Resenhas - A Casa dos Espíritos

Roberta 20/04/2022

A casa dos espíritos
Não faz meu estilo.

Não gostei muito, mas também não tive vontade de desistir.

Histórias de espíritos, guerra, desencontros amorosos? Deus me livre!

Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

A casa dos espíritos, de Isabel Allende – Nota 10/10
Romance histórico, realismo mágico e narrativa acompanham as gerações de uma família. Essas são três características que me chamam bastante atenção em um livro. No caso de “A casa dos espíritos”, todas estão presentes!

Percorrendo grande parte do século XX, a escritora chilena constrói uma narrativa acompanhando três gerações de mulheres da família del Valle Trueba. A primeira delas, Clara, é a personagem central do livro e, na minha opinião, a mais marcante. A infância de Clara é marcada por acontecimentos trágicos e por uma peculiaridade: a garota tem poderes sobrenaturais: consegue pressentir os acontecimentos futuros, se comunicar com espíritos e mover objetos. Mas não pense que essa característica de Clara seja um aspecto tão relevante da obra. Na verdade, essas habilidades da personagem dão apenas um toque de fantasia e encantamento na história, sem conseguir distanciar o ambiente construído por Allende da realidade da sociedade chilena do início do século XX. Puro realismo mágico! •
Em meio a imprevistos, Clara se casa com Esteban Trueba, um personagem com presença forte ao longo da obra. Trueba é a figura do conservador e da entidade patriarcal tão comum naquela época. Dessa união entre dois personagens tão diferentes nasce Blanca, que também herda um pouco da mágica da mãe. Blanca logo passa a fazer parte do rol de personagens bem construídos na obra. São tantos acontecimentos relevantes na vida de cada um que torna impossível a tarefa de resumir a história para vocês. O que posso contar, no entanto, é que por trás desses momentos narrativos tão bem contados encontramos diversas temáticas de reflexão. São os conflitos que se repetem ao longos das gerações. •
Assim como Clara e Blanca, o leitor é apresentado a Alba, que inaugura a terceira geração de mulheres dessa família, mas o passar dos anos altera a realidade do Chile e, a partir de Alba, acompanhamos um momento histórico marcado por repressão e resistência. Como não podia deixar de ser, Alba também herda a magia e o protagonismo das mulheres tão fortes que a antecederam.

Uma das melhores leituras de 2019!

site: https://www.instagram.com/book.ster/

Rosangela Max 05/08/2022

Maravilhosamente diferente.
Para a primeira leitura de uma obra da autora escolhi logo o seu maior sucesso e fiquei encantada!
A história é original e fantástica, a escrita é deliciosa e os personagens singulares.
Está combinação que autora fez da vida cotidiana (em seus aspectos social, político e econômico) junto com o misticismo foi tão envolvente que adoraria ter conhecido essa família maluca e cheia de personalidade.
Todos os personagens são marcantes, mas tive um carinho especial por estas três gerações de mulheres extraordinárias (Clara, Blanca e Alba) e pelo Jaime.
É uma história que tem romance e diversão, mas também tem tristeza, violência, miséria e opressão. Uma mistura que a autora ornou de forma majestosa. Não tinha como não dar cinco estrelas e favoritar.
Recomendo a leitura.

Clio0 24/03/2021

A Casa dos Espíritos foi a incursão de Isabel Allende no Realismo Fantástico do qual Gabriel Garcia Marquez e Vargas Llosa são os expoentes. Futuramente a autora renunciaria a esse movimento, mas aqui temos uma corajosa investida ao trazer o ponto de vista feminino a esse estilo.

A história acompanha a vida de Clara (que possui certos poderes excepcionais, não diferentes do famoso "eu senti") ao se casar com Esteban Trueba, um explorador de minas e mais tarde grileiro e chefe político da sua região.

A política, de fato, é uma das coisas que colore o texto. Não apenas com os conflitos de Esteban através da história, mas também com a questão indígena. Há espaço ainda para a discussão sobre a miscigenação no Chile e a influência europeia na sociedade e, posteriormente estadunidense, na formação da ditadura chilena.

Isso é possível porque a história é geracional, embora Clara seja o fio narrativo, temos a presença de sua filha Bianca e sua neta Alba.

É muito bom para quem gosta do estilo. Como a história chilena não é, por praxe, ensinada no Brasil a leitura pode se tornar um pouco confusa.

Há também um ótimo filme de 1993 com Meryl Streep, Jeremy Irons, Winona Ryder, Glenn Close e Antônio Bandeiras - curiosamente, sem nenhum ator chileno de peso.

Renata CCS 27/01/2013

Nunca o realismo fantástico foi tão real.
Sempre rica em descrições e criadora de personagens femininas únicas, Isabell Allende nos traz neste livro histórias de vida em forma de poesia e nos leva para dentro do livro. A Casa dos Espíritos conta a história da saga de 3 gerações de uma família tradicional chilena do início do século XX. A ação da obra reflete um importante e conturbado momento revolucionário, terminando com o golpe militar de 73, que provocou o suicídio do então presidente Salvador Allende. A história é narrada por três personagens: Esteban Trueba, o patriarca da família e poderoso latifundiário, por sua esposa Clara, a clarividente, e por fim, pela neta do casal, Alba. Clara é clarividente, desde criança tem a capacidade de tocar o mundo dos espíritos com a sua mente. Consegue prever o futuro e deslocar objetos como se tivessem vida própria. Posteriormente à morte inexplicável da sua irmã, Rosa (linda em sua beleza marinha, de cabelos verdes e olhos amarelos), Clara fica muda durante anos e quando finalmente quebra o silêncio é para anunciar que se irá casar em breve. O seu futuro marido é Esteban Trueba, o anterior pretendente a se casar com Rosa, um homem severo e obstinado, dado a acessos de raiva e assombrado por uma profunda solidão. Esteban irá conceber uma paixão por Clara que durará o resto da sua longa e rancorosa vida. É a brutalidade de Esteban que irá minar o seu casamento, tornando-o irreconciliável. Os conflitos familiares serão estendidos a seus filhos e netos. A narrativa de Isabel Allende é caracterizada por uma indiscutível lucidez social e histórica, combinando o realismo fantástico com a dura realidade de uma época. Até sua publicação em 1982, nenhuma escritora hispânica havia conquistado tamanho sucesso editorial. A Casa dos Espíritos, sem dúvida, tornou-se um divisor de águas na literatura latino-americana!

Otávio - @vendavaldelivros 16/04/2021

"Tal como no momento de vir ao mundo, ao morrer temos medo do desconhecido. Mas o medo é algo interior, que nada tem a ver com a realidade. Morrer é como nascer: apenas uma mudança."

Em cada esquina, em cada rua, em cada casa e em cada mente mora um universo. As pessoas que passam por nós, rostos que não conhecemos e histórias que não vemos, têm um passado, um presente e um futuro. Dúvidas, dores, alegrias e amores particulares, tudo dentro de suas próprias existências. Espíritos que assombram suas próprias casas.

Peço licença para falar sobre “A casa dos espíritos”, livro de estreia da chilena Isabel Allende. Licença para falar mais sobre o que essa história me despertou do que sobre sua estrutura ou seus significados. Tendo a crer que quando um autor consegue fazer-nos visualizar o mundo que ele idealizou, isso deve ser celebrado como algo gigante.

Allende consegue nos tornar parte dos espíritos que habitam a casa da família Trueba. Nos faz sentir os cheiros de animais, das terras sendo aradas e dos rios que são testemunhas de paixões. Nos faz sentir os sabores da comida, seja quando escassa, seja quando em fartura. Nos faz sentir as dores e os amores de seus personagens, fazendo deles partes que nos faltam e amigos que cultivamos.

Na saga da família Trueba vivemos a história de um país que poderia ser o nosso mas que, claramente, tem o azul, vermelho e branco da bandeira chilena. Vemos o realismo mágico no seu melhor e na simplicidade dos detalhes, e conhecemos personagens que fazem morada em nossas lembranças, mesmo depois de encerrada a leitura, como a espetacular Clara e a forte Alba.

Do Chile do começo do século XX até o golpe militar de 1973, que tirou Salvador Allende do poder e o levou a morte, vemos o caminhar do tempo, inexorável e imperturbável, como um furacão que segue seu rumo. Em meio a tudo, sentimos a dor das injustiças, da miséria, do conservadorismo de quem prefere se manter no poder através do sofrimento dos mais pobres.

“A casa dos espíritos” é um livro de “sentir”. É um universo transformado em realidade dentro das nossas próprias mentes, com maestria narrativa, realidade crua e toques de magia. É um livro que toca nas feridas que nos doem por sermos humanos e que nos faz querer gritar contra as injustiças. É a mudança que vem de mãos dadas com o tempo transformar a nossa própria realidade.

Paula 07/01/2023

Amei!!!
Iniciei esse livro com um pouco de receio não sabendo sobre o que se tratava a história. O nome te entrega um sentido para o desenrolar da trama, porém temos um contexto histórico muito bem explorado.

A forma como a autora abordou a história da família dentro do contexto histórico foi muito rico e interessante.

Ótima leitura!!!
Entretanto é bom lembrar que não é uma leitura rápida.

Ju_allencar 29/03/2024

Não tive uma boa experiência de leitura ?
Eu realmente não consegui embarcar nesse livro, pra mim parecia que ele não tinha mais fim. Não me conectei a história, nem aos personagens. É um livro bem político, talvez as minhas expectativas tenham me traído. Mas é um bom livro.

Isabella.Wenderros 06/06/2021

Um favorito da vida.
Em A Casa dos Espíritos, o leitor acompanha a trajetória da família Del Valle Trueba ao longo de três gerações e conhece mulheres incríveis nas personagens Clara, Blanca e Alba.

Apesar de a autora não nomear o país em que a história ocorre ou fazer questão de marcar numa linha temporal os acontecimentos, é fácil perceber que o palco de sua obra é o Chile e que começa no início do século 20, terminando em meados de 1975. Algumas pistas vão sendo entregues – como a moda feminina que marcou a década de 1920, conversas sobre as Grandes Guerras e os acontecimentos políticos que culminaram numa ditadura militar na década de 70 –, permitindo que o mapa e a duração fiquem simples.

Minha experiência de leitura me surpreendeu – sei que é um livro que muitos adoram, mas nunca imaginei que se tornaria um grande favorito. Eu senti durante todo o tempo que estava ouvindo alguém me contar uma história que poderia se passar aqui no Brasil, minha imaginação não encontrou nenhuma dificuldade para criar imagens nítidas das descrições de Isabel e suas personagens me cativaram como se fossem minhas amigas. A escrita é simplesmente maravilhosa e rica em detalhes, irresistível.

A construção de Esteban Trueba, do rapaz pobre e determinado, até o fazendeiro autoritário, machista e abusador, foi me deixando enojada e ainda mais interessada naquilo que estava lendo por dois motivos: apesar de ser ambientado no Chile, aquele homem poderia ser um dos antigos fazendeiros brasileiros que mandavam e desmandavam como se fossem deuses em seus territórios; a segunda razão foi perceber como ele exercia o papel da pessoa que não aceitava as mudanças culturais e sociais, lutando para manter tudo o que pudesse como antes. Além disso, ele não era aquele simples personagem mau: era um homem com vários lados, assim como outros personagens que também eram multifacetados.

As personagens femininas brilham nessa narrativa – desde a ambígua Férula, passando pela apaixonada Blanca, até a teimosa e corajosa Alba –, mas a verdadeira protagonista aqui, para mim, foi Clara. Uma mulher com uma ligação com o mundo espiritual e que sempre estava mais conectada ao além do que ao mundo que a rodeava, mas que foi o grande alicerce dos Trueba. O convívio entre todos eles, aliás, foi um afago no meu coração. Quando percebia, estava sorrindo, com os olhos marejados e desejando poder conhecer aquelas pessoas tão únicas, complexas e cativantes.

Apesar de existir muito sofrimento, principalmente no final, terminei a leitura com o sentimento de esperança. Na visão de Clara e Alba, todos somos parte de um grande quebra-cabeça, onde os lugares já estavam pré-determinadas e cabe á nós apenas fazer o melhor que pudermos e aceitarmos aquilo que fugir de nossas mãos. O ódio apenas causa mais dor e cria uma cadeia de acontecimentos que pode nunca ter fim.

Não importa o quanto eu escreva, sinto que não vou conseguir fazer jus ao quanto amei. Não sei o motivo de ter demorado tanto para conhecer Isabel Allende, mas talvez tenha sido no momento certo; já prevejo muitas releituras ao longo da vida e sei que vou carregar esses personagens comigo por muito tempo.

Rafa 04/03/2023

Rupturas e Perenidades
Isabel Allende é uma contadora de histórias incrível! O seu livro proporciona várias maneiras de se emocionar, dispondo de uma saga familiar que transpassa um capítulo da ditadura chilena.

Kecia.Viana 15/02/2022

Como vivi tantos anos sem esse livro?! ??
Personagens bens construídos, enredo mega criativo que versa entre a ficção e a realidade.

O realismo mágico tem Isabel Allende como uma das melhores.

Como pode um livro tratar de tantos temos e de forma tão envolvente.

Lista de Livros 12/01/2024

Lista de Livros: A casa dos espíritos, de Isabel Allende
“Nesse sentido as mulheres são muito estúpidas. São filhas da necessidade. Precisam de um homem para se sentir seguras e não se dão conta de que a única coisa que há a temer são os próprios homens.”
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““As irmãs Mora tinham razão”, disse para si. “Não se pode encontrar quem não quer ser encontrado”.”
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“Clara não acreditava que o mundo fosse um vale de lágrimas, mas, ao contrário, uma pilhéria de Deus, e, por isso, seria estupidez levá-lo a sério, se Ele próprio não o fazia.
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Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2024/01/a-casa-dos-espiritos-de-isabel-allende.html

carlosmanoelt 05/03/2024

?Barrabás chegou à família por via marítima??
?A Casa dos Espíritos" de Isabel Allende é um romance envolvente, que retrata a história de uma família ao longo de várias gerações. A obra conta uma trama que mistura elementos de realismo mágico com eventos históricos, oferecendo uma visão profunda da sociedade chilena e das lutas políticas e sociais que moldaram o país. Além disso, a escrita poética e evocativa de Allende dá vida aos personagens, tornando-os memoráveis e complexos. Porém, não me conectei tanto quanto achei que me conectaria, foi uma experiência parecida com ?Cem anos de Solidão? do Gabriel García Márquez.

Mariana Dal Chico 25/08/2020

“A Casa dos espíritos” de Isabel Allende foi publicado pela primeira vez em 1982.

Minha avó gosta muito dessa história, por isso, era uma daqueles livros que antes de ler eu já amava. A experiência de leitura foi ainda mais especial, porque foi compartilhada com o grupo @leiamulheresjundiai

As expectativas eram altas e elas foram superadas!

No começo da leitura, fiquei um pouco desconfortável com o tamanho de alguns parágrafos e capítulos que são mais extensos do que estou acostumada, mas logo peguei o ritmo de leitura.

O livro narra o drama de uma família, passando por três gerações, onde as mulheres são fortes, os homens desprezíveis e fala sobre amor, resignação, vingança e política. Os “espíritos” do título, são bem secundários e dão o tom do realismo fantástico/mágico.

A linha do tempo é fluida, temos dois narradores, um logo descobrimos ser Esteban Trueba e a outra se baseia nos “cadernos de anotar a vida” que Clara escreveu ao longo dos anos. Outro fator interessante, é que temos “mini spoilers”, sabemos que uma tragédia está prestes a acontecer, mas precisamos continuar a leitura para saber como aquilo acontece e quem são os envolvidos.

Esse é um livro com muitos personagens, então fica a dica: anote os nomes para não se perder ;)

Vale o alerta que o livro tem cenas fortes de agressão, pedofilia, estupro e descrição de tortura.

Politicamente, o livro é tenso do começo ao fim, sempre ouvi dizer que é um livro que se passa durante a ditadura, por isso fiquei um pouco decepcionada que esse momento acontece no capítulo final, mas quando chega, é devastador.

Livro mais que recomendado, entrou para a lista de favoritos da vida.

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