Reflexos do Baile

Reflexos do Baile Antonio Callado
Antonio Callado




Resenhas - Reflexos do Baile


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Daiane.Mazzetto 23/11/2023

Ruim
Provavelmente na época que o livro foi lançado ele teve sua graça e importância. Mas hoje ele é confuso e sem sentido. Uma pena!
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Fabio Shiva 06/12/2021

Quem tem medo da literatura brasileira?
Tive meu primeiro contato com a prosa genial de Antonio Callado com “A Madona de Cedro” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2012/04/madona-de-cedro-antonio-callado.html), que li sem grandes expectativas e que me surpreendeu muito, chegando a me impressionar como um equivalente brasileiro do “Crime e Castigo” de Dostoiévski. Claro que fiquei morrendo de vontade de ler a obra mais conhecida e celebrada de Callado, “Quarup” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/04/quarup-antonio-callado.html). Essa leitura me atingiu com o impacto de uma revelação religiosa. Como disse na resenha que fiz na ocasião, “Quarup” foi “certamente um dos melhores livros que já li na vida”. Desde então passei a considerar Antonio Callado um de meus autores favoritos, e me regozijei com o fato de ter ainda vários livros dele para ler em minha estante.

Contudo essa alegria trouxe também uma tristeza, que explica a lerdeza em fazer minha terceira leitura de Callado (li “A Madona de Cedro” em 2012 e “Quarup” em 2019). É que eu acreditava já ter lido a sua obra-prima (“Quarup”), e que as leituras seguintes seriam de um inevitável anticlímax. Ah, homem de pouca fé! Pois não é que descubro agora, com “Reflexos do Baile”, que a fecundidade de Callado não se resume a uma única obra-prima, por paradoxal que isso pareça. Outro Antonio genial, o Houaiss, em sua apresentação a “Reflexos do Baile” afirma com todas as letras que se trata de uma obra-prima. E quem sou eu para contradizê-lo? Contudo não há como dizer que esse livro seja melhor que “Quarup”, nem vice-versa. Os dois trabalhos são igualmente brilhantes, cada um à sua maneira, que é totalmente única.

Lendo “Reflexos do Baile” só pude me lembrar da frase com que eu até então costumava celebrar um único escritor, por sincronicidade outro Antonio, Anthony Burgess, autor incomparável de petardos como “Laranja Mecânica”, “Poderes Terrenos” e “As Últimas Notícias do Mundo” (só para citar meus três favoritos):

“Sabendo que poderia escrever qualquer livro que ele quisesse, decidiu escrever os que apenas ele conseguiria.”

Com profunda reverência e gratidão à Literatura, a partir de hoje passo a utilizar essa frase para louvar também o brasileiro Antonio Callado, luminoso avatar de nossas letras.

Mas o que há de tão genial em “Reflexos do Baile”?

Não tenho a mínima pretensão de responder de forma completa a essa pergunta aqui, no espaço restrito de uma humilde resenha. Aliás, é significativo que a maioria das primeiras entradas que apareceram no Google quando dei uma busca pelo livro (excluindo-se os links de venda) tenha sido de artigos acadêmicos propondo decifrar as muitas camadas de significados de “Reflexos do Baile”. Mas vou tentar dar uma ideia o mais clara possível.

Vou começar pela sinopse que achei em um dos links de venda do livro:

“‘Reflexos do baile' é um híbrido entre diário e romance epistolar que narra o plano de um grupo de terroristas para causar um apagão e seqüestrar, durante um baile, a rainha da Inglaterra em visita ao Brasil. Callado foi o pioneiro na abordagem dos 'anos de chumbo' sem recorrer aos maniqueísmos comuns da época.”

Essa é uma sinopse admiravelmente bem feita, que dá conta dos pontos essenciais da história. A trama de “Reflexos do Baile”, aliás, daria um enredo espetacular para um maravilhoso filme brasileiro de ação e suspense, na linha de “Cidade de Deus”, “Tropa de Elite”, “O Que É Isso, Companheiro?” e “Marighella”. Contudo (e vai aí um grande “mas”) para descobrir essa trama de violentas reviravoltas, paixões arrebatadoras e irresistíveis cenas de alívio cômico, é necessário um grande esforço da parte do leitor. Um esforço sincero, contínuo e apaixonado.

“Reflexos do Baile” é escrito de forma quase cifrada, como uma sequência de cartas com os mais variados remetentes e destinatários, que vão contando a história de modo fragmentado. Imagine um quebra-cabeças de mil peças em forma de livro. Ou, para utilizar a metáfora que é mais fiel ao título do livro, imagine um espelho partido em mil estilhaços, cada um deles refletindo uma única diminuta e intensa cena. Cabe ao leitor ir juntando os pedaços e decifrando a história contida neles.

Mas e por que, afinal, Antonio Callado decidiu escrever de forma tão hermética? E é aí que entra o toque magistral da genialidade! Pois não foi apenas um devaneio estético que motivou o autor, mas uma necessidade de ordem bem prática. O livro foi publicado originalmente em 1976, ainda em plena ditadura. A narrativa epistolar e velada, de interpretação difícil, foi uma forma espetacular de driblar a censura e de dar uma linda demonstração de como a pena pode ser mais forte que a espada!

Seja como for, esse é um livro que precisa ser conquistado pelo leitor. Ele não se entrega sem luta. E não espere uma luta fácil. Enfim, tudo ao contrário do que o mercado editorial parece estar exigindo dos livros de hoje: uma leitura fácil, rápida, divertida e indolor.

Aliás, é oportuno repetir aqui a lamentação que fiz na resenha de “Quarup” e que se aplica ainda mais a “Reflexos do Baile”, que apesar de ser um livro bem mais fino, é certamente bem mais desafiador para o leitor:

“Ao mesmo tempo em que experimentei um profundo êxtase ao ler esse livro, fui também acometido de uma agonia que chegou às raias do desespero, ao perceber o quanto obras de tal magnitude estão já fora do alcance da maioria dos leitores contemporâneos. A decadência da Literatura e das Artes como um todo é tanto triste causa quanto inevitável consequência de tantas insanidades que temos testemunhado no Brasil e no mundo. Uma única esperança alivia meu peito: quando as Artes decaem, o fim da civilização é certo. O novo se aproxima.”

Que assim seja!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2021/12/quem-tem-medo-da-literatura-brasileira.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Biblioteca Álvaro Guerra 11/01/2019

Narrativa fragmentada sobre o Brasil dos ‘anos de chumbo’, a obra detalha a ação de guerrilheiros que planejavam forçar um blecaute e seqüestrar a rainha da Inglaterra, então em vista ao País. Primeiro ‘romance em tempo integral’ de Antonio Callado.
site: https://www.expressaopopular.com.br/loja/produto/reflexos-do-baile/

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788599896402
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Senhora D. 07/01/2010

Reflexos do Baile de Antônio Callado, mantendo um olhar sobre momentos históricos específicos, se aprofunda muito mais no tema histórico do que se apropria de traços marcantes de estilo. Mas vale ressaltar que a história se desenrola com uma interpretação aberta dos fatos, pois a narração ocorre através de cartas, bilhetes e outras mensagens entre os personagens. A história narra a tentativa de um grupo rebelde de sequestrar um embaixador em plena ditadura militar. A brasilidade está no contexto histórico e vemos seu contraponto na falta de interesse dos embaixadores em observar o momento e espaço ao seu redor.
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Eduardo 25/12/2009

(Isso naum é uma resenha, ok? ok. apenas nota de leitura)
Livro inteligente. É preciso uma releitura para falar dele. Além disso, é preciso ter o domínio do contexto histórico, especialmente das décadas 60-70 (regime militar). Só apoiado na história. Bem, O livro ´um mosaico: composto por fragmentos de cartas, bilhetes, telegramas, diarios, etc. Apenas fragmentos. Junta-los sem perder nenhum detalhe, é tarefa dificílima do leitor. Daí a necessidade da releitura.´Linguisticamente é um livro maravilhoso. Cada personagem tem seu estilo. Não conhecemos seus rostos. Não há um narrador descrevendo os personagens física e psicologicamente. Há apenas as palavras. É com elas que se formam os personagens. Nesse sentido, o livro é maravilhoso, apesar da leituro dificultosa. Chamou-me a atenção a questão daquelas cartas em inglês, trocadas entre o diplomata Clay e sua esposa. A tradução é do autor, e nelas o autor dá grandes "intromissões" na narrativa. Quem explica isso bem é o crítico Davi Arrigucci Jr. num excelente (e essencial) ensaio sobre o livro. Tal ensaio está no posfácio da ediçao que possuo (da editora Nova fronteira. Enfim, eduardo, volte a esse livro. Vale a pena.
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