charlie54 31/03/2024
Hmmm
"A megera domada", a primeira obra que li do Shakespeare, me encantou pela escrita. Eu particularmente adorei a fluidez da peça e os trocadilhos cômicos nela presentes. Contudo, não posso dizer o mesmo em relação à história, visto que, claro, é evidente o fato dessa obra ser considerada a mais misógina do famoso dramaturgo.
Catarina, uma mulher livre e espontânea que passa por humilhações de Petrucchio, um jovem interessado apenas pelo dinheiro e em se sentir no controle ao "educar" uma mulher considerada "selvagem" no período.
Em relação ao desenvolvimento da peça, alguns dizem que a cena final foi uma estratégia de Catarina para "entrar no jogo dele", enquanto outros dizem que foi apenas uma "lição" da submissão escancarada das mulheres na sociedade estruturalmente machista de centenas de anos atrás, a qual perdura resquícios até os dias de hoje.
Assim, utilizei esse contexte em meu favor para extrair da obra uma boa crítica contemporânea. Dessa forma, interpretei o sermão de Catarina como uma ironia das relações matrimoniais da época, sendo o poder uma ilusão, como podemos observar no trecho "A questão é saber quem domou quem".