Harmonias Sepulcrais

Harmonias Sepulcrais Alessandra Lobo




Resenhas - Harmonias Sepulcrais


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alexandresergio 16/01/2020

Para quem tem estômago forte
Muito diferente de todos os livros que li ultimamente, a Alessandra Lobo consegue nos trazer o horror através de uma "prosa poética", brincando com expressões e palavras, em um ritmo quase musical. E por falar em música, ela nos dá referências clássicas importantes para acompanhar os textos, fortes em sua escrita, pesados em sua mensagem, todos muito trabalhados para deixar o leitor tenso do início ao fim da leitura.

É um livro de contos, com histórias assombrosas. A autora é especialista em montar imagens na mente do leitor, com um alto teor de gore, não sendo aconselhável a leitura para os mais fracos de estômago.

O último conto do livro, em especial, nos mostra que há coisas muito mais terríveis do que apenas morrer.

Se você gosta de leituras fortes, de muito sangue, vísceras e tudo banhado por um terror psicológico intenso e poético, esse é o seu livro. Está esgotado na editora, o que não é para menos, mas há a versão do Kindle para leitura ainda.

site: https://amzn.to/2Tw9iqS
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Fabio Pedreira 18/12/2019

Do reflexivo ao grotesco
Harmonias Sepulcrais é uma antologia da autora Alessandra Lobo formada por quatro contos, são eles: Sonata de Agrat, O Luto, Três Mortes e Naecrophilia.
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Cada conto tem suas peculiaridades, mas todos eles abordam um tema em comum, a morte.
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Em Sonata de Agrat, vamos nos deparar com a maldade humana e suas consequências, não importa se você está do lado que causa dor ou do que sofreu com isso. Pra toda ação tem uma reação e é melhor ter muito cuidado com as coisas que deseja e para quem deseja. Pra mim foi o melhor conto da antologia.
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Já em O Luto, temos um homem que acabou de perder sua esposa e está inconformado com isso. A escrita é meio poética até, mas admito que achei esse conto meio chatinho e monótono.
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O terceiro conto é Três Mortes. Vejo esse conto como sendo bom, mas achei ele meio deslocado em relação aos outros. Todos os contos tem algo meio sobrenatural, esse não necessariamente. Apesar de o narrador ser um cara que já morreu Isso não necessariamente torna a coisa sobrenatural. Porém achei o conto muito bom, bem reflexivo, pois aqui o narrador vai falar das suas três mortes, e vai fazer você notar como na vida podemos morrer de várias formas.
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E por fim temos o conto mais polêmico de todos, o Naecrophilia. Minha reação ao ler esse conto era de "Legal, instigante, aí tem coisa, que? Mas que por** é essa aqui?". Porque ao mesmo tempo que conta a história de uma pequena vila de pescadores que tratam os mortos como algo bem normal, ele chega a um ponto que trata como normal até demais. Uma mistura de bom com nojento.
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Em resumo, Harmonias Sepulcrais é um livro que recomendo apenas para os fãs de terror mais pesados. Porque principalmente no último conto, precisa ter estômago. Mas é uma boa antologia apesar dos pesares.
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Thainá - @osonharliterario 22/11/2019

O bizarro e o grotesco como reflexão
Harmonias Sepulcrais é uma coletânea composta por quatro contos de terror que beiram à loucura, mas, ao mesmo tempo, também à reflexão. O terror nessa coletânea é bastante específico, utilizando de sub-gêneros como o terror psicológico, o gore e o sobrenatural.

Por isso é importante alertar desde o início que esse livro não é feito para qualquer leitor, principalmente aqueles que não gostam do gênero. É necessário ter um estômago forte para aguentar as narrações e cenas grotescas que causam enjoo, como também é preciso se atentar aos gatilhos de cada história, os quais podem lhe afetar de uma maneira totalmente oposta e negativa.

Sobre os contos:
Sonata de Agrat:
Nesse conto temos contato com a seguinte situação: um homem, já adulto, está sendo atacado por uma garota, a qual logo depois se revela ser uma criatura maligna e vingativa.
Essa história foi a minha preferida! Isso porque trata bizarramente sobre pactos demoníacos e vingança, dois assuntos que me interessam bastante dentro do terror. Além disso, eu também gostei bastante por ter um enredo diferente do habitual e por ser descritivo na medida certa. A narração, em certos aspectos, me deixou um pouco confusa, mas acredito que essa característica possa ter sido proposital, já que ficamos com a mesma sensação de confusão do protagonista.
TW: é importante alertar que há um certo gatilho de pedofilia, principalmente quando a narração expõe as vítimas. Então, caso você se sinta mal com isso eu não recomendo a leitura desse conto.

O luto:
Aqui a autora retrata a perda e a saudade intensas de um marido. Quando chega a noite ele se vê obrigado a ficar sozinho na casa onde compartilhou sua vida com a amada e ao sofrer todos esses sentimentos de luto o protagonista acaba sendo atormentado pelas memórias – e pela própria esposa morta.
Infelizmente, ao meu ver, a história enrolou um pouco e não se desenvolveu tão bem. Foi corrido, confuso e me deixou com a sensação de que teria sido mais gratificante saber sobre a loucura da defunta quando ainda era viva.

Três mortes:
Uma pessoa, a qual não é nomeada, nos narra sobre as suas três mortes. Ao decorrer do conto ela explica como as mortes ocorreram e o porque de não poder nos revelar o seu nome.
Esse conto irá refletir sobre a mortalidade, a existência e o legado que cada um de nós deixa – ou não – para trás quando morre. Achei algumas partes confusas, mas, ao mesmo tempo, senti que a narração se arriscou em ser poética, o que combinou com o teor da história.

Naecrophilia:
Quando o ancião de uma aldeia distante morre, a sua filha Lavinia se sente na obrigação de ir até o mar para pescar os seus mantimentos. É claro que ela não atravessa a linha onde se inicia o “Fim de Tudo”, mas, mesmo assim, a garota acaba pescando algo a mais do que meros mariscos, dando de cara com um cadáver adulto e ossos e crânios de bebês.
A história é feita como se fosse uma lenda local, o que funciona bem, já que o teor bizarro e nojento contribuem para espalhar o terror no “mundo real”. Com toda a certeza foi o conto que mais me deixou incomodada e sem reação ao final da leitura.
TW: esse conto contém necrofilia e incesto, então esteja preparada ao iniciar a leitura. Caso não se sinta à vontade com ambos os temas, sugiro que não o leia.

O bizarro e o estranho se manteve em todos os contos, mas, ao meu ver, foi melhor explorado no primeiro. Inclusive a história que sai do terror para filosofar sobre mortalidade, existência e o legado do ser humano, não me conquistou muito também. Acabei esperando mais narrativas como Sonata de Agrat e não encontrei.

Porém, no geral, foi uma boa leitura. O livro é curto, fazendo assim com que seja fluido, então a leitura voa tão rápido que nós nem vemos o tempo passar, o que é um ponto positivo. Eu também gostei de ter conhecido a escrita da autora e pretendo acompanhar os seus próximos trabalhos, tanto dentro do terror como também em outros gêneros.

Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras.

site: https://sonhandoatravesdepalavras.com.br/2019/11/22/resenha-harmonias-sepulcrais-alessandra-lobo/
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