O Velho da Horta - Auto da Barca do Inferno - Farsa de Inês Pereira

O Velho da Horta - Auto da Barca do Inferno - Farsa de Inês Pereira Gil Vicente




Resenhas - O Velho da Horta / Auto da Barca do Inferno / Farsa de Inês Pereira


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Helena 11/07/2021

A escrita é muito antiga, simplesmente no primeiro conto, que mistura com latim. Detalhe: Latim é uma língua extinta.

Os contos são curtos, com histórias bobas, que podem levar um aprendizado:

O Velho da Horta: Não forçar as pessoas no que elas não querem.

Auto da Barca do Inferno: Não confie em ninguém que se diz do bem.

Farsa de Inês Pereira: Para falar a verdade, nem entendi kkkkkkk.

São acontecimentos que desde o séc XVI, até hoje, são ocorridos.
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Desirre2 07/03/2020

Hou da barca!
A reunião das peças é bem divertida, por mais que a linguagem seja um pouquinho difícil de se interpretar, a princípio - afinal, estamos falando de textos e contextos em pleno Renascimento.
"O Velho da Horta" não me encantou tanto, talvez por ser bem curtinha; mas em compensação, os demais são esplêndidos. "O Auto da Barca do Inferno" possui passagens hilárias e que vão ficar na memória. Em pleno começo, temos a fala do DIABO com um COMPANHEIRO, seguido com trechos como:
"Louvores a Belzebu!
- Ora, sus, que fazes tu?
Despeja todo esse leito!
- Em boa hora! Feito, feito!
- Abaixa, infeliz, esse c*" (P. 55)
HAHAHAHAH é mui divertido. As rimas, as métricas, os termos... e a denúncia dos vícios, as sátiras, alegorias de acordo com o contexto histórico e cultural da época.
Em "A Farsa de Inês Pereira", me incomoda quanto à passagem do ESCUDEIRO, perfeitamente coerente também com a forma de pensamento da época, ou, no caso, na sátira a tais costumes, como quando ele prende a personagem em casa, afirmando:
"Vós não haveis de mandar
em casa, num só cabelo:
se eu disser: - Isto é novelo! -,
havei-lo de confirmar;
e mais: quando eu vier
de fora, haveis de tremer;
e coisa que vós digais
não vos há de valer mais
(do) que aquilo que eu quiser." (P. 107)
É importante refletir sobre os escudeiros da contemporaneidade... e mais importante, sobre nossas Ineses Pereiras.
O que gostei dessa edição também são os comentários, esclarecimentos e notas sobre todos os textos, e o que mais me deixou admirada: a informação sobre como a Farsa foi escrita, que segundo o Argumento da página 81, a peça "consiste na demonstração do refrão popular: "Mais quero asno que me carregue, que cavalo que me derrube", adágio este proposto ao Poeta por certos detratores de sua arte, "homens de bom saber", que duvidavam da autenticidade de suas representações.". E, acreditem, he nailed it.
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Laura 22/06/2020

Resenha O Auto da Barca do Inferno
O Auto da Barca do Inferno, escrito em 1517, por Gil Vicente, foi uma das obras literárias mais notórias do autor, considerado o "pai do teatro português". Ele faz parte da Trilogia das Barcas, com o Auto da Barca do Purgatório e O Auto da Barca da Glória.
No início da obra já é apresentado dois barqueiros, Anjo e o Diabo, que vão recebendo as almas que chegam durante a história. É possível notar que a maioria das personagens vão para a Barca do Inferno, já que, durante suas vidas, não conseguiram seguir o caminho de Deus, cometendo diversos pecados.
Também pode-se perceber que cada um dos que aparecem no porto são representantes de uma classe social da época, e seus pecados são expostos livremente. Gil Vicente utilizou esse ato para criticar muitas coisas erradas que existiam, como a nobreza luxuosa e tirana (representada pelo Fidalgo, que vai para o Inferno), a classe comerciante que rouba dos clientes (como o Sapateiro), o clero que não seguia seus próprios preceitos (o Frade, que foi para o Inferno porque tinha uma amante), entre outros.
Porém, Gil Vicente também mostra o outro lado: pessoas que tiveram uma vida simples e feliz, vão para o céu. Há o exemplo dos Cavaleiros, que lutaram para disseminar o cristianismo pelo mundo, e por isso são perdoados de seus pecados e vão para o Paraíso.
O Auto da Barca do Inferno é uma sátira, que revela muito as questões de moralidade e o que seria certo e errado na época que fora escrita. Valores ligados não à Igreja, mas aos seus preceitos, eram bem mais valorizados, e uma vida simples e sem luxo era considerada a ideal. A alegoria criada entre os barcos, e o Anjo e o Diabo, satirizam também o Juízo Final descrito da Bíblia e pregado pela Igreja.
Assim, Gil Vicente, em sua obra, buscou, acima de tudo, através de sátiras e alegorias de todos os tipos, denunciar a má conduta das classes sociais da época, que eram consideradas "intocáveis", como o clero e a nobreza, e também certos tipos de civis que se julgavam espertos, mas que, no final da vida, seu destino seria o resultado de seus pecados.
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