Tauana Mariana 02/11/2014
Explicação rude
Esta é uma pequena (breve e rasa) explicação sobre o conteúdo do livro. Sabemos e esclarecemos que análise de conteúdo é muito mais que isto, e que estes passos se desenvolvem em outros passos mais. Mas simplificando, estas são as etapas que constituem a análise de conteúdo.
"Descrever a história da análise de conteúdo é essencialmente referenciar as diligências que nos Estados Unidos marcaram o desenvolvimento de um instrumento de análise de comunicações, é seguir passo a passo o crescimento quantitativo e a diversificação qualitativa dos estudos empíricos apoiados na utilização de uma das técnicas classificadas sob a designação genérica de análise de conteúdo; é observar a posteriori os aperfeiçoamentos materiais e as aplicações abusivas de uma prática que funciona há mais de meio século" (BARDIN, 2011, p.15).
Conceitualmente, para Bardin (2011, p. 48) [grifo do autor], a análise de conteúdo é "um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens".
Bardin (2011, p. 44) [grifo do autor] esclarece-nos ainda, que a análise de conteúdo tem como intenção a inferência de conhecimentos relativos às condições da produção (ou, eventualmente, da recepção), inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não). Lembrando que inferir é deduzir de maneira lógica, aliando descrição com interpretação dos vestígios com os quais o analista trabalha.
Bardin (2011, p. 125) propõe uma organização para a análise de conteúdo em três passos:
1) pré-análise
- a leitura flutuante
- a escolha dos documentos
- a formulação das hipóteses e objetivos
- a referenciação dos índices e a elaboração de indicadores
- a preparação do material
2) a exploração do material
Que "consiste essencialmente em operações de codificação, decomposição ou enumeração, em função de regras previamente formuladas.
3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação
Nas palavras de Bardin (2011, p. 133), tratar o material é codificá-lo, lembrando que codificação é o processo pelo qual os dados brutos são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma descrição exata das características pertinentes do conteúdo. O ato de codificar o material se procede através de três escolhas: o recorte (escolha das unidades); a enumeração (escolhas de regras de contagem), e a classificação e a agregação (escolha das categorias).