Resenhas - Laços De Família

Juliana Amaro 23/04/2021

Ótimo livro
Clarice cria situações onde uma revelação, que desconstrói e ameaça a realidade, desvela a existência e aponta para uma apreensão filosófica da vida. Em Laços de família, Clarice aprofunda sua técnica narrativa em uma abordagem quase fenomenológica. Trata da solidão, a morte, a incomunicabilidade e os abismos da existência através da rotina de dona-de-casa, do mergulho trágico em uma festa familiar nos 89 anos da matriarca, da domesticação da natureza mais selvagem das mulheres, ou dos pequenos crimes cometidos contra a consciência, contra o drama do professor de Matemática diante do abandono e da sacerdotisa da nossa literatura.

Analu 15/05/2020

Bom
Clarice Lispector como sempre nos dá um grande panorama psicológico dos personagens. Com "Laços de Família" não foi diferente. Em cada um dos contos somos seduzidos pela complexidade dos personagens.
Um pouco inferior a "Hora da Estrela" mas, igualmente belo e necessário.
Uma boa leitura para quem quer uma leitura desafiante.

Glória 03/05/2021

Alguma indicação de livros da Clarisse?
Ano passado li "A hora da estrela" e fiquei apaixonada com a escrita da autora, então, por indicação, comprei e li "Laços de família". Considerando que é um livro de contos, acho que é normal que alguns sejam melhores do que outros, mas confesso que foi um pouco decepcionante, estava com a expectativa de que todos fossem incríveis. A Clarisse escreve de forma impecável e a profundidade psicológica das personagens é maravilhosa. Alguns contos, como "Uma galinha", "Preciosidade" e "O búfalo", me encantaram com suas reflexões. Com certeza devem haver livros melhores dela, mas indico a leitura.

Lua 09/07/2022

CLARICE SUPREENDE EM LAÇOS DE FAMÍLIA!!!
A coletânea de contos, "Laços de Família", publicada em 1960, reunindo narrativas escritas nas décadas de 40 e 50, surpreende nas temáticas, que continuam atuais nos dias de hoje.
Hipocrisia familiar, o papel da mulher na sociedade, amadurecimento e a fragilidade de elos familiares são alguns dos temas abordados nos 13 contos aqui presentes; recheados de epifanias, fluxos de consciência e descrições minuciosas.
Destaco os meus favoritos: "O búfalo", "Amor", "A imitação da rosa", "Feliz aniversário" e "Uma galinha".
Leiam Clarice Lispector!

Luca 03/01/2023

Um bom livro. Fica longe de ser o melhor da Clarice, mas algumas narrativas como amor e preciosidade conseguiram me abalar bastante. A escrita de Clarice é sensacional?

Bernal 11/08/2022

 Os ?laços de família? estão presentes de forma sutil durante toda a obra, uma vez que existe um certo tipo de prisão doméstica nos cotidianos descritos. Aqui os protagonistas são em geral pessoas comuns, a maioria mulheres, que passam algum tipo de abalo abrupto durante suas dinâmicas familiares rotineiras, abordando o tema da solidão, domesticação da natureza, sentimento de culpa, morte, dentre outras ?lições de vida?. A feminilidade está sempre presente, de forma discreta, para nos fazer pensar sobre o lugar da mulher na sociedade.

Resenha completa no IG @be.thereader

Dark_moon.ii 29/03/2022

Clarice Lispector é uma excelente escritora isso não nego. Mas acho que não esperava um conto com um ar tão... Arrastado. Eu estou mais acostumada com os "contos perfeitos" da Lygia Fagundes Telles, acho que por isso não me acostumei com essa diferença drástica. Mas mesmo assim eu recomendo a leitura.

Camilo 10/08/2022

Melancolia rebuscada
Pra começo de conversa não achei fácil de ler. Alô, dicionário? Não é uma leitura óbvia, tem bastante metáfora para descrever a vida cotidiana de um jeito que achei um tanto melancólico, as relações humanas bem cruas, sem maquiagem. Posso estar errada, e talvez não fosse essa a intenção, mas foi o sentimento que me despertou.

Jumacerra 09/06/2021

Quem sou eu para criticar Clarisse Lispector?
Única coisa q me fez dar a nota q eu dei: eu ODEIO livro de contos, gosto de seguir uma história com os personagens e Nn ficar trocando a cada 5-10 páginas acho um saco

Rose.Hirasike 12/03/2021

Laços ou nós ?
O feminino sempre presente na escritura de Clarice está presente nestes contos. As personagens gritam seu desejo de liberdade, por seus fluxos de pensamento, pela corporeidade e pela atualidade dos enredos. Em cada conto uma epifania que as leva para a imensidão do sentimento que as conduz, para fora de si e de volta para suas vidas sempre transformadas pela maravilhosa pena de Clarice Lispector. Leitura sempre atual, sempre acolhedora...

@acmochetti 26/07/2023

Clássicos contos
Acredito que esta seja a primeira vez em que público uma resenha sobre um dos clássicos de Clarice Lispector, brilhantemente foi perfeito começar falando de seus contos.
Não lembro de ter me interessado tanto pela autora em minha adolescência, um espanto já que compartilhamos de muitas coisas em comum. Sorte minha ter a encontrado em um momento tão propício. Ou talvez ela quem tenha me encontrado.
Suas palavras caem em minha mente como uma reflexão quase silenciosa. Adoro completamente a forma como a melancolia seja quase sua marca registrada, pois sabemos que pessoas geniais são assim. Quem mais poderia escrever um livro como estes senão Clarice Lispector?
Tenho desde muito nova a incrível sensação de que mulheres são ótimas em escrever, em sentir, em se expressar, principalmente por serem mulheres. Homens podem ser brilhantes em tudo isso, ou mais, porém ninguém transmite total sentimentalismo como uma mulher faz.
Esta impressão só se fortificou quando li 'A Hora da Estrela', grandíssimo livro da mesma que venho falando desde o princípio. Cada palavra, cada parágrafo e capítulo são pensados de forma tão natural. Tudo que veja dela parece extremamente natural, o que mais nós faz amar sua escrita e forma de pensar. Clarice da voz à todas nós; mulheres. Uma mulher nada mais do que genial e extraordinária.

Beatriz 20/08/2023

Clarice clarice...
Confesso que não entendi muito no início alguns contos, porém alguns me encantou, porém a maioria não conseguir compreender pq nao tenho tanto contato com o gênero e nem com autora, porém necessito ter mais contato com a autora
enfim, a escrita de clarice é maravilhosaa

Steh @duendeleitor 02/07/2020

Laços de família
Este foi meu segundo contato com a escrita da Clarice. O primeiro foi A Hora da Estrela há alguns anos. O fluxo de consciência é bem presente nestes contos, exigem muita atenção para entender o significado. São situações corriqueiras que suas personagens vivem, porém muita coisa acontece no interior delas, e é a visão de dentro que é retratada por Clarice. Escrito em 1960, retrata principalmente o Rio de Janeiro da década de 50 e as mulheres brancas de classe média, mulheres similares à Clarice. Em todos os contos estão presentes, de certa forma, os "laços de família" que unem as pessoas, porém são tênues.
Achei a leitura mais tranquila por ter lido recentemente Antes do Baile Verde e A Noite Escura e Mais Eu de Lygia Fagundes Telles (coletânea de contos com temática similar) e feito a releitura de Mrs. Dalloway, da Virginia Woolf (fluxo de consciência e a narrativa mais introspectiva). Desta vez eu estava mais preparada.

Laços de Família foi o livro de junho/20 da leitura coletiva do @duendeleitor.

camilabonse 24/04/2023

Clarice queen
Adorei os contos. Algumas histórias eu já conhecia por ter visto em aulas de literatura, outras nunca tinha ouvido falar. Todas vieram acompanhadas de um sentimento de inquietação para mim.

A linguagem não é difícil, mas o conteúdo, apesar de abordar temas cotidianos e familiares, é complexo (talvez por isso mesmo). Não dá pra ler tudo de uma vez, a não ser que o objetivo seja apenas o de passar pelas páginas.

Gostei muito mesmo, e fiquei com vontade de conhecer histórias mais "desenvolvidas"/ compridas da Clarice. Sou muito grata à Ziminha pelo empréstimo e a paciência.

est.0 28/09/2021

meu segundo contato com a autora já a bota no pedestal das minhas favoritas.
suas palavras servem de água, na qual mato minha sede e logo sinto o impulso de mergulhar, me afogando na sua abundância de provocações.
treze contos que me fizeram sentir. entender o que se passa no conto, nem sempre é possível, mas, sem exceção, me vi imerso no lado sensorial da narração, sendo acometido verdadeiramente por todas as emoções que ali descrevem os fatos com mais importância do que verbos descrevem as ações.