História da solidão e dos solitários

História da solidão e dos solitários Georges Minois




Resenhas - História da solidão e dos solitários


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Majark 17/03/2022

Conheça a Solitude
CONTEÚDO
Excelente livro ao que se propõem o tema. Minois faz um relato completo desde a antiguidade pagã até os dias atuais, que ele define como sociedade da hipercomunicação, a respeito da solidão.
Abrangendo personagens da Mitologia, História, Filosofia, Religião e Ciência. Cada qual com sua definição de solidão no contexto do seu tempo.
Um livro, com um tema super atual, que nos leva a refletir de como estamos convivendo com essa característica humana.

DESTAQUES
Capítulo 11 – amanhã: 7 bilhões de solitários conectados. Não tem como ficar indiferente ao relato apresentado nesse capítulo.
Na última frase “A nova solidão se chama comunicação”

NIVEL DA LEITURA
De fácil entendimento, o autor usa de linguagem que considero normal ao expor suas ideias. Por vezes, alguns trechos, seja necessária uma releitura, devido a natureza do conceito, porém nada que comprometa o entendimento.

INTERESSE
Para quem se interessa pelo tema da solidão, seja adepto ou não.
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chbmoura 17/01/2021

Reunindo visões de diversas áreas das ciências humanas e da religião, sobretudo a católica, e fartamente documentado, Georges Minois oferece ao leitor neste livro uma ampla visão da solidão na sociedade ocidental ao longo dos séculos.

Ele, porém, não se limita a refazer o percurso da solidão da antiguidade aos nossos dias. Ponto importante da obra, no último capítulo ele se lança no debate contemporâneo, ponderando diferentes posições e não se furtando a opinar, como o faz neste trecho da conclusão:

“(...) Pois a solidão é uma dimensão essencial e útil do ser humano, que tem necessidade, em certa medida, de se sentir só para encontrar, para coincidir consigo mesmo. O sentimento de solidão pode ser difuso e constante, ou só ocorrer nos momentos fortes e privilegiados, segundo os temperamentos. Mas é indispensável se queremos assumir autenticamente nossa condição humana, em vez de viver exclusivamente numa comunidade ilusória ‘ligada’, quer dizer, conectada. Aqueles que nunca experimentam o sentimento de solidão é devem ser lamentados.” (p. 489)

Trata-se, pois, de rica fonte para pesquisadores do tema, também acessível para leigos interessados e curiosos.
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Edu Coelho 22/02/2024

LEITURA INTERESSANTE
O livro tem um caráter bem didático e se você se interessa pelo tema, o desenvolvimento ao longo da história e o entendimento dos diferentes significados que podemos dar, é uma boa leitura.

No início, li por pura curiosidade, mas não fiquei tão envolvido. Contudo, tudo vale a pena para o total entendimento e os últimos capítulos são INCRIVELMENTE BONS
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Thiago275 06/07/2023

Super interessante
"Não é bom que o homem esteja só". Essa é uma reflexão que o Gênesis atribui a Deus depois da criação de Adão. E lendo A História da Solidão e dos Solitários, vemos que, de modo geral, é assim que a humanidade encara o "estar sozinho".

Nesse livro, o historiador Georges Minois procura mostrar, principalmente por meio da compilação de pensamentos de filósofos e sociólogos, como a solidão foi encarada através dos séculos, e a sua representação na arte.

Durante a maior parte do tempo, a solidão foi encarada de forma negativa. Desde a antiguidade clássica - afinal, segundo Aristóteles, o homem é um ser social - até o Iluminismo, passando pelos primeiros cristãos, onde a ideia de fugir do mundo foi primeiramente vista como um bem, até cair nos exageros dos eremitas e se achar um meio termo: a solidão regrada e compartilhada dos monastérios.

O ponto alto do livro se encontra ao final, no último capítulo, onde o autor analisa a solidão na era da internet e das redes sociais. Segundo ele, apesar de prometerem acabar com a solidão, a tecnologia a reforça mais do que nunca, pois é possível se afastar das pessoas, ou bloqueá-las, com apenas um clique, o que dificulta a formação de relacionamentos verdadeiros e duradouros.

Além disso, atualmente, a solidão é como o diabo: seu maior poder é fingir que não existe. A solidão do jovem do século XXI é maior do que a do eremita do deserto, pois ela é inconsciente.
Apesar da obra ser densa em muitos momentos, a fina ironia do Prof. Minois ajuda na leitura. E, concorde-se ou não com as conclusões do autor, é um livro que faz pensar.

Recomendo esse livro a todos e, principalmente, aos que gostam de ler. A leitura é uma atividade solitária e que nos lembra que podemos utilizar a solidão de forma positiva. Cabe a nós saber fazê-lo.
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limacag 23/03/2024

Você não está sozinho em sua solidão
Sempre que finalizo uma leitura, me pergunto o quanto de experiência ela me agregou. Não conhecia os trabalhos do Minois, e por muitas semanas achei que este fosse o único livro do autor, o que depois bisbilhotando melhor no site de vendas de livros me fez ver o quão sobre-humano ele deve ser, dada a quantidade de livros complexos e extensos de sua produção.

Sobre a experiência de entender a trajetória da solidão na história sob a ótica do Minois, o livro é uma perfeição: tedioso como a solidão em muitas dezenas de páginas, mas creio que mudarei de opinião em uma segunda leitura.

O livro se propõe a trazer dezenas de referências bibliográficas de outros escritores, poetas, pintores, músicos e o que mais estivesse disponível a tratar sobre o tema no passar dos séculos. Começamos no capítulo 1 na antiguidade, consolidando o estudo através dos séculos já do capítulo 2. Somos convidados a entender a evolução social dos padres do deserto no mais distante agrupamento de padres no começo da idade média; saímos das aglomerações solitárias de religiosos e passamos a adentrar na solidão das famílias, dos feudos, dos aristocratas, dos pobres, depois dos filósofos, dos artistas, dos escritores, dos personagens dos escritores, sempre reflexo do mundo ao redor?

Diferentemente de muitas leituras, este livro se torna um titã nos dois últimos capítulos, pois é quando saímos do fim do século XIX e entramos nos séculos XX e XXI.

De todo modo, o estranhamento e tomada de consciência em relação a definição do tema ocorrem logo no começo, e somos questionados desde as primeiras páginas: ?como assim um homem que vive só, no deserto, rodeado de escravos, que conversa com moradores vizinhos semanalmente, se declara um solitário??

E a conclusão que se chega é: nunca estivemos tão sós na história da humanidade; é uma solidão comunicativa, conectada, em que todos estão sós em uma multidão de solitários, todos conectados, e todos infelizes pela frustração de tentar ser gregário em uma sociedade que tem optado pelo isolamento cada vez mais severo.

Por fim, mas não menos importante, o autor traz várias constatações ao longo da história de que a solidão imposta, seja pela prisão, excomunhão, separação, expiação, é sempre a pior solidão que o ser humano pode enfrentar; a solidão forçada é quase sempre inesperada e terrificante; a verdadeira solidão do homem é a solidão voluntária.

Leiam, sejam sós, sozinhos ou solitários, seja na solitude voluntária ou na solidão imposta. O que não dá é viver na era da solidão da comunicação.
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Wagner 02/09/2023

Alberto Savinio (1891-1952), em 1944, em Diário da Europa: ? Todo mal vem do fato de que os homens, em sua grande maioria, não tem vida interior, e, por essa razão, desejam, cobiçam, querem a vida de outrem (?) Quanto mais um organismo é evoluído mais ele é autônomo e solitário. Assim são todos os indivíduos, assim como os povos ?.
pg 424.

(?) O amor é uma aspiração cultural , uma ilusão que se defronta com o irredutível egoísmo biológico(?)
pg 451.

(?) Descartes está ultrapassado: do dualismo corpo-alma e do cogito ergo sum passou-se ao trialismo corpo-alma-celular e ao telephono ergo sum; eu me comunico, logo existo. (?)
pg 479.

MINOIS,Georges. História da solidão e dos solitários. São Paulo: UNESP, 2019.
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