Gonzos e Parafusos

Gonzos e Parafusos Paula Parisot




Resenhas - Gonzos e parafusos


10 encontrados | exibindo 1 a 10


moacircaetano 21/02/2024

Adorei o livro.
Muita coisa me tocou, algumas passagens me fizeram chorar, e outras me inspiraram, me fizeram escrever
Por vezes, parava e experimentava o sabor das palavras no meu cérebro, degustando-as.
A linguagem é fluida, o ritmo é lento, porém cativante.
Perfeito.
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cs_g_ilson 22/01/2024

[fluxo de consciência]
"Gonzos e parafusos" é um livro que comprei pela capa: eu não sabia o que era gonzo, assim como não entendi a correlação com uma obra de Gustav Klimt. Não me arrependi.

Paula Parisot se vale de Isabela para construir o que, na minha interpretação, é um fluxo de consciência. Não há linearidade na narrativa, tanto que o livro se inicia com "o início que não é o começo" e termina com "o final que continua". Mas isso não retira a agradável criatividade da autora. E talvez seja isso o que nos prende à leitura, porque a nossa vida não tem uma sequência a seguir, ela apenas acontece.

Isabela é uma psicanalista que enfrenta, sem constrangimentos, assuntos pesados de maneira escancarada, tanto na sua vida quanto na vida de seus pacientes. Tentando se entender (em vão?), ela nos mostra que não é incomum o ser humano ter ambiguidades ou rejeições.

Acredito que Paula Parisot deveria ganhar notoriedade (não sou referência, mas eu não conhecia a autora), porque ela conseguiu trabalhar a linha tênue que existe entre a sanidade e a insanidade mental sem cair num texto chato.

5/5 ?
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hannahkkkjk 21/12/2021

É um desabafo
A todo o tempo, nos sentimos como um padre julgando as ações de Paula Parisot, o livro é mais como um desabafo cru do que uma história, pois vemos que a autora não tem a mínima intenção de eufemizar seus atos e mostra-se boa quando é boa, ruim quando é ruim, ela simplesmente joga o que tem de mais puro em sua alma para nós lermos.
É um livro interessante, uma jornada reflexiva junto com a própria autora.
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Alvilania 21/04/2021

Leitura agradável que prende o leitor do início ao fim. A obra é interessante, especialmente pelas inspirações em Klimt. Recomendo para quem gosta de uma narrativa psicológica.
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Edna 05/04/2021

Precisa de um apertãozinho?
"Por melhor que seja uma pessoa, indubitavelmente, em algum momento, ela será tomada por uma estreiteza de espírito que a tornará desprezível. A mesquinharia nos aflige intensamente, o homem sofre de sovinice."

Essa é a história de uma Psicanalista que  é tão ou mais maluca, diria melhor muito mais  intensa que seus pacientes.

Aí já sentimos que ninguem está imune aos lapsos sejam eles raros ou frequentes, mas a diferença está em como você reage à essas adversidades.

Mas Ela mesmo enfrentando todos os problemas que a vida lhe presenteou, ela está todos os dias no Hospital Psiquiátrico para aquele expediente tranquilo com seus mais variados pacientes com todos os seus gonzos e parafusos soltos, que pode ir do "Perseguido"( apelidos carinhosos que Ela coloca neles)  que cita a Sequência de Fibonacci para persuadí-la à deixa-lo criar coelhos no Hospital.

Salvo quando ela mesma está afastada, internada para repouso de sua mente que nao suportou carga ou aquele papo diário com a Baronesa Elisabeth Bachofen-Eccht da pintura de Klimt não à satisfaz e ela vai além copia o modelo de seu vestido e vai tranquilaà Padaria para um café vestida e se sentindo a própria Baronesa, passeia tranquila pelo parque e interage com uma borboleta com o numero 21 nas asas e ainda cita Freud justificando:
"Não existe uma linha dividindo a vida real da vida imaginária."


Conforme as histórias dos pacientes vão sendo narradas o leitor tem a nítida sensacão de já conhecer alguns fatos e se descobre na história.

Aff somos tão insignificantes que ninguém está totalmente pleno de sua sanidade.

Outro ponto forte  é que durante a leitura e dentro da construcão da história ela cita não plagiamente mas mostrando que o trecho coube alí mas a quem pertence e muitos nomes fazem parte da sua narrativa, como Freud,  Sócrates, Nietzshe, Kant,  Shakespeare,  Dickens, T. S. Eliot, Van Gogh, Emily Dickinson, Jorge Luis Borges  e o grande Fernando Pessoa, enfim muito dos meus amores literários reunidos em um único livro.

Amei essa leitura.

"Quando matamos alguém dentro de nós, é impossível trazê-lo novamente à vida."

"Tendo visto com que lucidez e coerência lógica certos loucos justificam, a si próprios e aos outros, as suas ideias delirantes, perdi para sempre a segura certeza da lucidez da minha lucidez." Fernando Pessoa

#Bagagemliteraria
#Gonzoseparafusos
#PaulaParisot
#Bookstagram
#Canceleacovid
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Vinicius.Vigliazzi 03/04/2021

Leitura agradável, e prende a atenção do início ao fim, mesmo que a narrativa não siga uma linearidade. Indispensável para quem gosta de questões subjetivas que ameaçam a integralidade do ser humano pós-moderno.
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Michel 17/02/2021

EM BUSCA DE SENTIDO NA VIDA...
Há algum tempo que venho sustentando a hipótese de que o tédio tem sido tão presente em meus dias, que até mesmo o gosto pela leitura fora prejudicado. Cheguei a me convencer de que a situação é grave, pois pela primeira vez na minha vida, ler se tornou uma atividade enfadonha... No entanto, existe sempre a possibilidade desse sentimento desaparecer quando chega a vez de colocar as mãos em obras distintas, como foi o caso deste GONZOS E PARAFUSOS.

Este belo trabalho da escritora Paula Parisot acalentou a amofinação que permeava em meu ser. Ou pelo menos serviu para mostrar que o tédio não afetou minha leitura propriamente, mas ocasionou uma diminuição da tolerância em relação a alguns títulos que eu estava lendo.
GONZOS E PARAFUSOS é um desses livros que parece não contar nada objetivo, mas seu charme se encontrar justamente no fluxo de consciência. Ambientação, destino, situações, tudo parece secundário. O esplendor fica bem ali, no âmago da personagem Isabela e em seu olhar multifacetado da realidade.

E por falar em tédio, esse talvez seja o lugar comum em Isabela. Psicanalista, a jovem passa a vida em busca de sentido, de encaixe, e tal busca algumas vezes pode chegar aos extremos, levando a jovem até mesmo tentar o suicídio. Aqui não existe uma sinopse específica a ser feita, somente o que pode ser sintetizado é o olhar da personagem sobre a própria loucura. E apesar de nos deparar com instantes depressivos e até polêmicos, é uma delícia este convite de investigar o mundo através da percepção da protagonista.

Isabela é profunda! Investiga sua própria natureza por meio de comparações com o passado e as pessoas que nele estiveram inseridas. Confunde-se com os muitos sentimentos aflorados em si, como é comum na inconstância do ser humano. Isabela analisa de fora pra dentro, talvez por um excesso de racionalidade que se confunde com insanidade, a personagem é alheia ao julgamento, ela simplesmente relata, de modo impreciso, até mesmo quando menciona e anseia a mulher no quadro do artista Klint (capa da obra).

Mesmo em suas citações de Freud que poderiam ser compreendidos como clichês, a própria Isabela se antecipa e reconhece a veracidade deste lugar comum, porém, deixa escapar que citar o psicanalista nunca é demais, o que nos leva a concordar. Vê-se vencida pelo pensamento banal e sabe que não precisaria do mesmo, muito embora alguns jargões pareçam inescapáveis.

Tive a sensação de que era o acúmulo de racionalidade o fundamento da loucura na personagem. Salvo pelo tédio eternizado nas páginas deste livro, a tragédia do meu semelhante, quando erigido em literatura, faz com que eu me encontre lendo bem devagar. Por ato involuntário, freio minhas leituras quando estou envolvido pelo livro.

Há instantes em que o relato parece tão crível, que ocorreu-me estar lendo palavras da própria Paula Parisot, como se estivesse lendo o diário da autora. Sei que existe muito dos autores em seus personagens, sejam em aspectos temporários ou personalidade fixa, mas algumas vezes a coisa parece indistinguível; a semelhança entre autora e protagonista aqui soou-me muito elevado, embora este possa ser um inofensivo equívoco de minha parte.

Não sei exatamente explicar em quais pontos, mas achei o estilo narrativo de Paula Parisot um pouco parecido com o meu próprio. Claro que careço adquirir o charme descritivo da autora, mas foi inevitável algumas comparações.

GONZOS E PARAFUSOS é uma extraordinária viagem através da ambiguidade humana. Não gosto de usar a palavra loucura para não acabar fisgado pelo chavão, mas exatamente como Isabela menciona: “às vezes é inevitável escapar do lugar comum...”, o fato é que a loucura da personagem é o epicentro dessa deliciosa trama. Com um começo que não é o começo, um meio sem meio e o final que não termina, Paula Parisot foi o melhor remédio contra meu tédio atual, e saber o quanto sofro do mesmo mal que sua personagem me causou certo acalento e cumplicidade... Isabela é, em pé de igualdade com Violeta, personagem do estupendo livro OS MEUS SENTIMENTOS, o ser humano mais intenso que li no encerrado ano de 2020.

site: Outras resenhas no blog: http://dimensaoreluzente.blogspot.com/
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Leila de Carvalho e Gonçalves 24/07/2018

A Baronesa Bachofen-Echt
Esse é o segundo livro de Paula Parisot. Sem início ou fim estabelecido, gira em torno das digressões de Isabela, uma jovem psicanalista com tendências suicidas, sucumbida pela letargia do dia a dia.

É uma personagem a beira do caos. Parafusando como quem está fora dos gonzos, ela tenta se encontrar, digerindo seu passado num desapego arriscado com o presente. Depressiva desde muito nova, seu método para combater à doença foi abrigar-se nos livros e suas confissões, repletas de referências culturais, capturam a atenção.

Procurando compreender a si mesma, ela lança a mão de dois modelos. Sente-se como uma mulher pintada pelo expressionista Egon Schiele, mas tudo que deseja ser é a refinada e aristocrática Baronesa Elisabeth Bachofen-Echt, retratada por Klimt, que passa a ser o elemento central de sua esquizofrenia, catalisada após uma experiência traumática.

Corajosa e criativa, Parisot produziu uma atípica perfomance durante os 7 dias e 6 noites que antecederam o lançamento do livro. Mergulhou na personagem, isolada num cenário de acrílico, armado no meio da Livraria da Vila em São Paulo. Quem foi à loja, encontrou uma mulher vestida de branco dentro de um quarto transparente, simulando a via crucis de Isabela, internada numa clínica de psiquiátrica.

Com admiradores e detratores, "Gonzos e Parafusos" é polêmico. Entender a loucura e defininir seus limites, sao os pontos cruciais da narrativa, sem dúvida, uma proposta arriscada. A autora chegou até mesmo a trocar de editora, disposta a não aceitar qualquer exigência para modificar o texto, fato que gerou grande repercussão na mídia. Recomendo.
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Valeska 10/03/2018

🤔🤔 "Tendo visto com que lucidez e coerência lógica certos loucos justificam, a si próprios e aos outros, as suas ideias delirantes, perdi para sempre a segura certeza da lucidez da minha lucidez". Fernando Pessoa
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Nalí 12/12/2012

Este segundo livro de Paula Parisot é um grande mergulho introspectivo margeado pela loucura. A narração das ações fica em segundo plano e a atenção é voltada para as digressões da protagonista, uma psicanalista e suicida fracassada. Isabela tornou-se depressiva muito nova e um dos seus métodos de combate à doença foi a companhia da literatura e das artes e, assim, sendo a narração em 1º pessoa, seus pensamentos descritos são cheios de referências cultas.

Gonzos e Parafusos não é exatamente um livro para fazer você se sentir bem. É um soco no estômago, com cenas que incomodam mesmo. No entanto, é interessante ter a oportunidade de se questionar acerca desse incômodo e de fazer você mesmo esse mergulho introspectivo por tabela. Há beleza na melancolia (embora também dê vontade de dar uns tapas); as coisas que incomodam fazem o mundo girar e mudam o estado de embotamento dos nossos pontos de vista.
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