Meu pequeno país

Meu pequeno país Gaël Faye




Resenhas - Meu pequeno país


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Rafa 10/01/2023

Infância ambígua
Com uma linguagem simples, o autor narra suas experiências numa infância paradoxal, permeada de alegria e sofrimento.
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Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Meu pequeno país, de Gaël Faye – Nota 8,5/10
Se eu pudesse resumir esse livro em apenas um frase, seria: a dureza da guerra na perspectiva de uma criança. Gabriel, um narrador de apenas 10 anos, nos transporta para a guerra civil que assolou Ruanda, no início de 1992. Não espere encontrar um livro típico de guerra, com exércitos e campos de batalha. Nessa obra, o autor francês, que esteve na @flipse de 2019, constrói um relato sobre os impactos de um conflito violento na rotina de uma população. Apesar de se valer de uma escrita fluida, Faye tece uma narrativa dura e impactante. Essa potência da história segue um fluxo crescente com o passar dos capítulos. Nas primeiras páginas, encontramos um garoto tranquilo, nascido em uma família com boas condições financeiras e apenas com problemas que uma criança deve suportar. Filho de pai francês e mãe ruandesa, Gabriel divide sua rotina com a escola, a irmã mais nova e os amigos. Só que é justamente com o avançar da guerra que esse garoto vê a sua vida mudar as poucos. A mãe que deixa a casa; o preconceito dos amigos; até a incerteza sobre o dia seguinte.

A visão de Gabriel sobre os motivos da guerra pode até ser rasa, tendo em vista seus apenas 10 anos, mas os tormentos vividos pelo personagem e sua família escancaram para essa criança que a sua condição de mestiço, tutsi e francês, passa a determinar se ele deve sobreviver ou morrer. Os tutsis são conhecidos como “baratas”, já que devem ser exterminados. Por que um simples tom de pele e o formato de nariz despertam no outro a vontade de matar? Uma pergunta que parece simples, mas cuja complexidade da resposta revela algumas das muitas fraquezas do ser humano.

Fica aqui a dica de uma leitura marcante e necessária sobre a violência e o sofrimento de um cidadão comum em uma guerra. As últimas páginas do livro chegam a dar um nó na garanta.

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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Mari Pereira 31/03/2021

Devastador
Terminei de ler as últimas linhas agora e um choro incontrolável tomou conta de mim.
Um livro fantástico, lindamente escrito e profundamente triste.
Colonização, guerra, infância, memória, identidade, família, amizade, ódio... Tudo se articula de forma brilhante em menos de 200 páginas.
É um livro que precisa ser lido, agora mais do nunca.
Fernanda Sleiman 01/04/2021minha estante
Botei até como desejado depois desse comentário. Vai ser o próximo da lista


Mari Pereira 01/04/2021minha estante
Achei maravilhoso Fernanda. Depois me conta o que você achou! ??


Fernanda Sleiman 01/04/2021minha estante
Voltarei aqui com certeza




Lizandra 02/01/2023

Sobre hutus, tutsis e franceses
O estilo do livro é aquele clássico de guerra por olhos de crianças. Com foco em um conflito que destruiu a região do Burundi/Ruanda ali entre 90s e 2000s.
Só pela narração histórica de alguém que viveu um drama que não é mto noticiado na grande mídia, já vale a pena conhecer a história. Mas, o livro fica meio morno lá pro meio, demandou um pouquinho p passar dessa parte. Porém, fiquei mto feliz de ter chegado até a reta final. É bem emocionante.
O contexto da vida e cultura que eles levavam lá é interessante
Recomendo.
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Debora 06/04/2020

Um livro sobre a guerra do ponto de vista de alguém que não queria se deixar contaminar
Escrevo esta resenha com o livro ainda reverberando.
Gael Faye fala das guerras em Ruanda e no Burundi do ponto de vista de uma criança/adolescente que, vivendo aquilo tudo, tenta fugir do clima de guerra, ou seja, do nós contra eles e desejo de vingança, mas que não é capaz.
"E tive pena deles, de mim, da pureza aniquilada pelo medo devastador que transforma tudo em maldade, em ódio, em morte."
Ana Cardoso 07/04/2020minha estante
Estou reverberando até hj... É aquele tipo de leitura que fica, marca. Daqui 10 anos ainda vou lembrar. Nem pra troca quero colocar ele kkkk


Debora 08/04/2020minha estante
Rsrs. Tá certa. Eu vou dar o meu pra uma amiga historiadora.




Gabriel Dias - @Done.em 17/04/2020

Meu Pequeno Pais
Meu Pequeno Pais - @radio.londres
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Gabriel, 10 anos, filho de uma ruandesa tútsi e de um francês, é o narrador que traz acontecimentos em Burundi, bairro nobre de Bujumba, onde suas aventuras com os amigos e o dia a dia familiar são mostrados ao mesmo tempo que a Guerra Civil em Ruanda se desenvolve, de forma indireta, Gaby sentira os impactos da guerra em sua vida, desde as diferenças nacionais dos seus pais, físicas, entre outros aspectos. Além disto Gaby, troca cartas com Laure, uma francesa, onde a ponte cultural também está presente na obra, de maneira singela e delicada.
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A ingenuidade, as peraltices do grupo de amigos de Gaby são aspectos que mostram e ressignificam o “pais” para ele que é a sua rotina, a sua rua, de forma que na inocência ele não sente os limites, as diferenças sociais, que batem a porta com a guerra, até sentir isso na pele, onde precisa olhar com outros olhos, onde busca entender a origem da violência e as motivações para tal.
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Pelo livro trazer uma narrativa simples e delicada, nos conectamos no contexto rapidamente, existem aspectos e dúvidas crescentes em Gaby e que nos tocam, assim como é inexplicável a ideia da violência, o que deixa o leitor desnorteado e com desejo por entender, mesmo desejo que aflora no personagem.
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Uma leitura que marca pelo simples, nos conecta com outro continente, nos faz perceber sobre a infância e principalmente provocar a empatia, que vai além da percepção existente nele, aprendendo assim sobre nós mesmos em determinados pontos.
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“Naquela tarde, pela primeira vez na vida, penetrei na realidade profunda deste país. Descobri o antagonismo entre hutus e tutsis, a linha de demarcação intransponível que obrigava cada um a ficar num ou noutro campo.”

site: https://www.instagram.com/p/B_GU_s9j_aB/
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Gabriela Silva 10/04/2020

Um dos livros favoritos
Uma história curta e de uma profundidade e sensibilidade ímpar.
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Nathalie.Murcia 20/06/2019

Um livro magnífico
Primeiro livro do Clube Rádio Londres. A escolha não poderia ter sido melhor. São apenas 189 páginas, mas imbricadas de sentimentos paradoxais, na voz de uma criança, Gabriel, de dez anos, filho de uma ruandesa tútsi e de um francês bem sucedido, residentes na região nobre de Bujumbura, no Burundi. O escritor, baseado na sua própria vivência, escreveu esse romance de ficção histórica, iniciado pelas reminiscências felizes da vida ao lado dos pais, da irmã caçula, dos amigos do bairro e das peraltices inerentes à idade. Aos poucos, essa ingenuidade é maculada, e a vida pacata se altera, em razão do início da guerra civil no Burundi, advinda de um golpe militar deflagrado após as primeiras eleições democráticas ocorridas no país. Concomitantemente, no país vizinho, em Ruanda, há o genocídio dos hútus contra os tútsis, cujo ódio disseminado reverberou no Burundi, afetando a sanidade da mãe de Gab, que teve parentes ruandeses tútsis dizimados. Um livro deveras tocante. O escritor encontrou o tom ideal, a ponto de não deixar a narrativa infantilizada e tampouco forçada nas cenas de violência. Achei muito bonita a participação que a vizinha grega teve na vida de Gab, inserindo-o no mundo dos livros, e resgatando-o da realidade à sua volta, marcada pelo ódio e pela guerra. O desfecho também foi surpreendente. É um livro que, não obstante pesado em virtude da temática, é ao mesmo tempo poético, pois aborda temas como amizade, amor, exílio, a saudades da terra natal e dos entes queridos.
As poucas páginas do início e do fim do livro, com a fonte em itálico, correspondem aos pensamentos de Gab adulto (páginas 9 a 12 e 185 e 189).
Seguem citações que me marcaram:
"Naquela tarde, pela primeira vez, penetrei na realidade profunda deste país. Descobri o antagonismo entre hútus e tútsis, a linha de demarcação intransponível que obrigava cada um a ficar num ou noutro campo. A guerra, sem que se peça, sempre se encarrega de nós encontrar um inimigo." "Com um cinismo frio, respondo que minha identidade carrega o peso de cadáveres. É uma obsessão voltar, e eu a rejeito.
Para quem quiser saber mais a respeito do genocídio em Ruanda, leiam, também, A Mulher De Pés Descalços, de Scholastique Mukasonga.
Mais resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
Marcella.Torres 29/06/2019minha estante
Oi, Nathalie! Qual seu Instagram de resenhas?


Nathalie.Murcia 30/06/2019minha estante
Oi Marcela. É o Literatura - Nathalie Murcia : http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br




Sandrics 24/06/2019

Este livro vai aquecer o seu coração e ao mesmo tempo partí-lo em mil pedaços. Narrada por Gabriel, uma inocente criança, a vida no Burundi parece tranquila e bela, até o momento em que a violência encontra esse paraíso e tem início o genocídio que destruiu muitos povos.
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"- A guerra entre os tútsis e os hútus é porque eles não têm o mesmo território?
- Não, não é isso, eles vivem no mesmo país.
- Então... é porque não têm a mesma língua?
- Não, eles falam a mesma língua.
- Então é porque não têm o mesmo deus?
- Não, eles têm o mesmo deus.
- Então... por que estão em guerra?
- Porque não têm o mesmo nariz."
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Gabriel mora no Burundi, na África, filho de pai francês e mãe ruandesa. Frequenta a escola francesa e leva uma boa vida nesse paraíso. Assim ele narra os dias de sua infância até o momento em que deixa o país, destruído, repleto de corpos, emboscadas, tiros e bombas, gangues e seus amigos.
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Pra essa criança, e até pra nós mesmos, é difícil entender as motivações da violência, tanto no Burundi quanto em Ruanda. Mesmo depois de muitos anos desses acontecimentos, Gabriel ainda é assombrado pelo passado. Mesmo em sua vida confortável na França ele anseia em voltar para o lugar das suas melhores (e talvez piores) lembranças.
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"A guerra, sem que se peça, sempre se encarrega de nos encontrar um inimigo. Eu, que desejava permanecer neutro, não pude. Tinha nascido com essa história. Ela corria em mim. Eu pertencia a ela."
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Esse é o livro da primeira caixinha do Clube da Rádio Londres, acompanhada de marcador, folheto informativo e ecobag para os assinantes. Esse livro me deixou impactada. Está sendo super comentado na França, e realmente é uma honra poder ter contato com essa literatura. Agradeço a editora pela oportunidade, e por trazer esse livro para o Brasil e espero que muitos possam ter essa experiência.
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Ana Rabelo 23/05/2020

Meu pequeno país
No tempo da felicidade, se me perguntavam tudo bem, eu sempre respondia: tudo. Sem piscar. A felicidade dispensa reflexão. Só depois comecei a considerar a pergunta. A avaliar os prós e contras. A me esquivar, a dar respostas vagas, assim como tinha começado a fazer o país todo. As pessoas só respondiam : vai indo. Porque a vida já não podia mais ir bem de verdade depois de tudo o que nos havia acontecido.
Página 15.
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Amanda Nachard 17/06/2022

um livro FANTÁSTICO e DEVASTADOR
Gael jura de pés juntos que não é uma obra autobiográfica. Pode até não ser DELE, mas reflete a realidade de crianças como ele e, na medida em que junta diversas experiências na pessoa do narrador (Gabriel, um menino de apenas 10 anos), consegue conectar o leitor facilmente.

O livro se passa no Burundi, país vizinho à Ruanda e que recebeu muitos tutsis fugidos, e realmente nos transporta para a Ruanda de 1992, o estopim do genocídio tutsi em 1994.

Ainda assim, não é um livro de guerra, com violência expressa. A perspectiva infantil torna os acontecimentos metafóricos, lúdicos, e isso faz o livro ainda mais emocionante - sem deixar de ser duro. E tudo em uma perspectiva narrativa evolutiva, por onde acompanhamos o filho de pai francês e mãe ruandesa, inicialmente com uma rotina tranquila e estável, tendo sua vida completamente alterada pelos acontecimentos políticos.

Obviamente que, pelo narrador infantil, não se pode esperar precisão e profundidade sobre os acontecimentos. Deve-se ler pelo ponto de vista dos transtornos psicológicos, sociais e econômicos que isso causa no narrador - já que se trata, aqui, de vida ou morte. E é justamente o mais interessante: desconstruirmos a ideia da infância doce e sem problemas, de que crianças não percebem o entorno e não entendem assuntos complexos.

Sobre o tema, para aflorar o interesse e contextualizar, uma reportagem resumida da BBC: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/04/140407_ruanda_genocidio_ms
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isa.dantas 18/07/2019

Escrita muito fluida, mas dura. Temos o olhar de uma criança sobre a guerra e isso é sempre devastador. As últimas 30 páginas são bastante intensas.
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Carrara 03/07/2020

Grande surpresa, amei esse livro! História de um garoto do Burundi que precisou se refugiar na França durante a guerra civil de seu país e retorna 20 anos depois.
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