Eichmann em Jerusalém

Eichmann em Jerusalém Hannah Arendt




Resenhas - Eichmann em Jerusalém


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Ana 15/03/2024

"Em condições de terror, maioria das pessoas se conformará."
Hannah Arendt foi uma filósofa e jornalista judia alemã, considerada uma das mais importantes do século XX. Nasceu em 1906 e faleceu em 1975.
Aqui ela relata o julgamento que aconteceu em 1961 de Adolf Eichmann. Ela foi cobrir esse julgamento em nome da revista The New yorker em Jerusalém.
Arendt questiona a forma que Eichmann foi capturado pelo serviço secreto israelense nos subúrbios de Buenos Aires. Ela chama de rapto/sequestro. Tbm questiona em vários momentos as acusações e a fraca defesa do acusado, além de tbm questionar o fato do julgamento ser em Jerusalém e de lhe imputar crimes contra o povo judeu e não crimes contra a humanidade.
Eichmann desempenhou um papel fundamental no genocídio judeu. E ele está sendo julgado por isso.
Eichmann era responsável em desenvolver meios de locomoção para os judeus. Basicamente extraditar e/ou mandar para campos de concentração para morrer. Não apenas judeus, mas também ciganos e homossexuais. Ele se defende se dizendo inocente, que estava apenas executando a função que lhe foi dada e que se não fosse ele a fazer, outro faria.
Arendt diz que todos estavam esperando um homem monstruoso, mas o que viram foi um homem comum. Um funcionário mediano, sem grandes talentos nem inteligência. Uma pessoa medíocre que estava apenas seguindo ordens.
Aí está o que Arendt chama de banalidade do mal. Seguir ordens e desempenhar bem uma função que culmina na morte de milhões. Eichmann se alienava das consequências de suas ações e se concentrava em agradar e subir de posto. Além de ter simpatia pelo sionismo. Ele foi condenado a forca e executado.
Todo o contexto da guerra e do antisemitismo que tomava conta da Europa faria com que quase todo mundo agisse da mesma forma? Sobre isso existe um filme interessante chamado A onda e tbm um experimento científico de psicologia organizado por Stanley Milgram três meses após a condenação de Eichaman. Esse experimento busca responder exatamente essa pergunta.
Gostei do livro, só achei que Arendt não se aprofunda na fundamental importância do exército vermelho na vitória contra o nazismo e a derrocada das tropas alemãs. Foram a URSS que venceram a Alemanha.
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Eduardo Cassago 08/03/2024

Um reforço da vacina contra o totalitarismo
Eichmann em Jerusalém é um livro escrito por Hannah Arendt que analisa, com um olhar jornalístico e filosófico, o julgamento de Adolf Eichmann, um dos principais arquitetos do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial – principalmente em relação a logística para transportar os judeus para os campos de concentração e, consequentemente, para o extermínio.
Fugindo ao final da guerra, Eichmann se esconde na Suíça e depois se exila na Argentina, na periferia de Buenos Aires. Lá, em 1960, o tenente-coronel nazista é sequestrado pela Mossad e levado até Jerusalém, onde será julgado por seus crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes contra os judeus, entre outros que somam 15 no total.
De maneira perspicaz, Arendt argumenta que Eichmann não era um monstro, mas sim um burocrata obediente que cumpria ordens sem questionar. É partir deste ponto de vista que ela introduz o conceito da "banalidade do mal" para descrever como o mal pode se manifestar de forma comum e rotineira nas ações das pessoas. O livro levanta questões éticas e políticas sobre a responsabilidade individual e a natureza do mal no contexto do Holocausto.
Recomendo demais esse “livraço”, uma vez que, passados quase 80 anos do final da segunda grande guerra e após algumas gerações, fica fácil esquecer o genocídio contra os judeus ou mesmo relativizar o que foi o Holocausto – um sistema que visava desumanizar um grupo de pessoas a partir de políticas de estado assassinas e monstruosas, aprovadas em parlamento por um partido que subiu ao poder por voto popular. Este livro é um reforço da vacina contra o totalitarismo, a qual todos devemos tomar doses e doses por anos a fio.


site: https://www.youtube.com/@canalosofredor
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Beatriz.Costa 08/02/2024

Um dos livros mais densos e bem escritos que já li
Por conter uma vasta gama de informações, demandou mais tempo do que eu havia planejado. A leitura te consome, te revolta e te surpreende.
Foi ótimo para compreender novas nuances sobre este momento histórico. Em particular, destaco o envolvimento/participação de muitos judeus na condenação e triste fim de seus semelhantes, além da profunda reflexão presente no capítulo VI: ?A morte dos judeus teria sido um mal menor se eles fossem um povo sem cultura, como os ciganos, que também foram exterminados? Um assassino de seres humanos é mais culpado quando destrói também uma cultura no mesmo processo?? Essa leitura permitiu-me realizar diversas reflexões.

Do meio do livro até o epílogo, você se sente meio sobrecarregado, e a leitura torna-se um pouco cansativa, uma vez que realiza uma análise minuciosa de informações de diversos países. Por isso, sugiro realizar a leitura ao longo de vários dias, para evitar o tédio.

No entanto, o desfecho é recompensador, proporcionando uma profunda reflexão sobre a banalidade do mal e a figura de Eichmann. O foco do julgamento recai sobre a pessoa do acusado, um homem de carne e osso com uma história individual. Eichmann não era nenhum Iago, nenhum Macbeth, e nada estaria mais distante de sua mente do que a determinação de Ricardo II de 'se provar um vilão'. Exceto por sua extraordinária aplicação em obter progressos pessoais, ele não tinha nenhuma motivação. Isso torna tudo, na minha visão, ainda mais macabro e dá à vida nenhum valor.
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Giacomet1 25/01/2024

Excelente livro com ótimas reflexões
Hannah Arendt foi sensacional nesse livro. A questão se dá em torno do julgamento de Eichmann em Jerusalém, após sua captura em Buenos Aires, quanto a sua responsabilidade e participação na tal ?Solução Final?. Não é um livro fácil ou simples, mas a forma de escrita da autora faz o livro fluir. Questões importantes discutidas que vão desde o uso da linguagem pelo regime nazista, a forma de pensamento de Eichmann quanto ao cumprimento de suas funções de transporte de judeus para os campos de concentração, as deportações feitas nos diversos países com territórios ocupados, até as questões das controvérsias do Conselho Judeus e a culpa ou inocência dos povos. A cada capítulo, fica aquela sensação de que se precisa de um tempo para absorver e compreender tudo que foi escrito, dada a complexidade das reflexões.
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Lidiany.Mendes 14/01/2024

Necessário
Um livro cuja leitura é necessária para estudantes de direito e pessoas que gostam de julgamentos. Hannah Arendt traz o relato do julgamento de Adolf Eichmann um personagem pequeno no cenário do Terceiro Reich, mas que ganhou destaque ao ser raptado na Argentina e levado a julgamento em Jerusalém por crimes praticados contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Um julgamento repleto de falhas processuais penais se olharmos sob a ótica do devido processo legal.
Eichamann foi condenado à morte e teve sua pena executada em tempo recorde.
Seu julgamento e sentença oportunizam importantes reflexões sobre a finalidade de um julgamento criminal e sobre a finalidade da pena imposta.
É incontestável que os judeus e outras minorias foram vítimas de algo abominável durante a Segunda Guerra, mas denominar tudo o que houve como crime, não é tão simples em termos jurídicos. Gosto da expressão que a Hannah utiliza crime "legal", aceito que houve foi um crime, mas aos "olhos" do estado alemão e de seus executores era legal. É exatamente aqui que entra a " banalidade do mal".
O que houve na Europa dominada por Hitler durante a Segunda Guerra mundial deve ser objeto de estudo constante para que não caia no esquecimento e, principalmente, para que não torne a acontecer.
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Leti.luciano 27/12/2023

Finalmente acabei ?
A leitura foi mais complexa do que eu imaginava...
Na realidade, a primeira metade do livro é bem rápida de ler e a parte que eu achei mais interessante. Ela caracteriza o acusado e mostra como ele é assustadoramente normal, explicando também vários fatos históricos.
A segunda metade "travou" um pouco, acho que pq, ao meu ver, a Hannah entra em mais detalhes - como as especificidades de vários países da Europa na Solução Final, das críticas ao tribunal de Jerusalém, e várias questões morais e filosóficas, além de usar alguns termos jurídicos que eu tive que ir atrás kkk
De qualquer maneira, o saldo final foi bem positivo, eu aprendi bastante coisa e estou feliz de ter conseguido acabar a leitura!
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Isadora.Valerim 16/12/2023

Vlw UFSC
Ouvi o audiolivro por causa do vestibular da UFSC. Normalmente não leria algo nesse estilo, mas acho bom frisar a importância que esse livro tem na exposição que pessoas aparentemente comuns podem cometer atrocidades além de expor a organização de assassinatos em escala industrial da Segunda Grande Guerra.
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renacentist 08/12/2023

?Pois política não é um jardim de infância; em política, obediência e apoio são a mesma coisa. E, assim como você apoiou e executou uma política de não partilhar a Terra com o povo judeu e com o povo de diversas outras nações - como se você e seus superiores tivessem o direito de determinar quem devia e quem não devia habitar o mundo -, consideramos que ninguém, isto é, nenhum membro da raça humana, haverá de querer partilhar a Terra com você. Esta é a razão, e a única razão, pela qual você deve morrer na forca.?
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gabsfx 07/12/2023

Livro muito importante e com uma ótima analise feita, muito denso também, as vezes precisava de um tempo pra absorver toda a informação e acontecimentos descritos
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Maria 23/11/2023

Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal
É um livro sobre o julgamento de Adolf Eichmann, em Jerusalém.
Eichmann é um carrasco nazista, que foi responsável pelo planejamento da "solução final" e no julgamento se mostra como um funcionário pronto a obedecer a qualquer ordem e incapaz de refletir sobre seus atos.
Esse livro me fez muitas vezes refletir como sempre, em qualquer situação, culpamos mais as vítimas do que seus os algozes.
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pierrealmeidaba 30/10/2023

O mal não possui profundidade, é supérfluo, não cria raízes porque é fútil, banal
Adolf Eichmann foi um tenente-coronel que administrou as deportações em massa para os campos de concentração no período da Segunda Guerra Mundial. Em maio de 1960, foi capturado em Buenos Aires e levado a Israel para julgamento. Dessa forma, ele estava diretamente inserido na "solução final" da questão judaica, ou seja, no assassinato em massa de milhões de judeus.

A "banalidade do mal" descrita por Hannah Arendt nada mais é do que a incapacidade daqueles que recebem ordens, parar e refletir acerca dos efeitos nefastos que as decisões - ainda que do Estado - podem ocasionar. Eichmann, um burocrata no sentido mais medíocre da palavra, foi incapaz de se conectar com a subjetividade do outro, sob o argumento cruel de que apenas cumpria ordens imediatamente superiores.

Isso tudo me fez traçar um paralelo com o que vivemos aqui no Brasil durante o período da pandemia da COVID-19. Os pronunciamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o número de mortes são exemplos do horror e da banalidade do mal. Sem dúvida nenhuma, houve negligência do governo Bolsonaro em relação ao valor da vida humana durante aquele período sombrio, ocasionando a institucionalização de uma política de extermínio involuntário baseada na "banalização do mal" e do negacionismo, que culminou em consequências trágicas, assumindo o caráter letal.
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Estephane 22/10/2023

Necessário!
Para quem procura saber mais sobre os nazistas e suas atrocidades, não recomendo esse livro para início de aprendizado, já que o livro aborda questões que requerem um pré conhecimento.

Sobre o livro:
Eu gostei muito das questões que Hannah aborda. Acho muito importante quando ela evidencia a questão da neutralidade de criminosos serem as atitudes mais deploráveis. Além disso, ao meu ver, esse livro é muito necessário para compreendermos o totalitarismo e como esse sistema pode mudar, ou reverter, a questão moral de uma nação.

Em certas partes, confesso que não concordei com alguns argumentos colocados pela autora, mas, no geral, o livro é perfeito.

Observação: tive dificuldades ao longo da leitura para compreender algumas coisas, mas entendo que o livro em si, é uma grande conquista, já que boa parte das fontes utilizadas pela autora não está sob alcance de qualquer pessoa e ela foi um meio para facilitar essa nossa aprendizagem.
Anezio 23/10/2023minha estante
Pode aproveitar o embalo e também ler "As origens do totalitarismo" da mesma autora. É de embrulhar o estômago em alguns momentos mas ainda assim é uma leitura muito necessária. Além do que é óbvio conforme explícito no tema do livro (antissemitismo, imperialismo e totalitarismo (basicamente nazismo e socialismo)), a autora trata de questões muito interessantes e, certamente desconhecidas de muita gente sabida do assunto, a respeito dos Bôeres e dos apátridas.


Estephane 23/10/2023minha estante
Obrigada, Anezio. Vou ler sim!!!




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Elton.Oliveira 01/09/2023

Um pouco arrastado
Bem , um livro importante para entendermos um pouco mais sobre o que foi essa loucura do nazismo....

Esse livro , como outros que já li , nos evidenciam o quanto as massas podem ser moldadas e direcionadas para qualquer objetivo! Até mesmo exterminar uma raça/etnia do planeta!

A todo momento, Eichmann relatava suas tarefas apenas como ordens diárias de uma empresa . A máquina burocrática do mal ! E alegou inocência pois era sua função, tinha que ser proativo, matar de forma eficiente e em larga escala ! Sem pensar, sem atribuir valores morais !

O julgamento dele passou por cima de qualquer lei , muito se criticou da forma que se deu . O povo que era réu, julgou o criminoso! Esse foi apenas um teatro armado com a sentença definida já no início, ele tinha que ser morto pelo que fez e pela sua importância na máquina nazista.... não julgo os envolvidos, a lei , em certos casos , torna-se branda demais!! Ele não merecia , depois de tudo que fez , curtir sua aposentadoria na Argentina como qualquer um ....


Gostei do livro ,pois pude entender um pouco mais a dinâmica, como os líderes arquitetaram toda essa monstruosidade da "solução final" .Já li muito sobre o holocausto, mas aqui pude entender mais a logística dos centros de extermínio, os guetos , os trabalhos forçados , a expropriação das riquezas dos judeus, o ganho de capital que Hitler pode incrementar com o patrimônio desse povo, até mesmo cobrando das nações invadidas uma taxa por judeu e mentindo ao falar que iria assenta-los em um novo local , onde na verdade , direcionava-os para a morte!

Triste mas temos que entender tudo isso para podermos enxergar de longe uma nova tentativa de neonazismo..... Recomendo!
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Marcos606 30/08/2023

Obra altamente controversa, publicada em 1963, baseada na sua reportagem sobre o julgamento do criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann em 1961, Arendt argumentou que os crimes de Eichmann resultaram não de um caracter perverso ou depravado, mas de pura “falta de pensamento”: ele era simplesmente um burocrata ambicioso que não conseguiu refletir sobre a enormidade do que estava fazendo. O seu papel no extermínio em massa de judeus resumiu a temível "banalidade do mal", que desafiava palavras e pensamentos que se espalhara por toda a Europa. A recusa de Arendt em reconhecer Eichmann como um mal “intrínseco” suscitou denúncias ferozes por parte de intelectuais judeus e não-judeus. Ainda assim leitura instigante.
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