Antifa

Antifa Mark Bray




Resenhas - Antifa


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Pedro Luiz da Cunha 03/08/2020

"Tem gente que só compreende a brasa quando ela entranha nas profundezas da carne."
Mark Bray, historiador norte-americano, escreve o "Manual Antifascista" em um contexto de avanço global da extrema-direita. Aqui, o antifascismo não é definido como mera negação do fascismo; o autor explora uma corrente existente da interação entre socialistas e anarquistas, que possui um horizonte maior, de superação da sociedade capitalista.

Partindo da constatação de que "desde que existe o fascismo, existe o antifascismo" o autor faz uma exposição sobre o período "clássico" do movimento na primeira metade do século XX na França, Alemanhã, Itália e Inglaterra. Depois, analisa as táticas antifascistas no período pós-guerra para chegar, finalmente, no movimento antifascista contemporâneo, fruto da resistência contra o avanço da extrema-direita, dos supremacistas brancos e da onda anti-imigratória na Europa e Estados Unidos.

Apesar de discordar de algumas análises do autor, o livro traz importantes reflexões sobre liberdade de expressão e "lições históricas para antifascistas". Uma dessas lições diz respeito a como os fascistas alcançaram o poder legamente, através das instituições: "historicamente o fascismo ganhou acesso aos corredores do poder não derrubando seus portões, mas convencendo seus porteiros gentilmente a abri-los" (p.252). A segunda lição chama a atenção para o fato de que o fascismo não foi levado a sério até que fosse tarde demais.

O livro, como um manual, serve para guiar a prática, e assim deve ser lido. O combate ao fascismo é um compromisso civilizatório. Interpreto o título dessa resenha, uma frase de Chico Buarque, como um alerta para que não aguardemos que o avanço da extrema-direita no Brasil - com elementos fascistas - entre nas profundezas de nossa carne e a reação seja tarde demais.
Decfalter 26/01/2024minha estante
AntiFa!




Ari Phanie 29/06/2020

"Fascismo não se debate. Fascismo se destrói."
Mark Bray é um historiador que viu crescer na onda de ódio racista contra minorias nos Estados Unidos, e no resto do mundo, um alerta de que precisávamos estar preparados para o fascismo novamente. A maioria não leva à sério o fascismo nos dias de hoje, já que os grandes inimigos de outrora estão mortos. Mas os supremacistas brancos nunca deixaram de existir. E a luta contra esses supremacistas e a extrema-direita reside no movimento Antifa e como ele funciona.

" (...) a Antifa pode ser descrita como uma espécie de ideologia, uma tendência, ambiente, ou uma atividade de autodefesa. Apesar dos vários tons de interpretação, a Antifa não deve ser entendida como um movimento único. Em vez disso, é simplesmente uma das várias manifestações da política socialista revolucionária."

A partir de uma investigação bastante detalhada, Bray nos mostra que a luta antifa existe desde o século XIX e também apresenta o que ela é hoje. Para isso, ele fez uma pesquisa através de material de imprensa, e com entrevistas com antigos e atuais antifacistas de várias partes do mundo.

Esse apanhado de informações que ele traz de anos e anos de luta e lutadores contra nazistas e fascistas é muito extensa e muito densa, e no final de alguns capítulos focados nisso, eu fiquei espantada como tão pouco eu sabia sobre essas coisas. Na realidade, era quase nada. Percebi que a mídia tem uma culpa extrema nisso. Os antifas são sempre encarados como "agitadores", "subversivos", que provocam destruição e só. Nunca ouvem o lado deles, e a população acaba não entendendo ou ficando contra essas pessoas. No entanto, todo mundo ouve falar dos supremacistas, neonazistas, etc. A maioria não concorda com eles, felizmente. Mas a mídia costuma cobrir essas manifestações racistas, sem normalmente dar o mesmo foco ao outro lado de forma justa. E acho que isso cabe na teoria antifa de "não dar nenhum palanque" para fascistas. Mesmo que de forma negativa, é a eles que dão foco. E isso os alimenta e também a outros que pensam igual. A mídia sempre estar ouvindo-os. A exemplo disso são as reportagens com Richard Spencer, supremacista branco e apoiador do Trump que chegou até a falar em público "Hail Trump". Mark Bray fala e eu concordo, não existe liberdade de expressão quando se trata de nazistas e fascistas. Eles simplesmente não deveriam ser autorizados a discursar em público e ferir a liberdade e a existência de outros.

Depois da história de como grupos antifa foram formados em diferentes partes do mundo, normalmente em resposta a um grupo nazista/fascista, Mark Bray aponta como a xenofobia contra os imigrantes refugiados soou um novo alerta para a mais recente onda do fascismo. E nesse capítulo ele aborda como partidos de extrema-direita que pregavam o nacionalismo exacerbado e atacavam, e marginalizavam os refugiados fizeram crescer movimentos e grupos neonazistas. Mas para além do nacionalismo aliado a xenofobia, militarismo e machismo, está a supremacia branca. Quem não se lembra daquela horrenda manifestação de supremacistas e neonazistas em Charlottesville, Virgínia, nos Estados Unidos, em 2017? Eu lembro de que quando vi a reportagem e as fotos daqueles homens brancos com tanto ódio em seus rostos, fiquei chocada e com medo. Me pareceu cena de filme sobre a KKK ou o Nazismo. Foi bem ali que eu percebi que eles eram tão fortes como sempre foram, e ao contrário do que todo mundo falava, não tinham acabado.

Para finalizar, algo muito importante que o Bray nos lembra, é sobre fascistas e nazistas chegando ao poder de forma legal. Não precisaram de revoluções. As pessoas os colocaram lá. Exatamente como aconteceu aqui com o nosso fascistinha tupiniquim. E isso diz muito sobre o que estamos enfrentando. Ele também fala dos subgrupos dentro do movimento antifa, como o fantifa; grupos de antifas feministas.

O que fica ao fim da leitura é que o movimento antifa está aliado a todo movimento que luta pela existência e liberdade das consideradas minorias, e que o movimento é cada dia mais necessário, e não pode acabar mesmo quando não há ameaças fascistas. Sempre vai haver, e é preciso lutar contra essas ameaças do jeito que se pode. Que nunca mais se menospreze o fascismo e o nazismo de novo.
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Livrendo 24/07/2023

REFLEXÕES ALEM DO OLHAR.
"Antifa: O Manual Antifascista", escrito por Mark Bray, é um livro que aborda o movimento antifascista e sua história, táticas e ideologias. Publicado em 2017, o autor oferece uma perspectiva detalhada sobre os princípios fundamentais da Antifa e como ela tem se manifestado ao longo dos anos.

O termo "Antifa" é uma abreviação de "antifascista" e descreve um movimento político que busca combater o fascismo e o autoritarismo. A Antifa não é uma organização centralizada, mas sim uma coalizão de grupos e indivíduos que compartilham a crença de que é necessário confrontar o fascismo e o ódio em todas as suas formas.

O livro de Mark Bray explora a história da Antifa desde seus primórdios, incluindo seu surgimento na Europa no início do século XX como resposta aos regimes fascistas e nazistas que estavam em ascensão. A obra também discute o papel da Antifa em movimentos sociais contemporâneos, como as manifestações anti-globalização e os protestos contra a extrema-direita.

O autor destaca que o movimento Antifa é frequentemente alvo de críticas e mal-entendidos, e busca explicar suas motivações e objetivos. Bray argumenta que a Antifa considera que a ação direta e a resistência ativa são necessárias para combater grupos e indivíduos que promovem a opressão, o racismo, a xenofobia e outras formas de intolerância.

No entanto, é importante ressaltar que o livro é objeto de controvérsias, sendo acusado por alguns críticos de justificar a violência em nome do combate ao fascismo. Enquanto alguns veem o movimento Antifa como uma força necessária para combater a extrema-direita e o ódio, outros argumentam que a tática de confrontação direta pode, em alguns casos, levar a mais violência e divisão.

Em resumo, "Antifa: O Manual Antifascista" de Mark Bray é um livro que explora a história e as ideologias do movimento antifascista, fornecendo uma visão aprofundada sobre a forma como a Antifa opera e seus princípios fundamentais. É uma obra que pode despertar debates sobre a eficácia e ética da ação direta em resposta ao fascismo e extremismos políticos.
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Yorgos 02/02/2024

Escrito por Mark Bray, anarquista, historiador especialista em direitos humanos, terrorismo e radicalismo político, professor de História Moderna, o livro em momento algum é neutro e deixa bem claro seu posicionamento e perspectiva.
O livro surge de 71 entrevistas feitas em 17 países, e fala sobre o avanço do fascismo, extrema direita, e antifascismo em toda a Europa e Estados Unidos nas últimas décadas.
É um livro com muito conteúdo, demorei meses para ler, pois para mim que não entendo absolutamente nada sobre o assunto foi uma leitura densa, que precisava que eu estivesse inteiramente dedicada a reler seus parágrafos. Para quem conhece o assunto, com toda certeza é uma leitura mais fácil e com muitos pontos a serem questionados. Com mais de 500 referências ao longo do texto, e alguns apêndices, o livro cita dezenas de manifestações que ocorreram, mortes, racismo, xenofobia, machismo, e a ligação até com bandas e imprensa.
Como o próprio autor disse: "Eu gostaria que esse livro não fosse necessário".
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Rafael.Almeida 22/06/2020

Manual Antifa
Livro muito bom e necessário pra épocas em que o fascismo está prestes a ressurgir. Embora seja restrito aos EUA, à Europa e Austrália, o livro apresenta táticas e experiências antifa que podem ser aplicadas na luta moderna na contenção da escalada do fascismo. Recomendo a todos os antifa e antirracistas do mundo.
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cowwboylikeme 25/07/2023

Para aqueles que não toleram a intolerância
Livro interessante para entender as dinâmicas da política atual e o fortalecimento da extrema direita
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Nata 30/06/2020

Livro extremamente necessário em todas as épocas. Não trata do Brasil, porém fascista é fascista em qualquer lugar do mundo.
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valentina 29/07/2020

bom livro introdutório para quem está começando estudos sobre política, bem didático e fácil de entender
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IgorX96 31/12/2020

Excelente livro sobre movimento ANTIFA
O livro é muito bom ao contar a trajetória do movimentos ANTIFA, suas formas de luta e de organização, sempre à esquerda, entre socialistas/comunistas e anarquistas.
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Igor 15/02/2021

Se você luta ou quer lutar contra o fascismo, leia o livro
O livro traz muito sobre a história do movimento, exemplos, táticas e dicas.
Excelente para guiar, abrir possibilidades e mostrar exemplos bem e mal sucedidos para quem está na luta do antifascismo.
Cumpre totalmente sua proposta, apesar de contemplar o antifascismo somente europeu e norte americano, mas o autor explica e justifica isso no início do livro.
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Melanie13 09/03/2021

O Manual Antifascista.
Uma obra muito interessante, que nos faz compreender mais sobre a formação do fascismo (avanço da extrema-direita) como um evento histórico dos Estados modernos em conjunto com a resistência antifas. O autor traz junto a obra importantes reflexões historicas do final do século XIV, como confrontos físicos, também revela sobre lutas de acolhimento de imigrantes, movimentos feministas (fantifas), liberdade de expressão, e por fim, o ascensão da extrema direita. Mark Bray, nós faz refletir, que o fascismo não foi levado a sério até que fosse tarde demais.
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Johnata 22/06/2021

A violência resolve tudo?
Não. Entretanto, ela existe e o fascismo se utiliza dela para massacrar minorias étnicas e todo tipo de oposição. Essa obra é um paradigma para compreender a utilização de todos os meios disponíveis para destruir o fascismo e ideologias derivadas. Combater essa chaga da humanidade é dever cívico e existem vários papéis a serem desempenhados na luta contra o fascismo, embora uma parte da sociedade negue a necessidade do uso da força física nesse embate, os dados históricos demonstram que há um ponto do confronto no qual apenas ela parece surtir efeito. Eu posso desempenhar outro papel, você pode, mas todos precisam ao menos conhecer os fundamentos da resistência física contra o fascismo e esse manual certamente irá ajudar com isso.
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Giovanna 21/08/2021

absolutamente incrível. análises muito interessantes com exemplos pertinentes e escrita fluida e envolvente. as analogias entre o fascismo histórico e o fascismo contemporâneo são muito bem traçadas e ele levanta uns pontos muito bons de como as organizações fascistas contemporâneas usam a islamofobia para mobilizar até pessoas ditas de esquerda por uma suposta preocupação com direitos das mulheres e pessoas lgbtqia+. terminei o último capítulo tipo !!!!!!!.
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camilabonse 17/01/2023

ótimo livro
terminei de ler poucas horas antes da invasão bolsonarista em Brasília, e a sensação enorme que fica após a leitura e os ataques é o quanto falta organização no Brasil para que de fato o fascismo seja barrado no país. o livro mostra vários exemplos de táticas e estratégias da resistência antifascista utilizadas ao longo da história, na Europa e nos EUA, que poderiam muito bem (e deveriam) ser aplicadas aqui.
Mari 19/01/2023minha estante
belas palavras




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