Problemas de Gênero

Problemas de Gênero Judith Butler




Resenhas - Problemas de Gênero


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mayaraliye 14/01/2021

Judith, te venero!
É um desafio falar de forma resumida sobre este livro, primeiro que eu leio da Butler, autora bastante importante dentro dos estudos sobre gênero e sexualidade. A experiência de lê-lo, pois, não poderia ser outra: me foi profundamente marcante, ao dialogar com algumas das verdades e perguntas que carrego comigo, especialmente no que concerne a minha experiência como mulher feminista. Eu gosto do panorama teórico construído pela Butler, pois ele oferece um olhar crítico que me é interessante para as estruturas sociais produtoras de opressões às mulheres e às pessoas LGBTQIA+, além de permitir ações que considero possíveis de se concretizarem contra essas violências. Ao posicionar o gênero como uma categoria descritiva construída socialmente como determinante da identidade de cada pessoa para que ela possa existir, Butler consegue, ao meu ver, expor bem a arbitrariedade existente na divisão das pessoas em homem/mulher, binário que só alcança o status de verdade inquestionável por estar alinhado ao que ela denomina "heterossexualidade compulsória". Logo, Butler propõe, ao fim, como fundamental a legitimação da existência das identidades subversivas (em que sexo, genêro e sexualidade não correspondem ao alinhamento normativo) validando-as como tão possíveis quanto as identidades normativas (a do homem e da mulher heterossexuais). Além disso, por meio desse movimento, segundo ela, tornaria-se possível a denúncia gradativa do caráter performativo do gênero (concretizado por meio de ações repetidas que constroem a ilusão de estabilidade do gênero), em lugar da compreensão de que os gêneros são estáveis e definidores das subjetividades humanas. Este livro sem dúvidas se tornou um dos meus queridinhos, que guardarei junto a minha cabeceira para que eu possa consultar sempre que precisar (pois o livro é denso e aborda muitas outras questões bem importantes dentro dessa temática).
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Jam 12/12/2020

Denso
Na moral, que livro difícil de ler! Por mais que no final (aos 45 do segundo tempo) Butler fale sobre sua teoria da performatividade do gênero, que é uma sacada foda, a escrita dela nesse livro é extremamente difícil e maçante, com MUITAS referências a diversos autores e à psicanálise. Pra entender algumas coisas, tive de pedir um help pra uma amiga psicanalista haha
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Yuri Resende 25/09/2020

Obra imprescindível
Esta obra de Butler não se tornou um clássico por acaso. Trata-se de um estudo potente, que contribui significativamente para as teorias de gênero, em especial, pelo conceito de performatividade desenvolvido no capítulo final. Apesar dos atributos evidentes, o livro é muito, muito difícil de ser compreendido e são raros os momentos em que a autora se esforça para ser minimamente didática. O segundo capítulo, em particular, é uma tortura com sua discussão bibliográfica pelos meandros da psicanálise.
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Fernanda.Kaschuk 30/05/2019

Uma ressignificação contemporânea da discussão de gênero.
Judith Butler é uma representante de peso da contemporaneidade, é sempre leal ao seu tempo na medida em que descontrói e renova a filosofia de modo mais coerente possível com a realidade em que se encontra, desde a política até gênero. Nesse texto ela destrincha a discussão de gênero a níveis bem mais complexos e abrangentes, onde retoma a filosofia de Simone de Beauvoir trazendo uma crítica contundente e atual, trazendo à tona a ideia da construção de linguagem e políticas voltadas à disciplina e de que modo elas atingem (e não atingem) os corpos tidos como "inaturais". Butler pretende instaurar um caminho mais libertário para a expressão corporal e intelectual de sexo e gênero que possa correr livremente longe de estruturas binárias, a fim de se fazer coerente às inúmeras manifestações de (todos os) corpos que vivem e amam para muito além da heterossexualidade compulsória e os comportamentos designados como padrão que dela se derivam.
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André 08/06/2017

[POR UMA REVISÃO DAS QUESTÕES DE GÊNERO]
No Texto de Butler os termos base para a análise das questões, que normalmente são partilhados com o leitor como constituintes da coerência interna do texto, aqui são tomados, à parte, como categorias a serem investigadas. Não há, portanto, um a priori definido do qual se possa partir com segurança. Faz-se necessário um levantamento e investigação das categorias prévias que até então constariam entre nós, como parte de um discurso naturalizado e irrefletido. Assim os conceitos de sujeito, identidade, predisposição, sexo, gênero e desejo serão enfrentados na perspectiva de analisar as condições e formas em que os mesmos foram forjados.
Em um empreendimento tipicamente Foucaultiano, Butler busca explicar as categorias fundacionais de sexo, gênero e desejo como efeitos de uma formação específica de poder, através de uma forma de investigação crítica, a qual Foucault, reformulando Nietzsche, chamou de “genealogia”.
A questão inicial circula entorno do sujeito de um corpo. Judith identifica o corpo como um significante. Na cultura o corpo emerge como pré-significado, como anteriormente significado. O que acontece ao sujeito e à estabilidade das categorias de gênero quando o regime epistemológico da presunção da heterossexualidade é desmascarado, revelando-se como produtor e reificador dessas categorias ostensivamente ontológicas. Seria a construção da categoria das mulheres como sujeito coerente e estável, uma regulação e reificação inconsciente das relações de gênero.
Partindo deste lugar um tanto difícil, o de investigar as formas de representação que constituem o sujeito em sua especificidade, a autora tratará de analisar as contribuições de feministas como Beauvoir, Irigaray, Kristeva e Riviere. Se para Beauvoir o feminino é o lugar ocupado diante de um significante universal do masculino, para Irigaray o feminino é representante de uma ausência discursiva fora das estruturas de significações próprias da norma, e da lei de enunciação. Não há, portanto, uma visão de representação do feminino que não seja essencialmente negativa, o que a leva Butler até a análise de textos psicanalíticos.
Há um belíssimo capítulo em que se abordam textos de Freud a respeito da constituição dos sujeitos segundo o mecanismo da melancolia próprio ao complexo de castração. Lacan também será abordado na interlocução com Riviere e Kristeva através do conceito de “mascarada” como efeito de uma melancolia que seria essencial à representação feminina como tal.
A crítica a abordagem psicanalítica tomará forma na análise dos textos de Foucault. Este, argumenta que a "lei” estruturalista pode ser compreendida como uma formação de poder, uma configuração histórica específica, produtora do desejo que supostamente ela reprime. O desejo e seu recalcamento são uma oportunidade para a consolidação das estruturas jurídicas; o desejo é fabricado e proibido como um gesto simbólico ritual pelo qual o modelo jurídico exerce e consolida seu próprio poder.
Butler chega ao fim do texto, tendo percorrido grande parte da produção intelectual sem cair na posição de sintetizar sua análise. Ao que parece ela formulou questões essenciais para traçar a dialética negativa da trajetória dos feminismos.
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Adriana Scarpin 15/08/2015

Clássico fundador da teoria queer que coloca o gênero como performance, está dividido em três capítulos maiores que por sua vez estão divididos em sessões:
Capítulo 1- Sujeitos do sexo/gênero objeto: onde consta um apanhado geral do gênero segundo a história e teoria feminista.
Capítulo 2- Proibição, psicanálise e produção da matriz sexual: onde consta o gênero a partir de conceitos psicanalíticos a partir de Sigmund Freud, Jacques Lacan e Joan Riviere.
Capítulo 3- Atos corporais subversivos: capítulo em que aborda o pensamento vigente subvertido pelas releituras de Julia Kristteva, Michel Foucault e Monique Wittig que são os princípais teóricos que Butler se apoia para a construção da teoria queer perfazendo seus passos com um texto crítico a cada um deles e encerrando com uma conclusão que os digere.
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