Sunnys.file 19/12/2023
Um livro sensível e intrigante
Esse é o livro 2 da trilogia "o colecionador" de Dot Hutchison e conta com Priya como uma das personagens principais, a menina perdeu a irmã mais velha em um assassinato feito por um serial killer (o foco do livro).
Acompanhamos a investigação feita pelos mesmos policiais do livro anterior e a relação de Priya e com a mãe, que lidam diariamente com o luto enquanto parecem que estão cutucando suas feridas toda vez que mencionam algo novo dessa investigação.
A narrativa se inicia com a descrição do primeiro assassinato pelo serial killer, que pode ser desconfortável de ler. Em seguida, somos apresentados aos personagens.
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? É possível ler esse livro sem ler o primeiro?
Sim, a única coisa que se repete são os policiais e em alguns momentos vemos como anda o caso das borboletas na justiça, nada muito importante para o livro, mas claro, se você ler o livro anterior, vai se sentir mais próximo dos personagens.
?Pontos negativos:
- Escuto muita gente reclamar que é um livro enrolado, eu pessoalmente não achei, toda a "enrolação" serve para conhecer os personagens e deixar eles mais sensíveis.
- Realmente quando chegamos ao final do livro vemos que na vida real os policiais já teriam desvendado o crime já no início, o que não ocorre, por isso, pode ser um pouco desconfortável ver como houveram tantas pistas e eles não pegaram.
- Dizem também que o relacionamento do agente Eddison com a Priya é estranho por ela ser menor de idade, acredito que isso depende de como você lê e se já tem algum gatilho do tipo, em nenhum momento eles tem um relacionamento amoroso, apenas como amigos e ela o vê como um pai, então também não considero isso tão negativo assim.
? A Priya:
Que menina sensacional, é sem dúvidas a minha personagem literária de todos os livros que já li na vida. Além de enfrentar o luto, Priya sofre de bulimia, tem uma relação complicada consigo mesma enquanto se apoia emocionalmente na mãe e nos policiais, é o personagem mais humano que já vi, sua visão sobre fotografia, escrita, quando fala da irmã... É tudo tão profundo e doloroso... Deixo aqui quatro trechos do livro para vocês:
"Tiro fotos de tudo mesmo assim, apesar de saber que vão ficar horríveis no celular, porque fotografar é o que eu faço. De algum modo, o mundo parece um pouco menos assustador se consigo manter as lentes da câmera entre mim e todo o resto"
"Foi nesse dia que me apaixonei por Eddison também, como se ele fosse alguém da minha família, um amigo, porque os olhos admitiam que eu não estava bem, e o relacionamento dizia que eu ia ficar"
"Chavi e eu sempre fomos próximas de minha mãe. Tem um limite firme nessa relação entre amiga e mãe, e se uma situação alguma vez se aproximasse desse limite, ela sempre se posicionaria como mãe. Mas enquanto o limite fosse respeitado, ela podia ser, e foi, e é, as duas coisas"
"Essas fotos são divulgadas em todos os lugares, porque nossa cultura é fascinada pelo crime, porque achamos que a dor de uma família é para consumo público"
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