spoiler visualizarBruno 15/06/2021
Um Clássico da Literatura Mundial e Precursor do Romance Policial.
O romantismo sombrio, um subgênero do romantismo, caracterizado pela fascinação humana e popular com o irracional, o demoníaco e o grotesco, tem entre seus principais expoentes o célebre autor Edgar Allan Poe, escritor de obras clássicas como O Gato Preto, A Máscara da Morte Escarlate, O Corvo, e tantas outras composições que expõem sua visão e fascínio pelo horror, o melancólico e o sobrenatural, logo após uma vida conturbada cheia de acontecimentos um tanto quanto angustiantes que o levaram ao alcoolismo e consequentemente, e provavelmente, a sua morte.
Criador de personagens icônicos e memoráveis como Monsieur C. Auguste Dupin, considerado o pai dos detetives e que contudo era um mero e ilustre cavalheiro que um dia pertencerá a uma importante família de classe alta, que todavia após os mais adversos infortúnios havia caído na mais severa miséria, tanto financeira quanto espiritual, pertencente a uma das mais famosas obras de Poe, Os Assassinatos da Rua Morgue, uma produção que consiste no protagonismo de Dupin, que por meio de seu método analítico consegue resolver os até então insolúveis e grotescos assassinatos de uma mãe e sua filha ocorridos na rua Morgue, algo que nem mesmo a experiente polícia parisiense julgava possível, e assim por intermédio de sua lógica consegue determinar o culpado, um orangotango vindo recentemente da ilha de Bornéu e que após capturado por um marinheiro fugirá assustado e desesperado em meio a escuridão da noite, encontrando assim uma luz oriunda da janela do andar de um antigo edifício ao qual essas duas pobres mulheres se encontravam, lá alarmado e amedrontado não viu escapatória se não recorrer a selvageria provinda de sua natureza, e assim com uma navalha em suas mãos acabou com a vida de ambas as damas.
Creio ser de consenso geral ou ao menos daqueles que assim como eu apreciam esse gênero e estilo literário de que Edgar Allan Poe é uma figura importantíssima e extremamente influente para a literatura mundial, tendo sido até mesmo precursor de gêneros como o romance policial, sua forma de escrita testemunhada no livro Os Assassinatos da Rua Morgue possui um tom demasiadamente detalhado um tanto quanto bem desenvolvido mas que não deixa de ser exagerado, principalmente no que diz respeito ao quesito investigativo presente no enredo, devo dizer que gostei bastante da obra, no entanto, há alguns pontos que não me agradaram muito, como a explicação presente na introdução e alguns fragmentos do texto que dizem respeito a forma de raciocínio de Auguste, se tornando longas e entediantes, assim gerando pontos altos e baixos em que a curiosidade para saber o que vem a seguir é insuportável e outros em que o tédio e a vontade de parar de ler é uma triste realidade, como por exemplo comparando as partes em que há a explicação de como ele pensa que aconteceu o crime e como o crime se deu realmente, acaba se tornando algo mais dinâmico e interessante na fração em que há a explicação e reprodução de como se deu o acontecimento do que para a outra parcela, por fim, o enredo realmente me surpreendeu pela percepção anormal de Dupin e a figura do grande causador dos crimes, no entanto acredito que seria mais interessante caso a trama usufruísse de mais incidentes, além do aprofundamento e a adição de mais personagens e eventos amedrontadores.