Selma e Sinatra

Selma e Sinatra Martha Medeiros




Resenhas - Selma e Sinatra


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Antonio Maluco 18/12/2022

Entrevista
O livro conta histórias de uma entrevista com uma cantora não famosa dos anos 40 e da jornalista que entrevista ela e tem ótimas histórias sobre ela e essas histórias são falsas e verdadeiras
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Léia Viana 13/10/2010

De tudo o que eu já li de Martha Medeiros, este foi o livro que me agradou menos. Ele não é de todo ruim, mas faltou envolvimento, sagacidade em seus personagens. Mesmo assim, eu prefiro antes uma fraca Martha Medeiros a muita coisa mal escrita que existe por aí.
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Thaís M. 26/01/2012minha estante
Interessante o seu comentário! Mas é um dos meus favoritos dela!




priscilabonatto 30/06/2010

Bom
A história não tem nada de extraordinário mas é gostosa de ler. Valeu principalmente pelo final.
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Biblioteca Álvaro Guerra 31/08/2018

Selma e Sinatra
"Se há uma escritora presente em massa na minha estante, é Martha Medeiros. A jornalista é colunista do jornal Zero Hora e do O Globo, mas tem também livros de poemas publicados. É mais conhecida pelas crônicas reunidas em Feliz por Nada (2011), Doidas e Santas (2008) ou A Graça da Coisa (2013), por exemplo. Selma e Sinatra, porém, é um mergulho, marca a minha estreia em Martha Medeiros em outro gênero: como romancista.

Martha, como um cronista, é também uma excelente psicodoida. É que ela tem o dom de fazer insurgir as reflexões e emoções mais profundas das cenas mais comuns do cotidiano. Chega sempre à raiz de um problema cabeludo, causa desconforto e faz a gente rir da própria desgraça. Em Selma e Sinatra, ela se utiliza dessa habilidade para não fazer diferente.

Apenas duas personagens figuram a história inteira: a jornalista Guta e a cantora Selma. Guta tem 41 anos, jornalista, alguns livros publicados, nenhum sucesso, uma barriga saltando para fora do cós. Selma, que idade tem? Sabe-se que é uma senhora. Cantora brasileira de carreira consolidada, talentosa e conservada, uma estrela nos palcos, mas e fora deles? O que une Guta e Selma, personagens tão contrastantes, é um projeto biográfico que, na teoria, só teria o que acrescentar às duas mulheres.

Elas se conhecem e vão descobrindo os anseios e angústias uma da outra. A temática do livro é definida por Martha, por meio de Guta, em um dos últimos diálogos do livro, quando as duas mulheres estão prestes a se despedir em definitivo.

— Pretendo escrever um novo livro, sim. Já comecei, aliás. Não é sobre você, nem sobre mim, mas é, de certa forma, sobre tudo o que estivemos conversando. Sobre esta necessidade de manter uma imagem pública que corresponda às idealizações que temos sobre nós mesmos, e que muitas vezes nos impede de ver quem somos realmente.

— Vai ser um livro chato.

— Não. Vou colocar umas cenas de sexo. Passagens picantes, você sabe.

A princípio, Guta tem as mais altas expectativas relacionadas a Selma. Era, afinal, a chance da jornalista de emplacar um best-seller, pegando carona no sucesso de uma cantora de carreira consolidada. Aos 41 anos, sem filhos, sem os pais, sem o marido, ora, a vida haveria de ser justa de alguma forma com Guta.

Selma, porém, não se mostra uma mulher polêmica ou inquietante. Quando é perguntada sobre alguma frustração, qualquer que seja, responde que não há, que teve a vida que todo mundo sonha. Do que ela iria reclamar, reclamaria do quê? Por que choraria, se havia reunido tantas conquistas? Guta se deixa irritar sessão após sessão, pois percebe que não tem nada a dizer sobre aquela mulher. A infância fora perfeita, a adolescência idem, os pais não brigavam entre si, ela casou e viveu ao lado do homem que amava, Henrique, até a morte dele. Dedicou até uma música a ele, Amor Sem Fim. Teve filhos que lhe dariam netos. Seja lá o que fosse interessante em uma vida, era ausente na vida de Selma. Selma era uma semideusa, mas Guta não se sentia diminuída por essa relação de aparente superioridade.

Mais ou menos era uma expressão com a qual Guta tinha total familiaridade. Sua carreira de jornalista era mais ou menos, seu corpo era bem mais ou menos, já seu currículo amoroso era um desastre […] E, que ironia, há semanas vinha convivendo com a porta-estandarte da perfeição. Mas, curiosamente, não se sentia diminuída, ao contrário. Havia um não-sei-quê de benéfico nessa confrontação. Algo que dava certa graça à sua miséria existencial.

— Nunca se sentiu rejeitada, não experimentou o gosto do fracasso, não teve uma vida emocional desordenada, realizou todos os seus sonhos. E ainda formou uma família de comercial de margarina.

— Acho que não tinha margarina naquela época.

Mas para Guta, não há seres abençoados pelos deuses ou sem uma única mácula no currículo. Selma disserta sobre sua vida inteira e Guta continua tendo a sensação de que não a conhece. Pior, tem a impressão de que Selma é superficial. Como pode um ser humano sem crises existenciais? Que tipo de papel Selma jogava, Guta não sabia responder.

Selma define as tentativas de Guta como um “exorcismo”, a jornalista quer puxar alguém para fora daquele corpo, mas não sabe quem. O sofá em que as duas sentam-se é o campo de batalha e o gravador entre elas é o limite, um espaço que ambas não podem ultrapassar, mas Guta insiste. As duas mulheres se interpelam e há guerra, e Martha faz o que sempre faz, dando voz ao feminino.

— Está tudo muito linear, entende? Muito conto de fadas. O leitor espera entrar profundamente na sua intimidade. Selma, eu gostaria de saber mais sobre seus medos, sobre suas frustrações, suas inseguranças. Para humanizar o livro.

— Para vender o livro, você quer dizer. […]

— Não, eu quis dizer para humanizar mesmo. […] Este casamento sensacional, cinematográfico e apaixonado nunca sofreu nenhum abalo?

— É isso que humaniza uma pessoa? O que ela sofreu?

E é neste contexto que surge o conflito cujo envolvido também dá nome ao livro. No aniversário de Guta, em um dia em que a jornalista está especialmente sem paciência e que Selma exagerou no vinho, a cantora revela que transou com ninguém menos que Frank Sinatra. Guta fica histérica, era finalmente a sua chance de emplacar o livro, mesmo com a vidinha perfeita e desinteressante de Selma. Mas Selma não deseja publicar, não quer ser lembrada como a mulher que transou com Sinatra. Guta e Selma se opõem tão fortemente que não se torna mais possível continuar com o projeto da biografia.

A questão Sinatra é uma das mais interessantes, por também traduzir um conflito entre mercado e arte. Enquanto Selma não tem mais preocupação alguma em vender ou revelar algo sobre alguém que nem é mais vivo para se defender, Guta não é ingênua: ela precisa que Selma se abra ou a biografia será um fracasso. O que é interessante na vida de alguém, é uma pergunta que torna a flutuar no ar e as duas não parecem prestes a chegar a um acordo tão cedo.

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. […]

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

— Álvaro de Campos

É lógico que, para a alegria dos leitores, Selma volta atrás na decisão e volta a enfrentar Guta. E, na última entrevista antes da publicação do livro, o gravador é desligado. Não se sabe se aquilo é um armistício ou um tratado de paz, mas Selma se entrega: seus pais provavelmente não se amavam, ela era feia e desinteressante na adolescência, casou com Henrique, mas não o amava, só tinha se casado por medo de nunca conseguir um marido. Música dedicada ao marido? Que nada, a todas as paixonites dela, isso sim. Enfim, Selma prefere encenar uma vida idealizada que nunca teve. Escolheu nunca ser revelada e consagrar, também, a personagem que ela criou. Vivera uma vida interpretando papéis, mas, para Selma, não se trata de uma mentira. Todos precisam de papéis para viver e aquele era o dela.

Selma é o retrato de uma sociedade que coloca imagens acima de essências, a nudez do corpo acima da nudez da alma, que obriga pessoas a oprimirem os seus lados mais humanos; porque é nojento ter pelos, homem que chora é homossexual, mulher que usa short não se dá o respeito, gordos são feios, negros andando à noite na rua são bandidos e uma série de outras convenções — sim, convenções — que vestimos diariamente. E nos oprimem.

Então, de uma forma de outra, rejeitamos a parte de nós que incomoda o bem-estar social. E assim criamos uma personagem, uma máscara, aquela primeira impressão que não tem nada a ver com a gente. Nós não somos nossas conquistas ou vitórias, nem nossos troféus e diplomas, nós só somos nós mesmos quando sofremos. E aqui reside a tacada de mestre de Martha. Desesperada, Guta quer saber se Selma ainda sofre, se ainda resguarda um pouquinho da sua humanidade. É impossível ser saudável em um mundo doente.

Como Selma é fiel a sua personagem até o fim, o livro nem de longe se torna um sucesso entre os críticos.

— Não seja pessimista, Guta. O livro acabou de ser lançado. Nem todo mundo dá atenção para o que dizem os críticos. Aliás, ninguém dá. Vai vender muito bem, você vai ver.

— Já não estou ansiosa em relação às vendas.

— Mas está decepcionada.

— Não, juro que não. Eu previa que não seria um grande sucesso. Você quis um livro apenas com o lado A, e a vida de todo mundo tem um lado B. É isso que os leitores procuram em biografias. Se você ao menos tivesse me autorizado a contar sobre o Frank Sinatra, as coisas poderiam ter sido diferentes.

Nesse sentido, Guta não é uma fracassada, mas uma vitoriosa. Não tinha a vida abençoada pelos deuses, mas sempre foi aberta à vida, às oportunidades, gostava de comemorar a mínima conquista que fosse. Sempre aproveitou os momentos com intensidade, era esperta, tinha jogo de cintura. Ela não era perfeita, mas por causa disso seria uma criatura digna de pena? Ou criaturas dignas de pena seriam as meticulosamente construídas em cima de preceitos e chavões? Ou nenhuma.

Então, Selma, que fora casada com o homem que não amava para não ficar sozinha, termina a história inevitavelmente sozinha: ela, que ninguém nunca conheceu, e o câncer. É inerente a todo ser humano, você nasce e vai morar sozinho em um caixão sem ninguém. A cantora que marcou época morreria sem nunca ter se revelado ou vivido. Trocaria a solidão como vitória pessoal e derrota pública, para tê-la como uma vitória pública e uma derrota pessoal."

Fonte da resenha: https://wandererwind.wordpress.com/2016/01/12/analise-do-romance-selma-e-sinatra-de-martha-medeiros/

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/titulo.jsf?codigo=166902&tipoPesquisa=titulo&tipoDoc=0
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Tamires Souza 20/12/2020

Um livro leve e delicioso que nos mostra que não tem como fugir das nossas verdades!
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Jacqueline 09/08/2010

Mediano
Eu amo Martha Medeiros...mas esse me desapontou.
Achei fraco e sem grande profundidade.


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Lígia Costa 15/02/2017

Muito bom
Leitura leve e dinâmica. Ótimo para pensar sobre quem somos de fato, e sobre a imagem que gostaríamos que as pessoas a nosso respeito. Leitura bem gostosa.
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Bruna Fernandes 16/12/2020

?Podar um dom sempre foi a mais violenta das mutilac?o?es? Selma e Sinatra ? Martha Medeiros.

Selma e Sinatra e? a minha segunda leitura da escritora Martha Medeiros, gostei. Na?o e? um livro espetacular, e? uma leitura leve que pode ser lida em um ou dois dias pra relaxar.

Neste romance, a autora narra a convive?ncia entra a bio?grafa Guta e a Biografada Selma, uma cantora de muito sucesso e que esta? vivendo sua vida de sossego depois de muito sucesso. Livro na?o aborda grandes questo?es, mas apenas o peri?odo de 6 meses em que e? escrito a biografia de Selma que tambe?m na?o tem grandes emoc?o?es. Os encontros para escrever a biografia gera conflitos e impactos em ambas, ja? que Selma narra uma vida maravilhosa, estilo conto de fadas, o que na?o entra na cabec?a de Guta, pois a mesma na?o acredita que uma vida como essa na?o e? possi?vel, ainda mais vindo de uma cantora famosa. ?Viver sem emoc?o?es? Na?o acredito.?

E? uma leitura leve para se ler num final de semana sem grandes surpresas e expectativas. #livros #leitura #marthamedeiros #literatura #literaturabrasileira #livro #selmaesinatra
Por @beletrismos
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Mariana113 05/04/2023

Duas personagens totalmente diferentes uma da outra mas que por incrível que pareça formaram uma bela amizade. A vida é emocionante/boa mesmo se não houver nenhum acontecimento muito chamativo para os olhos alheios nela.
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