spoiler visualizarEduardo.Staque 25/09/2020
Grande queda na qualidade, mas felizmente algumas coisas (poucas) que podem salvar.
Vamos lá: cansativo, longo, devagar, arrastado e chato, muito chato!
Ainda com muito clichês (mesmo que seja normal), a história segue com Eragon e Safira, que nesse momento/livro, são as coisas mais chatas e sem graça da história, e infelizmente isso acaba refletindo em tudo o que ocorre em sua volta.
Temos aqui Eragon descobrindo mais sobre ser um cavaleiro de dragão ou Shur’tugal (uma coisa a ser dita: as palavras na língua antiga, dos elfos, dos anões ou seja qual for aqui, são muito boas e por isso coloquei essa kkk), e inicia seu verdadeiro treinamento, e, pimba! Chato, arrastado, sem um pingo de emoção para quem lê.
Uma coisa que me incomodou demais no treinamento foi que ele aprende muita coisa, mas varias dessas coisas não são mostradas para nós, talvez nesses momento existissem alguns detalhes que poderiam tornar mais interessante o momento.
O treinamento todo, quando ele “termina” é meio que desnecessário, pois como desde o livro anterior é falado, não importa nada, pois os elfos serão sempre melhores, mais fortes e superiores em qualquer coisa que você possa fazer. Então, pra que se esforçar? Ahá! Temos uma solução*spoiler alert*: que tal transformar Eragon num elfo? E pronto! Resolvido esse problema, e agora ele é um deus, pois os elfos, aliados a magia descrita nessa saga e seu funcionamento, são invencíveis isso sem somar o poder do dragão ao cavaleiro.
Ou seja, temos a solução de todos os problemas da Alagäesia.
Mas adivinhem só o que acontece: aparece um cavaleiro humano mais forte que um elfo! É um plot twist que não pega ninguém de surpresa aqui.
Sim, com treinamento e dedicação e estudo você consegue superar tudo, até por que o grande mal dessa terra (no livro e no nosso mundo também kkk) é um humano, pois com o tempo, foi se aprimorando e aprendendo.
Ou seja, tudo isso, paginas e paginas de um treinamento chato tanto para o leitor quanto para Eragon também.
Não tenho muito o que falar de Safira, já que ela não fede e nem cheira, mas ainda gosto mais dela do que de Eragon, pois como função de consciência do garoto, ela funciona até que muito bem.
Ainda em relação a Eragon, parece que ele é inconsequente em suas ações ao mesmo tempo que se preocupa com o que fez, mas só depois de muito tempo e só ligar pras coisas quando lhe explicam, colocando terror no garoto, que é possível arrumar o que ele deixou bagunçado, e assim, tudo fica bom, e ninguém mais liga para o ato terrível e sem responsabilidade do jovem cavaleiro salvador de todos que não faz nada a não ser ficar nervoso com qualquer coisa discordar de tudo para depois concordar pois a maioria foi contra ele. (sim sem pausa por que essas partes do livro eu li dessa forma mesmo).
Sem contar que, ele passa mais de metade do livro sofrendo por uma “deficiência” que deixa ele mais vulnerável e humano e com limitações que são necessárias para um herói, mas, por algum motivo, seres mágicos e espirituais acham que ele merece não sofrer mais com isso e ser invencível e arrumam essa deficiência em apenas uma página, algo que anteriormente nem os mágicos mais sábios e fortes conseguiram curar juntando suas forças.
Mas nem tudo é ruim, aqui temos mais 2 núcleos em desenvolvimento que são a melhor coisa do livro:
1 - A guerra, que assim como outras que já li em outras histórias, é cansativa, lenta, demorada em qualquer ponto, tudo para que ela não aconteça ou que seja adiada o máximo possivel.
O sentimento é presente no começo do livro e fica até o fim.
2 - Roran tem sua vida transformada de forma mais brusca que Eragon, e suas ações condizem com o seu contexto, e ele cresce muito nesse livro, muito mais que seu primo em 2 livros.
A forma como ele é desenvolvido, sendo inicialmente um pouco impulsivo e depois colocando sobre ele uma enorme responsabilidade como resultado de suas ações anteriores e fazendo-o sentir o peso dela o transforma até agora no melhor personagem do livro.
Da pra sentir ele bem inserido no contexto geral e no contexto do seu núcleo de desenvolvimento. Tudo ali se encaixa e tem sentido para onde tudo vai ser encaminhado no desfecho.
A importância dele, um humano normal, os soldados na guerra e do povo de Surda, até o momento, sem poder magico algum, é muito maior do que a de Eragon, pois eles são suas ações, tudo aqui se move com eles, e conforme a paisagem se altera, eles também se alteram junto.
Nessa segunda parte (livro 2), o livro mostra toda a imponência dos elfos, dando muito mais importância para essa raça, fazendo com que sintamos que eles são os melhores seres daquele mundo, porém creio que isso sirva para dar enfase numa possível queda dos elfos para o mesmo nível das outras raças mostrando que não são superiores e melhores, e espero mesmo que eles não sejam de todos bonzinhos (seria muito legal e salvaria muita coisa do livro).
Eu gostaria de ler os 4 livros em sequencia, mas acho que não aguento mais um livro assim logo de cara, e infelizmente darei uma pausa. Acho que eu esperava muito mais dessa serie.
Antes que eu pare, há um ponto muito bom que me deixou curioso e espero muito, de verdade, que seja mais explorado: a parte mitológica desse reino, com seu panteão de deuses mais explorado, explicado e desenvolvido, a criação dos mundos e das raças, as possíveis desavenças e guerras entre eles e antes deles (um pouco de mitologia grega aqui com guerras contra os gigantes primordiais fazendo o papel dos titãs), pois alguns povos (até agora mais dos anões), se moldam de acordo com a crença nesses deuses, e mais uma vez, os nomes deles ajudaram a aguçar a curiosidade.