Resenhas - Como Deus se Tornou Rei

joaocrz @joaocrz 25/01/2022

Como Deus se tornou Rei
Finalizei minha quarta leitura do escritor e N. T. Wright, bem pouco, perto dos 75 livros publicados. O que gosto no Wright é a releitura que ele faz de alguns assuntos. Não poderia ser diferente nesta obra, no qual abordar sobre como os 4 evangelhos estão mencionando a todo instante como Deus se tornou Rei.

O livro têm 11 capítulos divididos em quatro partes e foi escrito em um contexto que procura resignificar a coadunação dos quatro evangelhos na mesma sintonia.

O autor pretende demonstrar que não nos devemos basear apenas nos credos ou tradição, pois se colocarmos a tradição em primeiro lugar, a escritura ficará presa; se colocarmos a escritura em primeiro lugar, a tradição terá o seu alcance que é devido; agora, parafraseando Jesus, se colocarmos o reino de Deus em primeiro lugar, tudo será acrescentado.

Wright levanta muitas questões intessantes, no qual, pelo menos eu que gosto de sublinhar, deixei vários trechos destacados.

Como esta é minha quarta leitura estou mais acostumado com o estilo de escrita do autor, que possibilita mais conexões com os outros que aborda o mesmo contexto, mas fica um pouco repetitivo depois da terceira parte. Alguns leitores não gostam, mas isso não me incomodou, pois serviu para fixar os conceitos.

O autor usa os modelos de exposição e narrativo. Faz paralelos com o som de quatro auto-falantes para se referir aos quatro evangelhos em relação a um estar mais alto ou mais baixo que o outro. Acredito que seria mais interessante o paralelo com as quatro vozes de um coral, pois em um coral, conhecemos as quatro vozes que se unem que são contralto, soprano, tenor e baixo. Ele também expõe vários trechos bíblicos.

Portanto, o livro alcançou seu objetivo, que devemos ler os quatro evangelhos semelhante ao conjunto de um carro. Um carro desmontado não tem funcionalidade alguma, são apenas peças, mas montado, pode nos levar a qualquer lugar.

Tive uma boa experiência ao ler esta obra. Raramente fiquei com sono e recomendo a leitura. Agora, lerei os quatro evangelhos de uma maneira mais apurada e evitando os textos isolados.

Feliphe Moreira 02/04/2024

REINO DO MESSIAS
Wright nos convida a pensar a cerca de nossa leitura dos evangelhos. Ele problematiza, ao nos mostrar como uma ênfase exagerada dos credo apostólico, empobreceu nossa leitura dos evangelhos.

Segundo Wright, os credos enfatizaram apenas dois aspectos da obra de Cristo, a saber, seu nascimento e sua morte, negligenciando o que ocorreu entre esses dois momentos.

Wright então sugere considerarmos a temática do estabelecimento do reino de Deus por meio da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, como aquela que unifica os quatro evangelhos.

Em outras palavras, Wright propõe uma leitura que equalize os 4 evangelhos e tenha como fio condutor a obra de Jesus Cristo, que cumpre a vocação de Israel e estabelece o reinado do Senhor assim na terra como no céu.

?Como Deus se tornou rei? está entre os melhores livros de Wright publicado em língua português. Se você deseja se aprofundar nos evangelhos, não pode deixar de ler essa excelente obra.

Recomendo com entusiasmo!

Rogério 09/05/2020

Uma grata surpresa. Um livro fantástico.
É estranho imaginar que antes de iniciar a leitura deste livro estava realmente relutante em ter contato com qualquer dos escritos do Tom Wright. Isto porque muito embora soubesse por alto que ele fosse especialmente inteligente e um homem verdadeiramente convicto em sua fé no Senhor, algumas visões que advoga não são lá muito bem recebidas no meio reformado, embora a visão paulina comum à nova perspectiva não esteja mais tão distante da perspectiva mais tradicional como outrora. Ainda não li a sua biografia sobre o apóstolo Paulo e tampouco as suas obras mais doutrinárias a respeito da NPP, mas, de todo modo, tendo lido este livro cheguei à conclusão de que não deveria ter sido tão receoso como fui a princípio.

Como fiquei sabendo, Tom Wright é, de fato, um escritor bastante carismático, algo como C. S. Lewis havia sido, e ao longo de todo o texto é como se houvesse um diálogo, uma conversa casual, uma exposição do Evangelho tal como um amigo faria a outro em uma tarde num banco de praça com uma Bíblia na mão.

O ponto central do autor é justamente a negligência de muitos pregadores, teólogos e cristãos comuns, a saber, o conteúdo que se passa entre a encarnação de nosso Senhor Jesus e a sua crucificação e consequente ascensão aos céus. Em outras palavras, a pergunta central em toda obra é: o que os quatro evangelistas estão falando a respeito do Messias?

É notório para todos nós, cristãos, que um dos focos de toda a pregação é o sacrifício do Senhor, a vinda dEle à terra para a remissão de nossos pecados, sem o qual a justa ira do Todo-poderoso estaria, ainda, sobre a nossa cabeça. Mas, muito embora este assunto seja imprescindível e obviamente necessário, quase nada se tem dito quanto ao ministério do Senhor. É fato, também, que há um reducionismo constante no tocante ao que o Filho de Deus veio fazer aqui na terra. Muitos de nós, nesta toada, julgamos que Ele é apenas um mestre moral, ou veio apenas nos levar para algum lugar conhecido por todos como "céu".

É isso que Tom Wright tenta responder no livro. A obra salienta aquilo que o Senhor fez na terra; não só a expiação de nossos pecados, mas algo a mais, mais profundo e tão grandioso quanto. No ministério do Cristo há o cumprimento de centenas e mais centenas de histórias, de sofrimentos e alegrias vividas e sentidas pelo povo hebreu; é a consumação de tudo aquilo que o Altíssimo iniciou em Abraão. O Senhor Jesus é o ponto alto das Escrituras, é o ponto alto de toda a história do grande Eu Sou na terra. Deus veio para ser Rei, Rei de todo o mundo, cumprindo, assim, um dos maiores anseios dos verdadeiros fiéis do Antigo Testamento.

Essa é a história que Tom Wright nos explica, história esta que deveríamos conhecer. Os Evangelhos são uma poderosa fonte de vida, pois nos mostra a glória do Senhor dos Exércitos e aponta o início do evento que terá o seu cumprimento em breve. Como diz João em Apocalipse 21:3, se colocarmos os pensamentos no lugar, e olhar para a completude dos Evangelhos, poderemos compreender que o Deus vivo veio habitar em meio aos homens, com o Seu povo eleito.

Que Deus nos abençoe e que adoremos a Cristo como o nosso Rei e Deus.

Tomé lhe respondeu: Senhor meu e Deus meu! (João 20:28 AS21)

Bruno 19/06/2021

Ajustando os ponteiros
Livro muito interessante. Ele nos ajudar a ajustar os ponteiros em relação ao que os evangelhos realmente dizem. O que eles sempre disseram, mas que foi perdido por várias razões. O principal objetivo dos evangelhos é contar a história de como o Deus de Israel, se tornou rei sobre todas as coisas em, e por meio de, Jesus de Nazaré.

Pedro Leitor 31/12/2021

Denso, mas compreensível
O autor nos leva a ver os evangelhos com uma perspectiva de que em Jesus, Deus se tornou rei e que depois da cruz esse reino não será, mas já é. Diz que os credos precisariam lembrar dos acontecimentos de toda história bíblica e não somente nos anos finais de vida de Cristo. Foi desafiador, mas consegui terminar. Não é meu autor predileto, mas é um bom livro.

Anderson Theodoro 13/10/2020

Estilo N T Wright de ser
O livro me surpreendeu. Como após tantos anos de estudos do novo testamento alguém ainda consegue ser renovador e atual. Excelente obra.

Beto 29/06/2021

O primeiro passo na obra de um gênio
Desde que me converti verdadeiramente ao catolicismo, sempre tive um desejo no meu coração de me aprofundar em temas teológicos, para melhor compreender a minha fé e para torná-la mais bem embasada, deixando as vãs críticas "científicas" de lado. Sim, N. T. Wright é um autor protestante, você pode se questionar, mas isso de nada impede que sua obra seja de suma importância para todas as denominações cristãs.

Quando descobri que Wright era um dos maiores entendedores da Bíblia na atualidade, aproveitei uma promoção em um kit seu com 4 livros para começar a analisar sua sobra. Felizmente, minhas expectativas superadas. Desde que comecei a leitura de "Como Deus se tornou rei", esperava que fosse uma obra que buscasse demonstrar os pontos de vistas do autor de maneira acessível, o que poderia levar à algumas interpretações mais "rasas" caso ele não soubesse manejar a linguagem.

Muito pelo contrário, Wright é capaz de fornecer uma leitura extremamente fluída até para leitores mais leigos, ao mesmo tempo que capricha em profundidade demonstrando todo seu conhecimento. As explicações que o autor oferece sobre os quatro evangelhos são primorosas e extremamente ricas em conteúdo e detalhes. Eu esperava muito, mas fui surpreendido ainda mais por um homem que, nitidamente, domina o tema e o expõe com técnica invejável.

Já estou ansioso para progredir em sua obra e, seja qual for sua denominação religiosa, a obra de Wright é mais do que necessária.

Gustavo.Arnoni 14/09/2019

Como Deus se tornou Rei
O livro do Wright pode muito bem ser enquadrado em Teologia Política, e que bela introdução bíblica ao tema.
Não é o primeiro livro que percebo no Wright a tendência de “chocar” o leitor com questionamentos a doutrinas preciosas, para reafirmá-las sob uma nova luz. Neste, ele questiona o hiato dentro dos Credos Ecumênicos. Os Credos (ex: apostólico) parecem ignorar a vida de Jesus. Evidentemente, Tom sabe que eles estão respondendo a questões específicas, doutrinas que estavam sendo ameaças. O problema é que ler o evangelho de forma tópica, guiado pelos Credos, acabou por limitar a compreensão da mensagem dos evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João). Por exemplo, sabemos que João fala da divindade de Cristo (Capítulo 1), mas será que essa divindade não aparece dentro de um roteiro maior que guia os quatro evangelhos? Para Wright, sim.
A tendência de ler a partir dos Credos resultou em dar um foco demasiado na expiação (que Wright reitera), quando esta também se situa na mensagem central dos evangelhos: como Deus estava se tornando Rei em Jesus. A messianidade de Jesus não é um “apêndice” à sua divindade, morte expiatória ou promessa de vida eterna. Pelo contrário, nos evangelhos e na vida de Jesus, em seus feitos, Deus está cumprindo a promessa de habitar conosco, o Reino é inaugurado, o Templo é reabitado, agora no corpo de Cristo.
A perda do conteúdo holístico dos evangelhos criou sobreposições da teologia paulina (ou tópicos dela) na leitura dos evangelhos. Fica-se procurando “expiação”, “justificação pela fé”, perdendo o eixo central.
Wright acredita que a forma de integrar e elucidar a mensagem bíblica é unindo Reino e Cruz. Os evangélicos, progressistas e direitistas, desuniram esse tema. A direita busca impor valores cristãos ou resolver o problema do mundo por meio de armas, guerras e bala, esquecendo que o Reino de Jesus se mostra especialmente na Cruz. O seu reinado segue outra lógica. A esquerda, por sua vez, busca um reino de justiça, equidade, transformação social, esquecendo igualmente a cruz, de modo a ignorar pecados sexuais, atrocidades praticadas por governos canhotos, assim por diante. Já o evangelicalismo esquece o Reino: a salvação se torna algo “da alma”. Importa pregar o evangelho, salvar as pessoas desse mundo e levá-las para o “além”. Todas essas cisões da mensagem do evangelho ignoram que Jesus frontalmente derruba toda império, todo César, derrotando todo poder, todavia o faz pelo exemplo maximizado na morte e conquista na cruz (Wright é adepto da Christus Victor, e não crê em Cristo ter recebido a punição divina; discordo dele). A visão de dois reinos (luterana) e neoanabatistas, ambas citadas por Wright, consolidando essa cisão prejudicial entre Reino e Cruz na compreensão do evangelho.
Outro ponto que achei extremamente importante é que Wright lança luz sobre o significado da Ascensão de Cristo. São escassos os livros em português (se é que tem) e, dizem, até na literatura ocidental sobre o significado da Ascensão de Cristo (preparando uma mensagem sobre Ascensão, achei apenas um curto e rico texto do Peter Leithart sobre o assunto). A Ascensão não é outro apêndice à obra de Cristo, tampouco uma fuga da realidade física, é a final reivindicação do Rei assumindo seu trono, acima de todos os impérios.
“É hora de unirmos aquilo que jamais deveria ter sido separado. Em Jesus, o Deus vivo se tornou rei de todo o mundo. Os evangelhos não apenas falam de como isso aconteceu. Eles são o meio central pelo qual aqueles que leem e oram os evangelhos podem ajudar a fazer do reino uma realidade no mundo de amanhã. Interpretamos mal os evangelhos por muito tempo. Chegou a hora, no poder e no regozijo do Espírito, de voltar ao caminho certo.” (N.T. Wright)

Luiza 20/06/2020

Livro incrível
No início achei a leitura difícil, mas depois me acostumei com o estilo do Wright. Ele expõe sobre nossa visão acerca dos evangelhos estar fora de sintonia com o que eles realmente quiseram transmitir, que é: como Deus se tornou Rei. Achei maravilhoso, mudou minha visão, que eu percebi estar errada ou, no mínimo, incompleta!

Marcelo Moura 23/07/2020

A verdadeira mensagem dos evangelhos
O autor tem como tese que os teólogos enfatizaram o nascimento de Jesus e sua morte, e silenciaram o que aconteceu entre esses dois eventos. O livro é fantástico.

Jessy 27/02/2021

Como Deus se tornou Rei - N. T. Wright
A obra destaca que o objetivo central dos quatro evangelhos canônicos é narrar a história de como Deus se tornou o Rei da terra, assim como no céu. E fez isso através do nascimento, ministério, morte e ressurreição de Jesus, o Cristo.

Vencendo a morte e o pecado (através da expiação e ressurreição), mas também restaurando na terra o seu reinado através do Cristo. Reinado que continua através do Seu Espírito em seus seguidores, que devem continuar sua obra até o seu retorno.

Elisama27 12/04/2023

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Fabinho 02/08/2023

Gostei!!!
Realinhamento dos quatro evangelhos como texto central do cristianismo alinhando os quatro alto falantes para realinhamento de visão de Jesus além da cruz e ressurreição e sim como Rei .

Luã 24/11/2023

N.T. Wright é um dos maiores teólogos vivos e, a partir da leitura de suas obras, podemos perceber o quanto o cristianismo ocidental se perdeu no transcurso das épocas. Essa obra é um convite a conhece a riqueza, a profundida e a mensagem abrangente dos evangelhos.