A exposição das rosas

A exposição das rosas István Örkény
István Örkény




Resenhas - A Exposição das Rosas


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Lucas 26/05/2023

Devia se conectar as historia
Imagina os cara da tv desesperado pra filmar o major tomando tome tome tome guilhotinada tome tome ajusta a iluminação quais são suas últimas palavras major tome
debs 14/10/2023minha estante
HAHAHAH qual foi




Mr. Brownstone 19/02/2023

Que experiência boa !
As duas histórias me prenderam do começo ao fim e foi super divertido acompanhar os acontecimentos.
Com certeza vale um releitura.
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Carlos 03/02/2023

A exposição das rosas
O conto A exposição das rosas é bom, explora os mistérios da morte enquanto arte para a indústria cinematográfica.

O conto A família Tóth é péssimo, os personagens são rasos e ruins.
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Marina 10/06/2022

Sou fã da Coleção Leste da Editora 34 e esse foi o segundo título de escritor húngaro que eu li. Não sabia o que esperar do livro, mas adorei! Duas histórias curtas, com um humor meio nonsense e absurdo e que te deixam querendo saber o que vai acontecer.
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Jose 08/10/2021

Só um comentário
Esse livro me deixou estupefata, fazia tempo que não lia coisas tão fora da curva assim. Muito bom, superou as minhas expectativas.
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jota 05/10/2020

MUITO BOM (mais um pouco da rica literatura do leste europeu, Hungria desta vez)

Muita gente por aqui já leu autores como Ferenc Molnar ou Sandor Marai, criadores de, respectivamente, Os Meninos da Rua Paulo e As Brasas, grandes sucessos da literatura húngara. Mas certamente poucos leitores brasileiros haviam tido contato com a escrita de István Örkény (1912-1979) antes que a Editora 34 lançasse pela primeira vez duas de suas novelas em 1993, e depois uma nova edição na Coleção Leste em 2016, composta por quatro volumes independentes. As novelas são A Exposição das Rosas (1977) e A Família Tóth (1967), ambas narrativas literárias satíricas, com uma boa dosagem de humor negro e também com certo nonsense.

A tradução foi feita diretamente do original, por Aleksandar Jovanovic, a apresentação é de Moacyr Scliar e o prefácio de Nelson Ascher, um trio da pesada, como se vê. Porque Örkény merecia estar em boa companhia em terras brasileiras. A tradução de Jovanovic é correta, suponho, Scliar e Ascher situam muito bem o autor dentro de seu país e de seu tempo, quer dizer, tempo da ocupação soviética, o que, claro, influenciou sua literatura irônica e satírica, como se pode perceber aqui, especialmente no caso da segunda novela, que ridiculariza o militarismo. A Exposição das Rosas trata da morte o tempo todo enquanto que A Família Tóth termina em morte, nem um pouco gloriosa ou requintada.

Uma equipe da televisão estatal húngara trabalha num projeto de documentário que pretende registrar a morte em suas várias formas. Os realizadores já têm um título para ele, E Assim Morremos Nós. Os administradores da emissora, porém, não aceitam esse título alegando que ele poderia afugentar os telespectadores. Sugerem então que usem outro, A Exposição das Rosas; uma das moribundas a ser entrevistada e acompanhada até seus momentos derradeiros trabalha no comércio de flores, rosas especialmente, daí a ligação entre a exposição anual dessa flor e o conteúdo da produção televisiva. Os realizadores concordam e iniciam seu trabalho: começam a documentar os últimos momentos de alguns moribundos e daí surgem histórias curiosas e situações e personagens inusitados: os próprios doentes e as demais pessoas que os cercam.

Acompanhe no trecho abaixo o diálogo entre dois personagens centrais, para sentir um pouco como o autor trata o assunto:
“Eu também gostaria de produzir um documentário” disse Iron, certa vez, assim, em devaneio.
“A respeito do quê?
“A respeito das formas que a nossa morte assume.”
“Com atores ou personagens reais?”
“Somente teria sentido com personagens reais.”
“Desde que você encontre gente disposta a morrer diante dos olhares de milhões de espectadores.”
“E você não se disporia?”
“Pretendo viver por longo tempo” sorriu J. Nagy.
“Sim, mas você já teve um infarto.”
“É verdade”, concordou J. Nagy, com a generosidade dos ébrios. “O meu próximo infarto é seu.”
“Isso é muito gentil de sua parte.”

O tema da morte, desagradável para grande parte das pessoas, é tratado por Örkény de forma bem humorada, humor húngaro, é claro: não vão faltar toques grotescos e tragicômicos durante o desenvolvimento da trama. Apesar de A Exposição das Rosas ter se transformado no texto mais conhecido do húngaro, penso que a segunda novela do volume é mais engraçada e com maiores chances de provocar interesse pelo autor, também pela rica literatura de seu país. Porque em A Família Tóth temos um militar, personagem curiosíssimo que, nesses tempos absurdos por que passa nosso país, parece mostrar que muitas pessoas não se dão conta da realidade grotesca em que vivem, no nosso caso especialmente depois que a pandemia do coronavírus se instalou aqui. Há mais coisas em comum entre o major da novela e o ex capitão que nos massacra diariamente com as sandices que diz ou pratica do que pode sugerir nossa imaginação.

Vamos ao resumo da quartelada: a família Tóth hospeda em sua casa, com certo sacrifício - mas foi um pedido do amado filho lutando no front, fazer o quê? -, um militar estressado, que ali está, entre belas montanhas e a vida simples e saudável de um vilarejo, para repousar, curar-se do estresse causado pela guerra. Só que com seus preceitos, costumes e manias o alucinado major transforma e transtorna a vida de pai, mãe e filha de tal modo que todos parecem estar vivendo num verdadeiro quartel do barulho. E não mais no agradável lar que habitavam antes, tantas são as regras que a família tem de observar agora, além de que também têm de mudar completamente seus hábitos para satisfazê-lo. Por exemplo, o major por conta de suas neuras, só dorme de dia, à noite fica vigilante por conta dos perigos, dos inimigos que a escuridão pode trazer. Em conseqüência, a família é obrigada a trabalhar à noite e a repousar durante o dia, estando a ponto de também enlouquecer, feito o milico.

Assim, mergulhamos na tragicomédia: “o militarismo e os frágeis valores da classe média são tratados com mordaz ironia” por Örkény, como bem observa Moacyr Scliar. Sim, porque a família faz tudo pelo major, sujeita-se às suas neuroses e disciplina férrea pensando que com isso estará beneficiando o filho, que poderá receber algumas regalias quando o major voltar à ativa, conforme ele mesmo prometera aos Tóth. Não sabiam, porém, nem mesmo ele, que o rapaz havia morrido em combate há pouco: o carteiro local (sujeito meio amalucado) sumira com o telegrama do exército comunicando a morte do soldado. Mas algo acontece... É somente nas páginas finais que vem a desforra, o alívio, não apenas para os Tóth, também para o leitor, irritado com a figura mandona e grotesca do major. Mas sem o qual não haveria essa história engraçada, no entanto...

Lido entre 28/09 e 03/10/2020.
Paulo Sousa 08/10/2020minha estante
Tenho uma enorme simpatia pelos escritores do leste europeu. Os meninos da Rua Paulo, O poste de vapor do Molnar, As brasas do Márai, Kundera, Hrabal e sua Solidão ruidosa, Ivan Klima e seu Amor e lixo...ótimos e essenciais escritores!


jota 08/10/2020minha estante
Sem dúvida, você lembrou outros ótimos autores de lá, uma tradição que também passa por Kafka, um tcheco que escrevia em alemão.




Tatitoth 09/09/2020

Novelas Húngaras
O livro traz duas novelas.
A primeira "A Família Toth" conta a história de uma família cujo filho está na guerra e recebe em sua casa um major traumatizado. É uma crítica muito bem construída ao militarismo, à obediência cega e suas consequências.
A segunda "Exposição das Rosas" conta a história da gravação de um documentário sobre a morte. Um humor negro sobre os momentos finais da vida de três pessoas em seu leito de morte.
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Rafaela (@exlibris_sc) 30/12/2019

Dois livros em um!
Duas vertentes distintas para o pioneiro dos minicontos. De um lado, "A Família Tóth" apresenta pitadas de humor e sutilezas escondidas na novela, satirizando as emoções de soldados e civis durante a guerra enquanto "A Exposição das Rosas" traz uma leve morbidez e reflexões sobre a morte. Sem dúvida alguma, ambos os escritos me prenderam do início ao fim, explicitando a destreza com que o húngaro encontrou ao aumentar o valor emocional de alguns afazeres do cotidiano. Por exemplo, a montagem de caixas de papelão na sala da família Tóth foi o que tornou sã (ou o mais próximo possível) a mente do major que se hospedava no vilarejo. Ambas as histórias apresentam suas peculiaridades e diferem uma da outra como o doce do azedo; uma delas nos traz um clima interiorano, de província, que apresenta forte rudez contrabalançada por ironia, é o caso da família que vê suas vidas, rotinas e comportamentos serem abalados pela chegada do excêntrico e conturbado major Varró que é o comandante do jovem Gyula Tóth. Entre risos, desconforto, noites em claro e alguns comentários sutis à cerca da perseguição dos judeus durante a guerra, o leitor irá encontrar nesta novela um tesouro escondido da literatura húngara que, apesar de tudo, será mais leve e revigorante do que a outra história presente neste livro. "A Exposição das Rosas" trará desde o princípio uma espécie de ode à morte na tentativa de extrair toda a neblina que a cerca fazendo-a, em teoria, menos desconhecida e menos temerosa. Essa é a mentalidade e o intuito do personagem principal do miniconto, o diretor-assistente Iron Korom que diz "É assaz paradoxal que a morte se tenha transformado em conceito mítico no interior da sociedade moderna, embora se trate de um elemento orgânico da própria vida, seu final necessário, o estímulo de todas as obras e atividades criativas do homem e do próprio progresso". O texto se sucede com a gravação de um documentário mostrando o dia-a-dia de pessoas prestes a morrer. Pode parecer sombrio e até depressivo, mas em seus últimos momentos tanto as pessoas filmadas, quanto a equipe, os amigos, as famílias e até você leitor, passará por um reflexão profunda e verá algumas de suas convicções serem alteradas. Fechando o livro, o escritor húngaro nos traz um livro com duas histórias que merecem ser conhecidas e degustadas em suas entrelinhas.

site: https://www.instagram.com/p/B5IYZpzjNAR/?utm_source=ig_web_copy_link
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Toni Nando 07/10/2019

Humor da deprê
Sabe aqueles contos depressivos que tem um humor sútil, István Örkény sabe muito bem desenvolver esse tipo de obra. Gostei e recomendo.
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Oz 31/07/2018

“A Exposição das Rosas e A Família Tóth” são duas novelas do escritor húngaro István Örkény. Na primeira delas, acompanhamos os esforços da família Tóth – pai, mãe e filha - para receberem em sua casa um major que é o superior do jovem Tóth – o filho da família -, que se encontra em campanha com o exército húngaro. Ao saber que seu chefe iria precisar fazer uma pausa de alguns dias para descanso, o jovem Tóth consegue o convencer a passar esse período na residência de sua família, onde ele teria todo o conforto possível e um cheiro constante dos pinheiros da região. É claro que seu objetivo último é conseguir agradar o máximo possível o major para que consiga algumas regalias no retorno de seu superior ao exército. No entanto, nessa novela não acompanhamos a vida do Tóth filho. Örkény nos faz observar toda a preocupação e os preparativos do pai, da mãe e da filha Tóth para receberem o major e garantir que suas vontades e desejos sejam realizados. Afinal, não vale qualquer esforço para garantir o bem do filho que está longe de casa, em meio a um conflito armado? Mal sabe a família que os desejos, a rotina e o temperamento do major são os mais excêntricos possíveis, o que dá à novela um tom engraçado e um bom tempero kafkaniano de absurdos e exploração do homem comum. Por exemplo, o major sente desejo de se juntar à uma das atividades que as mulheres da família Tóth estavam exercendo para complementar a renda: montar caixas. Isso mesmo, montar algumas caixas de papelão. Mas o problema é que, dada sua rotina e sua insônia, o major preferia fazer isso de madrugada e ir dormir pela manhã. E tem mais: de acordo com as informações do filho, o major não gostava de ver os outros com falta de empolgação ou com sono enquanto ele mesmo não estivesse com sono ou estivesse imerso em alguma atividade. Como resultado, toda a família Tóth passa a praticamente não dormir, de modo a acompanhar e agradar o major na montagem de caixas. Esse e outros pequenos abusos vão surgindo nessa deliciosa novela, sendo um verdadeiro deleite acompanhar essa história ao mesmo tempo absurda e engraçada que Örkény traça da zona rural de seu país.

A segunda novela, “A Exposição das Rosas”, apresenta a ambição de um diretor de TV estatal que ganha aprovação e financiamento para gravar sua obra-prima: um documentário em que acompanhará os últimos momentos da vida de algumas pessoas que estão prestes a morrer. Quer dizer, mais ou menos isso, pois, na verdade, dos três “atores” pré-selecionados, um deles morre antes de se iniciarem as gravações, outro não está tão mal assim de saúde e apenas um se encontra em uma situação mais crítica. Assim como na primeira novela, a trama se sobressai pela comédia extraída das situações absurdas. O diretor faz de tudo para que o momento da morte dos atores tenha o maior efeito dramático possível, passando por cima de questões éticas e morais. E o absurdo vai além, pois não se trata de uma narrativa com um personagem maniqueísta, representando a ganância e mal: os próprios parentes dos atores – ou melhor, das vítimas – estão mais preocupados em garantir a recompensa financeira pela participação no documentário do que propriamente com a morte alheia.

Por meio dessas duas novelas, o autor nos mostra a situação da Hungria no período de influência comunista, sempre com um olhar crítico através das lentes do absurdo. A burocracia estatal, a exploração do poder e as péssimas condições de vida são os temas que mais se sobressaem no livro de Örkény. Tanto pela temática quanto pela estética da narrativa, esse é um prato cheio para quem já é fã da obra de Franz Kafka. Vale muito a leitura.

Meu site de resenhas: www.26letrasresenhas.wordpress.com
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