O Espião que Saiu do Frio

O Espião que Saiu do Frio John le Carré




Resenhas - O Espião Que Saiu do Frio


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sophi 12/01/2023

crianças acenando-lhe alegremente pela janela.
não posso dizer que foi "definitivamente o melhor livro que eu já li na minha vida, mas dá pra falar sem ofender.

o livro basicamente conta a história de Alec Leamas, um espião britânico que atua durante a Guerra Fria. quando o último homem dele é morto ao tentar fugir para Berlin ocidental. vira tudo uma bagunça. ele precisa voltar pra Londres, e uma última missão é dada a ele. a missão que vai tirar ele do frio, já que no meio de tanta zona de guerra, os espiões viviam sob uma cortina gelada. e assim. montam uma operação pra derrubar o chefe da inteligência da Alemanha Oriental (um nazista babaca por sinal, odeiem o Mundt pfvr). dito isso isso, ele precisa entrar na Cortina de Ferro, pra talvez a missão mais importante de toda a sua carreira.

por conta dos termos, o livro pode acabar sendo confuso pros que não são tão adoradores de história, já que trata muito do período da guerra fria e da divisão da alemanha com o muro de berlin. sendo bem sincera, o início é bem chatinho, mas logo de cara você sente o cheiro de café requentado e de whisky velho dentro da sala de observação. ao decorrer, surgem nomes e nomes que confundem o cérebro e te deixam em um limbo entre a inteligência e a loucura, mas tirando isso dá pra ir levando.

melhor parte é com certeza o julgamento, quando toda a pauta do tribunal prende sua atenção, como eu disse, a partir da página 198, você passa a sentir fio a fio o desespero pra conseguirem sair do nó da acusação.

depois de todo o estresse, sim, o final vale a pena.

(ah, a linguagem não é tão arcaica. é chatinha, mas dá pra desenrolar legal)
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Fabio Shiva 03/09/2010

“É a melhor história de espionagem que já li”...
...disse Graham Greene a respeito desse livro. Terminada a leitura, achei até pouco o elogio!!!

Que livro é esse!!!

Eu não gostava de romances de espionagem, pois achei os que li meio bobinhos e fantasiosos. Mas desconfiava que deveria haver um bom motivo para esse gênero ter tantos adeptos. E agora descobri! Para saber quão fundo pode ir uma história de espiões, basta ler John Le Carré.

Quem primeiro me colocou na pista dele foi Luis Fernando Verissimo em seu ótimo “Os Espiões”. Tinha que ser mesmo muito bom um cara que LFV chama acintosamente de “mestre”!!!

O estilo de John Le Carré é elegante e conciso, pontuado por vívidas reflexões sobre a condição humana. É um olhar talvez cínico e desiludido, mas sempre profundamente humano. Não se trata de um livro sobre espiões, mas antes de tudo sobre homens e as difíceis decisões e escolhas que fazem parte de suas vidas...

Sobre a história em si, nada pode ser dito sem o risco de se dizer demais. Afinal, trata-se de uma trama secreta, sigilosa e oculta: uma história de espionagem!!!

(02.09.10)
Helenilson 22/11/2013minha estante
Você já leu "a segunda dama"?


Magasoares 22/03/2018minha estante
E errou das duas vezes hahaha


Fabio Shiva 26/03/2018minha estante
Olá Helenilson! Ainda não li esse, você recomenda?


Fabio Shiva 26/03/2018minha estante
Olá Magali, grato por seu comentário! Você pode indicar o erro? Assim terei a oportunidade de corrigi-lo.




Renatinha 28/06/2021

Gosto muito de livros sobre guerra e espionagem, porém esse demorou muito para me cativar. Custou para a história engrenar e ter cadência, apesar de ser interessante e o final surpreendente.
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Spy Books Brasil 08/04/2022

O Espião que saiu do Frio... E tirou John Le Carré da Geladeira
Terceiro livro do escritor britânico John Le Carré, O Espião que Saiu do Frio está perto de completar 60 anos de idade. Foi lançado em 1963, no auge da Guerra Fria. E catapultou a carreira de John Le Carré para o estrelato internacional.

O autor, na época, ainda trabalhava para o MI6 como oficial de inteligência. Ele tinha 30 anos e era um espião disfarçado como diplomata júnior na embaixada britânica em Bonn, capital da Alemanha Ocidental. Havia publicado já dois livros, O Morto ao Telefone e Um Crime Entre Cavalheiros, ambos resenhados no Spy Books Brasil, e que tiveram uma resposta mediana de crítica e de vendas.

Nesta terceira obra, ele mergulha fundo num romance sobre o submundo da espionagem. Um assunto do qual ele entendia, como oficial do MI6. O resultado foi o sucesso que todos conhecem. O livro entrou para a lista das 100 maiores obras literárias do século 20 elaborada pelo Times em 2005.

Mas por que todo esse sucesso? O que esse livro tem de tão especial? Eu escrevo sobre isso na resenha publicada no blog. Por aqui, vamos nos limitar a conhecer um pouco melhor a trama.

A abertura – Alec Leamas é um oficial de inteligência britânico a serviço do Circus (o nome que Le Carré usava para o MI6, jamais citado nominalmente nos livros dele). Ele está baseado em Berlim Ocidental, no auge da Guerra Fria. Subitamente, a rede de agentes que ele opera do lado oriental da cidade é desbaratada pelo Abteilung, o serviço secreto da Alemanha comunista.

Um a um os agentes são presos ou assassinados e o livro começa com Leamas plantado num checkpoint do lado americano do muro. Com um par de binóculos nas mãos, ele espera pela passagem do chefe da rede, um agente chamado Karl Riemeck, uma ótima fonte infiltrada no Partido Comunista, mas que acabou de ser desmascarada e está sendo procurada pelos oficiais da Abteilung. Como dispõe de papéis falsos, Karl vai tentar cruzar a fronteira por aquele portão.
O capítulo de abertura é antológico. Praticamente uma cena que vivemos na imaginação enquanto avançamos na leitura. À medida que o tempo passa, a tensão cresce e o leitor se vê carregado para dentro da cena na riqueza de detalhes que o autor traz. É como se você estivesse ali, ao lado de Leamas, plantado no frio de uma rua no lado ocidental de Berlim. Você sente a tensão no ar, o incômodo dos policiais de fronteira, sente o cheiro do café requentado e batizado com o scotch oferecido por Leamas. Vive, sobretudo, a angústia do oficial britânico para descobrir, afinal, qual será o destino de seu agente.

Eu poderia dar um pequeno spoiler sobre o final da cena, que aliás está em todas as descrições do livro que você encontra na internet, mas vou deixar o final do capítulo em aberto. É um incentivo para que você leia pelo menos essa abertura (como se fosse possível ler essa passagem e desistir do livro).

A trama – Chamado de volta a Londres, Leamas é recebido pelo diretor do Circus, um personagem conhecido apenas como Control. O chefe lhe propõe um plano audacioso para vingar a captura da rede de agentes.

A ideia é transformar Leamas num potencial traidor aos olhos dos alemães orientais. Para tanto, ele vai iniciar uma derrocada dentro do serviço secreto inglês até ser demitido por alcoolismo e desvio de verbas. Transformado em presa fácil para o recrutamento inimigo, Leamas vai fingir que pretende desertar.

Uma vez plantado dentro do Abteilung, a missão dele será fabricar indícios de que o serviço secreto britânico tem um agente de alto nível infiltrado no serviço alemão. Alguém com grande acesso a todos os segredos.

O objetivo é desacreditar Hans-Dieter Mundt, o chefe da inteligência alemã oriental, que desde o primeiro livro de Le Carré vem dando muito trabalho aos ingleses e é o responsável pela prisão da rede de agentes de Leamas em Berlim Oriental.

Essa é uma descrição básica do plot. Se quiser ler a resenha até o final, com descrição das personagens, perfil do autor, uma crítica sobre o filme originado a partir do livro e curiosidades do mundo da espionagem, visite o blog Spy Books Brasil, no Wordpress.

site: https://bit.ly/tswciftc
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Pedrol 06/02/2022

Um muro separa mais do que apenas dois lados
O Espião que Saiu do Frio foi originalmente publicado em 1963, sendo o terceiro romance de John le Carré e o mais aclamado.

Um livro sobre os bastidores da espionagem política ambientado na Guerra fria tem tudo para conquistar, principalmente pela sua crueza, sua amargura, sua violência que dão um soco no estômago em cada capítulo.

A forma que John le Carré escreve é sublime! Há personagens amargos, mas admiráveis, que no entanto causam dúvidas em relação ao que realmente pensam. Alec Leamas, o protagonista, entra exatamente nessa descrição.

A ambientação também é fabulosa, captando toda a frieza de uma era polarizada. Os personagens são aprofundados de uma maneira simples, mas tão incrível que você se preocupa com eles, apesar de ter certos casos que o que pensa dele muda, daí surge também as grandes viradas de mesa que são um ponto incrível do livro.
A parte do julgamento do tribunal, é um excelente exemplo que prova que os diálogos são perfeitos, onde cada palavra parece ser usada de uma maneira grandiosa.

O Espião que Saiu do Frio é um excelente romance de espionagem, senão um dos melhores, e que com certeza dá razão a fama de John le Carré.
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Luiz Miranda 06/02/2019

James Bond da vida real
Eu queria ter o poder de te convencer a ler imediatamente O Espião que Saiu do Frio, mas tenho certeza que não é o tipo de leitura que agrade todo mundo. Trata-se de um primoroso livro de espionagem ambientado em plena guerra fria, com cenários na Inglaterra e Alemanha.

007, já ouviu falar nele? Pois esqueça, com Le Carré você vai conhecer os "James Bond" da vida real, personagens desiludidos e amargos como Alec Leamas, espião inglês que se vê empenhado numa missão praticamente suicida. Leamas é uma das mais brilhantes criações do escritor, tem diálogos tão poderosos que imediatamente te conectam e te fazem temer por ele.

Por falar em diálogos, os daqui são realistas como poucos e escritos com habilidade fora do comum. Um labirinto impregnado por ilusões e pistas falsas que requer atenção e interesse, já que a ação é quase que 100% psicológica e talvez aborreça leitores ávidos por tiroteio e pancadaria.

Se prepare pra reviravoltas de dar nó no cérebro e um final espetacular. Nota 11.
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Gabs. A 26/10/2023

O espião que amava demais.
John le carré não promete nada - aliás nada mesmo, nessa edição comemorativa de 50 anos, o velho ficou possesso e diz que nunca foi um espião de verdade, apenas alguém com uma ótima imaginação( tá bom, a gente finge que acredita, John).
Mas como entrega tudo!

Paranóia de espião.
Olhamos através da cortina de ferro e que assustador foi isso.

Faz parecer que não tem nenhuma ligação, mas logo ali na esquina (ou do outro lado do muro) está todo o "circo" montado.

George, Peter e até Control - a patota toda se encontra indiretamente ligada nessa trama eletrizante - foi como rever velhos amigos.

Livro bom, história impecável e inteligentíssima como sempre!

Tem perseguição, tortura, contra espionagem, Assassinatos, mentiras, estratagemas, e viradas completamente inesperadas no rumo da história.

9/10

Caramba, o que foi esse final?
Um soco no estômago doeria menos.
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Ricardo Santos 30/12/2012

um 007 sombrio
Este romance deu origem, na minha opinião, ao melhor filme de espionagem já feito, de mesmo título, dirigido por Martin Ritt, nos anos 1960, com Richard Burton. Le Carré é um autor maduro e complexo que escreve suspenses sempre acima da média, mesmo nos seus livros mais fracos. Seus espiões são figuras estranhas, recalcadas, paranóicas. Por outro lado, são tão parecidos com a gente, cheios de frustrações, anseios, dramas e desejos. O livro perturba porque desglamouriza a figura do espião à maneira de James Bond. Aqui eles se parecem mais com funcionários públicos cansados do que com playboys vigorosos.
Ricardo Santos 03/01/2013minha estante
leia mesmo. você vai gostar. o final é surpreendente.




samir.reis.7 15/01/2015

Não concordo com a maioria
O Espião que saiu do frio.

Simplesmente não entendo a critica tão positiva para esse Livro, para os amantes da espionagem e história de guerras como eu, esse livro deixa muito a desejar.

Talvez essa publicação não agrade, mas minha opinião não muda.

Um livro fraco, de narrativa sem expressão e leva o leitor a ter sono, até os 40% do livro.

Tenta salvar no final mas não tem um décimo de outros títulos de espionagem, eu me decepcionei.
Ariane 27/01/2023minha estante
Até que enfim algum que me entende!! Achei super arrastado o começo


Alisson Serigy 11/05/2023minha estante
Quais outros livros você recomendaria?




Mariele 19/02/2021

Surpreendente
Não costumo ler ou gostar de histórias relacionadas ao mundo detetive/policial mas acabei adorando. A história é envolvente e tem um final bastante emotivo.
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Fabio Shiva 22/03/2018

sem compaixão
“É a melhor história de espionagem que já li”, disse Graham Greene a respeito desse livro. Terminada a leitura, achei até pouco o elogio!!!

Que livro é esse!!!

Eu não gostava de romances de espionagem, pois achei os que li meio bobinhos e fantasiosos. Mas desconfiava que deveria haver um bom motivo para esse gênero ter tantos adeptos. E agora descobri! Para saber quão fundo pode ir uma história de espiões, basta ler John Le Carré.

Quem primeiro me colocou na pista dele foi Luis Fernando Verissimo em seu ótimo “Os Espiões”. Tinha que ser mesmo muito bom um cara que LFV chama acintosamente de “mestre”!!!

O estilo de John Le Carré é elegante e conciso, pontuado por vívidas reflexões sobre a condição humana. É um olhar talvez cínico e desiludido, mas sempre profundamente humano. Não se trata de um livro sobre espiões, mas antes de tudo sobre homens e as difíceis decisões e escolhas que fazem parte de suas vidas...

Sobre a história em si, nada pode ser dito sem o risco de se dizer demais. Afinal, trata-se de uma trama secreta, sigilosa e oculta: uma história de espionagem!!!

***
“Temos de viver sem compaixão...”

#1livropordia

http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/2018/03/o-espiao-que-saiu-do-frio-john-le-carre.html


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Magasoares 22/03/2018minha estante
Nossa! Esse livro deve ser mesmo muito bom, já é a segunda resenha que você faz dele.


Fabio Shiva 26/03/2018minha estante
Oi querida, o livro é muito bom mesmo! A resenha é a mesma, acontece que passei adiante o meu exemplar como parte da campanha "1 livro por dia durante 100 dias", e ao pesquisar o livro no Skoob pensei que eu ainda não havia adicionado. Gratidão pelo comentário.




Professor 18/07/2011

O Espião que saiu do frio (1963)
John Le Carré, apesar do nome é inglês e se chama David Cornwell. Ele foi professor de idiomas do tradicional Colégio Eton, onde estuda a realeza inglesa, nos anos 50, depois ingressou no serviço de relações exteriores, como espião, trabalhando em Berlim. Devido ele ser funcionário público nessa profissão, ele não pode revelar a sua identidade, inventando um codinome para resolver a questão. Ele escreveu o Homem que saiu do frio em 63, 3 anos depois Martin Ritt filmou com Richard Burton, talvez nenhum filme tenha falado melhor da guerra fria devido ao livro. O papel principal de Lamas(Burton) é uma antítese de James Bond. Bond tem uma profissão interessante, Lamas uma entediante. Bond namora mulheres belíssimas, Lamas a bibliotecária durante o disfarce. 007 é quase um super herói, Lamas um inseguro, um alcoolátra. Falar da guerra fria com propriedade e desfazer a mística em relação à profissão de espião estão entre os muitos feitos de Le Carré para a literatura Mundial.
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Didi 20/08/2011

Eis um excelente livro de espionagem, escrito com digna maestria.

Talvez seja mera mania minha, mas me senti transportada para o clima de espionagem e todo aquele ar de desconfiança e tensão que havia na Guerra Fria. A escrita transmite verdades através duma história fictícia, mas sem parecer falso ou distante - ponto para John Le Carré.

Detalhes, tramas e reviravoltas que seguram o leitor com o desenrolar da história - que cresce em qualidade a cada capítulo, fomentou minha curiosidade e me intrigou a cada parágrafo lido.
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Fábio Valeta 02/06/2016

Pelo que me lembro, a primeira vez que ouvi falar em John Le Carré foi a partir da adaptação de “O Jardineiro Fiel” por Fernando Meireles. E apesar de ter gostado do filme, não havia me motivado o suficiente para ir atrás de seus livros.

Anos mais tarde, fico sabendo da edição comemorativa de 50 anos de um de seus primeiros livros. E por se tratar de uma história de espionagem que não só se passa, mas que também foi escrita no auge da Guerra Fria, resolvo dar uma chance para conhecer a obra.

O ponto mais importante sobre a obra, é entender que ela é bem diferente de outras histórias famosas de espionagem (a lá James Bond). Não há ação propriamente dita, perseguições, tiroteios a cada instantes. Existe apenas um grande jogo de gato e rato psicológico em que tanto os personagens quanto o leitor fica na dúvida sobre quem é o rato e quem é o gato.

O começo do livro acaba sendo meio tedioso e parado, mas a medida que a história avança, vai ganhando ritmo até chegar ao ponto de não querer parar de ler.

É uma boa história, elaborada de forma inteligente. O suficiente para dar vontade de procurar outras obras do autor e coloca-las na cada vez maior e interminável lista de livros para serem lidos no futuro.
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Bernardo Brum 25/07/2016

Espionagem sem glamour
John Le Carré entrou para a história como uma espécie de um anti-Ian Fleming. De fato um membro da Inteligência britânica antes de se consagrar como romancista, seus livros acabaram com o tempo por desmanchar certos clichês do gênero.

Alec Leamas, o protagonista central dessa narrativa, é um espião que vive "no frio", como diz seu superior Control. Nesse mundo, não acontece ação constante, não se mata com uma mão amarrada nas costas e não há romances troféu para condecorar as habilidades de seus personagens.

Pelo contrário: aqui tudo é duvidoso e sombrio, muitas vezes tedioso, mas um tédio que pode acabar de uma hora para a outra, em um ato de violência breve e decisivo feito um relâmpago.

A introdução, onde Leamas perde um de seus melhores homens de supetão após uma construção atmosférica de várias páginas, dá a tônica para o resto do romance, que além de espionagem, fala da natureza humana de maneira pouco confortável: temas como o alcoolismo frustrado, a relação sem futuro com Liz Gold e a solidão desesperada na qual vive Alec são alicerces importantíssimos para alcançar o tom pretendido.

O Espião que Saiu do Frio não é sobre "tirar o fôlego" ou "vidrar os olhos". A narrativa, por vezes, é confusa em sua profusão de nomes, fatos e datas; se o James Bond de Fleming era um homem de ação, os agentes de Le Carré como Leamas e George Smiley são mestres da burocracia, da cortina da fumaça, do caminhar nas sombras. Mesmo o leitor, muitas vezes, é alienado do que realmente está ocorrendo, o que só reforça o clima de dubiedade, dando em suas páginas uma tortuosa amostra de indivíduos cujo trabalho é viver na linha tênue entre rotina e segredo, entre a violência e isolamento.

O Espião que Saiu do Frio, no fim das contas, é uma bela i ntrodução ao estilo singular de Le Carré, que ofereceu ao mundo uma nova percepção sobre o mundo da espionagem. Sendo ele mesmo um espião que "saiu do frio" quando exposto por um agente soviético, o livro foi escrito com grande propriedade, costurando um universo com um ineditismo ainda pouco apreciado pelo mainstream do gênero em sua totalidade.
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