spoiler visualizarRebecca Brandon. 09/06/2020
Abordagem rasa.
A autora tenta a todo custo afirmar que não irá usar de uma linguagem robusta, vinda da universidade, dizendo que se comentará sobre o que é real, ou seja, realidade posta no cotidiano. No entanto ela se apega tanto a essa ideia que acaba pecando na análise do que de fato é a luta feminista e o que é ser feminista. A autora é superficial e se aproxima de conceitos vindos do feminismo liberal, negando o embate político que é inevitável no movimento e também nega (o que não faz sentido algum) a qualidade política da luta feminista. Com posicionamentos infelizes, pedindo desculpas a homens em desconstrução, nossos próprios agressores, e afirmando que "todas as mulheres feministas são, por óbvio, femininas" (p.94), a autora simplifica ao extremo como se dão as várias violências, passando a impressão de que tudo é questão de querer, dizendo que todos devem largar preconceitos, mas não de que forma isso pode ser feito, dizendo que não se pode haver lados, que não há contrários, negando então fortemente a realidade posta hoje e onde se localizam de fato as raízes do sexismo. Ignora totalmente a interseccionalidade entre mulheres e como de diferentes formas cada uma encara o machismo e a misoginia e, o mais importante, como cada uma sofre e tem sua vida impactada de maneiras diversas. O agravante é quando o leitor se dá conta que não existe fontes confiáveis nos dados que ela traz, não existe referência nenhuma, é o meme trago à tona "fonte: vozes da minha cabeça". Em suma, é uma leitura que não agrega a nada, traz apenas desinformação. A luta feminista vai muito além de reivindicação por consideração e respeito, o feminismo é um luta essencialmente política e social, a autora se estende de maneira extremamente superficial e ignora os fatos e as essências do feminismo.