spoiler visualizarRydson 06/07/2023
A nova fase da Marvel
A incursão está chegando ao fim, só restam dois mundos e a única salvação é destruir o outro antes que o seu seja destruído, questão de sobrevivência. Não há esperança. Quem ousaria se colocar perante os criadores? Autores da tragédia?
Ele. Destino.
Jonathan Hickman tinha na ponta do lápis a responsabilidade de destruir o multiverso Marvel e estabelecer uma única terra (lembra alguma coisa ??). Falamos de um evento que envolve terras paralelas, entidades e praticamente toda galeria de personagens da Marvel, porém, no fim, é uma história sobre Victor Von Doom e Reed Richards, retomando o protagonismo ao Quarteto Fantástico. Como diria Stan Lee (?), Doutor Destino não é vilão, apenas quer dominar o mundo por achar que faria um trabalho melhor - não deixa de ser uma pessoa ruim, apesar - e agora, realizou seu desejo e muito mais além. Pois não é o "presidente do mundo", agora é Deus Destino e literalmente salvou mundos. Mas há que preço?
Aqui, vemos o que vem depois, e diferente do que se pode imaginar, Destino carrega um fardo. O desenho do incrível Esad Ribic é muito sutil ao mostrar Victor sempre recluso, com o "rosto" ofuscado na sombra, sempre calmo, mesmo em situações de conflito, diferente do exibido "vilão" que costuma-se ver em outras histórias. Algo que será mais à frente explicado, com a chegada de Reed Richards, que o "desperta" e revela sua insatisfação e sentimento de inferioridade em um diálogo espetacular.
Há certa bondade e justiça no personagem quando está onde quer, mas tudo desmorona quando se trata do rival, e sua maldade está em chegar onde está. Clássico "fins justificam meios".
Jonathan Hickman é pragmático em sua construção de mundo e nos conflitos aquém dos dois protagonistas, há, claro, momentos de emoção, todavia. Sempre, principalmente, quando Destino está em cena. Mas seu claro triunfo é na abordagem diferente da relação dos pilares desta história.