O Olho de Lilith

O Olho de Lilith (Org.) Mika Andrade




Resenhas - O Olho de Lilith


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__cabrera 27/09/2020

Amei
Hoje, dia da Literatura brasileira, decidi compartilhar com vocês um dos livros de poesia que mais me diverti lendo nos últimos tempos. Como a própria organizadora do livro diz ainda na apresentação, este é um "manifesto poético sobre nossos corpos". A obra reúne poemas de autoras Cearenses e surgiu depois que Mika procurou e não encontrou tantas obras de autoras originárias deste estado. A proposta é não apenas dar voz a elas, mas também discutir sobre o papel dos nossos corpos.

O Olho de Lilith abre os olhos para muitas questões da sexualidade da mulher.
Palavras que entrariam facilmente na lista de xulas são colocadas em contexto erótico e pornográfico sem perder a magia da poesia e seu romantismo. Na verdade, o que mais me surpreendeu foi exatamente que a obra não é nada vulgar, ela é bonita, sensível e sexy. Provocativa, ela deixa as leitoras naquela vontade de dar uns beijos na boca.

Mika Andrade fez um excelente trabalho ao organizar textos que desmistificam a mulher recatada e do lar que muito serve e pouco exige. A cada página se sente o prazer feminino sendo exaltado e o desejo sexual das mulheres cada vez mais perto do real, porque, afinal, sexo é gostoso e deve ser desfrutado por todos os gêneros.

Fato curioso: esta edição vem com um furinho provocativo que atravessa todo o livro e está estrategicamente colocado para ficar no dedão das mãos enquanto se lê a obra.
Rute.Lessa 10/01/2024minha estante
Menina, eu não sabia sobre essa curiosidade do dedão. Obrigada por compartilhar.




Cibele 03/06/2021

Antologia erótica de poetas cearenses
Incrível ter em mãos uma antologia erótica escrita por poetas cearenses, um livro escrito por mulheres!!
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Renata (@renatac.arruda) 21/08/2019

O erotismo sempre foi assunto tabu para as mulheres. Na literatura brasileira, Cassandra Rios foi a autora mais censurada durante a ditadura militar, por ofender os chamados "valores familiares" com seus livros homoeróticos. Gilka Machado, pioneira ao escrever poemas sobre o desejo feminino, foi taxada de "matrona imoral" e caiu no ostracismo. Já Hilda Hilst, decidiu escrever obras pornográficas como forma de protesto contra a falta de interesse do público em sua literatura e nem assim conseguiu conhecer em vida o sucesso de vendas. Em uma sociedade que divide as mulheres entre santas e putas, aquelas que ousam desafiar a "moral e os bons costumes" ao escrever sobre sexo e desejo, são consideradas malditas, obscenas e escandalosas. À mulher, cabe apenas o papel de objeto do desejo masculino, nunca o de quem deseja, se satisfaz e goza.

Para as mulheres negras, a situação é ainda mais delicada: desumanizadas pela supremacia branca e patriarcal, muitas vezes foram vistas como mulheres de sexualidade voraz e pervertida, cujos corpos estão sempre à disposição e prontos para o consumo. No entanto, algumas escritoras contestaram esta representação, ressignificando o corpo negro com sentidos positivos e conferindo à mulher negra o papel de sujeito livre para falar em primeira pessoa sobre sua sexualidade.

Nesse sentido, a Antologia Erótica de Poetas Cearenses é subversiva: organizada pela Mika Andrade, a obra reúne escritoras negras e não negras, radicadas no Ceará, que reivindicam para si o papel de sujeito do próprio desejo, escrevendo poemas que celebram a autonomia, o consentimento, o gozo mútuo e a alegria de habitar um corpo feminino. Longe de ter como objetivo chocar, ou mesmo excitar, o livro é uma celebração do prazer feminino. Leiam!

@renatac.arruda
https://www.instagram.com/p/B1ZlZbLjmKU/

site: https://www.instagram.com/p/B1ZlZbLjmKU/
Tatiane 21/08/2019minha estante
Fiquei louca para ler este livro agora que li sua resenha. ????


Renata (@renatac.arruda) 21/08/2019minha estante
Que massa! Leia sim! :)


Tatiane 21/08/2019minha estante
Lerei.


Tatiane 21/08/2019minha estante
Aparecem interrogações na 1a mensagem, mas eu havia colocado estrelinhas.


Renata (@renatac.arruda) 21/08/2019minha estante


Mika.Andrade 17/12/2019minha estante
que lindeza, Rê! ?




@mulheres.e.literatura 02/08/2019

Erótico
“erótica é a forma
como o vento assanha
teus cabelos
na praia”
📖
Esse foi um dos meus dois escolhidos para o #lendomaismulheres2019 de junho, cujo tema era “literatura erótica”. Eu nunca havia lido nada neste tema, então fiquei me perguntando como seria!
📖
Esta antologia já pode ser considerada especial simplesmente por existir: 11 escritoras cearenses produziram poemas eróticos, presentes nesta obra. 📖
Não considero que seja um livro “fácil” (no sentido de vocabulário, por exemplo), como a maioria dos poemas,na minha opinião, não o é. Mas gostei da experiência, senti que me fez pensar sobre a arte e o corpo, sobre sexualidade, sexo, sobre a erotização, desejo. Não diria que são textos “vulgares”, muito pelo contrário, apesar de achar que para alguns desavisados é assim que pode soar, pelo uso de certas palavras. A “moral e bons costumes” certamente se incomodaria, afinal, o que pensam que estão fazendo estas mulheres?!
📖
Há pouco tempo li por aqui que algumas das autoras do livro estavam cancelando eventos de lançamento desta obra, pois estavam sendo assediadas por homens. Isso mostra o quanto ainda vivemos numa sociedade machista (0 surpresa infelizmente) e o quanto o sexo e a sexualidade feminina ainda são vistos como um TABU.
📖
Por isso tudo que penso ser necessário, e extraordinário, que mulheres se apropriem da narrativa sobre seus corpos, desejos, libidos e experiências sexuais. Que se tornem protagonistas das suas próprias histórias. Livros assim são essenciais 👏🏼👏🏼📖

site: https://www.instagram.com/mulheres.e.literatura/
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Rute.Lessa 11/01/2024

Não recomendado aos crentes
O olho de Lilith é uma antologia erótica de poetas cearenses, muito divertido e excitante, comprado diretamente nas mãos da responsável por outra editora, porém goiana, a Nega Lilu.

Inicialmente o livro é encantador, cada página tem um buraquinho, que conforme a leitora Bruna Marçal é um furinho provocativo feito estrategicamente para ficar no dedão das mãos enquanto se lê. Eu acreditava que eram uma alusão ao olho de Lilith, que estava presente em cada página dessa orgia.

Notei que cada autora bebia e se inspirava muito em Hilda Hilst, com um pouco de fluxo de consciência, algumas questões existenciais e fragmentação. Me senti muito tocada em vários poemas, que destoaram de algumas páginas, já que marquei tudo de laranja.

A escrita sem pudores, a delicadeza e a "ogrosidade", o sentimentalismo, o romântico e o casual. As palavras que não seriam escritas em um texto puritano, porque "disse-me um dia p'a gente se lamber os cus" logo de inicio me pegou de jeito, a "xota molhada", o cheiro de sexo, a incredulidade do pau, tudo bem descontraído.

Assim como "Entre Páginas Goianas" que foi criado da inquietação de não ter muito obra goiana feita por mulheres, "O olho de Lilith" também teve essa inquietação de vozes cearences, organizado por Mika Andrade, mas fora do padrão, erótica, com perspectivas femininas com a individualidade de cada uma.

Não recomendado aos puritanos de plantão e aos que consideram blasfêmia brincar com histórias sagradas.
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Delirium Nerd 03/09/2019

Um olhar erótico na poesia feminista nordestina
Em tempos em que o preconceito regional do Brasil recentemente ganhou, novamente, a mídia, nada mais importante do que ressaltar as obras nordestinas e sua qualidade com uma resenha do livro “O Olho de Lilith“, fruto do projeto Escritoras Cearenses (Escritoras CE) e publicado pelo selo Ferina. É interessante que na contracapa dessa antologia poética, a poeta e organizadora Mika Andrade escreva: “caço poetas sentada no chão das livrarias, encontrando, com muita dificuldade, os nomes das mulheres que resistem entre os vários homens publicados. No entanto, o que raramente encontro são poetas nordestinas”.

Ela, portanto, levanta não apenas o preconceito de gênero que ainda marca a literatura poética. Ainda que haja grandes nomes femininos no meio, a discrepância de publicações ainda é considerável – algo que levaria Hilda Hilst, por exemplo, a explorar novos campos de escrita. E dos nomes que se sobressaem, também as marcas de uma padronização caucasiana e de origem ou estrangeira ou sulista mostram-se presentes.

Em “O Olho de Lilith“, então, o erótico torna-se palavra. A voz das não ouvidas é transformada em grito através da escrita ritmada, embora nem sempre rimada. É a luta em palavras para que o direito à autonomia sobre o próprio corpo possa ser exercido e tornado fato ao invés de apenas palavras em um discurso vazio. O grito ecoa, como o prazer de uma mulher que se liberta. E escancara assim os (des) pudores de indivíduos que tiveram essa parte de si ocultada também de si.

“Eu escrevo esta apresentação como quem tenta matar vários fantasmas e digo a vocês, leitoras e leitores: não é fácil. Não é fácil, porque a cada onze minutos uma mulher é estuprada e, quando a vítima faz a denúncia, a culpa do crime se volta contra ela”. Assim escreve a curadora Jarid Arraes. E não é fácil ler que a sexualidade feminina tão usualmente é conectada à violência. Não pouco se fala sobre o recurso das mulheres na geladeira no entretenimento. E não raro é ver que as mortes ou outras dores femininas como recurso de roteiro também estão atreladas a crimes sexuais. E isto é apenas um reflexo da sociedade.

A sexualidade feminina é vislumbrada como objeto de desejo masculino, não como parte de uma mulher enquanto ser humano. Se não serve como tentação, serve como sofrimento. A mulher, contudo, é geralmente vista como coadjuvante de sua própria sexualidade. Nunca é, portanto, a agente viva que a experimenta. E quando a experimenta, é vilã. É a bruxa das histórias, que tenta os homens em seus instintos animalescos, os quais não sobrevivem ao velho canto das sereias. E é tão triste que às sereias não seja permitido cantar para si e por si.

Então, ao ler “O Olho de Lilith“, vem esse misto de sentimentos. É a dor de saber que enquanto algumas já possuem uma liberdade de falar de sua sexualidade ou de ler sobre isso, outras tantas ainda morrem. E são culpadas, são queimadas por apenas serem. Isto, contudo, não retira o dever de falar sobre. Afinal, as mulheres também são seres dotados de desejos, cujos prazeres e cujo corpo ainda são pouco explorados, como se vê, por exemplo, no livro “Viva a Vagina“.

Certa vez, no livro “Cenas Londrinas“ de Virginia Woolf, havia uma frase introdutória, de algum tradutor ou editor masculino desacostumado com a escrita crua, pura, sem rodeios de Virginia – algo a que chamou de uma escrita masculina da autora. No entanto, desde então, atormenta a pergunta: o que seria uma escrita masculina? Ou ainda melhor, o que diferencia uma escrita masculina de uma escrita feminina? E é engraçado que na visão popular, a mulher ora seja vista como a dama dos floreios e ora seja vista como a carrasca matriarca. Não há meio termo. Mas o que tampouco há é o espaço para a que a escrita, crua, sincera, pura de desejo e carregada de sexualidade abra caminhos em meio às mulheres.

O que aqueles que defendem essa padronização genérica se esquecem é de que o próprio meio editorial é seletivo. Em um momento em que a internet possibilita a publicação diversa e inclusiva, esquece-se que não apenas nem sempre foi assim, como o mercado editorial ainda continua seletivo. De fato, a publicação de mulheres tem melhorado. Hoje encontra-se autoras negras, trans, nordestinas, embora não se possa dizer ainda que não é sem dificuldades, luta e resistência delas.

Ao estabelecer uma definição com base em um histórico, contudo, é preciso analisar que nem sempre houve essa brecha. Muitos livros foram queimados – figurativamente ou literalmente. Muitas vozes foram silenciadas. Quantas outras autoras que não a europeia caucasiana Virgina Woolf não poderiam ter sido publicadas ou foram ignoradas, porque não possuíam a escrita da dita “feminilidade”?

De modo algum quer-se desmerecer o trabalho de Virginia Woolf, uma mulher importante para as lutas feministas, sim. E “O Olho de Lilith” sequer chega a mencioná-la. Mas o que a coletânea brasileira faz repensar é tanto a linguagem utilizada quanto as escolhas políticas e sociais por trás dessa escolha. As autoras poderiam ter retratado o sexo de forma figurada, mas optaram por ir direto ao tema do prazer, sem rodeios. E ao escolherem dessa forma, também foram contra um padrão imposto socialmente.

A escrita de “O Olho de Lilith” varia por óbvio. São autoras distintas reunindo suas visões diversas. Mas, em geral, são diretas. Querem explorar o prazer em sua natureza, a voracidade do desejo. Para quem está acostumada a uma poesia muito figurativa, ao estilo da poesia de Rupi Kaur e Amanda Lovelace, talvez soe estranho. Está mais próxima da escrita de Hilda Hilst, mas possuem suas particularidades. E esse estranhamento é importante para que se rompa com uma norma invisível.

“Minha carne é profana: perdoai. não: minha carne é profana. perdoai: já não importa. não importa: sinto o afago. e um sopro: arrastando tudo por dentro”. Escreve Sara Síntique em Afago. Diante do prazer, o que é o perdão? Talvez seja o momento do paraíso ser reconstruído como essa vivência dos desejos sem a castração metafórica e cultural. E como escreve Jesuana Sampaio em Profanidades: “Serei sua. Sem deixar de ser minha“.

Lilith, conta o mito, foi a primeira mulher de Adão. Ao se recusar, contudo, a se submeter a ele, foi expulsa do paraíso. E durante eras, Lilith é tomada como um demônio, porque ousou acatar a vontade masculina. Lilith questionou a autoridade de quem lhe era igual e, por isso, padeceu. Não é por acaso o título de “O Olho de Lilith“.

As mulheres são expulsas de tantos campos. Basta olhar nas ruas ao amanhecer ou ao entardecer. O mundo é dos homens, porquanto as mulheres estão acorrentadas. Elas estão presas em prisões culturais, acometidas pelo peso da culpa de quando tentam se libertar. “Porque o mundo é perigoso”, toda mulher ouve um dia. Mas quem é o perigo, se ensinam a todas que a vivência de sua integralidade, o prazer de brincar com a língua, leva à dor?

“O Olho de Lilith“, enfim, é um desses livros que dá prazer em ler. Transforma a raiva por uma sociedade em movimento. Desperta o desejo. Faz repensar a forma como o prazer feminino é visto e retratado, como é sentido. Porque a sexualidade é humana, mas nem todas são livres para vivenciá-la. E dá gosto ler algo brasileiro, algo que não se restringe à literatura do Sudeste e do Sul, para mostrar que a mulher brasileira escreve bem, a mulher brasileira não é apenas o estereótipo da sensualidade em prol do prazer masculino, e a literatura nordestina é vasta e deve ser lida com a seriedade que merece.

Anna K. Lima, Argentina Castro, Ayla Andrade, Bianca Ribeiro, Jesuana Sampaio, Mika Andrade, Nádia Camuça, Nina Rizzi, Sara Síntique, Suellen Lima, Vitória Régia. Todas mulheres que mostram, como nas palavras de Síntique em Xota, “que erudição se rende aos gemidos / liquefeita / rompe o silêncio do mundo“.

site: https://deliriumnerd.com/2019/09/03/o-olho-de-lilith-resenha-poesia-feminista-nordestina/
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@dropsdeleitura 18/01/2020

"Eu que sou em parte grandes áreas úmidas
Digo:
Tua boca é uma afronta
Quando não me come."

Organizado por Mika Andrade e apresentado por Jarid Arraes, "O olho de Lilith" conquistou espaço na minha mesa de cabeceira, trazendo páginas repletas da sensualidade e do erotismo feminino cearenses, tão tipicamente quentes e, até a publicação deste livro, tão tipicamente escondidas.

Sim.. porque falar de sexualidade feminina, do prazer autônomo da mulher, é tabu. Não adianta fingir o contrário.

Ainda ficamos coradas ao dizer em voz alta palavras como "masturbação", "vagina", "vibrador".. O prazer livre ainda é interditado para nós mulheres. Ainda lutamos para gozar sem culpa. Ainda lutamos para reconhecer nossos corpos também como fonte de autoprazer.. e não falo só do sexo.

Falo também do corpo punido por não caber no rótulo, impedido até do prazer de sentir o calor do sol. Falo das palavras proibidas que limitam o discurso e, portanto, limitam a ação e a liberdade. Falo da interdição da autonomia, sob pena de ter o corpo castigado, violentado, machucado, regrado.

"O olho de Lilith" não é só um livro de poesia erótica. É um ato revolucionário. É um grito (ou um belo gemido) na cara do patriarcado. É um jorro necessário pra lembrarmos de que é preciso sentir tesão na vida!
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Natália 09/02/2021

Eu estou completamente apaixonada por essa obra. Perfeita do começo ao fim. Todos os poemas me cativaram de uma maneira ou de outra, me peguei relendo alguns e devorando todos. Confesso que serei obrigada a conhecer um pouco mais do trabalho de cada autora que contribuiu com essa antologia.

A diagramação do livro é simplesmente excepcional, uma das melhores que eu já vi na vida. Também quero elogiar a ilustradora, amei os desenhos. O tamanho do livro físico é pequeno, então é possível levar para qualquer lugar e guardar facilmente em qualquer cantinho da bolsa.
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touryu 18/07/2021

É aquilo né...
Me empolguei bastante quando vi que o livro tinha sido escrito por mulheres cearenses, nordestinas como eu, mas acabei me decepcionando.

Majoritariamente as poesias são superficiais, não senti a revolução que falaram na propaganda que me fizeram, não senti uma motivação maior na escrita além da pura expressão do ato sexual (a liberdade de falar sobre tal assunto, uma revolução, sei lá, esperava qualquer coisa nesse âmbito e não recebi).

Minha nota foi especialmente para os poucos poemas que me mostraram algum sentimento além da pura descrição de um ato sexual, como Vulva Termostática, Rotina, Às Vezes Fim de Tarde Às Vezes Domingo, Primeira Vez, etc. Se pudesse arrancaria as páginas melhores, guardaria para mim e o resto levaria para uma doação.
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