Silvana Barbosa 07/07/2015Onze é demais ! Magnus Ericsson vive todo frozô lá na Escandinavia de 999 , com seus 11 filhos. Isso mesmo, 11. O moço não brinca em serviço...
Sim, o protagonista é um grande “pegador”, gosta, faz, e pensa em sexo sempre que pode, casou várias vezes, e teve inúmeros romances, mas... Como tem boa índole, e também boas condições financeiras, a mulherada não se acanha em deixar filhos indesejados na porta dele, e Magnus vai agregando cada vez mais crianças à sua volta, mesmo que isso o torne motivo de piada entre seus amigos. E mesmo que não haja provas que a criança seja realmente dele, ele as acolhe como suas e trata com carinho... inclusive os que poderiam ser considerados um estorvo naquele tempo, por causa de uma deficiência física.
Depois de receber evidências de que seus irmãos – que haviam partido em expedições marítimas anos atrás – estavam vivos, Magnus resolve viajar atrás deles, levando sua família. O mocinho viking então faz um voto de castidade, porque não quer mais filho nenhum, e parte no rastro dos manos , rumo a terras desconhecidas.
No entanto, em certo ponto de sua viagem, seu navio atravessa uma barreira do tempo, lançando os nórdicos em plenos anos 2000.
O livro é divertido e despretensioso. O Magnus, apesar de ser o típico mocinho bonitão e namorador, foge completamente das regras esperadas por protagonistas de um romance histórico. Esse aqui fala bobagem, seus pensamentos são engraçados, e seu jeitão mostra que é mais um bobo simpático do que um articulador arrogante. E devo frisar que Magnus não é um guerreiro, embora saiba lutar e mantenha uma espada na cintura, é um FAZENDEIRO. Outro diferencial diante dos tradicionais conquistadores vikings que chegam para saquear, matar e subjugar a herdeira das terras derrotadas por seu exército.
Em uma passagem do livro, Magnus até reclama deste estereótipo firmado em livros e filmes.
Nosso nórdico aqui só quer reencontrar seus 2 irmãos mais velhos, comprar um bom pedaço de chão pra cuidar e também distribuir entre seus rebentos, e viver com tranquilidade. Num celibato completo.
Mas quando conhece a mocinha Ângela, do século XXI, fica encantado e começa a esquecer suas idéias sobre castidade.
E a Ângela fica de queixo caído diante da belezura que é o Magnus. Em pouco tempo estão envolvidos.
A princípio ninguém se dá conta da viagem do tempo. Magnus e sua prole pensam estar num novo e muito bem desenvolvido continente, e Ângela e os moradores da cidade que veem o navio viking chegar, pensam estar diante de uma trupe teatral.
A autora consegue nos enredar de uma forma que nos faz comprar a sua ídéia e embarcar em sua história com a maior boa vontade. A risada é garantida, as cenas hot não desapontam, e no final das contas a gente fica que nem a Ângela, caidinhas pelo gente boa TDB do Magnus.
Dá pra não gostar de um malandro que sai com frases como esta aqui
“-Meu maior desejo é estar contigo com sexo ou sem ele todo o tempo que me seja possível. Mas crê nisso?“
Qualquer uma gostaria de crer.
Ah , claro , faz parte de uma série. Os dois “manos perdidos” também tem seus livros: “ O último viking” (Last Viking /livro 1/História do Rolf) e “Verdadeiramente , loucamente viking” (Truly, Madly Viking/livro 2/História do Jorund). E a brincadeira da autora com os vikings e a viagem pelo túnel do tempo ainda rendeu mais 7 livros, que contam com histórias sobre o Torolf, Ragnor e Madrene (filhos do Magnus), e de novos personagens . Nos 2 últimos romances da coleção duas protagonistas dos tempos atuais vão parar nas antigas terras nórdicas e caem nos braços de vikings fortões e bonitões - Que azar o delas, né?