Jules 08/07/2011
"Amante Revelado" - J.R.Ward [http://up-brasil.com/]
J. R. Ward é conhecida por em cada livro da série A Irmandade da Adaga Negra dar foco em um personagem, mas, uma qualidade da autora é que ela trabalha em paralelo com outros personagens nos dado uma visão geral de toda a estória. “Amante Revelado” tem foco no ex-policial Butch O’Neal – e assim como o título, vocês podem imaginar o que acontece com o tira, certo?
Butch era um personagem secundário – muito querido por sinal – que teve uma grande reviravolta, passando de personagem secundário para alguém essencial na Irmandade. O até então humano, não passava disso – um simples humano que teve uma vida difícil, sendo rejeitado pela família e se autodestruindo com bebidas e drogas. Butch foi sequestrado e teve um encontro assombroso com Ômega, que colocou uma parte de si mesmo dentro do corpo do tira. A partir disso, Butch desenvolve uma capacidade de drenar redutores, deixando os Irmãos – principalmente Vishous – preocupado e a procura de respostas para este fenômeno.
Eu diria que o livro é sobre a relação de Butch e Vishous. Marissa – nesse caso – ficou em segundo plano. A amizade entre ambos é pura, bonita e forte. É tão forte que beira o desejo carnal de ambos, elemento este que ficou um pouco estranho e que bota a sexualidade de ambos em dúvida – mas que pode ser compreendida ao longo da leitura. Nota-se que não haveria nada que um não fizesse pelo outro. Eles se amam, é um fato. Foi curioso ver quanto sentimento rola na amizade desses dois personagens, eu quase me vi torcendo para que Butch terminasse com Vishous e não com Marissa.
De todos os livros da série que antecederam este, infelizmente devo dizer que “Amante Revelado” foi o mais fraco de enredo até agora – o que não significa que ele seja ruim, não mesmo. Apesar de toda a transformação de Butch para um guerreiro da Irmandade e de ser uma poderosa ferramenta na guerra contra os redutores, achei que a autora falhou em criar um vínculo deste personagem com Wrath, o Rei. Ela simplesmente jogou essa revelação e achei a explicação bem meia-boca. Outra coisa que senti falta de maiores detalhes foi a questão da profecia da Sociedade Redutora, confesso que achei um pouco confuso, Ômega sabia quem era a pessoa da profecia? E como ele, tendo colocado um pouco de si mesmo dentro do corpo de Butch não sentiu que o tira estava vivo? O personagem John também aparece bastante e sua transição esta mais próxima, me pergunto por que Wrath determinou que John deve passear com Zsadist todo dia. Qual seria o proposito disso? Esses são alguns dos pontos que tenho dúvidas.
Vishous teve bastante destaque neste volume da série, onde foi ressaltado o fato de suas visões terem parado e mostrado que por mais que ele seja o mais inteligente e um verdadeiro “machão”, ele possui fraquezas, o que já nos dá um gancho para o “Amante Liberto”. Outros personagens que tiveram mais aparições foi o Rehvenge e a Xhex, os vampiros de raça impura, que com certeza prometem grandes cenas nos próximos volumes – e a própria Virgem Escriba, está mais presente e participativa neste volume.
Marissa, até então vista como uma intrusa nos outros livros – e até bastante critica neste – , se mostrou uma personagem bastante solitária e até inocente. Seus problemas são extremamente humanos. Mas, ao final, ela se mostra uma fêmea forte e determinada, aparentemente, depois de anos de submissão, a vampira aristocrata pega as rédeas de sua vida e começa a viver por ela mesma. O romance com Butch não é tão intenso como os outros livros da série, mas rende muitas cenas bacanas.
Butch O’Neal é carismático, durão e engraçado, não é atoa que ele é um personagem querido na série. Seus diálogos quase sempre rendem risadas.
Um comentário adicional a esta resenha – que não posso deixar de forma alguma de comentar – é que adorei a passagem em que Zsadist aparece com Bela, a autora não deixou que a intensidade do romance e estória do livro anterior – “Amante Desperto” – fosse esquecido e nos presenteou com uma cena extremamente romântica do casal.