Juliete Marçal 27/06/2020
"Um equilíbrio de histórias."
Quantas vezes acreditamos em uma história única e, com isso, criamos ou reforçamos estereótipos a respeito de um povo, de um fato, de uma pessoa?
Assim como "Sejamos todos feministas", esse livrinho "O perigo de uma história única" foi também criado baseado em uma palestra de Chimamanda no TED Talks, em 2009.
A autora nos alerta para as armadilhas e perigos que a história única representa. Ela explica o perígo de criarmos a imagem de alguém, lugar ou povo baseado apenas em uma só visão, e a importância de escutarmos o maior número de narrativas para termos uma compreensão mais completa e verdadeira sobre algo. Com isso, ela chama a atenção para as limitações que uma única versão de uma história pode ocasionar: surgimento de preconceitos e estereótipos, sustento de posições racistas e xenofóbicas, reforço de mentiras e predomínio do poder.
A história única, segundo Chimamanda rouba a dignidade das pessoas e "enfatiza como somos diferentes, e não como somos parecidos". É um fator de desumanização.
O discurso de Chimamanda fala sobre pessoas, sobre interpretação, sobre verdades, sobre a importância de contar uma história da forma mais completa possível, que não reduza os seres envolvidos a meros estereótipos.
"A história única cria estereótipos, e o problema com os estereótipos não é que sejam mentira, mas que são incompletos. Eles fazem com que uma história se torne a única história."
Durante a vida, inevitavelmente, estamos e estaremos envoltos em diversas histórias únicas, mas o problema está em se dar conta disso e ainda continuar perpetuando essas histórias. A melhor maneira de escapar das armadilhas da história única é recorrer às histórias. Às muitas histórias. Quanto mais histórias ouvimos de um povo, maior é o nosso conhecimento e identificação. E isso vale para tudo na vida!
Uma leitura curtinha, mas necessária!
^^