Os anos

Os anos Annie Ernaux




Resenhas - Os anos


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Caroliny 20/04/2024

Um livro pra ser digerido aos poucos.
Não consegui dar cinco estrelas por um problema meu, que foi conseguir engrenar nele logo de início. Mas é um comentário unânime de leitores de primeira viagem de Anne Ernaux.
Admito que, provavelmente, não foi a melhor escolha de primeiro livro da autora.
Mas depois que você entende a linha de raciocínio, é lindo. A sensibilidade de descrever um cotidiano que mesmo tão longínquo, é muito proximo.
Adorei!
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Ana Laura Duarte 18/04/2024

Annie é arte
Esta é a minha segunda experiência com uma obra de Annie Ernaux, e sinto que a cada vez me apaixono mais por sua escrita. Embora ela compartilhe suas memórias, a autora constrói uma autobiografia que parece despersonalizada, às vezes até ilógica, devido à falta de linearidade. Assim, as memórias dispersas demoram a se encaixar, tornando a leitura desafiadora e, no meu caso, até um pouco lenta, porém profundamente singular. O que mais me fascina em Annie é sua autenticidade e a capacidade de transitar entre o particular e o universal. De certa forma, ler sobre a vida dela é mergulhar em um recorte histórico da sociedade pós-guerra. Sua escrita é deslumbrante e totalmente singular, merecendo todo o reconhecimento que recebe.
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Biblioteca Álvaro Guerra 16/04/2024

Gostaria de reunir estas múltiplas imagens de si própria, isoladas e em desacordo, um um fio de narrativa, a narrativa de sua existência desde o nascimento, durante a Segunda Guerra Mundial, até hoje. Gostaria que fosse uma existência singular, mas entrelaçada ao movimento de uma geração. No momento de começar a escrita, sempre esbarra nos mesmos problemas: como representar, ao mesmo tempo, a passagem do tempo histórico (com coisas, ideias e costumes se transformando) e o espaço íntimo desta mulher? Como fazer coincidir um panorama de 45 anos e a busca de um eu fora da História, constituído de momentos suspensos, um eu que estava presente nos poemas que ela tentava escrever aos vinte anos."

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/6589733147
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Erich 13/04/2024

Começa simples, é evidente a passagem do tempo sendo narrada. E vai ficando mais forte, é uma epopeia da vida. Vamos sentindo a mudança das décadas, vamos percebendo sob o olhar da personagem o impacto dos fatos e dos anos.

A vida de antes, voltando três anos no máximo [antes do casamento e gravidez], parecia inacreditável, sentiam pena de não terem aproveitado mais. Tinham adentrado no mundo da Preocupação: com a comida, com a roupa, com as doenças infantis.


Considerávamos as opiniões e os conselhos que eles davam como simples informação. Nós nunca iríamos envelhecer.



Chega um momento do livro que simplesmente me perdi em mim mesmo, pois parece trazer uma compreensão maior da vida à nossa volta. As gerações que nos precederam, as gerações que nos sucederão.

Mais um livro da Annie Ernaux que vale a pena ser lido. Um livro que nos ajuda a pensar na realidade à nossa volta e em nós mesmos.

No decurso da existência pessoal, a História não significava nada.


O esquecimento jogava por terra a luta das mulheres, única memória que não tinha sido relembrada.


Ao ver e ouvir os filhos se tornarem adultos, nos perguntávamos o que nos ligava a eles. Não era o sangue e nem os genes, mas ter compartilhado o presente em milhares dias passados juntos, [...] uma quantidade sem fim de experiências em comum sem marcas conscientes.


Tudo isso menos para reconhecer a amnésia coletiva do que para criticar o poder da imprensa sobre o imaginário das pessoas. O desaparecimento do passado mais recente era chocante



O fato da trajetória ser de 1940 até o século XXI, faz com que conjuntamente vejamos a evolução trazida pela modernidade.

A alegria despertada pelo rádio era totalmente inédita, com ele podíamos estar a sós sem estar e dispor à vontade do barulho e da diversidade do mundo.


Queriam nos ensinar, mas não aceitavam que ensinássemos nada, deixando transparecer que, para eles, nosso conhecimento das coisas tinha menos sintonia com o mundo que o conhecimento dos mais jovens
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talvezthiago 09/04/2024

"Restará somente o silêncio, sem palavra alguma para nomeá-lo"
Terminei a leitura de Os anos, de Annie Ernaux, com a sensação de ter um pedaço de mim arrancado pelo último ponto final. Perdi o eu que só existiu durante a leitura. Que só chorou e sorriu durante a leitura.

O livro é tão bom.
Mas tão bom.
Que se torna frustrante rememorá-lo: é como se algo sempre fosse fugir à lembrança e tornar a apreensão da obra incompleta. É como se a apreensão verdadeira da obra, em verdade, só se fizesse possível no instante preciso da leitura da última palavra. E nunca mais.

E mesmo as incompletudes: tantas compreensões súbitas do mundo e de mim que já não me são conhecidas agora. Que se perderam no fundo da minha memória. Porém, e esta é a dádiva da literatura, reverberarão — e já reverberam — em quem eu sou.

Como diz Ernaux: “Milhares de palavras vão sumir de repente, palavras que serviram para nomear coisas, rostos de pessoas, ações e sentimentos. Palavras que serviram para organizar o mundo, disparar o coração e umedecer o sexo.”

Porém, como diz Drummond: “De tudo fica um pouco.”


site: https://medium.com/@thiago-oliveira
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Meria Martell 26/03/2024

Fui atrás pq indicaram em um grupo de leitura, e achei legal ler uma ganhadora do Nobel de literatura. Achei bom, o livro tem uma mensagem bonita sobre a impertinência das coisas, sobre a velocidade em que o tempo passa, e em como isso vai alterando a sociedade em todos os seus pilares, maaaas achei arrastado. Não sei se não me adaptei à escrita da autora. Talvez não soube ler, pois ela é elogiadíssima.
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Duda Rejas 19/03/2024

Um belíssimo registro de memórias!
Eu não sou muito fã de biografias ou autobiografias, mas a forma como Annie se coloca em 3ª pessoa faz a gente ter a sensação de que estamos assistindo à sua vida. Ela coloca sua vida em paralelo com a História do mundo, e nos leva em uma viagem pelo tempo. Minha única ressalva é a quantidade imensa de menções a coisas que podem ser desconhecidas para a maioria das pessoas (como foi pra mim), tornando o livro um pouco inacessível e complicado de entender em determinados momentos.
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Ana Elizabeth 01/03/2024

Um livro denso, uma leitura total fora do conforto para mim, pois permeia a história política, social e cultural da França, a qual eu não tenho nenhuma intimidade. Apesar disso, consegui extrair reflexões sobre o papel da mulher, sobre as memórias que transmitimos às próximas gerações e como somos marcados pelos avanços tecnológicos do mundo.
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Rafaellamfferreira 25/02/2024

Que surpresa!
Esse livro foi uma surpresa maravilhosa! Ver a história sendo contada pelo olhos da autora e a partir de fotos dela, foi uma imersão a França da década de 50 até o séculos XXI. Maravilhoso!
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Lethicia Allana 23/02/2024

Quase desisti desse livro
Achei o livro entediante, estive muito perto de largar de mão, mas teimei e continuei, pq passa por momentos bem interessante da história( e faz parte do desafio do clube do livro que faço parte). Não é de todo ruim, mas acredito que um francês certamente tem mais referências p se conectar com os acontecimentos.
Achei interessante o jeito que essa autobiografia seja ao mesmo tempo um livro narrando a história do país. É a história da autora ao longo dos anos e dos acontecimentos do mundo na França. Ele citou a segunda guerra mundial, 11 de setembro, os hippies?

E disso tirei muitos trechos interessantes do livro:

?O tempo das coisas nos sugava e nos obrigava a viver sem pausa com dois meses de antecedência."

?Eles nunca se cansavam de contar daquele inverno de 1942, glacial, a fome e o nabo, as provisões e os vales de cigarro, os bombardeios
a aurora boreal que tinha anunciado a guerra
as bicicletas e as carroças nas estradas durante a Debacle, as lojas saqueadas as vítimas vasculhando os escombros à procura de suas fotografias e de seu dinheiro?
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22/02/2024

"Os Anos" funciona como uma biografia maioritariamente coletiva e por vezes individual de anos muito turbulentos tanto na história do mundo como na história da França. Apesar de ser difícil acompanhar as eferências como alguém que não está inserida na cultura francesa, o livro é relativamente fácil de se ler (apesar de ser arrastado no início) e bem interessante.
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yoshii 21/02/2024

Tecnicamente, é impressionante
É o primeiro livro que leio de Annie Ernaux e não sabia muito o que esperar. Porém, mesmo sem expectativa, fiquei admirada pela escrita da autora.
Eu demorei muito para ler porque são muitas informações históricas, misturadas com a autobiografia "disfarçada" da autora.
Impressionante como ela conseguiu escrever sobre sua experiência pessoal mas numa amplitude social, parecendo que representa a França toda.
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Marina516 21/02/2024

Ler Annie Ernaux vai ser sempre bom e extasiante, mas esse foi um dos livros que menos gostei. Talvez por ser o mais longo me deparei constantemente com uma escrita um pouco presunçosa e demasiada egocêntrica, de certa forma. Entendo ser suas memórias e perspectivas, mas li com uma influência muito recente de perspectivas questionadoras da memória ocidental coletiva que não consegui deixar guardada enquanto lia.
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Isa 21/02/2024

Um livro que trouxeram no meu clube do livro. Sempre topo leituras fora da minha zona de conforto. Mas esse realmente fugiu muito do que eu curto. Achei entediante, massante, um livro escrito para os franceses, que com ctz vão entender melhor as referências que o livro trás.
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Daisy 20/02/2024

Marcante
Essa é a primeira vez, pelo que me lembro, de ter lido uma autobiografia que não é contada em primeira pessoa e que mescla com bastante destreza e beleza as lembranças pessoais de uma mulher e os acontecimentos históricos do seu país (França), do mundo de maneira geral. “Só” por isso Annie Ernaux já me proporcionou um sentimento completamente novo e me marcou. Talvez tenha ajudado o fato de a escritora ter mantido um diário durante a vida. Mas, sem dúvida, alguém apenas com os registros do diário não escreveria “Os anos”. Seus pensamentos, sentimentos, desejos da juventude. A vida simples da infância no campo. As guerras, os presidentes, os atentados, os protestos de rua, as revoluções sexuais, as transformações tecnológicas, amores. A vida de professora, de casada, de mãe, de mulher. De todas as mulheres que foi “isoladamente” e juntas tal qual um palimpsesto como diz a própria autora, ou seja, um pergaminho em que um texto é raspado para dar lugar a outro, muitas mulheres em uma. “Os Anos” é original, marcante, uma leitura ao mesmo tempo sociológica, histórica e pessoal de uma e de várias vidas.

site: instagram.com/qualquercoisaprapreencher
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