Yves2zzz 04/01/2024Primeiro do ano com sucesso e felicidade!Tenho uma tendência extraordinária a fazer resenhas longas e floreadas, principalmente quando se trata dessa saga, em especial. Sou adepta de expressar cada detalhe, cada admiração e aumentar pelo menos umas mil vezes a babação de ovo que tenho por Mary Balogh, muito merecida por sinal.
Como sempre, não tenho do que reclamar da escrita, da fluidez e do carinho que a autora tem por seus personagens. Ainda que não concorde com certas decisões ou precise ligar a suspensão da descrença em algumas cenas, consegui sentir cada emoção que a autora tentou expressar nas páginas, proporcionando uma experiência enriquecedora e... humana! Para pessoas emotivas e impulsivas, é muito fácil se identificar com os personagens haha
Agnes é uma protagonista incrível de acompanhar; o momento exato que ela se desprende da sensatez e é arrebatada pela paixão por Flavian é simplesmente o momento em que você compreende que a vida é uma caixinha de surpresas. Ela estava bem, segura e confortável, mas um homem enlouquecedor e terrivelmente bonito a tira completamente do chão. E ainda assim, é uma mulher forte e determinada, mesmo com um senso de autodepreciação bem triste. É uma personagem plausível, vivaz e cheia de nuances.
Posso até ter desconfiado da aproximação do casal, não sou a maior apreciadora de ocasionais coincidências da vida, mas passei meu paninho pela cena ser adorável de ler. A paixão dela foi do nada com uma ótima justificativa, e a dele veio com o tempo. E o amor só foi ser concretizado nas últimas páginas, vejam só! Quase faleci com o fim do livro se aproximando e nada desses dois alegarem mais do que paixão ardente, desejo carnal e um imenso afeto. Ainda assim, compreendo as motivações e abraço o rumo da história.
Por incrivel que pareça, esse livro foi o menos descritivo no quesito cenas de sexo. Determinou que foram os que mais aproveitaram a companhia intensa e pessoal um do outro, isso eu tenho certeza, mas lembro que os anteriores tinham bem mais descrições ou eram mais atentos a esses momentos. Não estou reclamando, longe disso, só um apontamento curioso, pois nem por isso tirou a emoção do livro. Eram dois tarados e eu adoro hehe
Em contraponto lá estava Flavian, nosso amável Sobrevivente. Eu sou apaixonada por todos eles, mas devo confessar que Flavian era o que menos me interessava. Obviamente mordi a língua e adorei acompanhar a história dele, desde as realizações, as compreensões e as superações. Algo nele ainda me estressava, não sei dizer exatamente o que. Adoro um bom libertino, adoro a personalidade de engraçadinho para fazer os outros felizes, mesmo quando ele se encontra em desespero, mas percebo que tenho uma semelhança estranha com ele. Não levar as coisas a sério até quando há necessidade disso é um, a contragosto, defeito.
E talvez eu deva apontar uma pequena falha na descrição da autora, pois para ela é meio difícil existir o meio termo do oito ou oitenta. Ou a mulher é absurdamente linda ou suas belezas só são apreciadas em maior vigor pelos maridos. É a realidade, claro, mas sinto certo desconforto quando essa tecla é mencionada tantas vezes, acho que depois da Sophia e da Samantha ficou meio complicado ignorar isso.
Ainda assim, nada disso estragou a experiência. Tais menções apenas permitem que minha mente viaje, pois escrevo todas as resenhas de acordo com a loucura da minha mente, sem muito planejamento e soltando o verbo sem medo de extrapolar (porque sinceramente ninguém se importa).
Tenho que ressaltar que apenas mais uma coisinha me tirou da imersão do livro, que é o fato de ter essa vilãzinha inserida de tal forma que não foi apresentada resolução. Não vou me aprofundar demais porque já tive a reação imediata nos comentários do livro ao longo da leitura, só sinto que precisava mencionar para lembrar no futuro. Velma, o nome da safada! Acho que talvez pudesse ter seguido um caminho diferente, algo que não jogasse toda culpa em um terceiro quando a mente do nosso Sobrevivente estava perturbada. Acho bacana histórias de crescimento pessoal, nem sempre é preciso um motivo fantasioso para isso acontecer.
Uma coisa eu tenho que bater palmas de joelhos para essa mulher, pois ela sabe muito bem moldar uma relação, seja de amizade, familiar ou romântica. E é mérito dela a existência dos Sobreviventes, queria casar com todos eles por serem incrivelmente apaixonantes! Havia comentado em atualizações que acabei notando uma expressão bem colocada sobre relação fraternal, visto que a história segue caminhos de companheirismo, culpa e adoração entre os irmãos, tanto de Agnes com Dora e de Flavian com David. Foi uma realização que quase me fez chorar, fiquei até surpresa. Obviamente estava apegada.
Enfim, eu poderia falar mais um monte sobre esse livro, destrinchar cada detalhe que me deixou feliz e outros que nem tanto. Tive muitos sentimentos conflitantes, o que é sempre bem vindo quando se é leitor. Porém, não vou deixar tudo mastigado para a minha mente também, ela precisa trabalhar o restante kk Só preciso lembrar de que foi uma experiência gratificante, uma primeira leitura do ano que valeu a pena em cada segundo. Não é o meu favorito da saga, mas tem um lugarzinho especial no meu coração!