Amanda.Mendes 02/07/2021Nudez humanaAtravés de "Trago comigo as dores de todos os homens" podemos espiar um pouco da vida de Gustavo, um poeta de certo modo amargurado e direto ao ponto.
Esse é o 2° livro que leio do Roberto e que gostei tanto quanto "Julho é um bom mês para morrer". Entretanto, ao contrário de Julho, não tive uma identificação imediata com a obra/personangens. O início da narrativa é bem lento e só me "conquistou" +/- na metade do livro.
Apesar de algumas polêmicas envolvendo a obra elas não foram o suficente para me fazer odiar o livro, uma vez que sei bem separar a ficção da vida real.
A escrita de Roberto é fluida e inteligente, não há ponto sem nó. Além disso, tenho percebido nos últimos 2 livros que ele costuma escrever personagens reais, que mostram a essência do ser humano que todos tentam esconder, e de histórias marcantes. Isso pode causar uma estranheza para o leitor que busca uma leitura com temas sérios romantizados.
Se a natureza humana não segue o politicamente correto, por que deveriam os livros? Não nego a importância da luta, mas há que se reconhecer que os impulsos naturais do ser humano não seguem essa linha. Discutir sobre é muito válido para o tipo de sociedade que queremos no futuro, mas a literatura não foi feita apenas para produzir romances clichês que têm personagens com defeitos socialmente aceitáveis.
Por isso, te convido a mergulhar nesta obra por inteiro, esquecendo dos seus valores e do que é socialmente correto/aceitável. Deixe-se guiar pelos simples extintos da natureza humana evidentes pelos hormônios, talvez você encontre uma reação que não esperava ter.