty nos faz repensar o sentido da morte e da vida. A morte é inevitável. Lembrar que um dia morreremos e discutir as possibilidades para a cerimônia de despedida torna-se impensável. Para Toda a Eternidade é o fruto de uma jornada global para conhecer o mundo de mãos dadas com a morte. Através das palavras poderosas de Caitlin Doughty e das ilustrações deslumbrantes do artista Landis Blair, vemos como outras culturas lidam com o fim da vida enquanto entendemos a nossa relação com o assunto. Na Indonésia, Caitlin observa enquanto um homem limpa e veste o corpo mumificado de seu avô, que mora na casa da família há dois anos. Em La Paz, ela conhece as ñatitas bolivianas (crânios humanos que fazem a ponte entre os mundos dos vivos e dos mortos). E em Tóquio, ela se depara com a cerimônia do kotsuage, na qual parentes utilizam palitinhos para coletar os ossos de seus entes queridos das cinzas da cremação. Narrando cada ritual de maneira respeitosa ao mesmo tempo em que insere contornos históricos e também pessoais ao texto, Caitlin investiga a história funerária no mundo, apresentando soluções inusitadas, e inicia a discussão: existe jeito certo de se despedir das pessoas que você ama? O que parece um tabu para nós pode ser transformador para quem fica. Acima de tudo, Para Toda a Eternidade é uma lição de empatia, acolhimento e solidariedade. Uma volta ao mundo de uma perspectiva inusitada ? mas enriquecedora na mesma medida. Temos muito a aprender com a morte.
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Douglas 17/01/2021

Precisamos rever a forma com que lidamos com nossos mortos.
Nos acostumamos tanto a cuidar dos mortos da maneira que estamos fazendo que não paramos para pensar: essa é a melhor forma?

A maneira na qual diferentes culturas lidam com seus cadáveres, é apresentada pela escritora que visitou diferentes países coletando informações. E ela faz isso de forma leve, afiada e até engraçada. 🕯

Cadáveres que são preservados e tem dias especiais, caveiras que realizam desejos, cemitérios super modernos, ou até deixar a natureza fazer seu papel são algumas das formas apresentadas de lidar com os corpos.

Essas culturas são apresentadas e refletimos sobre como estamos lidando com a morte. Nossos enterros rápidos, frios , caros e burocráticos são colocados em pauta. 🧟‍♂️

É um livro curto e detalhado na medida certa. Vale a pena tanto pela edição linda quanto pelo conteúdo.

Caitlin questiona o status quo, e trás importantes argumentos sobre o assunto. 👏

Sinceramente, creio que ser devorado por urubus, ou servir de abudo para árvores não me soa tão ruim. 🤔

Acompanho o trabalho da autora no Youtube, e esse foi meu segundo livro dela. Indico sem medo. (Só com um frio na barriga mesmo).

"É inquietante ver um corpo em um local que não deveria estar. É como ver seu professor de química no supermercado." ⚰️
-Douglas
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Maria Fernanda Greiner 18/03/2021

Uma obra muito informativa e interessante, foi muito legal conhecer rituais fúnebres e formas de lidar tanto com a morte quanto com os mortos com as quais não estamos acostumados.

Fico muito feliz pelas pessoas que dizem que este livro as ajudou a lidar com a morte, comigo isso não aconteceu, mas não deixa de ser uma leitura muito boa.
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Eder Ribeiro 19/01/2021

Sem morte não há vida
A morte, independente da crença de cada um, é um processo doloroso e requer um ritual de passagem que ameniza o percusso entre a dor e a aceitação. A leitura desse livro é enriquecedor por nos mostrar como a morte é encarada em várias culturas. Recomendo.
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Andressa.Michels 19/06/2022

Muito interessante
A autora fala sobre a morte vista em várias culturas pelo mundo e nos deixa mais próxima dela, mostrando o quanto ela é palpável. Diminui um pouco esse abismo que a gente acha que existe entre a vida e o fim dela.
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Paulo Silas 25/04/2021

O subtítulo do livro traduz muito bem o seu conteúdo: "conhecendo o mundo de mãos dadas com a morte", o que se dá por uma espécie de tour literário na qual a autora conduz o leitor por diversos países em que os diferentes rituais funerários são apresentados, mantendo assim ativa a curiosidade de quem lê por todas as páginas enquanto repercute também num constante pensar e repensar sobre a forma com a qual lidamos com os mortos no que diz respeito a despedida. O que num primeiro momento pode passar uma ideia fúnebre de mera curiosidade mórbida sobre o que e como se faz com os mortos em diferentes lugares do mundo (o que também não deixa de ser verdade), evidencia-se na realidade como uma excelente reflexão e aprendizado que a obra proporciona sobre a despedida daqueles que amamos.

Logo na introdução do livro, Caitlin Doughty aponta que não existe um jeito certo ou prescrito de se entender ou "fazer" a morte. Para demonstrar isso, lhe surgiu a ideia da testemunhar por conta como a morte é encarada e tratada em diferentes culturas, pelo que viajou e observou diversos rituais da morte praticados em países como a Austrália, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, Indonésia, México, Bolívia, Japão e Estados Unidos. O livro é uma narrativa sobre essas suas viagens, relatando os procedimentos fúnebres que acompanhou, suas impressões sobre as culturas locais e a constante reflexão crítica que disso tudo extraiu, somado a sua experiência como agente funerária.

"Para Toda a Eternidade" é um livro que nos convida para o questionar sobre a forma com a qual lidamos e nos despedimos dos nossos mortos. O modelo padrão ocidental no melhor estilo velório e enterro com caixão possui uma justificativa econômica por trás (que supera e muito a razão sanitária costumeiramente apontada), repercutindo no estranhamento de qualquer outra prática por se tratar de algo diferente que não estamos habituados. Essas práticas tantas existentes ao redor do mundo são narradas em precisos detalhes pela autora ao longo da obra: piras crematórias, enterros naturais, "recompostagem humana" e a entrega do corpo aos abutres estão entre os exemplos trazidos no livro. Um livro que com o seu tom mórbido satisfaz curiosidades sobre algumas culturas e a forma delas lidarem com a morte ao mesmo tempo em que ensina a refletir criticamente sobre esse evento do qual nenhum de nós escapará.
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Dai 01/08/2020

Livro muito interessante e inteligente. Me fez abrir a cabeça pra esse lado nem um pouco sombrio como pensamos ser. De um aprendizado e percepçao incrivel.
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