Erika Xavier 13/02/2024Difícil, mas útil."Todos os nossos direitos jurídicos surgiram originalmente como respostas práticas a problemas concretos"
Essa passagem resume a leitura para mim.
No início da leitura, fiquei bastante interessada nas questões abordadas pelo autor e sempre fazia uma comparação com o direito brasileiro, nossa forma de Estado não é liberal, mas tem nuances de um. Porém, o modelo defendido pelos norte americanos, também não é totalmente liberal, tendo em vista que precisam do Estado para manter seus padrões econômicos e sociais, a exemplo de recuperação bancária, onde o governo teve que injetar dinheiro em grandes instituições para não piorar uma crise já existente.
Além disso, as questões sociais não são tão diferentes da brasileira, pois as pessoas pobres não estão as vistas como aquí, mas em suburbios e cidades esquecidas pelo Estado. E tudo isso para evitar o gasto público.
Quanto custa um direito?
O autor tenta responder essa pergunta ao analisar casos concretos e de certa repercussão, mas percebi que ele buscou minimizar os problemas a todo custo, assim ele evitaria problemas para si por falar a verdade sobre o "sonho americano". O país é rico não só pelo papel do contribuinte em período de paz, mas sim nós de guerra, onde a inflamação é estrondosa e a sociedade paga com a ideia de patriotismo, mas a guerra não chega aos EUA, ela ocorre longe, sendo o país que lucra com a economia de guerra.
Fiquei pensativa quando o autor não cita essas questões, pois o que faz o país sair de sua zona de conforto e atacar países africanos e do oriente médio não é a libertação de uma sociedade específica, mas o acesso a algum insumo precioso. Ou a prestação de armamentos e tecnologia a países em guerra não é gratuito, mas sim um empréstimo a altas taxas.
Foi uma leitura bastante cansativa após o capítulo 8, pois temos bastante repetição dos capítulos anteriores, mas a conclusão resume todo o livro sem precisar lê-lo.
Mas quanto ao Brasil? O que estou pensando?
Estou refletindo o quanto custa o estado social que ele está tornando-se, nesse caso, não houve pacto com a sociedade em investimentos educacionais ou incentivo ao primeiro emprego (hoje a exigência é a experiência, o que o jovem não tem se é o primeiro contato com o mercado de trabalho) e isso só perpétua a desigualdade (nos EUA é discrepante também), privando a sociedade do desenvolvimento.