Coisas de Mineira 28/05/2021
“Apenas Um Olhar” (Just One Look) é um livro que saiu em uma edição especial pela TAG Experiências Literárias, em 2019. Porém, no mesmo ano, a edição da Arqueiro, com as características da nova identidade visual que viria ser padrão, também já estava disponível. Em primeiro lugar, a ansiedade dos #Harlanlovers por algo inédito do Mestre das Noites em Claro já estava batendo daquela forma… E assim, logo tivemos oportunidade de nos perder nessas 352 páginas de mistério, suspense e emoções. Coben nunca deixa a desejar!
Bom, “Apenas Um Olhar” é um thriller de história independente. Ou seja, você não precisa se preocupar em ler nenhum livro antes desse para entender alguma coisa. Essa obra continua naquele mesmo ritmo rápido e original do autor. A personalidade das personagens é sempre marcante e forte; certa característica que podemos perceber em seu estilo. Aqui, teremos uma trama que aparenta ser bastante complicada, ainda mais com a essa quantidade de páginas. Só que como eu disse anteriormente, Coben não deixa ponto sem nó.
Grace Lawson, é mãe de Emma e Max. Ela trabalha em casa como pintora, e tem certa dificuldade em andar. Manca um pouco, depois de uma situação vivida (durante um show de rock) que a marcou, deixando sequelas. É casada com Jack, um marido amoroso e pai presente. Eles se conheceram na França, e hoje vivem uma ótima vida nos Estados Unidos. Até que… Um dia, Grace vai buscar umas fotos que a família havido mandado revelar. E assim se dará início à toda confusão envolvendo os Lawson.
“Essa coisa da qual ele estava fugindo… acabou encontrando ele.”
É que uma foto em meio as fotografias do passeio em família, não pertencia a eles. Ou melhor, será que sim? Entre os jovens que Grace via na imagem antiga, em idade universitária, ela conseguiu reconhecer apenas Jack, seu marido. São cinco jovens, e uma mulher tinha seu rosto riscado com um X. Por conseguinte, Grace mostra a revelação ao marido, que diz não saber do que se trata. Só que no momento que estão prontos para dormir, ele recebe uma ligação. A esposa só consegue perceber que o carro do marido saiu de casa, e que a fotografia sumiu.
Em outras palavras, é óbvio que Grace ficará bastante preocupada. Sua família está correndo riscos? Onde está seu marido? Será que terá que questionar seu casamento? Em quem confiar, depois que a polícia não dá muito crédito à busca de um marido ‘fujão’? É imperativo dizer que mexer no passado, e tão fundo quanto será necessário, quase sempre traz muitos problemas à tona. E se a história contada for um thriller, com certeza trará perigo de mãos dadas a todas as demais dificuldades.
“Quando se está em movimento, não se pensa em culpa ou inocência. Não se pensa no passado, nos sonhos, nas alegrias nem nas frustrações. A pessoa só se preocupa com a sobrevivência. Ferir ou ser ferido. Matar ou ser morto.”
Ah! Ao mesmo tempo, você não pode deixar de lembrar que nos livros do Coben frequentemente temos aquelas tramas paralelas, que por mais que tentemos conectá-las à trama principal, somos praticamente incapazes de o fazer. Todavia, como só ele sabe fazer, no fim tudo se entrelaça e não existem pontas soltas. E nosso personagem da trama paralela em “Apenas Um Olhar” é um assassino cruel e violento. Será que ele tem algum envolvimento com o sumiço de Jack? Tem interesse naquela fotografia também? Só tem uma forma de descobrir. E você sabe qual é…
Com o desenrolar de todo esse mar de ‘surpresas’ e ‘descobertas’, chega um momento que nem o leitor, nem Grace, sabe mais quem é digno de confiança. O que está realmente acontecendo, e como chegar à solução de todo esse caos. Os mistérios são vários, e são mantidos durante uma grande parte da narrativa. Isso prende demais o leitor. E Harlan Coben, nesse meio tempo, sabe exatamente como fazer isso. Principalmente em suas diversas versões dos dramas familiares, que mexe tanto comigo, pois sou uma manteiga derretida quando o assunto é família, e filhos!
“Nunca viu nem sentiu qualquer indicação de algo mau nele. No entanto, sabia que existia. O mal, o verdadeiro mal, era assim.”
Recomendo essa leitura para os fãs do estilo e gênero. A edição, como citado anteriormente, abre o estilo comemorativo da editora Arqueiro pelos 10 anos de publicação do autor pela casa. Com fonte confortável à leitura, e folhas amareladas para a felicidade geral dos leitores, a edição está nota 10.
Harlan Coben é um escritor estadunidense de literatura policial de 59 anos, aclamado, premiado, e traduzido para mais de 41 idiomas. É morador de Nova Jersey com os quatro filhos e a esposa, e escreve roteiros originais e adaptações de suas obras. Nesse post aqui, indicamos nossa recomendação de melhor forma de ler suas obras, sendo “O Menino do Bosque” o último livro dessa longa e aprazível jornada.
“Quando se tratava de proteger entes queridos, as mulheres eram muito mais implacáveis.”
Por: Carol Nery
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