Resenhas - Nada a dizer

fev 13/01/2021

#MulheresParaLer

O título do livro, com certeza, é uma ironia. Pois uma mulher traída depois de tantos anos junto com um parceiro certamente tem algo a dizer sobre tudo o que passou naquela relação. E é exatamente isso que acontece depois que a personagem principal desconfia e descobre a traição do homem que ela ama.

Nada a dizer é um livro super bem escrito. No entanto, certo momentos pode entediar. A leitura é de fácil compreensão. O livro narra o cotidiano, portanto não tem uma grande reviravolta. O que é tranquilo, mas sinceramente acho que caberia algo nesse livro. A conexão com os personagens pode ser um pouco difícil já que eles são um pouco sem graça.

O livro é bom, mas poderia ter sido melhor.

Claudine 06/12/2020

Meu primeiro livro da Elvira Vigna
Eu sabia que precisava conhecer Elvira Vigna pela leitura de fragmentos compartilhados por meus amigos nas redes sociais. E essa sensação foi confirmada com a leitura de Nada a dizer. Eu gosto de narrativas que exploram sentimentos, emoções e outras subjetividades. Então a leitura de Nada a dizer foi um mergulho. Fiquei imersa naquele relacionamento conturbado, instável. Me identifiquei com a narradora em algumas reflexões.

Fernanda.Cabral 15/06/2020

adorável
é um livro que me deixou muito sentimental, a forma que retrata o amor e falta das coisas que envolvem ele, da forma como duas pessoas precisam se esforçar juntos pra manter não uma relação, mas o amor e respeito... Sensacional, parabéns pra autora

Adriana Scarpin 11/07/2017

Em honra de Elvira Vigna (1947 - 2017)
A cada livro de Elvira Vigna que transponho, mais embasbacada fico com a maravilhosidade desta mulher. Não é apenas o fato dela escrever de uma forma tão ricamente inteligente em resultados práticos, mas também o sábio olhar que perpassa a sua escrita, e com esse sábio quero dizer um tipo de sabedoria que só é possível conseguir com o tempo.
A morte da autora, ontem, foi indiscutivelmente o pior momento das artes em 2017, ela era até então a maior autora viva no Brasil contemporâneo e esse maldito câncer nos tirou o que ainda poderiam ser anos de mais alguns livros memoráveis e que fatalmente seriam rememorados como obras primas do século XXI.

Mion 29/05/2021

Precisamos navegar por lugares desconfortveis também.
Que pesado!
Muito envolvente trama.
Nossq,mergulhei profundamente entre RJ, SP, shoppings,quartos e todos os lugares pelo qual passaram.

Mergulhei inclusive em sentimentos e historias minhas, que pareciam um reflexo no espelho do que a autora construia. E olha que nao passei oq a personagem principal passa.
Mas sao tantas coisas quebela sente,percebe,pensa, conta e tem pra contar que eu era ela em varias partes. Ao mesmo tempo que em outros,me encontrava em algumas questoes de Paulo , que nós por sermos homens,passamos.

Nossa, que passeio!
E que passeio por um mundo desconhecido das relações,casamentos e traições. Sinto que eu nao sabia nada,inocente. Agora,assim como toda leitura,o mundo é um lugar mais complexo.

Que delicia. Mas que bom que acabou haha.

Rennata Everton 16/07/2022

Sobre traição, mágoas & a perda de si.
Acho que foi uma obra catártica da autora, ou desse personagem (?).
E como tal, desperta empatia, e tmb sentimentos contrários. Foi uma experiência meio de ouvinte/terapeuta, enquanto alguém está em seu momento no divã, divagando entre sua própria história, fatos, mágoas, insights, e ideações.

Lisi 04/06/2023

Foi interessante navegar pelos pensamentos da personagem principal diante das novas descobertas sobre o marido e a relação dos dois. Os pensamentos, muitas vezes desordenados, refletiram uma tentativa de racionalizar e afirmar uma vida inteira.

Fiquei esperando, porém, um momento de total descontrole, de loucura, de desespero que, acredito que pela construção da personagem e sua personalidade, não aconteceu.

Márcia 21/08/2023

Temos aqui uma narradora que deseja nos contar como ela foi traída pelo seu marido. Nos mostra sua raiva , tristeza e inconformismo devidos a essa traição. É possível perceber todo o seu sofrimento: me foi muito dolorido ler todo o sofrimento da narradora que não nos diz o seu nome e nem da amante do seu marido durante toda a narrativa.
Como estão as relações amorosas da atualidade? A mulher tem poder e independência na atualidade? Pois a narradora nos demonstra que não tem: não consegue viver sozinha e nem mesmo se separar mesmo após uma traição que a machucou tanto.
Narrado em primeira pessoa , o livro tem uma coerência incrível do começo ao fim : uma mulher que fala muito mas não tem poder sobre a própria vida. É necessário ler todo o livro para juntar melhor os pontos e compreender a história.

Martha Lopes 27/04/2010

Sobre o livro
Que impacto uma traição gera sobre uma longa união conjugal? É esse desenrolar que o livro "Nada a Dizer", da carioca Elvira Vigna, esmiuça. A trama narra, sob o ponto de vista de uma mulher de meia-idade, a descoberta do caso extraconjugal de seu companheiro, o que a obriga a encontrar um novo significado para sua relação e para si mesma.

No livro, a narradora conta o processo que a levou a descobrir o adultério de seu companheiro. O casal de tradutores de meia-idade, alternativo e revolucionário nos idos dos anos 1960 no Brasil, vê sua relação abalada por uma loira mais nova, igualmente casada e de trejeitos insinuantes.

A matéria completa está em http://www.colheradacultural.com.br/content/20100330002232.000.4-N.php

PattyCezar 05/02/2020

Escolhas...
As escolhas que fazemos é suas consequências. Nada a dizer relata, do ponto de vista de uma mulher traída, todas as consequências dos atos, pensados ou não, de seu marido, cuja união é de 30 anos... como uma escolha que podemos considerar inocente pode prejudicar outros à nossa volta...

Wellington.Pimente 14/12/2020

A voz de um relacionamento
Em meu primeiro contato com obra da autora, fiquei muito feliz de descobrir uma autora brasileira que parece contar uma história que parece a sua própria vida, pela tamanha intimidade que sentimos com a narradora que foi traída. Aliás, essa narradora que acaba sendo julgada por vários leitores, ora por supervalorizar seu relacionamento, ora por aparentar um pouco de neurose, ora por imaginarmos que possui um sentimento masoquista, entre outros tantos pontos que ela vai nos relatando. De qualquer forma, somente quem possui um relacionamento de tantos anos, consegue dimensionar o que é importante nele e quando abate uma crise, como supera-la. Em minha opinião, a narradora traída conta a sua visão dessa história e a percepção dos protagonistas, deixando com NADA A DIZER depois de suas fortes palavras.

Adriana1161 19/08/2023

Relações amorosas
Primeiro livro que leio da autora, não a conhecia, e gostei bastante.
Escrito em primeira pessoa, conta partes da história da personagem, como uma auto análise.
Fala do funcionamento da relação amorosa, seus desconfortos.
Abrange o período de um ano na vida dos personagens, mas com várias idas e vindas ao passado, para entender e esclarecer alguns acontecimentos.
Como em Dom Casmurro, temos o ponto de vista da personagem que narra a história.
Acreditamos, ou nos deixamos levar por sua imaginação?
"Nunca falar a respeito ou pensar a respeito das coisas difíceis,.., anulando assim a possibilidade da existência de coisas difíceis"
"Apesar de gostar da solidão, armei minha vida, desde sempre, de modo a não ficar sozinha"
"Casamento completo, de cama, mesa e finanças"
"Minha carreira de imbecil olímpica.. que se iniciou desde meu nascimento"
Personagens: Paulo, Pedro Correa, N., narradora
Local: RJ - SP/ por volta de 2008
@driperini

Bruno AG 30/03/2017

Adúltero
Narra em primeira pessoa (esposa traída) o descoberta de um caso extra conjugal. Mostra principalmente as sensações da esposa e a forma como esse acontecimento influenciou na forma como ela se vê é se porta perante a sociedade.

Maria.Jose.Brollo 13/07/2019

Recomendo. Para ler de um fôlego só
Reflexões sobre a vida e sobre o casamento

Judy_m81 23/11/2022

"Não existente, me multiplicava por mil, milhões. Em cada uma dessas histórias em que eu estava, estava também um pedaço da minha dor ? e da minha acusação. Eu colocava em mim, ou melhor, na minha casca vazia, essas dores e essas acusações que escutava, em eco, da cultura, dos veículos de massa. Aliás, era o contrário: eu, ao colar meu eu em cada uma dessas dores e acusações, buscava, em pequenos detalhes que apareciam na tela, um eu que escapasse, que renascesse desse nada genérico em que eu morria. Podia ser no meio de uma imagem, tal e qual, de um encontro escusos em hotel escondido de grande cidade. Lá meus olhos buscavam, ávidos, algo que pudesse ser uma mensagem direta para mim. Algo que fosse meu. Ou podia ser em meio a palavras ditas por um calhorda de segunda linha à sua mulher ingênua. Lá eu buscava, e encontrava, um termo específico que fizesse com que aquele diálogo fosse proferido diretamente para mim. Ou na risada de uma mulher num carro, cujo som se perdia na noite, eu tentava confirmar, com Paulo a meu lado, que N. também ria assim, com igual movimento de cabeça."

Esse livro foi um soco no meu estômago. Comecei a ler esperando menos, mas me senti na pele dela e toda a angústia de ser enganada. A forma que ele foi escrito acaba deixando a leitura muito fluída, e os detalhes de como ela se sentiu são doloridos.
Sempre vou lembrar desse livro.