Negrinha

Negrinha Monteiro Lobato




Resenhas - Negrinha


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Ingrid_mayara 04/07/2018

Excelente
Motivada pelo conto "Felicidade Clandestina", da Clarice Lispector, deixei de ler apenas excertos ou adaptações das obras de Monteiro Lobato e li As Reinações de Narizinho. Acho que o autor desperdiçou seu talento em escrever criando histórias inacreditavelmente racistas.

Hoje completa setenta anos que o autor faleceu, por isso me lembrei que sempre quis ler o conto Negrinha. Prefiro não me ater aqui ao enredo, pois é bem curtinho. Sendo assim, a única coisa que posso dizer, por enquanto, é que pude notar a irônica crítica à sociedade racista ao descrever uma personagem:

"Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora. Em suma, “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. 'Ótima, a dona Inácia'...".

Embora eu tenha gostado de ler Negrinha, acho que o fato dessa obra ser irônica não reduz o fato de que há diversos indícios de racismo nas obras de Monteiro Lobato. Ele certamente contribuiu bastante com mitos e expressões racistas. Fico imaginando agora como seria se ele não tivesse publicado seus pensamentos, e que, provavelmente, se não fosse ele, seria outro a fazer o mesmo. Infelizmente.

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
Thiago 04/07/2018minha estante
Esse conto é muito pungente.


Dan 17/08/2022minha estante
Um dos melhores contos de nossa literatura.




Alcarinquë 21/01/2009

A nossa Pequena Vendedora de Fósforos..
Li ondem este livro, e o conto Negrinha é sublime!!
Me lembrou o conto "A Pequena vendedora de Fósforos", do Andersen..
Chorei, chorei sim, com a história triste daquela pequena menina, que não sabia o que era brincar, e mal o soube..

As outras histórias também são cativantes, e mostram muito do nosso Brasil cafeeiro, de um tempo que muitos tem saudades, mas que tem tantas coisas tristes, cômicas e absurdas..como hoje em dia.
Priscila 01/04/2019minha estante
Também chorei muuuuito com esse conto. Chorei que passei vergonha dentro do metrô. Não contive as lágrimas.




Arlindo.Ramos 06/07/2023

Negrinha
Esse ano, estou lendo mais livros de contos. Nunca tinha lido algum livro adulto de Monteiro Lobato e gostei.
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Ana Rayssa salazar 29/12/2022

Por ser um conto crítico e irônico ao racismo em que ainda persistia na mente da sociedade no século XIX, tempos depois da abolição da escravidão, é razoável.
Mas é bem triste o destino final da personagem principal e o que causou a sua morte.
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Alessandra Pedrotti 13/01/2021

Péssimo, triste e cruel
Escrevi essa resenha para um trabalho da disciplina de Literatura Infantil (curso Letras).

Não existe maneira simples e fácil de apresentar minha opinião sobre essa obra se não dizendo: esse foi um dos piores textos que já li na vida. Não há trabalho com as palavras ou relevância para a literatura nacional que justifique (ou perdoe) a atrocidade racista que é esse conto.
Negrinha, conto que leva como título o nome da personagem principal, trata da história de uma criança de 7 anos de idade, órfã, filha de escravos, que fora mantida como propriedade de sua sinhá depois da libertação dos escravos no Brasil como um “agrado”, já que a criança não tinha família para cuidar dela. A sinhá, D. Inácia, utilizava a criança como um saco de pancadas para descontar seus ódios e frustrações torturando a menina.
A leitura do texto é difícil para um indivíduo do século XXI, que tem noção de como o período escravagista no Brasil foi cruel e desumano e que seu impacto é sentido pela população preta até os dias atuais. Conhecendo a vida de Lobato, como herdeiro de um senhor de escravos, apoiador da eugenia e admirador da Ku Klux Klan (como dito pelo próprio), não podemos de maneira nenhuma enxergar a obra “Negrinha” por algo além do que ela é: o espelho dos pensamentos do homem racista que a escreveu.
Não bastasse o racismo sem fim do texto (posso estar soando repetitiva, mas o conto também é), gostaria de destacar um trecho em específico que demonstra também, o machismo do autor:
“Varia a pele, a condição, mas a alma da criança é a mesma — na princesinha e na mendiga. E para ambas é a boneca o supremo enlevo. Dá a natureza dois momentos divinos à vida da mulher: o momento da boneca — preparatório, e momento dos filhos, — definitivo. Depois disso está extinta a mulher.” (p. 3).

Podemos ver, pelo destacado no trecho, que Lobato consegue, em um conto curtíssimo, classificar uma personagem (que representa sabe-se lá quantas crianças daquele período) como inferior não só por ser negra, mas também por ser mulher.
Frente a todos os pontos apresentados nessa resenha e conforme o posto por Reginaldo, no texto “Obra infantil de Monteiro Lobato é tão racista quanto o autor” (em concordância com o parecer técnico do MEC sobre a permanência das obras de Lobato no PNBE), as obras do autor devem ser lidas sob a ótica de indivíduos conscientes de que esses textos apresentam uma visão racista e eugenista, que não estão acima de críticas e que, em momento nenhum, devemos ler uma obra a separando do autor, pois a arte é um produto direto, uma representação alegórica dos pensamentos e caráter do seu criador.
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Jean Bernard 30/08/2021

Monteiro, o complexo
Como já havia explicado na resenha sobre ?Urupês? do mesmo autor, Monteiro foi um homem difícil se enquadrar em um estereótipo. Com essa leitura, fico mais confuso. Faz críticas pesadas à escravidão. Fala se pessoas reais. Diz mesmo se emocionar quando encontra um homem (preto) que investe em um negócio de exploração de petróleo (quando Monteiro acaba preso), mesmo sendo alertado dos riscos. O pobre homem reponde-lhe: ?Quero ajudar o Brasil?.
Sem dúvida um homem complexo e ótimo escritor.
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Prof. Edivaldo 15/08/2020

Negrinha
Até então conhecia pouco ou quase nada da escrita adulta de Monteiro Lobato. Os contos aqui, longos, por sinal, revelam um escritor que tem o domínio da escrita. Por vezes, utiliza-de de um vocabulário rebuscada, o que obriga o leitor a consultar o dicionário. O conto Negrinha é excepcional. Leitura altamente recomendável.
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Paul Law 16/12/2020

Contos de um Brasil em busca de identidade
Negrinha é um livro de contos de Monteiro Lobato, publicado no ano de 1920, cuja temática, geralmente, é sobre o papel do negro na sociedade brasileira logo após a abolição da escravatura. O primeiro conto, o que dá título ao livro, já foi transcrito integralmente aqui no blog (veja).

Além de Negrinha, a história de uma garotinha criada por uma antiga senhora de escravos, temos outros contos, dentre eles: Fitas da Vida, O drama da geada, O Bugio moqueado, O jardineiro Timóteo e O colocador de pronomes. Estes citados fizeram parte da primeira edição do livro, sendo que Os pequeninos, A facada imortal, A policetemia de Dona Lindoca, Duas cavalgaduras, O bom marido Marabá, Fatia de Vida e outros, vieram na segunda edição. A edição que tive acesso conta com o total de 22 contos.

Uma coletânea peculiar de histórias curtas que descreve um Brasil de transição no inicio do século XX. Muitos contos mostram que a abolição da escravidão na prática não mudou a situação do negro. Pelo contrário, o negro passou a ser ainda mais maltratado, uma vez que os antigos senhores ficaram com raiva pela perda de direitos. Tal lei, segundo Monteiro Lobato, fez com que a identidade dos escravos até então muito bem sedimentada, ficasse em xeque.

Obviamente que os contos não se resumem à escravidão. Em outras histórias Lobato discorre sobre o ego humano, como, por exemplo, em "A Policetemia de Dona Lindoca", cuja doença de nome chique proporciona importância à doente. Fala sobre a maldade, o instinto e tantos outros atributos da alma humana. Em o Colocador de Pronomes, o autor brinca com o emprego dos pronomes lhe e te de forma criativa.

Em suma, uma pérola de nossa Literatura que descortina uma Monteiro Lobato maduro, senhor do seu tempo e bem avesso ao mundo de fantasia do Sítio do Pica-pau Amarelo.

Fica a breve resenha e a dica!

site: http://paullawblog.blogspot.com/2019/07/negrinha-monteiro-lobato.html
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Clara Mezzacapa 16/09/2020

Triste demais, porém perfeito, quero ler o livro.
É muito impactante, a forma que uma CRIANÇA é tratada apenas por conta de sua cor!!!
Fiquei muito mal devo admitir, não é para qualquer um, é um conto forte que retrata a realidade desse nosso miserável país.
Chorei tanto que não sei se tem mais água no meu corpo.
Eu tive que pausar a leitura digerir o que eu estava lendo e reler, pois é uma Mega história.
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Sara 09/10/2021

Dolorido
Eu já havia lido esse conto há alguns anos, para a faculdade. Naquele momento era óbvio pra mim que o texto se tratava de uma crítica a sociedade escravocrata da época, agora relendo depois de conhecer mais sobre monteiro lobato não consigo definir se o autor realmente visava realizar uma crítica ou se para ele foi um momento de diversão escrever tantos horrores aplicados a uma criança pobre e negra.
Bandeira5 09/10/2021minha estante
Mandei DM




Ludmila 15/08/2023

Contos com críticas muito fortes à sociedade da época, costumes e à forma de como algumas pessoas eram tratadas. O primeiro conto, que dá título ao livro, é um dos mais tristes que eu já li. Destaco também "O Colocador de Pronomes", "A policitemia de Dona Lindoca" e "Dona Expedita".
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Iolanda 02/02/2021

Negrinha
Acredito que a leitura de 'Negrinha' deva ser incentivada de forma crítica. Monteiro Lobato escreve contos muito bons, sabe contar histórias em minha opinião. Mas suas visões polêmicas sobre eugenia e o racismo estão presentes e a contestação é necessária. Escrevi melhor sobre isso no link que segue.

site: https://www.virgulascardeais.com/negrinha-e-a-visao-atrasada-do-que-e-racismo-para-muita-gente/
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Valério 01/07/2019

Tragédia humana
Li "Negrinha" ontem.
Quanta dor senti ao ler esse livreto (curtinho, uma breve historieta). Lobato é por muitos acusado de ter sido racista. Mas me é difícil ver Monteiro Lobato como racista após ler este livro, carregado com tanta sensibilidade ao narrar a sofrida vida de uma menina negra. Me parece irrazoável um homem racista se deter para escrever uma história tão triste, tão verossímil e, por isso mesmo, tão cruel. O propósito do livro me pareceu mostrar justamente o quanto somos iguais, apesar da diferença de tratamento que, principalmente naquela época, existia entre negros e brancos.
Um livro que provoca lágrimas, ira, inconformismo e nos fazer repensar a humanidade.
Se somos capazes de tal perversidade, do que não somos capazes para o mal?
Leitura tão curta e tão impactante, entra como uma das principais leituras de minha vida. Impossível terminar de ler e continuar sendo o que se era antes.
Kelly Oliveira Barbosa 01/07/2019minha estante
Oh Valério, você leu. Fico feliz em saber que gostou e muito me apegando as suas palavras. Agora então, você me compreende :)

Saiba que eu amo esse conto, só não marco como um dos meus preferidos por causa do trecho que Lobato define a mulher, você vai lembrar, termina mais ou menos assim: "Depois disso, está extinta a mulher." - preciso pensar mais sobre isso rs.


Kelly Oliveira Barbosa 01/07/2019minha estante
""...do que não somos capazes para o mal?"" - uma questão profunda não por desconhecermos a resposta.


Valério 01/07/2019minha estante
Oi, Kelly. Te compreendo, sim. E é necessário também nos inserirmos no contexto da época, o que acredito que fez bem.
Também notei, com pé atrás, a expressão. Mas não me ative tanto a isto. Estava por demais emocionado. Mas concordo que não ficou muito bem.
Obrigado mais uma vez por trazer o livro ao meu conhecimento.


Madalena 02/08/2019minha estante
Parabéns pela resenha! Quem lê Lobato sabe que ele não era racista, o racismo era o que ele denunciava. Conhecer as figuras de linguagem e a escola literária a qual pertencia cada obra também nos ajuda a interpretar além de só compreender o texto.


Valério 02/08/2019minha estante
Obrigado pelos comentários, Madalena. Fico feliz que enxergue como eu também enxerguei. ? um indício que estou no caminho correto.


Madalena 02/08/2019minha estante
Com certeza estamos, pois lemos em vez de reproduzir ideias de quem leu um trecho fora de contexto. Tem um conto dele que chama "Quero ajudar o Brasil" que é maravilhoso também. E vamos lembrar que Lobato foi admirador e incentivador de Lima Barreto, coisa que Machado de Assis não foi... O analfabetismo funcional está querendo minar a nossa história e a nossa literatura.


Valério 02/08/2019minha estante
Muito bem dito.




Julia Barrow 31/12/2021

Sincero
Sincero e real. Doeu ler algumas partes, mas é um ótimo conto. Não me decepcionou, mesmo sendo um tapa na cara de quem lê. Recomendo demais!
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