AO SOL, NO QUINTAL

AO SOL, NO QUINTAL Angela Alhanati




Resenhas - AO SOL, NO QUINTAL


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Débora Gleys 09/08/2019

Ao sol, no quintal
Ao sol, no quintal é um livro que não causou em mim surpresas ao descobrir uma autora, pois, quem acompanha de alguma forma a Angela não poderia esperar outra coisa além das sábias e carinhosas palavras. Contudo, a leitura surpreendeu pelo fato de trazer à tona em mim um turbilhão de sentimentos.
Que sensibilidade! A leitura de Ao sol, no Quintal nos remete às lembranças boas, que as vezes perdemos sem sentir, nos remete às nossas próprias experiências como criança, adolescente, mulher, mãe... Fui arrebatada pelos retratos da vida apresentados por Angela. Todos os textos dotados de uma sensibilidade que poucos possuem. Sorri ao lembrar de nomes de remédios antigos, formigas assadas (tanajura), chão de cimento vermelho,primeiro sutiã, primeiro beijo... me sensibilizei com o olhar da autora sobre aquelas pessoas tratadas como invisíveis e me emocionei com a beleza dos textos sobre a perda de quem amamos.
Ao sol, no quintal é dividido em temas: Infância -Família -Memória - Reflexões - Amor, Relacionamentos e Casamento - Maternidade e Histórias. Temas aos quais Angela Alhanati filósofa sobre a vida e nos ensina com suas experiências a observar o mundo com uma sensibilidade e requinte que poucos autores possuem. No prefácio escrito para essa edição pela Tamlym Veiga do canal Litera Tamy , ela diz que este livro é uma grande homenagem à vida. Concordo plenamente!
Particularmente, apeguei-me ao tema Maternidade. A identificação foi absoluta, pois, descreve fielmente o sentimento de amor avassalador de uma mãe por um filho.
Ao sol, no quintal é um livro de leitura rápida mas, que nos trás grandes reflexões. Super indico!
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Rafael Ottati 15/09/2019

Angela Alhanati e suas cápsulas do tempo que nos encantam.
"Para o costumeiro surto de piolhos, uma lata de veneno NEOCID na cabeça e uma touca de plástico para abafar. Passávamos o dia assim, com lenços na cabeça denunciando nossa periculosidade e, no fim da tarde, um banho com pente fino e vinagre. Não sobrava nenhum piolho vivo mas, milagrosamente, sobravam crianças sobreviventes." (p. 14).
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Ao ler o livro da Angela Alhanati, somos inundados por acontecimentos passados. A autora tem uma memória de elefante, lembrando dos menores detalhes de sua infância, juventude e início da vida adulta. Essa potência de memória fica evidente quando passamos os olhos pelas listas que ela cria. Suas crônicas, aliás, são cheias de listas: listas de objetos dentro da gaveta que quase nunca abrimos, lista de elementos associados à casa da avó, lista de produtos que usávamos para cuidar de nossa saúde (ou não!) antigamente etc.
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Se olharmos o trecho ali em cima que eu separei com atenção, perceberemos que as frases da autora nos levam a dois mundos distintos: ao dela e ao nosso.
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Quando falo do mundo dela, eu me refiro às especificidades da vida dela, ou seja, a tudo aquilo em que nela é singular. Neste caso, as crônicas servem como a porta aberta que nos leva ao quintal dela, onde nos sentamos e tomamos contato com as experiências de uma vida que é a do outro...
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Quanto ao mundo que é nosso, vêm à nossa mente lembranças paralelas, próprias, intensas e íntimas que possuímos. Não são iguais às da Angela Alhanati, mas são próximas, estão de alguma forma interligadas. Nunca usei NEOCID, mas havia outro produto radioativo (:P) cujo nome não lembro e que também usávamos perigosamente nos nossos couros cabeludos na infância. Da mesma forma, se na família dela, havia um tio que sempre deu o primeiro sutiã de todas as meninas, na minha havia um tio que falava sobre sexo com todos os moleques.
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Esse "parecido, mas diferente" é o que há de mais assombroso na leitura deste livro. Ao ler páginas tão pessoais e tão da Angela, vêm à nossa mente lembranças igualmente pessoas. Suas crônicas funcionam como uma cápsula do tempo, em que experiências coletivas foram "encapsuladas" e transformadas em letras que mexem conosco também.
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Ao fim do livro, parece que lemos sobre nós mesmos, que enfrentamos, de novo, nossas próprias perdas e experimentamos nossas próprias alegrias. Se estamos no quintal dela, ao Sol, esse quintal se expande e se torna, um tantinho, nosso. Só posso dizer isto: que quintal acolhedor e aconchegante! Faz com que desejemos não sair mais...

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