Notas do Subterrâneo

Notas do Subterrâneo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Notas do Subterrâneo


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Matt 17/08/2009

Obra de desmistificação e intensidade.
"Notas do Subterrâneo" não é uma obra de pretenção palavrosa.

Em uma linguagem simples, expõe aspectos da natureza humana de forma crua e sem rodeios, deixando que o personagem e suas atitudes mostrem, por si mesmas, cantos esquecidos da subjetividade do leitor, de forma que esta identificação entre o leitor e o personagem bate de frente com conceitos estabelecidos pela convenção social, e neste confronto, o sujo aparece como sinônimo de humano, mostrando que a sordidez é mais natural e humana do que parece ser.
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Vincent 10/09/2021

Incrível
Esse livro é dividido em duas partes. Dei muita sorte. Para mim seria impossível entender a primeira parte e desfrutar da segunda se não tivesse acabado de ler "O lado certo da história" do Ben Shapiro. Não é exagero. Se não tiver literalmente acabado de ler o mencionado livro nem compensa começar este. É 99% da experiência saber do que ele tá falando e por conta própria é virtualmente impossível. Dito isso, o livro é absurdamente bom e difícil de largar.
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Henrique_ 12/09/2017

Denso
Denso é a palavra que mais bem expressa minha impressão a respeito deste livro. Apesar de curto, sua leitura não é trivial. A primeira parte é um baque pela carga de amargura e pessimismo do narrador-personagem. A segunda, mais fácil de ser lida, leva o leitor a compreender um pouco da vida no subsolo. Observei uma série de referências às mais diversas áreas da política, filosofia, história, sociedade. Para aqueles que se interessam por literatura em seu mais alto grau de sofisticação, essa obra é um deleite. Dentre as obras dele que li, só não supera "Os irmãos Karamázov".
Eduardo 12/09/2017minha estante
Já quero! Hahaha


Henrique_ 13/09/2017minha estante
Eduardo, acho que você se amarrar neste livro.


Eduardo 13/09/2017minha estante
Também acho, Henrique :D
Quando montei minha meta pra esse ano, tava pensando em colocar esse no lugar de Os irmãos Karamázov, mas acho que, se a vida colaborar, leio os dois ainda em 2017 haha




jungesartur 08/10/2023

Um homem consciencioso
Acima dos demais, mais inteligente mais culto
Que não se deixa arrastar pela trivialidade
E que tem um certo sadismo, um prazer no próprio veneno que secreta
É muito bem estruturado o livro
Não é muito longo
Nos poupa o tempo
Pode parecer um personagem desprezível, e podemos ter pena dele
Mas eu me identifiquei com ele em diversas passagens
Com esse homem do subterrâneo
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readbarbss 29/02/2024

Foi minha primeira experiência com Dostoiévski e mal vejo a hora de conhecer mais sobre esse autor. Gostei principalmente de como ele sabe aproximar o leitor de pensamentos tão secretos e contraditórios que o mesmo se corrige.
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Viviane 08/07/2010

Uma das obras mais sofridas de todos os tempos...
De maneira incrivelmente existencialista, Dostoievski nos coloca em xeque ao aflorar, em nós, sentimentos que nunca admitíriamos.
Neste magnífico livro, até a ciência é desafiada.
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Leonardo1316 20/09/2015

“Sou um homem doente, um homem mau, um homem desagradável”

“O personagem central do romance é um homem que vive solitário entre a multidão, oscilando entre o orgulho e a autodepreciação que busca ser entendido e amado pelos seus semelhantes e, ao mesmo tempo, despreza a necessidade de se conformar a padrões tidos e havidos como aceitáveis ou até recomendáveis pela maioria. A crônica de sua paradoxal existência, quase sempre dominada pela humilhação e pela insegurança, revela uma figura marcante e inesquecível que se incorporou para sempre ao universo literário do mestre russo. A figura central do narrador/protagonista, oscilando entre grandeza e miséria, coragem e covardia, lucidez e delírio, a cada instante nos propõe desafios morais e intelectuais que nos tocam no mais fundo de nossa capacidade de refletir e julgar, levando-nos às certezas da dúvida e à instabilidade emocional que, segundo Dostoievski são inerentes a todo e qualquer ser humano e para todo o sempre lhe dificultarão a plena conquista da felicidade.”

O homem do subsolo é um amargo, isolado, sem nome. Este personagem, não menciona seu nome em momento algum, encena na primeira parte do romance um grande monólogo com a intenção de "comover" de alguma forma seu leitor. Este leitor é de suma importância que seja detectado na leitura, pois o discurso do narrador é "moldado" por seu receptor, dessa forma o seu monólogo, na verdade, é uma grande evocação de discursos alheios que são parodiados de uma forma zombeteira e às avessas.

Dúvidas, falhas, conflitos internos, questionamentos sobre caráter e sobre o ser humano. Essas e outras questões serviram de base para Dostoiévski criar uma verdadeira obra prima da literatura com cunho existencialista. “Notas do Subsolo” é um livro curto (em torno de 150 páginas, dependendo da edição), mas extremamente denso. O autor introduziu nesta obra, ideias de moral, política, filosofia que mais tarde seriam aplicadas em suas obras primas: “Os Irmãos Karamavóz” e “Crime e Castigo”.

O personagem chega a dizer que é um homem mau, ou age como tal, mas que pode ser agradado e visto como uma pessoa de bem. Essa incapacidade de se livrar do peso moral o aflige. Diz que os homens sanguinários eram cultos e inteligentes, e que ele mesmo gostaria muito de encontrar um motivo para dar sentido a sua vida, como os chamados homens de ação.

Lendo este livro eu pude entender o motivo da literatura russa ser tida como complicada e difícil compreensão. “Notas do Subsolo” não proporciona uma leitura fácil ao leitor. Considero esta obra um marco para a literatura, pois Dostoiévski traz filosofia, psicologia, política para a literatura. Entretanto, esta obra apresenta um alto teor filosófico, pois apresenta vários traços da filosofia existencialista. Por isso, é necessário que o leitor tenha algum conhecimento sobre este assunto antes de iniciar esta leitura.

Apesar de ser pouco conhecida, Dostoiévski nos deixou uma obra de caráter excepcional. Com uma linguagem simples, irônica e crua, ele traz a tona aspectos da existência e da subjetividade humana. Se você tem interesse em ler clássicos da literatura e principalmente de Dostoiévski, este livro é um excelente começo. Uma leitura incrível e fascinante que vale muito a pena ser lida.

“(...) Deixe-nos a sós, sem livros e ficaremos confusos, perdidos, não saberemos a quem nos unir, o que devemos apoiar; o que amar e o que odiar; o que respeitar e o que desprezar.”

site: http://prafalarsobrelivros.blogspot.com.br/2015/09/notas-do-subsolo-fiodor-dostoievski.html
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leonardo.capis 23/06/2021

Romance do grande escritor Fiódor Dostoiévski, “Notas do subterrâneo” é mais uma dessas preciosíssimas joias da literatura russa, da qual, porém, ainda conheço muito pouco. Devo dizer que foi inevitável a impressão que o autor me deixou ao ler esta obra: a de que realmente fora um homem que sabia das coisas. Este livro me foi emprestado, mas é certo que comprarei um exemplar para mim.

O livro tem duas partes: a primeira – mais psicológica – o subterrâneo. Este é onde “habita” o narrador, um homem extremamente complexo que se desnuda para o leitor mostrando do que é feito esse seu “habitat”; nesse processo de exposição de si mesmo, mergulhamos em singularidades do comportamento humano degradante como: o isolamento social, a humilhação, a relação razão X vontade, a consciência, o prazer no comportamento vil etc. Já na segunda parte, o narrador fala sobre o seu passado, mais especificamente de períodos em que seu subterrâneo fora forçado pra fora.

O personagem/narrador é um perturbado, para dizer o mínimo, isso é um fato. Mas as incontáveis vezes que consegui identificar alguns de seus comportamentos e pensamentos, não somente em mim, mas também em outros conhecidos, foi também perturbador; talvez isso também seja uma das grandes provocações do autor para nós: que temos mais em comum do que pensamos ou gostaríamos de admitir.

Confesso que algumas vezes me peguei rindo da miséria do personagem, não pela sua miséria em si, mas da consciência que este tem do quão prejudicial e infeliz é seu comportamento que o leva tantas vezes a situações humilhantes (as passagens sobre o oficial que o ignora e o reencontro com seus “amigos” da escola são geniais).

Li esse livro duas vezes. A segunda vez, é claro, foi ainda melhor. É um romance curto, mas não tão leve de se digerir. Talvez não seja um livro do gosto de todos, talvez precise de um certo timing. Desnecessário dizer para aqueles que já conhecem melhor do que eu a escrita de Dostoiévski: é irretocável. Sua ironia é de uma elegância rara (às vezes me lembrava Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas; uma viagem minha?). A forma com que conseguiu discorrer sobre a complexidade das sensações deste personagem é memorável; vê-se aí que não estava dizendo nada da boca pra fora.

A obra é sobre uma perspectiva de uma das faces da mente humana que procuramos esconder, fingir que não vemos: o comportamento deteriorante, muitas vezes inexplicável racionalmente. As angústias do personagem passam uma verdade inconteste, pois se por um lado a obra é uma ficção, por outro está calcada na complexidade real da nossa psique. Indico para pessoas que gostem de psicologia e afins ou simplesmente para pessoas corajosas o suficiente para se reconhecerem com o personagem.

site: https://trincheirasdoocio.wordpress.com/2021/02/04/notas-do-subterraneo/
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Hudson 21/02/2011

Notas do Subterrâneo não é um livro fácil e muito menos simples.


é um livro que eu já li algumas vezes, porém cada leitura é
completamente nova, fazendo com o que o leitor sempre perceba algo de novo.


O Homem do Subsolo, assim como o Sonhador de Noites brancas não tem nome
acho interessante essa forma estilística de "Dostô" acredito que para
ter uma dimensão ora limitada, do personagem e se ater realmente ao que
importa, ou seja acho que é uma forma de se fixar mais na história do que
no personagem.


o Homem do Subsolo talvez seja um personagem único na literatura, é um retrato de muito do que acontecia na Rússia no aspecto histórico das transformações sociais advindas, visto que a política vigente na época sofria um séquito sem fim de protestos.



O Grande pavor sobre tudo, a inadequação social extremada a crítica aos
padrões sociais, e até mesmo muitas vezes contra a própria natureza humana
são algumas características desse grande personagem.



o fato é que ainda sim O Homem do Subsolo é um personagem muito dúbio,
apesar de ter poucas relações pessoais, ainda sim elas discorrem de um modo
muito estranho, e por incrível que pareça muito necessário apesar de muito
estranho e algo quase que vital para o personagem.



a Existência, mesmo que efêmera porém ainda sim se faz necessária
nesse jogo quase infinito de supremacia sobre o próximo e sobre si
mesmo o homem do subsolo, desafia a todos, e se desafia continuamente.

Ainda sim ele também parece Cérebro o cão guardião da porta do inferno de 3 cabeças com hidrofobia em seu nível extremo...

mas sempre brilhante...



Dostoievski construiu um dos maiores livros escritos, e um personagem
forte, implacável seria o melhor termo, o Homem do Subsolo por mais
que se seja tão pleno em suas convicções, também mostra-se um ser humano
muito pleno em um visão reflexiva pós leitura do livro, analisando acredito
que cada um chegará as conclusões acerca da estranha "humanidade" desse
Homem implacável.


Um dos melhores livros, já escritos sem sombra de dúvidas.



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Deise Santos 02/03/2012

Questões humanas em questão...
Até onde o ser humano pode ir para não ficar por baixo? Até que ponto a posição social influencia na vida de alguém? Humilhar alguém é a maneira mais fácil de sentir-se bem e, além disso, poderoso, dono da verdade? Quando o ser humano reflete sobre suas atitudes e atos e o quanto isso influencia na vida do outro? Dostoiévski e as questões humanas. As falhas, dúvidas, guerras internas, questionamentos do caráter e do SER humano. Apesar de ser um livro pequeno, Notas do Subterrâneo é denso como qualquer outra obra de Dostoiévski. È o existencialismo ganhando as páginas de um romance, publicado em 1864, onde um funcionário público aposentado narra sua vida através de um diário. O subterrâneo aqui é a posição humana em relação à sociedade, é ao quê o homem se submete durante sua existência.

Deise Santos
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Pih 25/02/2022

Real até demais
Honestamente não achei que pudesse gostar tanto de um livro filosófico. Dostoiévski, era um velho amargurado que perdeu qualquer esperança na vida, ou nas relações sociais. Percebi duas formas de interpretar este livro ? por mais que saiba que podem ter milhares ? uma delas é a visão que nada importa, todos morreremos e iremos ao mesmo buraco porque todos somos insignificantes, ser amado ou temido não tem muita diferença, e a maior tirania é a ignorância e a inconsistência das pessoas. Por outro lado você pode vislumbrar a obra de um ponto de vista otimista; se nada importa, na vida se faz a própria importância. Eu acredito na primeira, mas a quem o diga que não sei de nada.
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Michelle Lopes 17/03/2024

Um clássico, que deve ser lido com atenção e reflexão.
Dostoievski costuma ser uma leitura difícil, que exige atenção e reflexão para conseguir aprofundar. Nesta obra, traz um anti-herói, que fala de forma extrema sobre aspectos comuns a todos nós, em alguma medida.

O personagem é emocionalmente instável, traz ambiguidades entre a necessidade de aceitação e pertencimento e a sua individualidade, com desprezo por certos padrões sociais ao tempo em que tenta se adaptar a eles em certos momentos.

Contando histórias que ilustrem sua vida no subterrâneo, traz uma crônica pesada, com reflexões interessantes.

O livro é um clássico da literatura russa e vale à pena ser lido! Mas é preciso levar em consideração a necessidade de atenção e reflexão que falei no início!

Algumas passagens:

"(...) o homem gosta de se lembrar fos seus males, mas não se detém em suas alegrias" p. 109

"(...) antes de acusar os outros, é preciso que nós mesmos aprendamos a viver!" p. 111

"Chegamos quase a considerar a vida real como um esforço, como um trabalho pesado, e concordamos entre nós que nos livros a coisa é melhor. E o que buscamos? Que queremos? Nem nós temos ideia; e se nossos ambiciosos pedidos fossem atendidos, seria pior para nós. Tentai, por exemplo, dar a qualquer um de nós um pouco mais de independência, desamarrarmos as mãos ampliar nosso raio de ação, acabar com a tutela... Pois bem, asseguro-vos que imediatamente pediríamos para ficar de novo sob tutela." p. 143
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