História da sexualidade, vol. 1

História da sexualidade, vol. 1 Michel Foucault




Resenhas - História da Sexualidade - Volume 1


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Carina 10/09/2013

O poder do sexo, o sexo do poder
O livro é desconcertante, provocativo - não por falar de sexo, mas por mostrar o quanto estamos inseridos (há séculos) em uma sociedade que vincula sexo com poder.

Foucault rompe paradigmas ao negar a ideia corrente de que por muito tempo a sexualidade foi reprimida. Ao contrário, diz o autor. Desde o século XVII, há um movimento constante e crescente que pede que nosso sexo seja exposto, julgado, avaliado, medido, controlado. Desde as confissões detalhadas aos inquisidores até às mais obscenas confissões no divã - há muito tempo que nos pedem o relato de nossa sexualidade. Não é de se estranhar, portanto, que hoje estejamos vivenciando uma sociedade tão erotizada.

Outro pensamento interessante do filosófo são suas ideias acerca do que representa, de fato, a psicanálise e todo o aparato médico que visa legalizar nossos corpos, separando o que é normal do que é histeria, incesto, loucura.

Foucault não é um escritor difícil; bem como em algumas canções infantis enumerativas (o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar), o autor brinca com a linguagem retomando a todo momento os argumentos já expostos acrescidos de mais um. Entretanto, ainda assim não sei se compreendi a parte final da obra - ainda que o filosófo dê uma ajuda com o uso que faz da língua, seus pensamentos são complexos, difíceis de assimilar. Entretanto, são igualmente recompensadores.
Mariana 03/03/2022minha estante
Como faço pra ler não sei mexe no APP




Layla.Ribeiro 24/04/2023

Um livro muito importante para entender sobre a sexualidade , como ela foi abordada através dos tempos, principalmente no século XIX e como ainda utiliza-se dela como instrumentos de manobra de poder, sempre tive vontade de ler essa grande obra e realmente ele faz jus a fama, porém é uma leitura que exige concentração e deve ser lido e digerido aos poucos além de ser necessário uma releitura, aprendi e refleti muito com essa obra e pretendo ler os volumes seguintes.
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Mama 19/09/2022

Leitura difícil
Ler Foucault é extremamente difícil, pois tem momentos que a pessoa tem que reler a mesma página para conferir se entendeu a informação repassada. É um livro muito bom, pois mostra como a medicina, as políticas no geral e a psicologia, por exemplo, demonizaram o sexo e, por conseguinte, a sexualidade. Como foi conveniente chamar as mulheres de histéricas. Leitura boa!
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cass.brandAo 16/07/2020

| A vontade de saber - Michel Foucault | Tradução: Maria Thereza da Costa Albuquerque | 176 páginas | @grupoeditorialrecord | #1 História da Sexualidade | 4,5★ |
"O essencial não são todos esses escrúpulos, o "moralismo" que revelam, ou a hipocrisia que neles podemos vislumbrar, mas sim a necessidade reconhecida de que é preciso superá-los. Deve-se falar do sexo, e falar publicamente, de uma maneira que não seja ordenada em função da demarcação entre o lícito e o ilícito, mesmo se o locutor preservar para si a distinção [...]; cumpre falar do sexo como de uma coisa que não se deve simplesmente condenar ou tolerar, mas gerir, inserir em sistemas de utilidade, regular para o bem de todos, fazer funcionar segundo um padrão ótimo."

Começo com essa citação para mostrar a força desse livro, e de como Foucault foi genial em descrever detalhadamente o processo social da inserção da sexualidade na vida das pessoas.

Ele vai desde a era vitoriana, no início do século XVII, até o século XX, e explica muito bem como a ciência sexual se desenvolveu. Esse primeiro livro é dividido em 5 partes, e cada uma vai ter um foco, mas sempre numa linearidade temporal. O autor apresenta de que maneira o sexo começou a ser discutido entre as pessoas, como o assunto virou um tabu social, e nos questiona a todo momento se realmente a cultura repressiva é tão forte quanto é propagada.

Em meio à uma cultura religiosa e narcisista, os primeiros sinais de sexualidade surgiram no clero, a partir do dogma da confissão; o objetivo era "expurgar os pecados carnais" a partir de descrições detalhadas de pensamentos e ações sexuais. Então, quando um homem decidiu compartilhar isto com o público, médicos, pedagogos e, sobretudo, psicólogos e psicanalistas começaram a investigar o gênesis da sexualidade, algo biológico e, posteriormente, psíquico.

É bem interessante algumas analogias que Foucault apresenta ao longo do livro, pois apesar de ser uma leitura densa, ela é didática, e muito bem explicada. Sua escrita pode ser de difícil compreensão para alguns, por ser muito prolixa e rebuscada, porém minha maior dificuldade, na verdade, foi absorver todos os conteúdos necessários para passar na resenha pra vocês. E creiam: isso não é nem metade.

Nesse primeiro livro da trilogia, veremos apenas uma prova de como a sexualidade pode ser complexa, não somente reprimida; houve toda uma ciência por trás para trazê-la a público, ainda que seus métodos tenham sido duvidosos na época. Foucault entra em detalhes nas medidas medicinais para saber a causa do desejo, do erotismo, e são extremamente bizarras e impensáveis por nós, mas que aconteceram, pois a burguesia se submeteu a elas, a partir de uma consciência biológica: o zelo com o próprio corpo.

Portanto, recomendo a leitura para quem quer começar a ler Foucault (foi meu primeiro livro dele), e pra quem gosta de não ficção. Essa edição é de boa diagramação, e achei a cor da capa muito bonita (arrasta pro lado pra ver), então fica a dica. Espero que tenham gostado da resenha

site: https://www.instagram.com/poetizandocomcassitta/?hl=pt-br
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charlie 28/08/2021

ok, esse foi meu primeiro contato com uma obra do foucault e eu achei espetacular.

embora a escrita seja meio densa por introduzir novos conceitos sucessivamente, achei uma leitura super pertinente que me fez questionar e repensar vários paradigmas sociais. enfim, o cara era sensacional. vale muito a pena.
Clara Simões 28/08/2021minha estante
Foucault ??




Willy 18/12/2009

Quem está um pouco próximo dos escritos de Foucault pode dizer que este livro é, em essência, o último da série 'História da Sexualidade' (isso se seguirmos uma ordem de pensamente emparelhada com a ordem cronológica dos acontecimentos). Mas não. Ele é ao mesmo tempo um ponto cuidadoso e delicado, quase que encerrando a discução sobre 'poder' e uma ponte para as novas abstrações em direção à hermenêutica do sujeito de Foucault. Nele encontramos uma pesquisa cuidadosa sobre as manifestações modernas da 'vontade de saber' acerca do sexo. Vontade fixada como um dos principais interesse do saber-poder contemporâneo sobre o ser humano.

Ao contrário dos livros subsequêntes ('O uso dos prazeres' e 'Os cuidados de si'), 'A Vontade de Saber' é carregade de uma responsabilidade filosófica e política mais ácidas. A escrita é mais acentuada e denunciativa. O andamento da obra é mais vigoroso e penetrante. Os denunciados e até o próprio autor se revelam vivos dentro dos jogos desvelados pelo correr das linhas. Vale muito a pena ler o primeiro volome da História de Sexualidade. Seja para gostar ao ponto de ler os outros dois, seja para odiar-se com as ilusões de suas verdades...
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Manu 15/09/2021

Foucault polêmico como sempre
Ler Foucault só me faz lembrar a graduação, visto ser ele uma leitura essencial para qualquer acadêmico.

Com "A história da sexualidade", Foucault traz uma visão um pouco diferente do que a gente está acostumado quando se trata da sexualidade.

Vale a leitura! Mas leia degustando cada raciocínio!
Lara.Mazorck 15/09/2021minha estante
Dica anotada!




Ana Usui 21/08/2022

Em A História da Sexualidade, Foucault contesta a premissa de que o sexo é reprimido pela sociedade declarando que, ao contrário, o sexo é incitado constantemente por diversos aparatos discursivos e elucida que essa incitação ocorre por meio da vontade de saber, o ato e exigência de confissão.

“O que é próprio das sociedades modernas não é o terem condenado o sexo a permanecer na obscuridade, mas sim o terem-se devotado a falar dele sempre, valorizando-o como o segredo.”
Sua análise se inicia por meados do século XVI até o século XX, elencando como o sexo vai se transformando com o tempo de acordo com as necessidades e fluxos de poder.

“O exame médico, a investigação psiquiátrica, o relatório pedagógico e os controles familiares podem, muito bem, ter como objetivo global e aparente dizer não a todas as sexualidades errantes ou improdutivas, mas, na realidade, funcionam como mecanismos de dupla incitação: o prazer e poder. Prazer em exercer um poder que questiona, fiscaliza, espreita, espia, investiga, apalpa, revela; e, por outro lado, prazer que se abrasa por ter que escapar a esse poder, fugir-lhe, enganá-lo ou travesti-lo. Poder que se deixa invadir pelo prazer que persegue e, diante dele, poder que se afirma no prazer de mostrar-se, de escandalizar ou de resistir.”

O ponto em si onde o Foucault quer chegar é incrível e posso imaginar o quanto deva ter sido inusitado e até polêmico para a época (considerando que ele nadou contra a corrente e criticou muita gente), os conceitos em si também são fáceis de entender, porém a leitura é meio... trucanda, confusa, um pouco mirabolante porque ele se utiliza muito de sinônimos, escala adjetivos e argumenta através do acréscimo constante, ou seja, no meio do livro ele traz o mesmo argumento do cap.1 com uma informação extra e assim vai até o final, algo como “de grão em grão, a galinha enche o papo”. E esse estilo de escrita dificultou um pouco a leitura para mim, teve momentos em que jurei que era burra e devia ter deixado passar algo porque não era possível que ele estivesse falando a mesma coisa tudo de novo.

Talvez seja um mal de filósofo se repetir para se fazer entender, talvez eles pensem que todos são meio tapados e precisam de ajuda, ou eles só precisam disso para orientar as ideias e conseguirem elencar o que querem dizer. De toda forma, Foucault é meio complicadinho de entender de início, mas uma vez que você saca que é tudo a mesma ideia, fica bem fácil e simples entender o livro, talvez um dos mais fáceis de se entender entre os filósofos e acadêmicos.

Fora isso não tenho mais nada a acrescentar, todo mundo já sabe da importância do Foucault para diversas áreas acadêmicas e como ele influenciou diversos outros pensadores, sendo utilizado de referência a todo momento. Se você possui interesse em filosofia ou em estudos queer, vale a pena a leitura, caso contrário um vídeo de 10 minutos no youtube é o suficiente para esclarecer os pontos do Foucault nesse primeiro volume.
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Lets 28/04/2013

Clareza
Só Foucault para colocar tantas questões polêmicas de forma clara, simples, desmistificando premissas e destruindo paradigmas com uma tranquilidade...

Excelente como leitura corriqueira e indispensável para pesquisadores da natureza humana.
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Enzo.Baleeiro 18/08/2020

Disciplina dos Sexo's
Livro fenomenal para compreensão do século XX e XXI. Foucualt é de um gênio metafísico. História da sexualidade, aborda como a sociedade disciplinou desaguando em finalidades politicas, claro, capitalistas. Ainda me falta dois ultimos volumes, esperarei ansioso para ler-los.
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Ribeiro 31/07/2022

Uma leitura introdutória
Foucault apresenta um panorama introdutório quanto ao sexo, ao prazer e ao desejo. As amarras sociais que prendem o homem e a forma como o poder vincula as relações.

Uma leitura interessante.
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Caroolinee 19/10/2023

Meu título não cabe
Título: Eu sei que as resenhas aqui serão sérias mas eu sou uma palhaça

Apesar de eu ter tido reflexões ótimas sobre as ideias do livro, sobre a falsa hipótese da repressão, as dinâmicas de poder e como estão em niveis microfisicos e sobre o biopoder e como ele te afeta mesmo você não querendo.

O que eu tenho a dizer sobre é o mano Foucault é que ele é um maluco, é uma gay bem maluquinha apesar de eu ter noção do enviesamento da descrição histórica sobre uma figura LGBT tão importante.
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Lorena Almeida 16/01/2023

Foucault
Desconcertante e revoltante é como eu descreveria minha sensação lendo esse livro. O autor sempre a frente de seu tempo colocando um holofote na forma como a sociedade lida e sempre lidou com a sexualidade. Incrível como construímos uma alta moralidade e controle em algo muito simples como a sexualidade, como forma de poder nas pessoas. É revoltante entender essa construção e como depois de tanto tempo as coisas nunca parecem mudar, que essa liberdade sexual que tanto falam não passa apenas de mais uma ilusão e controle. Mesmo uma leitura lenta e complicada eu recomendo esse livro para qualquer um que queira entender mais a fundo o controle social, o corpo submisso e a sexualidade, com certeza uma das minhas leituras favoritas.
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Ivandro Menezes 24/06/2019

Poder e sexualidade
Neste primeiro volume da História da Sexualidade, Foucault nos propõe pensar o modo como o poder adentra nos corpos, moldando a sexualidade (essa espécie de conjunto de normas regulatórias sobre o corpo e o sexo).

Por meio de processos distintos (a histerização das mulheres, o onanismo na infância, as perversões do jovem e do adulto), demonstra como os corpos foram pensados, medicalizados, contidos por meio de dois dispositivos distintos, o da aliança, forjado no seio familiar burguês e aristocrático, e o da sexualidade. O primeiro voltado à procriação e manutenção de linhagens sanguíneas, de castas, de onde provém formas de racismo e Eugénia, a posteriori. A segunda, voltado aos corpos e prazeres, as suas descobertas, limites e possibilidades, ou seja, ao conhecimento do corpo.

O Estado e seus aparelhos vão apoderando-se desses corpos, instituindo-lhes políticas e, na forma do direito, normatizando a vida e, por conseguinte, a morte.

Livro denso, cuja temática é o poder (ou o biopoder), mostrando como o sexo nunca foi reprimido, mas, desde a era vitoriana, estimulado a ser dito, falado em confessionários, para, assim, ser controlado. Se não estamos ajoelhados diante de um sacerdote contando nossas intimidades, ainda o estamos em confessionários simbólicos, ainda debaixo de olhos poucos compassivos, mas igualmente onipresentes, nesse pan-óptico, no qual estamos todos encarcerados.
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