L Soares 29/01/2024
Em um futuro distópico, a raça humana começa a se reconstruir, voltando a viver em tribos pequenas, cultivando alimentos e esboçando um início de comércio, e dando os primeiros passos no objetivo de se expandir e repovoar o mundo.
Um velho, um dos poucos que viveu tudo com idade para ainda se lembrar, entre os insultos dos netos, pequenos bárbaros já nascidos nesse mundo, conta a história do que havia antes e como chegaram até ali.
Uma doença misteriosa, que na maioria das vezes matava minutos depois de se manifestar, começou a se espalhar.
O caos instaurado, governos desfeitos, saques e violência, todo o pacote esperado, e as pessoas tentando se isolar e se proteger, sempre sem sucesso.
O velho, que na época era um jovem professor universitário de literatura, viveu o caos e sobreviveu, nunca chegando a manifestar os sintomas, e após muitos anos fugindo e se isolando, viajando acabou encontrando outros que também passaram imunes.
E ele narra toda essa trajetória, lamentando que pessoas com conhecimentos científicos, mecânicos e tecnológicos não tenham sobrevivido na região, mas com esperança de que o ciclo voltasse a se desenvolver e no futuro o homem recuperasse tudo que perdeu.
O comportamento desrespeitoso das crianças reflete o nível de barbárie a que o homem foi reduzido, e contradiz a fé que o velho tem na humanidade.
Mas ele segue tentando fazê-los entender, que o mundo é maior e já foi muito diferente.
É uma história curta, quase um conto, mas assustadoramente factível.
Vale a leitura, e também a reflexão sobre que papel nos caberia num cenário de reconstrução da sociedade após uma ruptura tão drástica do mundo como conhecemos.