Pedagogia da Autonomia

Pedagogia da Autonomia Paulo Freire




Resenhas - Pedagogia da Autonomia


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Tatiane 15/06/2020

Paulo Freire vive!
Paulo Freire fala por si mesmo. Não preciso resenhá-lo. Transcrevo abaixo dois trechos deste livro que foi sua última publicação antes de morrer. Trechos esses que, como professora, aproprio-me e faço a concordância comigo, no gênero feminino. Depois de 24 anos de magistério e enfrentando uma censura que só conhecia pelos livros, leio em voz alta estas palavras e as tomo como minhas. Meus princípios. Minha ética.

"Não posso ser professora se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professora a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser professora a favor simplesmente do homem ou da humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professora a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professora a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professora contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professora a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professora contra o desengano que me consome e imobiliza. Sou professora a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa mas não desiste. Boniteza que se esvai de minha prática se, cheia de mim mesma, arrogante e desdenhosa dos alunos, não canso de me admirar.
Assim como não posso ser professora sem me achar capacitada para ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina, não posso, por outro lado, reduzir minha prática docente ao puro ensino daqueles conteúdos. Esse é um momento apenas de minha atividade pedagógica. Tão importante quanto ele, o ensino dos conteúdos, é o meu testemunho ético ao ensiná-los. É a decência com que o faço. É a preparação científica revelada sem arrogância, pelo contrário, com humildade. É o respeito jamais negado ao educando, a seu "saber de experiência feito" que busco superar com ele. Tão importante quanto o ensino dos conteúdos é a minha coerência na classe. A coerência entre o que digo, o que escrevo e o que faço." (p. 100 e 101 - adaptado a enunciador de gênero feminino)

Enfim, para os que não o leram e, como macacos de imitação, gritam que o odeiam; para os que o leram e o temem, por isso o destratam; para os que o leram e não o entenderam, por isso dizem não gostar dele e, enfim, para os que o leram e discordam dele, com todo o direito de discordar. Fecho com a não neutralidade que me cabe porque sou gente e estou viva, logo penso, vejo, sinto e faço escolhas.

"É por isso que devo lutar sem cansaço. Lutar pelo direito que tenho de ser respeitado e pelo dever que tenho de reagir a que me destratem. Lutar pelo direito que você, que me lê, professora ou aluna, tem de ser você mesma e nunca, jamais lutar por essa coisa impossível, acinzentada e insossa, que é a neutralidade. Que é mesmo a minha neutralidade senão a maneira cômoda, talvez, mas hipócrita, de esconder minha opção ou meu medo de acusar a injustiça? 'Lavar as mãos' em face da opressão é reforçar o poder do opressor, é optar por ele. Como posso ser neutro diante da situação, não importa qual seja ela, em que o corpo das mulheres e dos homens vira puro objeto de espoliação e de descaso?" (p. 109)
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thami 19/03/2023

"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção."

que livro maravilhoso, foi o meu primeiro contato com o paulo freire e estou extremamente apaixonada.
é loucura ler um livro falando especificamente de décadas atrás e ele ser tão atual.
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BeatrizLeone 01/02/2024

Gostei!
Apesar de ser nutricionista, não professora, esse livro falou muito comigo? sobre o tratamento do ser humano (paciente/aluno) enquanto uma pessoa que pode e deve aprender o que é passado não apenas acatando o que é dito, mas aplicando na sua realidade. Ver o outro como um ser pensante, e não só um receptáculo de ideias

Confesso que achei um pouco repetitivo, mas acho que era importante na escrita para reforçar alguns conceitos

Recomendo para todos os profissionais que trabalham com gente
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Juliana Gouveia 26/12/2022

Leitura fundamental - a quem ensina e a quem aprende também.
Não à toa levei quase 10 anos para engrenar nessa leitura: Paulo Freire tem escrita e construção de pensamento complexos. Eu não estava pronta lá atrás (e nem penso que estou agora), mas hoje termino a leitura reflexiva e com a sensação de que ainda o lerei algumas vezes, mesmo que em pequenos trechos, como um oráculo (sei que há quem o utilize assim).


"uma certa compreensão ético-crítico-política da educação".
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Mandy 12/06/2023

.
"A prática docente, especificamente humana, é profundamente formadora, por isso, ética. Se não se pode esperar de seus agentes que sejam santos ou anjos, pode-se é deve-se deles exigir seriedade e retidão"
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Mareufq 11/09/2022

Responsabilidade de ser gente.
?É na minha disponibilidade permanente à vida a que me entrego de corpo inteiro, pensar crítico, emoção, curiosidade, desejo, que vou aprendendo a ser eu mesmo em minha relação com o contrário de mim. (?)? (p. 131)
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Day 19/12/2020

sempre necessário
Paulo Freire nessas 143 páginas ensina muito do que é ser educador e ensina bem, com uma linguagem fácil de compreender e sem floreios. Ele passa por vários temas importantes falando sobre o que é ensinar, com o pensamento libertador que já conhecemos. Me abriu muito a mente sobre que tipo de educadora quero ser e é muito perceptível o motivo da perseguição do atual governo a esse pensador.
"Se não posso, de um lado, estimular os sonhos impossíveis, não devo, de outro, negar a quem sonha o direito de sonhar." p.141
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Amanda 15/07/2021

A pedagogia da autonomia
Foi meu primeiro contato com o autor, e como não tenho muito costume de ler livros nessa temática, rendi pouco e demorei mais do que deveria pra terminar. Achei ele bem denso também, mas no geral gostei da leitura.
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francezju 08/09/2023

Duas coisas muito faladas nesse livro são sobre a ética e a democracia no ensinar, e o desafiar a curiosidade do educando mas de maneira epistemológica e sempre considerando os saberes de vida já adquiridos pelo aluno.
É uma leitura que agrega bastante a qualquer professor. Entretanto eu achei que o livro se repete bastante. Mesmo que seja proposital, com intuito de reforçar o que foi dito, em algumas partes parecia que eu estava lendo a mesma coisa de novo e de novo.
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Isa 28/03/2022

Em memória de Paulo Freire
Na época em que eu sonhava em me tornar professora em prol da classe trabalhadora e sonhava com uma educação de qualidade, pública e emancipatória, esse livro encheu meu coração de esperanças, por enquanto ainda vivemos em tempos sombrios e cada vez mais desoladores. Esse livro expandiu os horizontes acerca do didatismo e da dinâmica professor-aluno-aprendizagem, demonstrando que o antro escolar e acadêmico não se resume à balbúrdia, nem a um simples microcosmo refletor da sociedade. Não se trata de utopia, sonha-se em concreto. Por enquanto, meu sonho descansa (frustrado pela execrável reforma do ensino médio), mas a leitura vale a pena e desperta. Em memória de Paulo Freire, pois politizar-se é mais que saber, é cidadania.
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Lays Regina 21/09/2014

Sobre a não leitura das obras de Paulo Freire
Não se trata especificamente de uma resenha. Apenas algumas breves palavras sobre o que tem acontecido ou não tem acontecido, sobre as obras de Paulo Freire.
No curso de Pedagogia, e me refiro a este curso por ser esta minha formação, Paulo Freire se tornou um ícone. É digno ser freiriano. E tradicional não ser. Mas, na verdade, nunca lemos uma obra completa deste autor. Lemos alguns pequenos textos, e outros sobre os comentadores de Paulo Freire. Considerado o suficiente para levantar a bandeira freiriana como "melhor prática de ensino" a ser seguida.
Talvez esse seja um problema, que culmina na não compreensão dos verdadeiros ideais freirianos e sua relação com a educação.
Mas, qual é mesmo a ideia principal do autor? Qual contexto histórico ele estava inserido? Pra quem mesmo ele escreveu e em que época? Pois é. Quando li uma obra completa de Paulo Freire, eu senti a necessidade de fazer essas perguntas. E percebi, a deficiência que hoje os cursos de formação de professores, influenciados por vezes, por professores que se dizem freirianos, enfrentam por não situar as ideias deste educador, em seu tempo e espaço de escrita. E ao ler os seus comentadores assimilam para si, como verdade absoluta, o que pensam ser as ideias do educador, sem de fato conhecê-las e analisar o que realmente serve para o hoje, e o que foi escrito pensando no ontem...
Jenifer 11/06/2015minha estante
Muito bom esse seu depoimento! Faço pedagogia também, ainda não me formei, mas o que vejo são vários professores que se declaram freireanos, mas o máximo que fazem é falar umas frases de efeito dele ou mandar a gente ler um capítulo do livro dele, por isso resolvi por mim mesma ler os livros e tirar minhas conclusões.




Tathy 30/06/2020

Pedagogia da Autonomia é um livro que deveria ser leitura obrigatória a todos os docentes do Brasil. Ele apresenta todo um desenvolvimento que estimula o conhecimento do eu e do outro e busca o incentivo da educação voltada para a importância do conhecimento de mundo, não só o conhecimento dos livros.
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valentina 23/11/2020

Paulo Freire é tudo isso sim
como uma estudante de licenciatura, esse meu primeiro contato com a pbra do autor não foi nada menos que revelador do sentido de compreender o que a docência significa, não só como um todo mas para mim pessoalmente e pensar quais os meus objetivos, as minhas possibilidades tendo isso no meu futuro. esse livro abriu meus olhos tanto em questão profissional como provavelmente me direcionou para muito estudos futuros. fenomenal
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FlaviosParanhos 31/10/2020

Precisamos ler Paulo Freire.
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA.
PAULO FREIRE

Eu decidi ler um livro didático por vários motivos, o primeiro é o curso que escolhi, o segundo é saber do pq o Freire é tão criticado e adorado ao mesmo tempo. E tive minhas conclusões.

Este livro foi inscrito em 1996, nele o Freire já aborda, racismo, lgbt fobia"não com esses termos" uma preocupação gritante com a tecnologia sendo usada não como avanço e Sim como instrumento da precarização humana.
Lembra que um docente não é só um passador de informação, que essa educação que o neo liberalismo prega, esse fatalismo de que as coisas são assim mesmo, vem destruindo e solidificando uma estrutura social desumana. Crianças não são objetivos sem vida e sonhos. Professores não são máquinas sem consciência e ideologia. E deixando claro, tudo é ideológico. A neutralidade é uma das maiores mentiras que querem te fazer acreditar, mas ele diferencia bem ideologia de doutrinação. E mesmo na ideologia deixa parênteses, sobre como deve-se ser cauteloso. Em 1996 eu repito, este homem já falava disso tudo, como alguém tem a audácia de afirmar que ele atrapalhou a educação brasileira? Sendo que a educação brasileira jamais! Adorou o verdadeiro método Paulo Freire. Ele é patrono da nossa educação, mas a nossa educação propositalmente movida pelas elites, não quer uma população consciente, humanizada e questionadora. O neo liberalismo na época dele era um embrião, hj dominou o mundo, as mentes e os corações das pessoas. Onde um uber acha que é um empresário e não um explorado. Onde romantizam o massacre e a venda do seu tempo de vida, com o glamour de poder afirmar, "Eu sou meu próprio patrão". E isso meus amigos começa ali, na escola no maior campo de batalha ideológico que existe, sem estrutura pro aluno e para os professores e com interferência política nefasta, o futuro que Paulo tanto sonhou está ameaçado. Precisamos de ajuda.
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