Carolina165 24/01/2020
Simplesmente amei...e quero muito o prequel da Sara!!!
Peguei pra ler esse livro em meio a uma ressaca literária terrível. Mas como a sinopse chamou muito a minha atenção e faz um bom tempo que eu estava doida pra ler, comecei. Para minha surpresa me vi envolvida na história desde o começo.
O livro fala sobre TOC, e consegue nos envolver desde as primeiras linhas. É fácil entrar na cabeça do Daniel e perceber como ele se sente, as crises e ansiedade crescente. O TOC é bem retratado, já que o próprio autor sofreu disso. Sentimos todo o sofrimento de Daniel, quando ele tem os Choques, que é como ele chama o pânico e a ansiedade que tomam conta dele quando ele não consegue completar um Ritual da maneira certa. Por exemplo, quando ao invés de dar dez passos antes de chegar na cama, ele dá apenas 9. Ele sente que se não consertar isso rapidamente, isto é, voltar ao começo, e dar 10 passos; ele irá morrer. E isso o atormenta muito. Sara também sofre de ansiedade generalizada, transtorno bipolar, esquizofrenia moderada e depressão.Gosto muito de ler histórias com personagens que sofrem de transtornos mentais e psicológicos. Adoro personagens quebrados, então foi fácil ter empatia por esses.
"Lembrei o que Sara havia dito. Que éramos Crianças das Estrelas. Que éramos especiais e não nos encaixávamos neste mundo". Pág. 131
Eu detesto futebol, principalmente o americano, e até mesmo as partes que narravam os jogos, eram emocionantes e conseguiam me envolver.
Gostei de todos os personagens, todos eles são cativantes a seu modo. Max, o amigo leal e que não dá a mínima para o que os outros pensam ou falam de Daniel; Raya, a garota popular, mas que nem por isso é antipática ou mesquinha, muito pelo contrário, é muito gentil e doce; Emma, a irmã mais nova de Daniel que é tímida e gosta de ficar lendo em seu canto; e claro Sara, a garota estranha, mas uma personagem encantadora e especial.
"Sou solitária. Sempre fui. Não falava com ninguém porque achava que ficar sozinha era mais seguro. Eu era só a PsicoSara, não falava, e ninguém podia me dizer que eu não era especial. - Seu rosto estava coberto de lágrimas. - Era o único jeito". Pág. 213
Confesso que o final me pegou de surpresa, no sentido de eu pensar: "Como assim já acabou? Cadê o resto?" Me passou uma sensação de que o livro acabou de repente, uma ruptura que deixou um certo vazio e uma sensação de que seria ótimo ter uma continuação. Não que seja necessário, é só que alguns pontos ficaram meio jogados e seria muito bom saber o que acontece depois, não só com os protagonistas, mas também com as outras personagens.
"Nós só éramos malucos quando achávamos que estávamos sozinhos. Mas então havia dois de nós, e éramos perfeitamente normais aos olhos um do outro. E para mim, no escuro do meu quarto, isso significava tudo". Pág. 225
Enfim, amei o livro e espero que a editora publique o prequel da Sara (prequel é uma obra que conta a história de um personagem anterior ao livro que estamos lendo, ou seja, o livro vai contar a história da Sara antes do livro Daniel Daniel Daniel). O livro será lançado em maio com o título Sara and the Search for Normal, e adoraria que fosse lançado aqui no Brasil também, porque amei a Sara, uma personagem extremamente peculiar e encantadora.