Luiz Pereira Júnior 24/05/2021
Tal pai, mas não tal filho
Leitura leve, para ler na praia, debaixo de árvores ou na praça de alimentação de algum shopping enquanto espera seja lá quem ou o que for... tudo isso pode ser dito de “O analista de Bagé”, de Luís Fernando Veríssimo.
E também é a mais pura verdade, diga-se de passagem. Alguns trechos quase me fizeram engasgar de uma risada surpresa (e olhe que sou considerado alguém sisudo). A ideia do “gu hífen gu” é de ficar voltando as páginas para rir de novo e de novo e de novo.
Mas, ao mesmo tempo, ao lado de toda essa leveza, também há uma forte crítica à nossa mesquinharia, aos nossos pequenos e tolos problemas, à preocupação excessiva com a erotização – e tudo isso de uma forma muito leve, muito irônica, muito debochada. E, sim, também há muito do que hoje se chama “politicamente incorreto”. Ou, como meu irmão diz, “politicamente hipócrita”...
Luís Fernando Veríssimo não é o Amazonas que foi Érico Veríssimo: caudaloso, imenso, epopeico... Mas Luís Fernando Veríssimo é um daqueles rios gostosos de se banhar, de levar a família para rir juntos e depois ficar pensando como foi bom estar com ele durante uma tarde inteira...