Leninha Sempre Romântica 23/11/2020
Existem histórias que grudam na gente de maneira inexplicável. Uns nos prendem pela história clichê, outros pelos dramas enraizados, outros apenas pela bela escrita do autor, mas quando se tem tudo isso junto, numa história aquém do “mais do mesmo”, você fica não só grudado, fica hipnotizado. Foi isso que aconteceu comigo durante a leitura de Em Seus Braços, de Bibi Santos.
Bibi tem o dom de me pegar pela mão e me fazer recordar a boa época em que eu só lia romances de banca, sempre meus queridos e apaixonados romances de banca. Em suas histórias encontro um porto seguro, sei que jamais me decepcionarei, sei que encontrarei uma história cheia de romance, com uma pitada certa de drama, suspense e um final arrebatador e coerente.
Temos aqui a história de amor entre Vicente e Helena, dois personagens cativantes e que já vem com uma carga emocional bem consistente.
Helena é uma mulher maltratada pela vida, num acidente trágico, além de perder o amor de sua vida, ela perdeu seu bem mais precioso, o filho David. Isso a machucou de maneira irreversível, tornando-a uma pessoa triste e solitária.
Vicente é pai solteiro, um homem que já sofreu bastante até encontrar seu porto seguro junto a sua filha Valentina. E esse lugar fica ao lado da casa da mulher mais bela e triste que ele já viu. Conhecê-la e descobrir o que a deixou com aquele olhar triste não só atiça sua curiosidade como também o enche de desejo.
Numa cidade cheia de juízes da vida alheia, um relacionamento entre uma mulher mais velha e um rapaz mais novo pode ser visto como censurável, impróprio e até imoral, mas Helena e Vicente não conseguem resistir um ao outro e a partir desse encontro muitos segredos virão a tona transformando o que seria apenas mais uma história de amor em um livro cheio de mistérios e segredos, além de nos brindar com algumas cenas bem sensuais e envolventes entre nossos mocinhos.
Bibi Santos tem o dom da escrita fluida e marcante. Seus personagens são tão reais que parece que vivem ali, na casa da esquina. Gosto da maneira que ela envolve os personagens, coloca o suspense na medida certa e não fica enrolando até o final para desvendar os mistérios, o que torna a leitura bem mais interessante. Tem sempre um fato novo, um personagem precisando de um ombro amigo, de um conselho, o que deixa a história com um toque bem familiar.
Helena, Vicente, Rita, João, Valentina e o pequeno Charlie vão ficar por muito tempo em minha memória. Conhecê-los foi um enorme prazer. Recomendo a leitura, na verdade, recomendo esses personagens maravilhosos. Vale a pena conhecer e se deliciar com suas “vidas”.
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