regifreitas 27/06/2019
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA (1996), de Paulo Freire.
“Primordialmente, minha posição tem de ser a de respeito à pessoa que queira mudar ou que recuse mudar. Não posso negar-lhe ou esconder-lhe minha postura, mas não posso desconhecer o seu direito de rejeitá-la. Em nome do respeito que devo aos alunos não tenho por que me omitir, por que ocultar a minha opção política, assumindo uma neutralidade que não existe. Esta, a omissão do professor em nome do respeito ao aluno, talvez seja a melhor maneira de desrespeitá-lo.” (p.69)
“Nas minhas relações com os outros, que não fizeram necessariamente as mesmas opções que fiz, no nível da política, da ética, da estética, da pedagogia, nem posso partir de que devo ‘conquistá-los’, não importa a que custo, nem também temo que pretendam ‘conquistar-me’. É no respeito às diferenças entre mim e eles ou elas, na coerência entre o que faço e o que digo, que me encontro com eles ou com elas” (p.132)
Essas ideias pertencem ao homem que os adoradores do antipresidente desejam excluir da educação brasileira. Somente o nosso mais renomado e respeitado intelectual lá fora, lido e estudado em diversas instituições de ensino no mundo. Alguém que pregou, sobretudo, o diálogo e o respeito, mesmo em relação às pessoas de posicionamentos diferentes dos dele. Também jamais se pôs a demonizar ou ansiar pela eliminação dos seus opositores, pois acreditava na pluralidade de ideias.
Diálogo e respeito, aliás, são duas coisas que esse governo passa longe de entender e praticar. Prefere o discurso autoritário e busca a eliminação da diversidade de pensamento. Com a falácia de combater a ideologia - sempre a da esquerda -, querem impingir sua própria ideologia - que de neutra não tem nada -, bem mais nefasta, visto que não considera o espaço do outro.